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Sentimentos sobre a Escola Presentes em Estudantes com e sem Histórico de Fracasso
A educação brasileira enfrenta inúmeros problemas, dentre eles o do fracasso escolar. Acredita-se que vivências afetivas desagradáveis possam interferir negativamente na aprendizagem e em consequência na representação de si, portanto, da personalidade. Fundamentado na teoria psicogenética de Jean Piaget o presente estudo teve como objetivo investigar os sentimentos sobre a escola presentes em estudantes com histórico de fracasso escolar. Participaram do estudo 60 escolares de ambos os sexos, do Ensino Fundamental II, de duas escolas públicas de uma cidade do interior de Minas Gerais, sendo 30 com defasagem de idade/série de no mínimo dois anos e 30 em situação de regularidade escolar, pareados em idade e sexo. Foi realizada uma entrevista semiestruturada composta por seis questões relativas aos sentimentos sobre a escola. Os resultados evidenciaram presença significativa de sentimentos negativos nos participantes com histórico de fracasso escolar e os sentimentos positivos deste grupo estavam relacionados às relações interpessoais de amizade. Os participantes sem fracasso apresentaram relações mais positivas com o conhecimento. Os dados levaram a refletir que a escola é um ambiente em que ambos os sentimentos comumente estão presentes, visto que fazem parte da natureza humana. As situações de prazer e desprazer são necessárias ao crescimento psíquico. No entanto, se faz necessária a atenção à frequência e intensidade dos sentimentos negativos porque quando intensos, podem interferir na construção de personalidades saudáveis
DESEMPENHO ACADÊMICO DE ALUNOS COTISTAS ANTES DA LEI DE COTAS: REVISÃO
O ensino superior, nos estudos atuais sobre sua reforma e expansão, tem o desfio de encontrar soluções que respondam à questão das desigualdades raciais no acesso e permanência às suas instituições. Este artigo objetiva aprofundar o estudo sobre a utilização de ações afirmativas anteriormente à chamada “Lei de Cotas” (Lei n. 12.711/12) publicada em 2012 e que estabeleceu reservas de vagas em todas as Instituições de Educação Superior Federais. Para tanto, analisamos artigos que analisam o percurso acadêmico do aluno cotista. Trata-se de uma revisão da produção científica brasileira contida nas bases de dados SciELO, BIREME, LILACS e CAPES. Após análises, foram selecionados 15 artigos que tratavam deste tema. Os resultados evidenciam que as cotas cumprem com seu objetivo de inclusão social e as universidades que as adoraram pioneiramente, verificaram um desempenho similar entre os cotistas e não cotistas. Isso justifica a utilização das cotas de maneira mais ampla, contribuindo para o reconhecimento dessa política pública
Reações afetivas em sala de aula: situação lúdica e tarefa escolar: situação lúdica e tarefa escolar
A epistemologia genética entende a afetividade como a energética da ação e o funcionamento da inteligência dependeria dela, constituindo dois aspectos inseparáveis da conduta. Avaliar a dimensão intelectual não impõe grandes desafios. No entanto, avaliar a dimensão afetiva sem-pre se evidenciam dificuldades por falta de indicadores empíricos para tal fim. Piaget, ao apre-sentar o método clínico, examina tipos de reações observadas durante o exame, podendo ser parâmetros de análise das condutas afetivas de crianças em contextos diferentes daqueles de situações de avaliação. O presente estudo teve como objetivo analisar as reações afetivas de crianças com dificuldade de aprendizagem em situações lúdicas e em tarefas escolares. Partici-param do estudo 12 escolares, sendo 6 com queixa de dificuldade de aprendizagem e seis com bom desempenho escolar, estudantes do 4o ano do Ensino Fundamental I de uma escola muni-cipal do interior do estado de São Paulo. A idade dos participantes variou de 9 anos e 1 mês a 10 anos e 10 meses. As reações afetivas desses participantes foram observadas em contexto de sala de aula com a turma toda. Foram realizadas seis observações, divididas em dois momentos: atividades propostas pela professora e atividades lúdicas com jogos de regras. Os resultados evidenciaram diferenças de reações afetivas em ambos os grupos com predomínio de reações afetivas positivas nas crianças sem queixa de dificuldade de aprendizagem nas tarefas escolares e lúdicas e nas crianças com queixa predomínio de ausência de reações afetivas positivas apenas nas tarefas escolares. O estudo proporcionou refletir sobre a dimensão afetiva de forma mais ampla trazendo ao educador possibilidades de análise no contexto de sala de aula além de lhe proporcionar a visão indissociável dos aspectos afetivos e cognitivos da conduta
O sentimento de vergonha em crianças e adolescentes com TDAH
O presente estudo teve como objetivo compreender o julgamento do sentimento de vergonha em situações de violação às regras em crianças e adolescentes com diagnóstico de Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH). As situações de violação às regras envolviam os pais, o professor e os pares. Participaram do estudo 20 crianças e adolescentes de ambos os sexos, com idades entre 11 e 14 anos que cursavam entre o 5º e 8º anos do Ensino Fundamental II de uma escola da rede particular de ensino e de uma instituição destinada ao diagnóstico e tratamento de crianças com queixa escolar. Os participantes foram subdivididos em dois grupos: Grupo 1 (G1) constituído por 10 crianças e adolescentes com diagnóstico de TDAH, apresentação predominantemente combinada, e o Grupo 2 (G2), formado por 10 crianças e adolescentes sem queixas comportamentais. O desenvolvimento moral e a compreensão do sentimento de vergonha foram investigados por meio de histórias hipotéticas. Em relação ao nível de desenvolvimento moral, os resultados apontaram que os participantes dos dois grupos encontram-se na autonomia moral ou em transição entre a heteronomia e autonomia, sem diferença entre eles, o que impossibilita a comparação desses dados e os voltados para a avaliação do sentimento de vergonha. Os resultados obtidos evidenciaram também diferenças entre os grupos no que se refere à compreensão do sentimento de vergonha em situações de violação às regras e também em relação aos envolvidos nas histórias (pais, professor e pares)