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Diante de janelas: fronteiras entre público e privado na (pós)modernidade
A imagem da janela e suas variações são utilizadas no presente artigo como caminho de discussão sobre as transformações entre as conceituações de público e privado, ocorridas desde o século XIX. A investigação sobre Edgar Allan Poe e João do Rio é determinante para entender a tensão que o sujeito surgido na modernidade sofre ao tentar preservar sua intimidade, ao mesmo tempo em que é chamado a participar das novas estruturas sociais. Literatura e leitura caminham no sentido de propor uma ordenação de um mundo cada vez mais caótico, prova disso é o nascimento do gênero policial em pleno século XIX. No entanto, as novas janelas que a contemporaneidade vê surgir, telas virtualizadas que ocupam papel central na comunicação pessoal e de massa, tornam necessário que investiguemos as novas configurações sobre a intimidade do sujeito e sua busca por segurança no espaço público. Nesse sentido, Rubem Fonseca e Luiz Ruffato surgem como nomes importantes no cenário da literatura brasileira e que denunciam em sua prosa o afastamento do homem e da cidade, vista, muitas vezes, como um texto indecifrável
[pt] SOBRE O FIO DA NAVALHA ESTRATÉGIAS DE REPRESENTAÇÃO DA MALANDRAGEM NOS DISCURSOS CULTURAIS BRASILEIROS
O objetivo desta tese é investigar as relações entre certas
representações de malandros e malandragens e a construção
do imaginário da nação. O presente texto ensaia responder
às seguintes questões: como e por quais motivos a
malandragem é regularmente acessada por nossos
intelectuais, políticos, músicos, jornalistas etc, como
elemento constituidor, por afirmação ou negação, da
imaginada nação brasileira? E como também, nós, os membros
dessa comunidade, nos identificamos com a imagem desse
brasileiro malandro? Para tanto, à análise das obras
literárias e musicais propriamente dita é adicionada uma
perspectiva focada nas mediações entre os diversos grupos
étnicos, sociais, religiosos etc constituintes da singular
cultura carioca. A malandragem é vista, assim, como um
procedimento dinâmico, não fixo, e o malandro carioca como
a representação de um sujeito ao mesmo tempo marginal e
capaz de negociar com as instâncias da ordem.The purpose of this study is to look into certain
portrayals of the local malandros and their particular
behavior, as well as the construction of the
nation's imagery. This essay is intended to answer the
following questions: - Why - and how - is the typical
conduct of our malandros so commonly referred to, in
different ways of affirmation or denial, by our
intelligentsia, our politicians, musicians and journalists
( among many others ) as a constituent item of a
supposed Brazilian nation? - how do we, as part of such a
community, identify with the depiction of this Brazilian
malando? To arrive at suitable answers, a new perspective
focused on relations weaved by various ethnic, social and
religious groups integrating Rio de Jnaeiros's peculiar
culture was added to the academic analysis of the nation's
literary and musical production. The behavior of
our malandros is therefore seen as a dynamic and changeable
procedure, and the malandro carioca is deemed as the
representation of an individual who is an outsider, though
one who is simultaneously capable of dealing with the
establishment