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Os efeitos da pandemia de COVID-19 no rastreio de Câncer de mama no Brasil: um estudo epidemiológico observacional
Introdução: Em 2020, o câncer de mama foi o segundo tipo oncológico mais incidente no Brasil, bem como a segunda principal causa de mortalidade dentre as neoplasias. Apesar das ações de rastreio oncológico implementadas no país atingirem elevados percentuais de cobertura, com o advento da COVID-19 e as consequentes medidas voltadas ao controle e cuidado dos pacientes atingidos pelo coronavírus, houve redução da assistência geral de saúde fornecida em nível primário para a população brasileira. Assim, questiona-se qual o impacto da pandemia de COVID-19 no rastreio dessa neoplasia. Objetivo: Compreender os efeitos da pandemia de COVID-19 no rastreio do câncer de mama no Brasil. Métodos: Trata-se de um estudo epidemiológico observacional analítico ecológico, que analisou a incidência de casos de COVID-19 e o rastreamento do câncer de mama, considerando o Brasil e suas regiões federativas de 2018 a 2021. Os dados secundários foram obtidos através do Painel de Casos da COVID-19 e do Sistema de Informação do Câncer (SISCAN/DATASUS). Resultados: Observou-se que houve relação significativa entre o aumento de casos de COVID-19 e a redução do rastreamento do câncer de mama em cada região federativa brasileira. Especialmente no ano de 2020, que, nacionalmente, apresentou uma redução de 38,95% de mamografias realizadas para a faixa etária recomendada em relação a 2019, ano anterior à pandemia. Conclusão: É possível constatar que houve um considerável impacto da pandemia nos níveis de rastreio do câncer de mama. Em virtude da diminuição do número de mamografias realizadas e, portanto, dos consequentes aumento do número de diagnósticos tardios e retardo no início do tratamento precoce, é plausível conjecturar que haverá uma elevação na morbimortalidade por câncer de mama nos próximos anos. Assim, recomenda-se a criação e implementação de outras medidas preventivas de saúde para minimizar os danos à população descrita
A violência obstétrica sob a óptica dos sentimentos da parturiente: uma revisão de literatura / Obstetric violence from the perspective of the feelings of the parturient woman: a literature review
Introdução: A Violência Obstétrica, bastante presente nos cotidianos das maternidades, é um grande impasse que gera sentimentos de medo e ansiedade, dificultando o processo de vínculo das puérperas nos ambientes de saúde. Esse tipo de violência se manifesta, principalmente, nos momentos de parto, quando se nega o direito da mulher ter o seu acompanhante. As relações de poder, que ditam o comportamento social, fomentam algumas ações violentas dos profissionais de saúde. Essas, dessa forma, podem acarretar em danos no que se refere ao estado físico e mental das mulheres. Objetivo: Analisar os impactos provocados pela violência obstétrica. Método: Resultados/discussão: Diante do conjunto de estudos elegidos, há consonância quanto à repercussão negativa que a violência obstétrica provoca no âmbito da saúde. Algumas das evidências apontam para o comprometimento na vida reprodutiva da mulher e também para a ruptura no curso natural do parto. Atrelado a isso, está bem consolidada a relação entre violência obstétrica e aumento no número de cesáreas e complicações no trabalho de parto. Os impactos psicossociais também se fortalecem a partir da literatura analisada, sendo especialmente mencionada a depressão pós-parto. Somado a isso, alguns estudos destacam a violência obstétrica como deletéria à saúde dos recém-nascidos e ao nível de satisfação dos profissionais da saúde. Conclusão: Os resultados evidenciados neste artigo sobre violência obstétrica sob a óptica das parturientes ressaltaram os impactos negativos decorrentes dessa violência na saúde física e mental das parturientes, ferindo a dignidade humana delas. Dentre as repercussões descritas, destacam-se problemas na sexualidade, na autoestima e na saúde mental e física das mulheres após sofrerem violência. Ademais, a perda de privacidade e a privação de direitos, como o direito a acompanhante, também foram ressaltadas como problemas decorrentes da violência obstétrica. Junto a isso, essa violência sofrida também teve repercussões negativas na saúde dos recém-nascidos e na relação materno-infantil