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Quimioterapia da dengue: fármacos disponíveis e perspectivas de novas terapêuticas
Dissertação de mestrado, Ciências Farmacêuticas, Faculdade de Ciências e Tecnologia, Universidade do Algarve, 2015A dengue é uma infeção viral aguda transmitida ao homem através da picada de
mosquitos do género Aedes, principalmente as espécies Aedes aegypti e Aedes albopictus.
A dengue tornou-se uma das principais preocupações de saúde pública internacional,
sendo considerada actualmente a mais importante arbovirose. Mais de 50% da população
afetada por dengue vive em áreas de risco e cerca de 50% vive em países onde a doença
é endémica.
O número de focos de dengue aumentou na última década, o que contribuiu para
o aumento anual da população em risco. A OMS estima que mais de 3,5 biliões de pessoas
estão em risco de infeção pelo vírus da dengue (DENV), surgindo cerca de 390 milhões
de novas infeções em cada ano, das quais 96 milhões são sintomáticas.
Ainda não foi encontrada uma terapêutica específica para o tratamento da dengue,
sendo usados fármacos aprovados para o tratamento de outras patologias. Os fármacos
mais utilizados são agentes antivirais, de entre os quais se destacam os inibidores da
protéase viral. São também utilizadas tetraciclinas e anti-inflamatórios não esteroides
bem como os antimaláricos Cloroquina e Amodiaquina, que são utilizados sobretudo em
infeções causadas pelo vírus da dengue tipo II. São ainda usados inibidores da helicase,
como o Ivermectin, e compostos da classe das tiazolidinonas, que atuam como inibidores
da metiltransferase.
A dissertação apresentará uma revisão da literatura relativamente a vários aspetos
da patologia, nomeadamente, da epidemiologia, etiologia, caraterização do vírus e do seu
ciclo de vida, diagnóstico e terapêutica da doença, profilaxia, estratégias de controlo do
vírus e perspetivas futuras (vacinas, novos fármacos).
A última parte da dissertação descreve o trabalho laboratorial realizado na síntese
de alguns derivados quinolínicos. O potencial desta classe para terapia da dengue foi
avaliado in silico com modelos de proteínas específicas. Os compostos preparados
poderão ser submetidos a testes de atividade