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Impactos da política americana de estímulo aos biocombustíveis sobre a produção agropecuária e o uso da terra
O presente estudo estima os impactos do crescimento da demanda de etanol no Brasil e nos EUA sobre a produção agrícola e o uso da terra. Utiliza-se um modelo econômico global capaz de representar os mercados agropecuários e de energia, as relações comerciais entre os países, a produção e demanda de etanol no Brasil e nos EUA e mudanças no uso da terra. Aumentos na demanda de etanol no Brasil e nos EUA são simulados de forma a refletir a política norte-americana e projeções da demanda brasileira para a próxima década. Os resultados sugerem que o Brasil deve ter uma especialização na produção de cana-de-açúcar e etanol em detrimento de outros produtos agropecuários. A área cultivada com cana-de-açúcar aumentaria de 5 milhões para 15 a 20 milhões de hectares em 2020, substitutindo áreas de pastagens, de outras culturas e de silvicultura. Cerca de 2,5 milhões de hectares de Cerrado seriam convertidos para agricultura, enquanto a floresta tropical teria impactos consideráveis apenas se as barreiras comerciais às importações de etanol nos EUA fossem reduzidas.This paper assesses the impacts of the increase in the ethanol demand in Brazil and in the United States on the agricultural production and land use. A global economic model representing agricultural and energy markets, trade among countries, ethanol supply and the demand in Brazil and in the US and changes in the land use is used. We simulate increases in the ethanol demand in Brazil and in the US to reflect the US policy and forecasts about the Brazilian demand for the upcoming decade. Results suggest a specialization in sugarcane and ethanol production in Brazil and decreases in other agricultural commodities. The area cultivated with sugarcane would move up from 5 million to 15 to 20 million hectares in 2020, replacing areas of pasture, other crops and forest. The Cerrado region in Brazil would lose 2.5 million hectares to agriculture, while tropical forests would only be considerably affected if the US trade barriers on ethanol imports were reduced