11 research outputs found

    Tânatos e o mito da escritura: morte e criação nos escritos de Albert Camus

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    Tomando como ponto de partida o aniversário de 50 anos da morte de Albert Camus (1913-1960), o objetivo desse artigo é analisar o tema da morte em seus escritos. Ela é revelada ao escritor muito cedo através da experiência da doença, mas ao contrário de conduzi-lo ao pessimismo e à angústia, a proximidade da morte exaspera nele o amor à vida e a urgência da criação. Sua obra revela-se como um embate entre Tânatos, a morte, e Sísifo, representando o amor à vida e ao mundo. Dessa forma, analisamos como a experiência da morte e da doença aparece em seus primeiros escritos e como as imagens de vida e morte se alternam em seus primeiros ensaios. A morte está também estritamente ligada à revelação do Absurdo em Le Mythe de Sisyphe e se torna o tema central das suas narrativas, principalmente em L’Ètranger. A morte, por fim, interrompe a sua escritura, deixando inacabado o romance cujo ponto de partida fora a morte de seu pai morto na guerra

    Abordagens genéticas da escrita de si

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    Tradução de conferência de Catherine Viollet, proferida durante o Congresso Internacional da APCG em Florianópolis (Brasil), de 18 a 21 de junho de 2013

    Dos desencontros ao encontro: a viagem de Albert Camus ao Brasil em 1949

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    Em 1949, Albert Camus viajou ao nosso país para empreender uma turnê de conferências no contexto de um intercâmbio cultural entre a França e o Brasil. A leitura do Diário de viagem, composto durante sua estadia, deixa a impressão de um grande desencontro entre o escritor e os brasileiros. Tal impressão é em parte verdadeira, uma vez que natureza do intercâmbio cultural enquanto “encontro oficial” impossibilitou de certa forma um diálogo profícuo entre as partes. Por outro lado, não podemos deixar de notar que nos encontros pessoais que travou, ou por meio das ideias veiculadas em suas conferências, houve um diálogo entre Camus, seus leitores e pares brasileiros. No Brasil, a visita deixa traços nos jornais da época, bem como na lembrança e nos relatos das pessoas que o receberam. Para Camus, algumas experiências vividas no Brasil e anotadas cuidadosamente no diário são empregadas na escrita da novela “A Pedra que cresce” de O Exílio e o Reino, pela qual se opera um encontro com o Brasil por intermédio da ficção. In 1949, Albert Camus traveled to our country to undertake a conference tour in the context of cultural interchange between France and Brazil. Reading the Travel Diary, composed during his stay, leaves the impression of a strong disagreement between the writer and Brazilians. This impression is partly truthful since the nature of the cultural interchange as an “official meeting” made it possible to a certain extent a real meeting and a fruitful dialogue between the parties. On the other hand, we cannot ignore that there was a dialogue between Camus, his readers, and Brazilian peers through the personal meetings that he held or through the ideas conveyed in his conferences. In Brazil, the newspapers of the time noticed his visit, as well as he left his trace in the memory of the people who met him. For Camus, some experiences lived in Brazil and carefully recorded in his diary are used in the writing of the short novel “The Growing Stone” of Exile and the Kingdom, through which a real encounter with Brazil operates through fiction.Em 1949, Albert Camus viajou ao nosso país para empreender uma turnê de conferências no contexto de um intercâmbio cultural entre a França e o Brasil. A leitura do Diário de viagem composto durante sua estadia deixa a impressão de um grande desencontro entre o escritor e os brasileiros. Tal impressão é parcialmente verdadeira, uma vez que natureza do intercâmbio cultural enquanto "encontro oficial" impossibilitou de certa forma um verdadeiro encontro e um diálogo profícuo entre as partes. O objetivo de nosso artigo é mostrar que apesar disso o intercâmbio não foi um fracasso, pois seja nos encontros pessoais que travou ou por meio das ideias veiculadas em suas conferências houve um diálogo entre Camus, seus leitores e pares brasileiros. No Brasil, a visita deixa traços nos jornais da época, bem como na lembrança e nos relatos das pessoas que o receberam. Para Camus, algumas experiências vividas no Brasil e anotadas cuidadosamente no diário são empregadas na escrita da novela "A Pedra que cresce" de O Exílio e o Reino pela qual se opera um verdadeiro encontro com o Brasil por intermédio da ficção.&nbsp

    The particularities of the autobiographic novel in the manuscript of Camus’ The first man

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    Este artigo inicia-se de forma pessoal a fim de evidenciar o papel de Catherine Viollet em minha pesquisa, tanto por suas reflexões sobre gênese e autobiografia quanto por sua orientação durante o estágio de doutorado realizado na França. Meu objetivo é introduzir uma discussão sobre as particularidades do romance autobiográfico do ponto de vista de seu processo de criação, por meio da análise do manuscrito de O primeiro homem de Albert Camus. Partindo de uma reflexão sobre a enunciação e o emprego dos nomes próprios, procuro explicitar o espaço ambivalente ocupado pelo romance autobiográfico. Este ponto de vista particular conduz a uma reflexão mais ampla sobre os motivos e as implicações da utilização do romance para a escrita de si.This article starts on a personal note in order to explain Catherine Viollet’s role in my research, both for her reflections on the genesis and autobiography as for her guidance during the research in France. My goal is to introduce a discussion on the particularities of the autobiographical novel from the point of view of its creative process and from the analysis of Albert Camus’ manuscript, The first man. Starting from a reflection about the enunciation and the use of proper names, I try to explain the ambivalent space occupied by the autobiographical novel. This particular point of view directs us to a broader reflection on the reasons and implications of using the novel to the writing of the self

    Este mundo de miséria e sol: a narrativa autobiográfica e a relação com o real na obra de Albert Camus

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    A partir de uma análise do romance inacabado Le Premier Homme, este artigo pretende discutir a relevância da narrativa de cunho autobiográfico na obra de Camus e as tensões que o real cria com o ficcional. No romance, as lembranças de infância são o ponto de partida para a autobiografia ao mesmo tempo em que se coloca a serviço de uma estética: este mundo de miséria e sol torna-se agora o mundo da criação.   Since the analysis the unfinished novel Le Premier Homme, this article intends to discuss the relevance of the autobiography narrative in the work of Camus and the tensions caused by the real with the fictional. In the novel, the childhood remembrances are the start point to the autobiography and at same time, it serves to the aesthetics of the narrative: this world of miseries and the sun turns the world of creation

    L’art ou la fidélité au monde des pauvres

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    Dans une note des Carnets, Camus révèle ses dix mots préférés : « Le monde, la douleur, la terre, la mère, les hommes, le désert, l’honneur, la misère, l’été, la mer » (OC IV, 1107). En effet, ces mots sont réitérés dans son œuvre, mais il est possible d’en citer d’autres aussi chers et qui apparaissent généralement liés : l’enfance et la pauvreté. Ces mots nous aident à penser à l’idée que Camus se fait de l’art. À première vue, rien n’est plus opposé que la pauvreté et l’art puisque celui-c..

    "Lisez Camus, lisez-le vraiment" Entretien avec Agnès Spiquel, présidente de la Société des Études Camusiennes

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    Entrentien avec Agnès Spiquel, présidente de la Société des Études Camusienne

    "Leiam Camus, leiam verdadeiramente" Entrevista com Agnès Spiquel, presidente da Sociedade de Estudos Camusianos

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    Entrevista com Agnès Spiquel, presidente da Sociedade de Estudos Camusiano

    "Lisez Camus, lisez-le vraiment" Entretien avec Agnès Spiquel, présidente de la Société des Études Camusiennes

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    Entrentien avec Agnès Spiquel, présidente de la Société des Études Camusienne

    O silêncio do estrangeiro: por uma tentativa da tradução da letra nos primeiros cadernos de Albert Camus

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    Partindo das teorias de Antoine Berman em A prova do estrangeiro, o presente artigo tem como objetivo introduzir uma discussão acerca da tradução dos primeiros cadernos de Albert Camus. A proposta de uma tradução da letra do original permite que se conserve a natureza própria dos cadernos que é de ser fragmentário, íntimo e inacabado, evitando, assim, processos como o de clarificação e o de enobrecimento. Essa postura tradutória se coaduna com a temática camusiana do silêncio e do estranhamento, que podemos observar ao longo de toda  sua obra, e particularmente nos cadernos
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