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    Avaliação do potencial invasivo de espécies não-nativas utilizadas em plantio de restauração de matas ciliares

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    A restauração de ecossistemas vem ganhando espaço em todo o mundo e, no Brasil, o modelo mais amplamente utilizado tem sido o plantio de espécies arbóreas em alta diversidade. Embora a recomendação seja de que se utilizem exclusivamente espécies nativas, a dificuldade de identificá-las e de se encontrarem mudas disponíveis resulta que em muitos plantios existem espécies não-nativas, as quais oferecem a ameaça potencial de invasão biológica. O objetivo desta pesquisa foi analisar o potencial invasivo das espécies arbóreas não-nativas que têm sido plantadas para a restauração de matas ciliares em região de Floresta Estacional Semidecidual - FES, com base na estrutura de suas populações e em sua contribuição para as comunidades em restauração. Selecionamos 25 plantios de matas ciliares situados na bacia do rio Paraná, com idades variando entre quatro e 53 anos. Em cada local efetuamos o levantamento da comunidade arbustivo-arbórea em área total de 1.000 m2, dividida em 10 parcelas de 100 m2, aleatoriamente distribuídas dentro da faixa de 0 a 50 m de distância da margem do corpo d‟água. Identificamos e contabilizamos todos os indivíduos de espécies arbóreas e arbustivas, plantadas ou regenerantes, a partir de 50 cm de altura, agrupando-os em três classes de tamanho segundo o diâmetro à altura do peito (DAP 5 cm). Classificamos os indivíduos em plantados ou regenerantes com base no alinhamento do plantio, evidente mesmo em plantios mais antigos. No total, amostramos 18.421 indivíduos, pertencentes a 320 espécies, das quais 83 (26%) não eram nativas da região estudada. Com relação à origem das espécies amostradas nos plantios, 65% são nativas de FES, 19% são nativas de outras formações vegetacionais brasileiras e 16% são...The restoration of the ecosystems has been increasing worldwide. The most widely used model in Brazil has been the planting of the high diversity tree species. Although the recommendation it is planting only native species during restoration, the difficulty to identify them and to find seedlings available, result in many planting are found non-native species, which offer the potential threat of biological invasion. The purpose of this study was to analyze the potential of invasive non-native tree species that have been planted to riparian forests restoration in the region of semideciduous forest, based on the structure of their populations in regeneration. We selected 25 areas in restoration, of the aged between 4 and 53 years after planting. At each site we carried out the floristic inventory in the total area of 1.000 m2, divided into ten plots randomly distributed, within the range of 0 to 50 m away from the edge of the water body. Identify and account for individuals of all tree and shrub species present in the understory, from 50 cm tall, grouped into three size classes by diameter at breast height (DBH 5 cm) . We classify the species planted and regenerating based on the alignment of planting, evident even in the oldest plantation. In total, 18.421 individuals sampled, belonging to 320 species. Regarding the origin of the species in plantations, 65% are native FES, 19% are of other native vegetation formations in Brazil and 16% are from other countries. Only three areas were not planted non-native species. In other areas, non-native species were used in varying proportions, to a maximum of 54% of all species sampled from planted trees in a community restoration. The proportion of individuals of non-native species from regenerating plants (12%) was lower than XIV the proportion... (Complete abstract click electronic access below)Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP

    Uso de espécies nativas e exóticas na restauração de matas ciliares no Estado de São Paulo (1957 - 2008)

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    A restauração ecológica no Brasil se intensificou nas últimas décadas, passando por uma série de transformações conceituais e de paradigmas. No princípio, a restauração era conduzida para restabelecer serviços ecossistêmicos e a riqueza e a origem das espécies utilizadas não era questionada. Atualmente, plantios em alta diversidade e somente com o uso de espécies nativas são recomendados. Com o objetivo de verificar se o número de espécies nativas e exóticas utilizadas na restauração de matas ciliares tem se modificado ao longo do tempo, analisamos 44 projetos implantados de 1957 a 2008, localizados no estado de São Paulo, em região anteriormente ocupada por Floresta Estacional Semidecidual (FES). Em cada local efetuamos o levantamento das árvores plantadas em área total de 1.000 m², subdividida em parcelas aleatoriamente distribuídas. Classificamos como exóticas todas as espécies que não ocorrem naturalmente em região de FES. O número total de espécies amostradas por local variou de 12 a 58 e registramos espécies exóticas em todos os plantios estudados. Verificamos que a riqueza de espécies plantadas aumentou, passando de 25 espécies, em média, nas décadas de 1970, 1980 e 1990, para 33 espécies entre 2000 e 2008. Porém, o aumento no número de espécies nativas foi acompanhado pelo aumento no número de espécies exóticas, que vinha decrescendo até a década de 1990. Normas voltadas à restauração parecem ter sido bem sucedidas em aumentar a diversidade dos plantios, porém espécies exóticas ainda continuam sendo utilizadas nos projetos de restauração. Para promover plantios mais adequados aos objetivos da restauração ecológica, que primem por espécies nativas, ações como a maior fiscalização na produção das mudas fornecidas pelos viveiros e treinamento adequado dos profissionais ligados à restauração ecológica se tornam necessárias

    Reference ecosystems for riparian forest restoration: are there any patterns of biodiversity, forest structure and functional traits?

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    A utilização de ecossistemas naturais como meta a ser atingida e a seleção de indicadores para monitoramento dos projetos são temas controversos na ciência e na prática da restauração. Analisamos a vegetação ripária em quatro remanescentes de Floresta Estacional Semidecidual, para verificar se alguns atributos dessas comunidades se repetem em diferentes locais, podendo ser referência para esta região fitogeográfica. Instalamos dez parcelas de 100 m² em cada local, amostramos plantas lenhosas com altura ≥ 0,5 m, divididas em estrato regenerante (DAP < 5 cm) e estrato arbóreo (DAP ≥ 5 cm) e classificamos as espécies com base em atributos funcionais, raridade e status de ameaça. Contabilizamos lianas, pteridófitas e árvores com epífitas. As variáveis estruturais de densidade (estrato arbóreo e regenerante e árvores com epífitas), área basal e cobertura de copas não diferiram entre locais. Foram pouco variáveis entre as áreas a riqueza rarefeita para 100 indivíduos no estrato arbóreo, a riqueza total estimada por Jackknife e as proporções de espécies raras, tolerantes à sombra, de crescimento lento e zoocóricas. Porém, analisando-se a proporção de indivíduos na comunidade, somente a tolerância à sombra foi pouco variável. Para as outras variáveis analisadas não existem padrões que possam ser considerados referência para esta região fitogeográfica. No entanto, ainda que para algumas variáveis existam padrões, sua utilização como meta da restauração depende de: 1) prazos longos para monitoramento de projetos e, sobretudo, 2) estudos que demonstrem que os ecossistemas restaurados podem, um dia, igualar aos ecossistemas pré-existentes.The use of natural ecosystems as a goal to be achieved and the selection of indicators to evaluate restoration success are controversial issues in both Science and practice of ecosystem restoration. Four remnants of riparian vegetation were assessed in the region of Seasonally Semideciduous Forest in order to verify if some attributes of this plant community varied among sites and if they could be used as reference for this region. Ten plots of 100 m² were established in each site and woody plants with height ≥ 50 cm, separated in upper stratum (dbh ≥ 5 cm) and lower stratum (dbh < 5 cm), and classified by functional traits, rarity and status in red lists. Terrestrial ferns, lianas and trees with epiphytes were all accounted. Density (in both layers, and trees with epiphythes), basal area, and canopy cover did not differ among areas. Rarefied richness and total estimated richness, as well as the proportion of species by dispersal syndrome, shade tolerance, growth rhythm, and rarity follow a regional pattern, which can be considered as reference for riparian forests in this ecological region. Whether or not these values can be used as restoration goals depends on: 1) long term assessment of restoration success, and 2) scientific evidence that restored ecosystems can reach such values
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