La preuve par le don (Marcel Mauss et son héritage MAUSSien)

Nous tentons : 1) de montrer qu il existe une grande cohérence entre le projet scientifique de Mauss tel qu il se cristallise dans son Essai sur le don et son projet éthico-politique en faveur d un socialisme démocratique et associationniste ; 2) de montrer que le M.A.U.S.S. - le Mouvement anti-utilitariste dans les sciences sociales - en est le digne héritier ; 3) et que, du coup, le paradigme MAUSSien du don a une supériorité de principe sur les paradigmes de l école de la régulation, de l économie des conventions, et de celui des tenants de l économie solidaire ou plutôt, qu'il en est le lieu de convergence et de vérité.We aim : 1) to show a large coherence between the scientific project of Mauss as is formulated in his " essais sur le don " and his ethical-political project in favor of democratic and associational socialism ; 2) to show that the MAUSS - le Mouvement anti-utilitariste dans les sciences sociales - is the worthy heir ; 3) and that therefore the Maussian paradigm of the donation is superior in principle to the paradigms of the école de la régulation , of the économie des conventions , and of the supporters of a solidarity economy, or rather is the point of convergence and truth.NANTERRE-BU PARIS10 (920502102) / SudocBORDEAUX-SCIENCES PO-IEP (335222203) / SudocSudocFranceF

Economia Solidária e Dádiva

A florescência de iniciativas organizacionais marcadas pelo registro da solidariedade nos convida à certas reflexões teóricas sobre o fato associativo. Estas práticas associativas, inscritas no âmbito de uma economia solidária, acordam um lugar importante à dádiva, sobretudo sob a forma do voluntariado. Deste modo, este fenômeno nos indaga à respeito da maneira de compreendê-Io, tendo em vista o fato de estar atravessado por "lógicas" habitualmente opostas em ciências sociais: mercado, Estado, dádiva; interesse e desinteresse; liberdade e obrigação. A argumentação do artigo possui um caráter duplamente crítico. Por um lado, questiona a idéia de que as relações sociais e econômicas são naturalmente fundadas sobre um cálculo utilitário de conseqüências ou sobre o mercado. Também a idéia do mercado como lugar privilegiado de produção e de distribuição de riqueza, e como fonte exclusiva do desenvolvimento, é igualmente contestada. Por outro lado, tenta ultrapassar certas clivagens conceituais que impedem a compreensão da complexidade deste tipo de prática sócio-econômica. Para tanto, propõe uma tradução deste fenômeno através do modo de inteligibilidade aberta por uma interpretação particular da dádiva, aqui denominada concepção MAUSSIANA da dádiva. Estas experiências, de economia solidária, são aqui caracterizadas sob a ótica da pluralidade e da hibridação. Elas comportam efetivamente dimensões econômicas, sociais e políticas, plurais e híbridas, elas próprias inextricavelmente imbricadas sob múltiplas formas. O leitor brasileiro encontrará neste esboço de uma teoria sócio-econômica da economia solidária (cujo debate aqui referido limita-se ao universo da França, enquanto realidade), uma visão sumária do debate francês sobre estes dois assuntos de atualidade neste país: a dádiva e a econo¬mia solidária. Enfim, do ponto de vista da teoria das organizações, a impor tância é de propor uma forma de entendimento de certos fenômenos organizacionais que parecem incompreensíveis sob a ótica de certas categorias usuais