72 research outputs found

    Vergonha e Solidão na Doença Mental Crónica: contributo de um estudo exploratório

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    Este estudo pretende explorar a natureza da vergonha, enquanto vivência emocional, e a sua relação com a solidão nos doentes mentais crónicos. Foi avaliada a vergonha interna e externa, a solidão, e estados emocionais negativos, nomeadamente a depressão, ansiedade e stress. Nesta investigação participaram 41 utentes com diagnóstico de perturbação mental. Para avaliar as variáveis psicológicas pretendidas foi utilizada a Escala de Vergonha Interna (ISS), a Escala de Vergonha Externa (OAS), A Escala de Solidão UCLA e a Escala de Depressão, Ansiedade e Stress (DASS-21). Os resultados indicaram que os doentes mentais da nossa amostra apresentam maiores níveis de vergonha comparativamente à população geral. São as mulheres que apresentam valores mais elevados de vergonha interna, enquanto os divorciados apresentam maiores índices de vergonha externa e de solidão. Os doentes que têm uma actividade laboral manifestam menores níveis de solidão e de depressão. Quanto mais elevadas as habilitações literárias dos participantes, menor é o nível de ansiedade. No estudo de comparação entre doentes institucionalizados e não-institucionalizados, verificou-se que os primeiros apresentam níveis significativamente mais elevados de ansiedade, não se distinguindo relativamente à percepção de solidão e de vergonha (interna e externa). A análise da relação entre as variáveis evidenciou que os valores de vergonha interna e de solidão estavam associados de forma positiva e elevada à depressão e de forma moderada à ansiedade e stress. Não obstante as limitações reconhecidas, o presente estudo contribuiu para um melhor conhecimento dos estados emocionais negativos nos doentes mentais. / This study aims to explore the nature of shame, while emotional experience and its relationship with loneliness in the chronic mentally ill. We evaluated the internal and external shame, loneliness, and negative emotional states, including depression, anxiety and stress. 41 users participated in this investigation with a diagnosis of mental disorder. To assess the psychological variables was intended to use Internal Shame Scale (ISS), the Foreign Shame Scale (OAS), the UCLA Loneliness Scale and the Scale for Depression, Anxiety and Stress (DASS-21). The results indicated that the mentally ill in our sample have higher levels of shame compared to the general population. They are women who have higher levels of internal shame, while the divorced have higher rates of external shame and loneliness. Patients who have a work activity demonstrate lower levels of loneliness and depression. The higher the educational level of participants, the lower the level of anxiety. In the comparative study of institutionalized patients and non-institutionalized, it was found that the former have significantly higher levels of anxiety, not distinguishing relation to the perception of loneliness and shame (internal and external). The analysis of the relationship between the variables showed that the values of internal shame and loneliness were positively associated with depression and high and moderately to anxiety and stress. Despite the recognized limitations, this study contributes to a better understanding of negative emotional states in the mentally ill

    A Solidão e o Auto-Conceito na Idade Adulta e Velhice

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    Neste estudo propomo-nos estudar as possíveis diferenças existentes entre a idade adulta e a velhice ao nível da solidão e do auto-conceito. Analisámos o papel de variáveis psicossociais específicas e de variáveis psicológicas, como a depressão, ansiedade, stresse e estilos de coping, sobre a solidão, bem como qual o conjunto de variáveis que melhor prediz a solidão. A solidão e o auto-conceito constituem constructos relevantes na vida do ser humano nas mais variadas formas, interagindo com um grande leque de domínios pessoais e desempenhando um papel importante na compreensão da psicopatologia. Nesta investigação participaram 222 sujeitos, com idades compreendidas entre 35 e 90 anos de idade. Para avaliar as variáveis psicológicas pretendidas foi utilizada a Escala de Solidão da UCLA, o Inventário Clínico de Auto-conceito, a Escala de Depressão, Ansiedade e Stresse (DASS-21) e o Questionário de Estratégias de Coping (CSQ). Os resultados indicaram que os indivíduos em idade adulta e na velhice não diferem na experiência de solidão, embora apresentem diferenças significativas ao nível de autoconceito, com os idosos a revelarem um pior auto-conceito. São os indivíduos com um trabalho doméstico, com menor escolaridade, com uma relação conjugal pouca satisfatória, com um nível sócio-económico baixo, com uma saúde pobre e sem suporte social que apresentam valores mais elevados de solidão. Na análise da acção conjunta das variáveis, o auto-conceito e os estilos de coping revelaram-se os melhores preditores da solidão. Não obstante as limitações reconhecidas, o presente estudo contribuiu para um melhor conhecimento desta realidade na população portuguesa adulta e idosa

    Influência do Suporte Social e dos Estilos de Coping na Percepção de Bem-estar Subjectivo em Doentes Mentais Crónicos

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    O objectivo do presente estudo consistiu em verificar a influência do suporte social e dos estilos de coping sobre a percepção de bem-estar subjectivo e de estados emocionais negativos numa amostra de 41 indivíduos (27 homens e 14 mulheres) portadores de doença mental crónica, com idades compreendidas entre os 18 e 61 anos. Foram, ainda, identificados os principais estilos de coping utilizados por esses indivíduos, bem como um estudo de comparação entre doentes institucionalizados e não-institucionalizados. Foram utilizados os seguintes instrumentos: Escala de Satisfação com o Suporte Social, constituída por quatro subescalas (satisfação com amizades, intimidade, satisfação com a família e actividades sociais); Questionário dos Estilos de Coping, formado igualmente por quatro subescalas (Coping Racional, Coping Emocional, Coping Evitante e Coping Distanciado/Desligado); Escala de Satisfação com a Vida e, por último, a Escala de Depressão, Ansiedade e Stress. Os resultados demonstram que o valor global de suporte social e as suas dimensões “satisfação com amizades”, “intimidade”, “satisfação com a família” e “actividades sociais” se correlacionam positivamente, a nível estatisticamente significativo com o bem-estar subjectivo. Relativamente ao estilo de coping racional, verifica-se que este se relaciona negativamente com a sintomatologia depressiva, ao contrário do coping emocional que apresenta uma correlação positiva com os estados emocionais negativos (depressão, ansiedade e stress) e uma relação inversa com o bem-estar. Os doentes institucionalizados, comparativamente aos não-institucionalizados, apresentam o uso mais frequente de coping desadaptativo (emocional) e níveis mais elevados de ansiedade. O suporte social, os estilos de coping e a percepção de bem-estar subjectivo demonstram estar associados de modo teoricamente esperado, mostrando a importância dos factores psicossociais na adaptação à doença mental crónica. / The aims of this study was to verify the influence of social support and coping styles on the perception of subjective well-being and negative emotional states in a sample of 41 subjects (27 men and 14 woman) with chronic mental illness (aged between 18 and 61 years). We also identified the main coping styles used by these subjects, as well as a comparative study of institutionalized patients and non-institutionalized. Instruments used include the Satisfaction with Social Support (with four dimensions: satisfaction with friendships, intimacy, satisfaction with family and social activities); Coping Styles Questionnaire (with four coping dimensions: rational, emotional, avoidant and distance); Scale of Satisfaction with Life and, finnaly, the Scale for Depression, Anxiety and Stress. Results shows that the global social support and its dimensions “satisfaction with friendships”, “intimacy”, “satisfaction with family” and “social activities” have a statistically significant positive correlation with subjective well-being.and It appears that the rational coping styles is negatively related to depressive symptoms, unlike the emotional coping has a positive correlation with negative emotional states (depression, anxiety and stress) and an inverse relationship with well-being. The institutionalized patients, compared to non-institutionalized, have more frequent use of maladaptative coping (emotional) and higher levels of anxiety. Social support, coping styles and perception of subjective well-being are associated according to the theoretical models, showing the role of psychosocial factors in adaptation to chronic mental illness

    Cyberbullying: estudo da prevalência de comportamentos de cyberbullying e sua relação com vivências de vergonha e estados emocionais negativos

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    Objectivos: O presente estudo tem como principal objectivo avaliar a prevalência dos comportamentos de cyberbullying, analisando a influência de variáveis sóciodemográficas, e, compreender a sua relação com as vivências de vergonha interna e externa e com os estados emocionais negativos, particularmente a depressão, a ansiedade e o stress. Método: Para a recolha de dados recorreu-se a uma mostra de adolescentes (N=131) a frequentar o 3º ciclo do ensino básico, com idades compreendidas entre os 12 e os 18 anos (M= 13,76; DP= 1,25). O protocolo de avaliação foi constituído por um questionário psicossocial desenvolvido especificamente para este estudo e por um conjunto de medidas fidedignas para avaliar o cyberbullying (CBQ e CBQ-V), a vergonha interna (ISS), vergonha externa (OAS) e os estados emocionais negativos (DASS-21). Resultados: Os nossos dados revelaram que 76 adolescentes (58%) exerceram um qualquer comportamento de cyberbullying (com um predomínio dos rapazes), enquanto 50 adolescentes (38,2%) já foram vítimas de um qualquer comportamento de cyberbullying (com igual proporção entre rapazes e raparigas). Manter lutas e discussões online, usando insultos mediante mensagens electrónicas foi o comportamento praticado mais frequente (30,5%), enquanto o ser removido intencionalmente de um grupo online foi o comportamento sofrido mais frequente (16,1%). A idade e os anos de reprovações mostraram uma associação positiva com os comportamentos de agressão por cyberbullying. Foi ainda analisada a sobreposição entre a execução e a vitimização de comportamentos de cyberbullying, tendo sido discriminados quatro grupos de adolescentes: só agressores (adolescentes que apenas exerceram comportamentos de agressão), só vítimas (apenas sofreram comportamentos de cyberbulling), vítimas e agressores (adolescentes que são simultaneamente agressores e vítimas), e nem vítimas nem agressores (adolescentes que não exerceram nem sofreram qualquer comportamento de cyberbullying). Os resultados evidenciaram que quanto maior a frequência de comportamentos de agressão por cyberbullying, maior a vergonha interna e maior os níveis de stress demonstrados. Por sua vez, quanto maior a frequência de vitimização por cyberbullying, maior a vergonha interna e externa, bem como maior os níveis de ansiedade e stress. Conclusão: Devido a complexidade do fenómeno cyberbullying e seu recente surgimento, serão necessários mais estudos, particularmente longitudinais, para compreender a relação antecedente e/ou consequentes aos comportamentos de cyberbullying entre estados emocionais negativos e as experiências de vergonha. / Objectives: The present study has as main objective to assess the prevalence of cyberbullying behaviours, analyzing the influence of socio demographic variables, and, understand its relationship to the experiences of internal and external shame and negative emotional states, particularly depression, anxiety and stress. Method: For data collection we used a sample of adolescents (N=131) attending the 3rd cycle of basic education, aged between 12 and 18 years (M=13,76; SD=1,25). The evaluation protocol consisted of a psychosocial questionnaire developed specifically for this study and a set of reliable measure to assess cyberbullying (CBQ and CBQ-V), internal shame (ISS), external shame (OAS) and the emotional states negative (DASS-21). Results: Our data indicate that 76 adolescents (58%) exerted any conduct of a cyberbullying (with a predominance of boys), while 50 adolescents (38,2%) had been victims of cyberbullying behaviour of any one (with an equal ratio of boys and girls). Keep fighting and discussions online, through e-mails using insults behaviour was practiced more often (30,5%), while being intentionally removed a group of online behaviour is seen more frequently (16,1%). The age and years of failures were positively associated with the behaviours of aggression by cyberbullying. Was further examined the overlap between enforcement and victimization of cyberbullying behaviours, having been discriminated four groups of adolescents: only aggressors (adolescents who have had only aggressive behaviour), only victims (only suffered cyberbullying behaviours), victims and aggressors (adolescents who are both perpetrators and victims), and neither victims nor aggressors (adolescents who did not exercise any behaviour or suffered cyberbullying). Results showed that the higher the frequency of aggression by cyberbullying behaviour, the greater shame and internal stress levels demonstrated. In turn, the higher the frequency of cyberbullying victimization, the greater the shame internal and external, as well as higher levels of anxiety and stress. Conclusion: Due to the complexity of the phenomenon cyberbullying and its recent emergence, further studies are needed, particularly longitudinal, to understand the relationship between antecedent and/or consequential to cyberbullying behaviours between negative emotional states and experiences of shame

    Experiências de Combate e a sua Relação com a Sintomatologia Associada à Perturbação Pós-Stress Traumático em Veteranos da Guerra Colonial Portuguesa

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    Objectivos: O presente estudo avaliou a relação entre diversos aspectos objectivos e subjectivos inerentes às experiências de combate/guerra e sintomatologia associada à Perturbação Pós-Stress Traumático. Os instrumentos de auto-resposta utilizados na colheita dos dados foram analisados quanto às suas principais propriedades psicométricas. Métodos: A amostra foi composta por 105 combatentes da Guerra Colonial Portuguesa. Foram utilizados os seguintes instrumentos de avaliação: um questionário sóciodemográfico de auto-resposta para a caracterização da amostra, o Posttraumatic Stress Disorder Checklist (para militares), o Peritraumatic Dissociative Experiences Questionnaire, o Questionário de Experiências de Combate e duas escalas do Deployment Risk and Resilience Inventory, nomeadamente a Difficult Livings and Working Environment Scale e a Perceived Threat Scale. Resultados: O estudo das qualidades psicométricas dos instrumentos apresenta uma consistência interna superior a .86 e uma estabilidade temporal superior a .79. A análise factorial do Peritraumatic Dissociative Experiences Questionnaire apresenta bons valores na medida de Kaiser-Meyer-Olkin e no teste de esfericidade de Bartlett. Na rotação de Varimax é extraído um factor, predizendo a sua unidimensionalidade, que explica cerca de 70% da variância total do questionário. Os resultados relativos à validade divergentediscriminante indicam, por si só, que esta se apresenta de forma clara entre os instrumentos estudados (PCL-M, PDEQ, DLWES e PTS) no subgrupo com PTSD, com excepção da verificada entre o PCL-M e o PDEQ.. Quanto à validade de critério, constatam-se diferenças entre os subgrupos com e sem PTSD. Através do método da regressão linear múltipla, duas das seis variáveis têm, isoladamente, um peso preditivo significativo para a PTSD, nomeadamente a frequência de exposição a situações típicas e objectivas de combate/ guerra e os desconfortos diários durante a(s) comissão(ões). Ao considerarmos as variáveis no seu conjunto, aquelas que mais contribuem são a dissociação peritraumática e os desconfortos diários durante a(s) comissão(ões). Conclusão: Constata-se que os factores peritraumáticos em estudo desempenham um importante papel no desenvolvimento da sintomatologia inerente à PTSD. /Aims: The present study was designed to evaluate the relationship between several objective and subjective aspects inherent to combat/war experiences and symptoms associated to the Posttraumatic Stress Disorder. The main psychometric properties of the self-report instruments were analyzed too. Methods: The sample included 105 combatants of the Portuguese Colonial War. It was used the following evaluation instruments: a social-demographic self-report questionnaire for sample’s characterization, the Posttraumatic Stress Disorder Checklist (military version), the Peritraumatic Dissociative Experiences Questionnaire, the Questionário de Experiências de Combate and two scales of the Deployment Risk and Resilience Inventory, namely the Difficult Livings and Working Environment Scale and the Perceived Threat Scale. Results: The psychometric qualities of the instruments reviews an internal consistency above .86 and temporary stability above .79. The factorial analysis of the Peritraumatic Dissociative Experiences Questionnaire presents good values in the Kaiser-Meyer-Olkin measure and in the Bartlett’s test of sphericity. In the Varimax rotation a factor is extracted, predicting his unifactoriality, that explain about 70% of the total variance of the questionnaire. The divergent validity results show, for itself, that this validity is clearly present among the instruments in study (PCL-M, PDEQ, DLWES and PTS) in the PTSD subgroup, excluding the validity verified between PCL-M and PDEQ. Concerning criteria validity is found differences among subgroups with and without PTSD. Through the method of multiple linear regression, four of the six variables have, separately, a significantly predictive weight for PTSD, namely the perceived threat, the frequency of exposure, the peritraumatic dissociation and the difficult livings and working environment. Conclusions: In this study is verified that the peritraumatic factors play an important role in the development of PTSD

    Acontecimentos Traumáticos, Sentimentos de Vergonha na Relação com os Sintomas Depressivos na Adolescência: estudo longitudinal

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    Introdução: As experiências adversas na infância, tal como a exposição a acontecimentos traumáticos e vivências de vergonha, podem ter um contributo importante na vida dos adolescentes moldando a forma estes se percecionam a si próprios e aos outros, e como lidam com as adversidades, podendo aumentar a sua vulnerabilidade para desenvolver uma perturbação depressiva. Este estudo, de desenho longitudinal, consistiu em estudar os factores preditores (acontecimentos de vida traumáticos e sentimentos de vergonha) no desenvolvimento de psicopatologia depressiva a seis meses. Método: A amostra é constituída por 325 adolescentes, com idades compreendidas entre os 12 e os 18 anos a frequentar o 3º ciclo do ensino básico e ensino secundário. Para o estudo das variáveis referidas, foram utilizados os seguintes instrumentos de medida: o Child Depression Inventory, o Childhood Trauma Questionaire e a Escala de Vergonha Externa. Resultados: Os resultados obtidos relativamente à estabilidade absoluta das variáveis demonstram diferenças significativas entre os valores médios do 1ºmomento de avaliação e do 2º momento de avaliação (após 6 meses) para a variável vergonha. Ao longo do estudo, verificou-se uma associação positiva entre as variáveis relacionadas com o trauma e os sentimentos de vergonha avaliados no primeiro tempo (T1) e a variável sintomas depressivos (T2). O modelo de regressão linear múltipla, explicou 63% da variância dos sintomas depressivos no tempo 2, mostrando que o facto de pertencer ao sexo feminino, experienciar mais vivências de vergonha, e mais experiências traumáticas de abuso afetivo, abuso sexual e de negligência emocional permitem predizer mais sintomas depressivos na adolescência. Conclusão: Podemos concluir com a presente investigação, que o impacto de acontecimentos traumáticos, do tipo abuso/negligência, bem como de sentimentos de vergonha durante a fase da adolescência pode ser nocivo para o desenvolvimento harmonioso posterior, nomeadamente no desenvolvimento de sintomatologia depressiva. / Introduction: The adverse experiences in childhood, such as an exhibition of traumatic events and experiences of sham can have important contribution in teenager’s life shaping the way they perceive themselves and the others and how they deal with adversity, increasing their vulnerability to develop a depressive disorder. This study, longitudinal design, it was consisted in study of the predictive factors (traumatic life events and feelings of shame) in the development of depressive psychopathology in six months. Method: The sample consisted of 325 adolescents aged between 12 and 18 years attending the 3rd cycle of basic education and secondary education. To the study of the variables mentioned, the following measuring instruments were used: the Child Depression Inventory, the Childhood Trauma Questionnaire and External Shame Scale. Results: The results obtained regarding the absolute stability of the variables showed significant differences between the mean values of the evaluation 1st moment and 2nd moment of evaluation (after 6 months) for the variable shame. Throughout the study, there was a positive association between variables related to the trauma and feelings of shame evaluated at the first time (T1) and the variable depressive symptoms (T2). The multiple linear regression model explained 63% of variance in depressive symptoms at time 2 , showing that the fact of being female experience more shame experiences, and most traumatic experiences of emotional abuse, sexual abuse and emotional neglect permit predict more depressive symptoms in adolescence. Conclusion: We can conclude with this research, that the impact of traumatic events, the type abuse/neglect, as well as feelings of shame during adolescence can be harmful to the subsequent harmonious development, including the development of depressive symptoms

    A Auto-compaixão em Adolescentes: o papel das memórias emocionais precoces, temperamento, empatia e ansiedade social

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    Introdução: A auto-compaixão define-se através de uma postura calorosa e de aceitação connosco próprios, perante adversidades, mostrando atenção e sensibilidade ao nosso próprio sofrimento. Associados a este sentimento estão outros conceitos importantes que o podem influenciar positiva ou negativamente. Objetivos: Este estudo pretende analisar qual o contributo de determinadas variáveis, como a ansiedade social, empatia, memórias precoces de calor e segurança e inibição comportamental na manifestação da auto-compaixão nos adolescentes. Paralelamente pretende, igualmente, apurar possíveis diferenças entre género, idade e escolaridade. Por fim é analisado de que forma as variáveis se relacionam entre si e qual o conjunto que melhor prediz a auto-compaixão. Método: A amostra é constituída por 207 adolescentes (107 rapazes e 100 raparigas) com idades compreendidas entre os 12 e os 18 anos, a frequentarem o ensino básico e secundário do ensino regular. Os participantes preencheram uma folha de dados sociodemográficos e completaram 5 instrumentos de auto-resposta fidedignos que avaliaram a auto-compaixão (SCS; Neff, 2003), ansiedade social (SAS-A; La Greca & Lopez, 1998), a inibição comportamental (RSRI; Reznick, 1992), a empatia (QACEC; Zoll & Enz, 2010) e as memórias precoces de calor e segurança (EMWSS-A; Richter, Gilbert & McEwan, 2009). Resultados: Os resultados obtidos indicaram diferenças significativas entre rapazes e raparigas relativamente à auto-compaixão, à empatia, inibição comportamental e ansiedade social. A idade e a escolaridade apenas se mostraram associadas à inibição comportamental. Por sua vez a compaixão demonstrou uma associação significativa e no sentido esperado com as variáveis em estudo, à exceção da empatia que não apresentou qualquer correlação significativa. O modelo preditor da auto-compaixão é constituído pelo medo de avaliação negativa, memórias positivas precoces em relação aos pais, género, temperamento de inibição comportamental e ansiedade social em situações novas, explicando 40% da sua variância. Conclusões: Devido ao contributo de novas variáveis, este estudo apresenta um papel inovador para uma melhor compreensão da auto-compaixão nos adolescentes. Deste modo, verifica-se que as memórias emocionais precoces, temperamento de inibição comportamental, ansiedade social, bem como o género a que pertencem os adolescentes desempenham um papel importante na manifestação da auto-compaixão enquanto traço. Ainda que não seja possível estabelecer uma relação causal entre as variáveis, estas podem apontar possíveis vias para o desenvolvimento de auto-compaixão, enquanto uma estratégia de regulação emocional mais positiva e adaptativa para lidar com o sofrimento ou adversidades. / Introduction: Self-compassion is defined by a warm attitude and acceptance with ourselves before adversity, showing attention and sensitivity to our own suffering. Associated with this feeling are other important concepts that can positively or negatively influence. Objectives: This study intends to analyze the contribution of certain variables, such as social anxiety, empathy, early memories of warmth and safety and behavioral inhibition in the manifestation of self-compassion in adolescents. Parallel intends also investigate possible differences between gender, age and education. Finally, it is analyzed how the variables relate to each other and which set best predicts self-compassion. Method: The sample consisted of 207 adolescents (107 boys and 100 girls) aged between 12 and 18 years, attending the school education in regular education. Participants completed a demographic data sheet and completed five instruments reliable auto-response that assessed self-compassion (SCS; Neff, 2003), social anxiety (SAS-A; La Greca & Lopez, 1998), behavioral inhibition (RSRI; Reznick, 1992), empathy (QACEC; Zoll & Enz, 2010) and early memories of warmth and security (EMWSS-A; Richter, Gilbert & McEwan, 2009). Results: The results indicated significant differences between boys and girls regarding self-compassion, empathy, behavioral inhibition and social anxiety. The only age and education were associated with behavioral inhibition. Turn the compassion demonstrated a significant association and in the expected direction with the study variables, except for empathy showed no significant correlation. The predictive model of self-compassion consists of the fear of negative evaluation, early positive memories in relation to parents, gender, temperament of behavioral inhibition and social anxiety in new situations, explaining 40% of its variance. Conclusions: Due to the contribution of new variables, this study presents a novel role for a better understanding of self-compassion in adolescents. Thus, it appears that the early memories emotional, behavioral inhibition temper, social anxiety, as well as gender teenagers belong to play an important role in the manifestation of self-compassion as stroke. Although it is not possible to establish a causal relationship between variables, they can point out possible avenues for the development of self-compassion, while a strategy of more positive and adaptive emotion regulation to deal with suffering and adversity

    O Papel das Memórias Positivas Precoces nos Estilos de Vinculação e Estados Emocionais Negativos dos Adolescentes

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    Objetivos: A literatura científica tem mostrado que as experiências precoces na infância, nomeadamente as relacionadas com sentimentos de ameaça ou de segurança desempenham um papel fundamental no desenvolvimento emocional e social posterior. O presente estudo apresenta os seguintes objetivos: 1) Adequar e analisar as propriedades psicométricas da escala de memórias precoces de calor e segurança (EMWSS) à população de adolescentes, garantindo, uma medida confiável do constructo em estudo; 2) Examinar o impacto das memórias precoces de calor e segurança nos estilos de vinculação; 3) Explorar a relação entre as memórias positivas precoces e indicadores de desajustamento psicológico (sintomas de depressão, ansiedade e stress). Método: A amostra é constituída por 651 adolescentes (330 rapazes e 321 raparigas) com idades compreendidas entre os 12 e os 19 anos a frequentarem o ensino básico e secundário do ensino regular. Foram completados 3 instrumentos de auto - resposta que avaliaram as memórias precoces de calor e segurança (EMWSS), vinculação (AQ) e sintomas de ansiedade, depressão e stress (DASS-21). Resultados: A EMWSS evidenciou uma boa consistência interna, uma estrutura fatorial unidimensional, uma excelente estabilidade temporal e uma boa validade discriminante. As memórias precoces de calor e segurança mostraram uma correlação moderada negativa com os sintomas de ansiedade, depressão e stress e uma adequada validade discriminante relativamente à qualidade de vinculação. Os adolescentes classificados com o estilo de vinculação segura evidenciaram significativamente mais memórias positivas de infância, que os jovens com um estilo de vinculação insegura (ambivalente ou evitamento). Conclusões: À semelhança dos estudos realizados com adultos, a EMWSS parece ser uma escala útil na prática clínica com adolescentes, revelando excelentes características Memórias Positivas Precoces, Estilos de Vinculação e Estados Emocionais Negativos 6 psicométricas. Este estudo mostrou igualmente como as memórias emocionais precoces (de calor e segurança) diferem em função da qualidade de vinculação (segura/insegura)

    O Papel das Experiências Precoces Adversas, Medo da Compaixão e Sentimentos de Empatia na Ansiedade Social em Adolescentes

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    Introdução: A ansiedade social refere-se ao desconforto sentido em situações de interação ou de desempenho social, sendo esta emoção especialmente intensa na adolescência devido a características e tarefas desenvolvimentais próprias desta faixa etária. Não obstante tratar-se de uma emoção comum e com uma função adaptativa, pode também tornar-se numa experiência negativa que levanta sérias dificuldades na vida escolar e social dos jovens. Objetivos: O presente estudo procura analisar o contributo de determinadas variáveis, como as memórias negativas de infância, a empatia e o medo da compaixão na mudança dos níveis de Ansiedade Social na Adolescência. Partindo deste objetivo principal, pretende igualmente apurar possíveis diferenças entre o género masculino e o feminino, bem como a influência da idade e da zona de residência, em meio rural ou urbano, relativamente às variáveis em estudo. Por último é analisado de que forma as variáveis se relacionam entre si e quais os melhores preditores da Ansiedade Social. Método: A amostra é constituída por 320 adolescentes, 186 rapazes e 134 raparigas, distribuídos pelo 3º ciclo do ensino básico e ensino secundário, com idades compreendidas entre os 12 e os 19 anos de idade. Os participantes preencheram uma folha de dados sociodemográficos e questionários fidedignos para avaliar as memórias precoces negativas (ELES-A, Gilbert, Cheung, Grandfield, Campey & Irons, 2003), a empatia (QACEC; Zoll & Enz, 2010), o medo da Compaixão (FCS-A; Gilbert, McEwan, Matos & Rivis, 2011) e a ansiedade social (SAS-A; La Greca & Lopez, 1998). Resultados: Os resultados obtidos indicaram diferenças significativas entre rapazes e raparigas relativamente à ansiedade social, à empatia e às experiência precoces de (des)valorização. A idade apenas se mostrou correlacionada com a ansiedade social. A zona de residência e o aproveitamento escolar não se mostraram associados à ansiedade social. Por sua vez a ansiedade social evidenciou uma associação significativa e no sentido esperado com as variáveis em estudo, à exceção das variáveis da empatia com as quais não apresentou qualquer correlação significativa. O modelo constituído pelo medo da compaixão (dos outros e por si próprio), experiências precoces de desvalorização e sentimentos de empatia mostrou-se o melhor preditor da ansiedade social. Conclusões: O presente estudo tem um papel inovador ao integrar o contributo de variáveis novas, como o medo da compaixão e das experiências precoces negativas, na compreensão da ansiedade social em adolescentes. Os resultados obtidos sugerem que estas variáveis podem desempenhar um papel importante, devendo, assim, ser contempladas na intervenção da ansiedade social na adolescência. / Introduction: Social anxiety refers to discomfort felt in situations of interaction or social performance, being this emotion especially intense at adolescence due to developmental features and tasks that characterize this age group. Despite of being a common emotion with adaptive function, it can also become a negative experience that raises serious difficulties at escolar and social life of youth. Objetives: The present study aims to analyse the contribution of certain variables, such as childhood negative memories, empathy and fear of compassion in changing the levels of Social Anxiety at Adolescence. Starting from this main goal, it also seeks to investigate possible differences between masculine and feminine, as well as the influence of age and residence area, urban or rural, relatively to variables under research. Finally it is analysed how the varieties correlate between them, and which are the best predictors of Social Anxiety. Method: The sample is composed by 320 adolescents, 186 boys and 134 girls from high school with ages between 12 and 19. The respondents filled a sheet with sociodemographic data and completed a reliable questionnaire to evaluate negative premature memories (ELES-A, Gilbert, Cheung, Grandfield, Campey & Irons, 2003), empathy (QACEC; Zoll & Enz, 2010), fear of compassion (FCS-A; Gilbert, McEwan, Matos & Rivis, 2011) and social anxiety (SAS-A; La Greca & Lopez, 1998). Results: The obtained results evidence significate differences between boys and girls relatively to social anxiety, empathy and premature experiences of appreciation/ depreciation. The students’ age proved to be correlated only to social anxiety. Residence area and school performance were not associated to social anxiety. On the other hand, social anxiety evidences a significate association, as expected, with the studied variables, with the exception of empathy´s variables which showed no significate correlation. The model that consists in fear of compassion (from others and from oneself), early depreciation experiences and empathy feelings, proved to be the best predictor of social anxiety. Conclusions: The present study has an innovative role integrating the contribution of new variables, as fear of compassion and early negative experiences, in comprehension of social anxiety in adolescents. The results obtained suggest that these variables can play an important role and, for that, should be contemplated in the social anxiety in adolescence intervention

    Validação do Inventário de Ideação Delirante (PDI-21) para a População Portuguesa

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    Introdução: As abordagens dimensionais equacionam os delírios como situando-se num continuum com as crenças diárias, não estando circunscritos apenas à população clínica e podendo também ser encontrados na população geral. Devido à conceptualização multifacetada dos delírios, a análise das dimensões de desconforto, preocupação e convicção podem ser mais reveladoras do que o conteúdo da crença por si só, pelo que uma avaliação que incorpore estas dimensões é fundamental. Uma revisão de estudos mostrou uma lacuna de instrumentos para avaliar a ideação delirante na população geral, não existindo, no nosso conhecimento, nenhuma versão para a população portuguesa. Objetivos: Tradução, adaptação e estudo das propriedades psicométricas do Inventário de Ideação Delirante (PDI-21) para a população Portuguesa, com o intuito de avaliar a multidimensionalidade da ideação delirante na comunidade. Metodologia: A amostra é constituída por 249 adultos da população geral, com idades compreendidas entre 18 e 65 anos. Além do PDI-21, foi utilizado o Inventário de Sintomas Psicopatológicos (BSI), a subescala de Desejabilidade Social (DS) do Inventário de Personalidade de Eysenck – Forma Revista (EPQ-R) e o Instrumento de Avaliação da Qualidade de Vida da Organização Mundial de Saúde (WHOQOL-Bref). Resultados: A versão portuguesa do PDI-21 apresentou propriedades psicométricas adequadas no que respeita à sua consistência interna e estabilidade temporal. Demonstrou correlações positivas significativas com os sintomas psicopatológicos e associações negativas com a desejabilidade social e com a qualidade de vida, confirmando a sua validade convergente e divergente. A análise fatorial exploratória sugeriu a escala dicotómica do PDI ser constituída por um único fator. Por último, a análise da frequência de ideias delirantes (respostas positivas) para o total da amostra e em função do género revelou taxas de prevalência muito semelhantes às encontradas em estudos prévios. Discussão: A versão portuguesa do PDI-21 é caracterizada por propriedades psicométricas adequadas, podendo ser utilizada para avaliar a ideação delirante na população geral. Estudos futuros são necessários no sentido de replicar este estudo em populações mais jovens, bem como, comparar os resultados com uma amostra clínica. / Introduction: The dimensional approaches equate the delusions as placing themselves in a continuum with the daily beliefs, not being limited to the clinical population and it can also be found in the general population. Due to the delusions multifaceted conceptualization, the analysis of the dimensions of distress, preoccupation and conviction may be more revealing than the content of the belief by itself, whereby an evaluation that incorporates these dimensions is fundamental. A revision of studies has shown a gap of instruments to assess delusional ideation in the general population, not existing to our knowledge any version for the portuguese population. Objective: Translation, adaptation and study of the psychometric properties of the PDI-21 for the portuguese population, with the aim of assessing the multidimensionality of the delusional ideation in the community. Methods: The sample consists of 249 adults from the general population, with ages between 18 and 65 years. Beyond the PDI-21, the Brief Symptom Inventory (BSI), the Social Desirability (SD) scale of the Eysenck Personality Questionnaire (EPQ-R) and the World Health Organization Quality of Life – Bref (WHOQOL-Bref) were also used. Results: The portuguese version of the PDI-21 has shown good psychometric properties regarding its internal consistency and temporal stability. It demonstrated significant positive correlations with the psychopathological symptoms and negative associations with social desirability and with the quality of life, confirming its divergent and convergent validity. The exploratory factor analysis suggested the dichotomous scale of the PDI be constituted by one only factor. Lastly, the analysis of the frequency of delusional ideas (positive responses) for the total of the sample and on the basis of gender has revealed prevalence rates very similar to the ones found in previous studies. Discussion: The portuguese version of the PDI-21 is characterized by adequate psychometric properties, it can be used to assess the delusional ideation in the general population. Future studies are necessary in an effort to replicate this study in younger populations, as well as, compare results with a clinical sample
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