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    Saartjie Baartman entre a hiperssexualização e as teorias sociais: a criação de uma Vênus negra no século XIX

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    Trabalho de Conclusão de Curso, apresentado para obtenção do grau de Licenciatura, no curso de História, da Universidade do Extremo Sul Catarinense, UNESC.O presente trabalho foi pensado a partir de alguns discursos sobre os corpos das mulheres negras, que se afirmaram por meio de estereótipos perpetuando e sexualizando os corpos dessas mulheres. Com esse objetivo de compreender os motivos que hiperssexualizaram a mulher negra, nessa pesquisa contatamos um relato, um fato específico que aconteceu no século XIX com uma mulher negra, de nome Saartjie Baartman. Ela ficou conhecida na Europa em meados de 1810, por conta do tamanho de suas nádegas, considerada esteatopigia, que é acúmulo de gordura nos glúteos e coxas sua história é um dos eventos “bizarros”, onde seres humanos “diferentes” dos ocidentais, do homem branco, eram vistos como selvagens, animais. Ouvimos e, muitas vezes, reproduzimos determinados discursos de forma impensável, não entendemos que os discursos se dão por determinadas práticas. Muita dessas linguagens sobre seus corpos tem conotação sexual, duplo sentido, o que faz com que muitas além de sofrerem abusos, se escondam atrás das roupas tentando evitar esses constrangimentos e cobrir o corpanzil. Nossa questão é procurar entender essa diferença, partindo do ocorrido com Saartjie Baartman no século XIX, faremos uso de sua história a Vênus hotentote. Sabe-se que esta mulher negra foi coagida a ir para fazer apresentações em Londres, com a promessa de enriquecer, saiu da África do Sul, em espetáculos de freak souls. O objetivo geral é compreender o que faz Saartjie Baartman ganhar o status, título de uma deusa, como também os discursos de beleza, fealdade e exoticidade construídos em torno dela. A metodologia utilizada, além do discurso, é sobre as imagens das Vênus, de Botticelli e Bouguereau, para comparar entre si e a própria Saartjie. Assim percebemos um ideal racial e eugênico no século XIX, que deu a legitimidade às nações ocidentais para tomarem posse dos países do continente africano. O resultado obtido foi a percepção de que não há uma beleza única, estática, mas para a população negra Black is beautiful é uma forma de luta, de resistência contra um sistema que há muito os oprimiu e oprime ainda
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