3 research outputs found

    Tikm'n-Maxakali Cosmocinepolitics: an essay on the invention of a culture and an indigenous cinema (Dossier Intersecting Eyes)

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    Our aim in this work is to explore ways of making cinema and ritual among the Tikmũ’ũn – also known as the Maxakali. We argue that the ‘way’ of filming and making cinema of this indigenous people cannot be understood without comprehending the logic and strategy employed to perform the rituals that, generally speaking, guide the making of the films. At the same time, by recording these rituals, the rituals and the culture of a people are simultaneously recuperated and multiplied. We also suggest that in order to gain a clearer insight into this cinema, it needs to be understood alongside the concepts that inform Maxakali cosmology, without forgetting that the history narrated for the films (and beyond them) is a history of the Maxakali viewpoint concerning pacification and the harmonious coexistence sought with both the ‘spirits’ and the white world. It amounts to a cosmocinepolitics or, put otherwise, a type of film-ritual.Neste trabalho refletimos acerca dos Tikm'n (também chamado de Maxakali) e suas maneiras de fazer cinema e ritual. Defendemos a ideia de que não se pode compreender a maneira de filmar e fazer cinema maxakali se não compreendemos a lógica e a estratégia em ação para fazer os rituais que, em geral, guiam a produção dos filmes. Por outro lado, ao fazer registros sobre esses rituais, estes multiplicam-se ao mesmo tempo que recuperam-se, em conjunto com a cultura de um povo. Mais do que isso, sugerimos que para melhor compreender esse cinema é necessário colocá-lo lado a lado aos conceitos que informam a cosmologia maxakali, sem esquecer que a história é narrada (para os filmes e além deles) do ponto de vista dos Maxakali sobre a pacificação ou a boa convivência que buscam com os “espíritos” e com o mundo dos brancos. Trata-se de uma cinecosmopolítica, ou, dito de outra forma, de um tipo de filme-ritual

    Performance e dança: o Boi da Manta e a prática dramática do dançarino-ator de Geraldo Vidigal

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    In this work, two objectives intersect: on the one hand, comment, discuss and  repertoire some genealogical, theoretical, methodological and cultural aspects  underlying the popular celebration, known as “Boi da manta”, organized and assembled by the group “Irmandade dos Atores da Pândega ” of the city of Lagoa Santa in Minas Gerais; on the other hand, make an exposition of the performance practice carried out by the group, in its affiliation relationship with Geraldo Vidigal’s dance-theater. The paper, in view of this, consists of three parts: in the first and second parts the two thematic axes mentioned above are presented and developed respectively (comments on the “Boi da Manta” and exposition of the performance practice adopted by the group), while the third part will take the form of an oral presentation and interviews with the founder of the group, Gercino Alves Batista (who also worked with Geraldo Vidigal), on the one hand, commenting and recording the constitution of the ‘Boi da Manta’ within the activities of the group ‘Irmandade dos Atores da Pândega’ in Lagoa Santa, on the other hand, discussing and reflecting on the issues and specificities of ritual performance, ritual as performance and dramatic practice involving theater and dance, performed by Geraldo Vidigal.No presente trabalho se interseccionam dois objetivos: por um lado, comentar,  discutir e repertoriar alguns aspectos genealógicos, teóricos, metodológicos e  culturais subjacentes ao festejo popular, conhecido como “Boi da manta”, organizado e montado pelo grupo “Irmandade dos Atores da Pândega” da cidade de  Lagoa Santa em Minas Gerais; por outro lado, fazer uma exposição da prática de  performance realizada pelo grupo, em sua relação de filiação com o teatro-dança de Geraldo Vidigal. O artigo, em vista disso, se constitui de três partes: na primeira e na segunda partes são expostos e desenvolvidos respectivamente os dois eixos temáticos acima mencionados (comentários sobre o “Boi da Manta”  e exposição da prática de performance adotada pela grupo), enquanto a terceira parte terá a forma de apresentação oral e entrevistas com o fundador do grupo, Gercino Alves Batista (que também trabalhou com Geraldo Vidigal), por um  lado, comentando e fazendo o registro sobre a constituição do ‘Boi da Manta’  dentro das atividades do grupo ‘Irmandade dos Atores da Pândega’ em Lagoa Santa, por outro lado, discutindo e refletindo acerca da problemática e das especificidades da performance ritual, do ritual enquanto performance e da prática dramática, envolvendo teatro e dança, realizada por Geraldo Vidigal

    Do mel (ao arco das) cinzas: sobre a ecologia das abelhas e dos territórios dos povos indígenas isolados na fronteira amazônica

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    The eastern and southwestern borders of the Amazon have been the scene of an intense process of deforestation and land grabbing, where through the use of fire, the systematic conversion of forests into monocultures and pastures for cattle is carried out. In this context, the soil is being poisoned by the (de)regulation of the use of pesticides, and rivers and streams are disappearing more quickly. With the extermination of pollinators, soon all the agricultural production systems of this great region will be directly impacted, and little by little, the arch of fire, as this territory is known, will become an arch of ash and ruins. But there are other less obvious but no less worrisome impacts in this dramatic destructive process. This territory corresponds to the home of all the uncontacted Tupi indigenous peoples of the Brazilian Amazon. Communities that, like the Awá-Guajá of Maranhão and Kagwahiva of Mato Grosso, are formed by very small groups that live in the last forest strongholds of these Amazonian frontiers. The extinction of bees in these territories jeopardizes the deep relationship between indigenous peoples and this entomofauna, and the pattern of mobility and itinerancy related to the collection and extraction of honey, a practice of great relevance in this indigenous Tupi context.As fronteiras do leste e sudoeste amazônico têm sido palco de intenso processo de desmatamento e grilagem de terras públicas, onde, via a utilização do fogo, é realizada a conversão sistemática de florestas em monoculturas e pastagens para o gado. Neste contexto, os solos vão sendo envenenados pela (des) regulamentação do uso de agrotóxicos e rios e igarapés vão desaparecendo mais rapidamente. Com o extermínio dos polinizadores, logo todos os sistemas de produção agrícola desta grande região se verão diretamente impactados, e aos poucos, o arco do fogo, como é conhecido esse território, vai se convertendo em um arco de cinzas e ruínas. Mas há outros impactos menos evidentes, mas não menos preocupantes, neste dramático processo destrutivo. Esse território corresponde ao lar de todos os povos indígenas isolados tupi da Amazônia brasileira. Comunidades que, a exemplo dos Awá-Guajá do Maranhão e Kagwahiva do Mato Grosso, são formados por grupos bastante reduzidos e que vivem nos últimos redutos florestais destas fronteiras amazônicas. A extinção das abelhas nesses territórios coloca em xeque uma profunda relação dos povos indígenas e esta entomofauna, expressa no padrão de mobilidade e itinerância relacionados à coleta e extração do mel, prática de grande relevância neste contexto indígena tupi
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