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    Aspectos anatomopatológicos do quimiodectoma maligno em um cão

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    O objetivo do presente caso é relatar os aspectos anatomopatológicos de um quimiodectoma em um canino diagnosticado pelo Laboratório de Patologia Veterinária (LPV) da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Setor Palotina. Os quimiodectomas são tumores localizados na base do coração oriundos de corpos aórticos, quimiorreceptores respiratórios situados próximos ou no interior do arco aórtico, e/ou receptores situados nas artérias carótidas. Foi enviado para o exame necroscópico no LPV da UFPR, Setor Palotina, um canino, macho, boxer, com 12 anos de idade, apresentando histórico de morte súbita e sem nenhuma manifestação clínica anteriormente. Macroscopicamente, observou-se, no átrio direito, uma massa firme, de superfície irregular, enegrecida com áreas multifocais a coalescente esbranquiçadas, envolvendo a artéria pulmonar e a aorta. Ao corte, era macia, enegrecida com múltiplas áreas esbranquiçadas. Não havia invasão intraluminal, porém estava estenosando as artérias pulmonar e aórtica. Microscopicamente, observou-se proliferação de células neoplásicas neuroendócrinas bem demarcadas, altamente celular, de crescimento expansivo e encapsulada, não invadindo a parede do átrio, aorta e artéria pulmonar. Assim, conclui-se o diagnóstico de quimiodectoma maligno devido à presença de êmbolos neoplásicos. Acredita-se que as raças braquicefálicas apresentam maior predisposição a desenvolver esse tipo de neoplasia. Desta forma, os quimiodectomas, os quais podem apresentar-se como assintomáticos, são raros na sua forma maligna e o diagnóstico muitas vezes apenas é confirmado por meio de necropsia, seguido de análise histopatológica

    PNEUMONIA GRANULOMATOSA POR Aspergillus sp. EM UM CÃO – RELATO DE CASO

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    Dentre as patologias do sistema respiratório dos animais domésticos, as pneumonias micóticas são comuns em certas regiões e normalmente são causadas por fungos que podem ser classificados como fungos de micoses sistêmicas e oportunistas. Os fungos causadores de micoses sistêmicas são primários dos animais e não necessitam de imunossupressão prévia para causar a doença, enquanto os oportunistas não são patógenos primários, porém causam lesões principalmente em indivíduos com um sistema imune incompetente e em pacientes que tenham usado terapia antimicrobiana por períodos prolongados. Destes, o gênero Aspergillus é bem relatado, com destaque ao Aspergillus fumigatus. Apesar de poder acometer tanto animais quanto humanos imunocomprometidos, não se tem relatos de transmissão direta entres as espécies. Geralmente, a lesão encontrada é de pneumonia granulomatosa ou piogranulomatosa (LÓPEZ, 2013). Diante disso, relata-se um caso de pneumonia micótica por Aspergillus sp. diagnosticada pelo Laboratório de Patologia Veterinária (LPV) da Universidade Federal do Paraná – Setor Palotina. Um cão, Labrador macho, deu entrada no LPV, com histórico de tratamento para otite média e interna e apresentando manifestações clínicas neurológicas. Segundo prontuário clinico o paciente havia sido submetido a um intenso tratamento com antibióticos sistêmicos para tratamento da otite. Em decorrência da piora do quadro clínico do animal, optou-se pela eutanásia e o animal foi remetido ao LPV, para a autópsia. Na macroscopia, o pulmão apresentava-se congesto, com bordos enfisematosos; as demais áreas pulmonares, encontravam-se hipocrepitantes e ao corte, observou-se discreto edema. Os brônquios apresentavam-se dilatados e com presença de material amorfo brancacento (bronquiectasia) (broncopneumonia). Na microscopia, havia presença de infiltrado inflamatório moderado multifocal de neutrófilos e histiocitos, com moderados macrófagos epitelioides (pneumonia). Notou-se área focalmente extensa contendo material flocular eosinofílico e neutrófilos degenerados, envolvida por discreta quantidade de fibroblastos (abscesso) e, dentro deste, observou-se intensa quantidade de estruturas fúngicas filamentosas, compatíveis com Aspergillus sp. (coloração de Ácido Periódico de Schiff positiva). Os achados macroscópicos e microscópicos são compatíveis com pneumonia granulomatosa de origem fúngica, observada pela presença de hifas intralesionais, característica de infecções por Aspergillus spp. Portanto, ressalta-se a importância do exame necroscópico, assim como a utilização de colorações especiais, para um diagnóstico mais preciso

    DETECÇÃO HISTOPATOLÓGICA DE CISTOS DE Sarcocystis spp. EM MUSCULATURA DE UM QUATI (Nasua nasua) – RELATO DE CASO

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    Sarcocystis spp. são protozoários do filo Apicomplexa que podem infectar diversas espécies, incluindo o homem, e dependendo da espécie do parasito em questão, os seres humanos podem atuar tanto como hospedeiros intermediários quanto definitivos. Quanto aos hospedeiros intermediários, os silvestres também se destacam, como primatas e mamíferos herbívoros, sendo que estes apresentam cistos do protozoário em sua musculatura. Carnívoros e onívoros atuam como hospedeiros definitivos e contaminam-se ingerindo os cistos presentes na musculatura de animais infectados (FAYER; ESPOSITO; DUBEY, 2015). Além disso, a espécie S. neurona possui grande importância na equideocultura, visto que estes animais podem desenvolver uma neuropatia conhecida como mieloencefalite protozoária equina, sendo o Gambá-de-orelha-branca (Didelphis albiventris) o principal hospedeiro definitivo desta espécie e a fonte de infecção para estes animais na América do Sul (ESTEVAM, 2017). O Quati-de-cauda-anelada (Nasua nasua), devido a sua proximidade com os gambás, podem se contaminar ingerindo os oocistos presentes nas fezes dos marsupiais, podendo atuar como hospedeiros intermediários da doença. Diante disso, relata-se um caso de Sarcocystis spp. em Quati-de-cauda-anelada diagnosticado no Laboratório de Patologia Veterinária (LPV) da Universidade Federal do Paraná – Setor Palotina. Um quati, fêmea, foi atendido no Hospital Veterinário da UFPR, Setor Palotina, com histórico de atropelamento e veio a óbito, sendo encaminhado ao LPV para exame necroscópico. Na macroscopia, observou-se áreas multifocais de moderada hemorragia em musculatura de membro pélvico esquerdo possivelmente decorrentes do trauma. Na microscopia, observou-se moderada quantidade de estruturas parasitárias císticas de tamanhos variáveis, com uma cápsula eosinofílica contendo inúmeros esporozoítos, sendo compatíveis com cistos de Sarcocystis spp. Próximo aos cistos parasitários, notou-se moderado aumento da eosinofilia sarcoplasmática e perda das estriações (degeneração). Por se tratar de uma enfermidade que pode acometer os seres humanos, a detecção do agente nos animais silvestres e sinantrópicos pode ser levada em consideração para a implementação de medidas sanitárias e de educação preventivas, visto que este agente pode ser transmitido de maneira indireta pelo consumo de água e alimentos contaminados com oocistos, bem como a ingestão de carnes (principalmente de caça) com a presença de cistos na musculatura. Além disso, a doença possui importância econômica, principalmente na criação de equinos, onde a mesmo pode levar à morte dos animais. Diante disso, pode-se concluir que a histopatologia foi de suma importância para a detecção do protozoário, e a presença do agente pode indicar uma contaminação do ambiente

    PNEUMONIA FÚNGICA POR Candida albicans EM CORUJA-SUINDARA (Tyto furcata) – RELATO DE CASO

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    Os fungos são importantes agentes etiológicos de afecções em aves, apresentando diversas formas clínicas. A inalação dos esporos liberados na reprodução fúngica é a principal forma de infecção, seguida da ingestão de alimentos contaminados (FRAGA, 2014). Dentre todas as espécies, algumas são mais patogênicas e apresentam uma maior casuística, como por exemplo a Candida albicans, responsável por causar principalmente problemas digestórios. A C. albicans é uma levedura comensal na microbiota das aves, porém as mesmas podem se tornar patogênicas em casos de imunossupressão ou desequilíbrio na microbiota saprófita. Os principais fatores que levam a esse desequilíbrio são o estresse, manejo inadequado do cativeiro, antibioticoterapia e corticoterapia prolongadas, desnutrição, alta densidade populacional, doenças pré-existentes, alterações climáticas e característica do próprio patógeno. Identificar a virulência do fungo é de suma importância para o prognóstico, observado pela formação de filamentos e a produção das enzimas proteinases e fosfolipases (LOURENÇO, 2014). Essas enzimas causam formação de poros na membrana celular, tornando-as mais susceptíveis a invasão e prejudicando as funções normais das células. Os sinais clínicos variam de acordo com o local afetado, podendo ser observadas disfunções no trato gastrointestinal, levando à regurgitação, diarreia, dilatação do proventrículo associados à processos inflamatórios, é possível observar também conjuntivite, além de alterações no sistema respiratório, desde as narinas, seguindo pela traqueia e atingindo os pulmões e sacos aéreos. O presente trabalho possui como objetivo relatar um caso de pneumonia micótica causada pela infecção de C. albicans em um exemplar de Coruja-suindara (Tyto furcata), encaminhada para necropsia no Laboratório de Patologia Veterinária (LPV) na Universidade Federal do Paraná (UFPR) – Setor Palotina. Uma coruja, fêmea, adulta pesando 298 gramas, foi encaminhada pelo Instituto Ambiental do Paraná (IAP) de Toledo para o Hospital Veterinário – UFPR Setor Palotina para avaliação na Clínica Médica e Cirúrgica de Animais Silvestres, onde constatou-se fratura exposta do membro torácico direito. Realizou-se tratamento de suporte e amputação do membro afetado e no dia seguinte, o animal apresentou discreto ruído respiratório com sinais de dispneia, indo a óbito em poucas horas. No exame macroscópico, observou-se bom escore corporal, mucosas levemente pálidas, o fígado apresentava manchas amareladas multifocais moderadas e não foram visualizadas alterações pulmonares. Entretanto, na avaliação histológica, observou-se uma pneumonia intersticial linfohistioplasmocitária difusa acentuada, além de áreas focalmente extensas de necrose e no lúmen de múltiplos capilares aéreos, notou-se acentuada quantidade de estruturas leveduriformes multifocais acentuadas, compatíveis com Candida albicans. Realizou-se a coloração de Ácido Periódico de Schiff, específica para fungos, onde obteve-se resultado positivo para as estruturas. Diante dos achados microscópicos, o diagnóstico corrobora com o quadro de pneumonia causada pela C. albicans. Ressalta-se a importância da avaliação necroscópica e histopatológica, além do uso de colorações especiais para correto diagnóstico de afecções respiratórias em aves silvestres

    ASPECTOS HISTOPATOLÓGICOS DE CARCINOMA DE CELULAS ESCAMOSAS DA MATRIZ UNGUEAL EM UM CÃO - RELATO DE CASO

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    O carcinoma de células escamosas (CCE) também conhecido como carcinoma espinocelular (CEC) ou carcinoma epidermoide, é um tumor epidermal com diferenciação escamosa, sendo comum em felinos, bovinos, equinos e cães e menos frequente em pequenos ruminantes e suínos. O principal fator predisponente para esse tipo de neoplasia na pele é a exposição prolongada à luz solar, bem como áreas despigmentadas da pele ou com ausência ou escassez de pelos. Em cães, os animais idosos são os mais acometidos, sendo a cabeça, o abdome, os membros e o períneo os locais comumente encontrados (CONCEIÇÃO & LOURES, 2016). Diante disto, relata-se um caso de carcinoma de células escamosas da matriz ungueal em um canino, diagnosticado pelo Laboratório de Patologia Veterinária (LPV) da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Setor Palotina, abordando os achados histopatológicos. Foi atendido no Hospital Veterinário da UFPR, um canino, fêmea, Poodle, com 13 anos de idade, o qual apresentava um nódulo no meio do dígito lateral direito do membro torácico direito, com crescimento externo semelhante a unha. O paciente foi submetido a cirurgia, para a exérese do nódulo, porém após alguns meses ocorreu recidiva no mesmo local, com crescimento exacerbado, comprometendo totalmente o digito. Diante disto, realizou-se a amputação, sendo o mesmo remetido ao LPV. Macroscopicamente, o dígito apresentava pele pilosa, medindo 3,0 x 2,5 cm, contendo nódulo duro próximo à úngula; ao corte apresentava consistência firme, homogêneo e amarelado. Microscopicamente, observou-se proliferação neoplásica de células epiteliais da matriz ungueal, altamente celular, bem delimitada, de crescimento expansivo não encapsulado que invadia a falange óssea. Notou-se a formação de ilhas de células neoplásicas com acentuada disqueratose e formação de “pérolas de queratina” irregulares. O estroma era moderado, composto por tecido fibrovascular. O citoplasma das células era amplo, não delimitado e eosinofílico; o núcleo era excêntrico, redondo à ovalado, com cromatina frouxa e nucléolo evidente e múltiplo. Anisocitose, anisocariose e pleomorfismo celular moderados; também notou-se aumento difuso moderado das camadas da epiderme, formando projeções digitiformes para a derme (acantose). Os achados macroscópicos e microscópicos são compatíveis com carcinoma de células escamosas da matriz ungueal. O carcinoma de células escamosas da matriz ungueal é um tumor com baixa frequência em cães e muito raramente em gatos e a maioria dos animais acometidos possui sete anos ou mais, embora cães com menos idade já foram diagnosticados. Existe uma alta predileção por cães de grande porte e de pelame preto, esta relação ainda permanece obscura (GLOSS et al., 2009). Portanto, apesar de incomum, o CCE deve ser considerado um diagnóstico diferencial nos tumores em dígitos, assim como, ressalta-se o exame histopatológico como uma ferramenta de grande importância no diagnóstico de alterações que acometem a pele, proporcionando o tratamento adequado

    MIXOMA CUTÂNEO: RELATO DE CASO

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    Os mixomas são neoplasias benignas raras, tanto em cães quanto em gatos, que surgem de fibrócitos ou outras células mesenquimais primitivas que produzem uma quantidade abundante de matriz extracelular composta por mucina ao invés de colágeno. Cães, adultos com idade aproximada de nove anos são os mais afetados e não há predileção racial, porém as fêmeas tendem a ser mais acometidas que os machos. Normalmente, os mixomas surgem em regiões de tronco ou membros e apresentam-se como uma massa mal definida, de tamanho variável, podendo ser menor que 1cm quando apenas a camada da derme é acometida ou atingir grandes proporções quando o subcutâneo também é afetado, e nesses casos exalam um fluido claro e viscoso ao corte. De modo geral, os mixomas possuem alta taxa de recidiva local, devido à dificuldade na exérese com margem adequada (GROSS et al., 2009). Relata-se um caso de um mixoma cutâneo em um canino, diagnosticado pelo Laboratório de Patologia Veterinária (LPV) da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Setor Palotina. O paciente, um macho, sem raça definida, com cinco anos de idade e pesando 16,8Kg, apresentou há três anos um nódulo em membro anterior direito, acima da região escapular, o qual foi retirado, apresentando recidiva no mesmo local dois meses após o procedimento cirúrgico. O animal foi submetido novamente a cirurgia, para a remoção do nódulo, o qual foi enviado posteriormente ao LPV. Macroscopicamente, o nódulo era piloso, ulcerado, flutuante, com 3x2x1,3cm de diâmetro e ao corte, possuía aspecto gelatinoso. Microscopicamente, na derme profunda e hipoderme, observou-se proliferação neoplásica de células mesenquimais, pobremente celular, não encapsulada e de crescimento expansivo; as células eram fusiformes, pequenas, organizadas em feixes em diversas direções sob estroma mucinoso, com citoplasma discreto, pequeno, alongado e distinto; o núcleo era pequeno, alongado, central a paracentral, basofílico e com cromatina densa. Não foram observados nucléolos e figuras de mitose; anisocitose e anisocariose eram leves. Diante dos achados macroscópicos e microscópicos, o diagnóstico foi compatível com mixoma cutâneo. Portanto, apesar de raros, ressalta-se a importância dos mixomas como diferenciais para neoplasias cutâneas, assim como a importância do exame histopatológico para o diagnóstico

    MENINGOENCEFALITE NECROSUPURATIVA SECUNDÁRIA POR OTITE INTERNA EM UM CANINO - RELATO DE CASO

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    A otite interna é a inflamação do ouvido interno, geralmente por extensão das otites médias. As causas bacterianas são as mais comuns e uma das complicações da otite interna, principalmente do tipo supurada, é a meningoencefalite, decorrente da proximidade do encéfalo com o ouvido interno (SANTOS & ALESSI, 2016). Diante disto, relata-se um caso de meningoencefalite causada por otite média em um canino assim como os achados clínicos e patológicos evidenciados. Foi atendido no Hospital Veterinário, um canino, macho, labrador, sem informe de idade, que apresentava há duas semanas head tilt, meneios cefálicos e paresia. No exame físico, constatou-se otite média e interna. Segundo histórico clínico após realizado o tratamento, o paciente obteve melhora. Após cinco dias de alta clínica, o paciente retornou para atendimento apresentando piora abrupta do quadro. Em decorrência do grave estado clínico, optou-se pela eutanásia, e o cadáver foi encaminhado para a necropsia. Macroscopicamente, constatou-se moderado espessamento da pele, com oclusão do canal auditivo externo e secreção de coloração amarelada em ouvido direito (otite crônica). No hemisfério parietal e temporal direito e no assoalho encefálico havia um coágulo focalmente extenso moderado que comprimia o tecido nervoso. Notava-se também a presença moderada pus na bula timpânica direita. Microscopicamente, observou-se no córtex encefálico, meningite com perivasculite linfohistioplasmocitária, hiperemia acentuada, necrose focalmente extensa acentuada, além de presença de células inflamatórias polimorfonucleares e fibrina. Os achados macroscópicos e microscópicos são compatíveis com meningoencefalite, em decorrência da extensão de uma otite interna. A otite interna resulta da extensão da otite média, a qual pode ocorrer com ou sem osteomielite da parte petrosa do osso temporal. Com o tempo e a gravidade, as lesões progridem de forma retrógrada através do meato acústico interno em direção à cavidade craniana, resultando em meningite, ventriculite e encefalite (ZACHARY, 2018). Portanto, as otites internas devem ser consideradas como diferencial em casos de alterações neurológicas

    ADENITE SEBÁCEA EM UM CANINO: RELATO DE CASO

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    A adenite sebácea é uma afecção cutânea de etiologia incerta, que se manifesta de forma incomum na espécie canina e raramente na espécie felina. Em cães, os jovens adultos são os mais afetados e não há predileção por sexo, entretanto, raças como Standard Poodle, Samoieda, Akita e Vizsla são mais acometidas porem essa condição já foi relatada em raças mestiças. As regiões mais acometidas são a região dorsal do tronco, temporal da face e as pinas, e geralmente caracterizam-se por escamas aderentes, que formam aglomerados foliculares e frondes, pelos secos, opacos e quebradiços, além de alopecia marcante e escamas aderentes na cauda (cauda de rato) (GROSS et al., 2009). Diante disto, relata-se um caso de adenite sebácea em um canino, diagnosticado pelo Laboratório de Patologia Veterinária (LPV) da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Setor Palotina. Um paciente da raça Pitbull, fêmea, com seis anos de idade e pesando 26,9Kg, foi atendido no Hospital Veterinário da UFPR apresentando áreas alopécicas em região periocular, peribucal, podal e pina de orelha bilateral, com presença de descamação e rarefação pilosa em região da cauda, onicogrifose e linfadenomegalia generalizada. Realizou-se exames complementares, como a citologia aspirativa dos linfonodos poplíteos com resultado compatível de hiperplasia linfoide; raspado cutâneo, o qual não foram visualizados ácaros; punção de medula óssea, sem alterações significativas e Reação em Cadeia da Polimerase (PCR) para Leishmaniose, o qual foi negativo. Optou-se a exérese de fragmentos das áreas acometidas e enviadas para o LPV da UFPR. Na microscopia, em todos os cortes, observou-se a epiderme com presença de hiperqueratose ortoqueratótica multifocal moderada e na derme superficial e profunda, havia presença de infiltrado inflamatório multifocal moderado, composto por linfócitos, macrófagos, mastócitos, plasmócitos e células de Mott, principalmente ao redor dos anexos (adenite), além da ausência de glândulas sebáceas. As alterações histopatológicas visualizadas, associada ao quadro clínico do animal, corroboram com o diagnóstico de adenite sebácea. Segundo Gross et al. (2009), os diagnósticos diferenciais neste caso, devem incluir seborreia primária e dermatite seborreica, ictiose, dermatose responsiva a vitamina A, demodicose e dermatofitose generalizada. Desta forma, ressalta-se a importância do exame histopatológico como ferramenta de diagnóstico em casos de alterações cutâneas, possibilitando o tratamento adequado

    INFECÇÃO PARASITÁRIA PULMONAR EM Puma yagourandi: RELATO DE CASO (Pulmonary parasitic infection in Puma yagourandi: case report)

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    Aelurostrongylus abstrusus é um nematódeo pouco diagnosticado na rotina veterinária, onde os parasitas adultos têm como localização as vias aéreas de felinos e a postura de ovos pode acontecer no parênquima pulmonar ou em pequenos vasos alveolares, os quais eclodem as larvas de primeiro estágio (L1), que ao serem deglutidas são eliminadas com as fezes. No ambiente, as larvas encontram os hospedeiros intermediários, podendo ainda se disseminar por diversos hospedeiros paratênicos. Os felinos se infectam através da ingestão dos moluscos contendo as larvas infectantes (L3) ou ingerindo os hospedeiros paratênicos, e após a digestão, as larvas atingem os pulmões migrando pelo sistema circulatório e linfático, onde evoluem para adultos. A maioria das infecções são assintomáticas, entretanto, em casos mais graves os animais podem desenvolver complicações, como pneumonia, efusão pleural, piotórax, entre outras, podendo ser fatais. O presente trabalho teve por objetivo descrever as alterações de um caso de infecção natural por A. abstrusus em gato mourisco (Puma yagourandi), diagnosticado pelos Laboratórios de Doenças Parasitárias dos Animais (DOPA) e Patologia Veterinária (LPV) da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Setor Palotina. O felino que havia sido vítima de atropelamento, chegou ao Hospital Veterinário da UFPR já morto sendo prontamente encaminhado a necropsia. Na análise macroscópica, o pulmão apresentava áreas multifocais a coalescentes moderadamente avermelhadas e hipocrepitantes, além de presença multifocal de estruturas parasitárias ao corte. Na análise histopatológica, foi observada uma pneumonia granulomatosa multifocal moderada, composta por linfócitos, macrófagos, plasmócitos e células gigantes do tipo Langerhans. No lúmen bronquial, no centro do infiltrado, notou-se a presença de um parasita de forma arredondada, de aproximadamente 350 µm de diâmetro, com cavidade celomática, trato digestório musculoso e aparelho reprodutivo bem evidente, com múltiplos ovos larvados em seu interior, camada muscular delgada e cordões laterais paralelos evidentes (compatíveis com A. abstrusus). No lúmen dos bronquíolos havia grande quantidade de ovos em diferentes estágios de desenvolvimento larval, medindo de 80 a 150 µm de diâmetro. O epitélio bronquial e a camada muscular das arteríolas estavam moderadamente espessados com aumento no número de camadas celulares (hiperplasia) e no lúmen dos alvéolos, havia moderada quantidade de macrófagos espumosos. Durante a necropsia, foram coletados espécimes de parasitas provenientes do pulmão, assim como, amostra de lavado traqueobronquioalveolar, ambas foram encaminhadas ao DOPA. As amostras foram analisadas através do método parasitológico direto, com auxílio do microscópio de luz, estereomicroscópico e chaves para a identificação de nematódeos (VICENTE et al, 1997). Na amostra de lavado traqueobronquioalveolar, foi possível visualizar ovos larvados e larvas que foram identificadas e classificadas como A. abstrusus, assim como os espécimes adultos. A aelurostrongilose felina é uma doença negligenciada, subdiagnosticada e, grande parte das infecções são assintomáticas e acabam sendo um achado anatomopatológico, como no presente estudo. Desta forma, torna-se importante realizar o acompanhamento coproparasitológico dos felinos para realização do diagnóstico precoce e diagnóstico diferencial para outras infecções respiratórias como Trogostrongylus brevior, Capillaria aerophila e Angyostrongylus vasorum (que apresenta potencial zoonótico)

    INFECÇÃO NATURAL POR Cryptosporidium parvum: RELATO DE CASO (Natural infection with Cryptosporidium parvum: case report)

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    A diarreia neonatal bovina é uma doença de origem multifatorial e entre os agentes envolvidos está o Cryptosporidium parvum, que ganha destaque por ser o principal protozoário responsável por ocasionar diarreia em bezerros neonatos e possuir elevado potencial zoonótico. O presente trabalho teve como objetivo, descrever um caso de infecção natural por C. parvum em um bovino diagnosticado no Laboratório de Patologia Veterinária (LPV) e no Laboratório de Doenças Parasitárias dos Animais (DOPA) da Universidade Federal do Paraná (UFPR) – Setor Palotina. Foi atendido no Hospital Veterinário da UFPR, um bovino, fêmea, Girolando, com 10 dias de vida, e conforme o histórico, o animal foi adquirido de outra propriedade que realizava a colostragem de forma inadequada, e desde a aquisição, o animal começou a apresentar manifestações clínicas como prostração e diarreia amarelada e fétida. Realizou-se tratamento, porém sem sucesso, e o animal foi a óbito, sendo encaminhado para o LPV para a autópsia. No exame macroscópico, observou-se baixo escore corporal com discreta deposição de tecido adiposo em subcutâneo e mesentério, a mucosa oral e ocular estavam levemente pálidas e no intestino, notou-se leve distensão por conteúdo gasoso e áreas multifocais com leve quantidade de conteúdo avermelhado líquido, por vezes, amarelado e fétido. Na análise histopatológica, notou-se nos no ápice das vilosidades, a presença leve de estruturas multifocais, arredondadas, eosinofílicas, medindo entre 1 a 2µm, compatíveis com Cryptosporidium spp. Parte do conteúdo fecal foi remetido ao DOPA, onde realizou-se a análise microscópica e molecular. Para a análise microscópica, foi confeccionado esfregaço fecal com o conteúdo resultante da centrifugo sedimentação, posteriormente, corado pelo método de Ziehl-Neelsen modificado (ORTOLANI, 2000). A análise confirmou a identificação de oocistos de Cryptosporidium spp. Após a análise microscópica a amostra foi submetida a clarificação, extração de DNA e nested-PCR (nPCR) (XIAO et al. 1999). Para a realização da PCR (Reação em Cadeia pela Polimerase) e nPCR, uma alíquota da amostra foi utilizada para a extração de DNA utilizando o Kit ChargeSwitch® gDNA Mini Tissue (Invitrogen). A região 18 SSU rRNA foi selecionada como sequência alvo para amplificação de DNA, sendo que, o amplicon esperado era de 826-864pb. A reação foi realizada com o volume final de 25μL e o produto amplificado foi submetido à eletroforese em gel de agarose a 1,6%. Com o intuito de identificar a espécie envolvida na infecção, após a amostra apresentar resultado positivo na técnica de nPCR, esta foi encaminhada para o sequenciamento e, após a análise da sequência de dados obtida, foi determinado que Cryptosporidium parvum era a espécie envolvida neste caso. Desta forma, o monitoramento dos animais para a obtenção do diagnóstico precoce é de suma importância para evitar as possíveis perdas na produção animal e gerenciar o risco da transmissão para seres humanos
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