19 research outputs found
De guerreiros, escravos e súditos: o tráfico de escravos Caribe-Holandês no século XVIII
Desde os primeiros anos do século XVII, mesmo antes da formação da Companhia das índias Ocidentais, a quem tocou oficialmente a colonização da Guiana, representantes de mercadores holandeses já se encontravam naquela costa comerciando com os índios. Com o estabelecimento efetivo dos holandeses na área, a economia colonial baseou-se na produção açucareira em larga escala, com a utilização maciça de mão-de-obra escrava negra. O escambo com os índios, embora não tenha sido o ponto forte dessa economia, nunca deixcu de ser exercido; o mesmo se aplica à utilização de mão-de-obra escrava indígena, durante todo o período holandês
O Tear de Penélope. Uma Leitura de Antropologia do Brasil: Mito, História, Etnicidade
Em prefácio a seu livro Antropologia do Brasil: Mito, História, Etnicidade observa Manuela Carneiro da Cunha que, no Brasil, delinearam-se duas antropologías: uma, que construiu teoricamente os mitos da brasilidade; outra, mais recente, que se dedica a “desfiar penelopicamente” estes mesmos mitos. Começo por chamar a atenção do leitor para a expressão “penelopicamente”, expressão que, a meu ver, guarda uma verdade sobre o livro em questão. Trata-se de uma coletânea de onze artigos escritos em diferentes momentos ao longo de dez anos da carreira de Manuela Carneiro da Cunha que, em grande parte, já haviam sido publicados em revistas especializadas e na imprensa. A presente republicação é, sem dúvida, extremamente oportuna, pois tais artigos se encontravam dispersos, por vezes em publicações de difícil acesso, como é o caso de “Lógica do Mito e da Ação: o Movimento Messiânico Canela de 1963” , publicado, originalmente, em 1973 na revista francesa L’Homme que, agora, nesta coletânea, chega a um público mais amplo em uma bem-vinda tradução
De guerreiros, escravos e súditos: o tráfico de escravos Caribe-Holandês no século XVIII
Desde os primeiros anos do século XVII, mesmo antes da formação da Companhia das índias Ocidentais, a quem tocou oficialmente a colonização da Guiana, representantes de mercadores holandeses já se encontravam naquela costa comerciando com os índios. Com o estabelecimento efetivo dos holandeses na área, a economia colonial baseou-se na produção açucareira em larga escala, com a utilização maciça de mão-de-obra escrava negra. O escambo com os índios, embora não tenha sido o ponto forte dessa economia, nunca deixcu de ser exercido; o mesmo se aplica à utilização de mão-de-obra escrava indígena, durante todo o período holandês
17. Instruções para o presente
A morte é uma louca? - ou o fim de uma fórmula. Mas todos morrem audazmente - e é então que começa a não história.(João Guimarães Rosa) Introdução Diante de minha pergunta sobre o lugar em que nasceu, Raimundo ficou pensativo: "Nasci no Muriruh. Não sei se era maloca ou fazenda: era assim, tudo embolado...Era tudo do Rosa". Sua experiência não é singular; ao contrário, poderia sumarizar o que terá sido, no século XX, a experiência social dos Wapishana do contato com os brancos, marcada, indel..
O Tear de Penélope. Uma Leitura de Antropologia do Brasil: Mito, História, Etnicidade
Em prefácio a seu livro Antropologia do Brasil: Mito, História, Etnicidade observa Manuela Carneiro da Cunha que, no Brasil, delinearam-se duas antropologías: uma, que construiu teoricamente os mitos da brasilidade; outra, mais recente, que se dedica a “desfiar penelopicamente” estes mesmos mitos. Começo por chamar a atenção do leitor para a expressão “penelopicamente”, expressão que, a meu ver, guarda uma verdade sobre o livro em questão. Trata-se de uma coletânea de onze artigos escritos em diferentes momentos ao longo de dez anos da carreira de Manuela Carneiro da Cunha que, em grande parte, já haviam sido publicados em revistas especializadas e na imprensa. A presente republicação é, sem dúvida, extremamente oportuna, pois tais artigos se encontravam dispersos, por vezes em publicações de difícil acesso, como é o caso de “Lógica do Mito e da Ação: o Movimento Messiânico Canela de 1963” , publicado, originalmente, em 1973 na revista francesa L’Homme que, agora, nesta coletânea, chega a um público mais amplo em uma bem-vinda tradução