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    Diversidade parasitária em primatas não-humanos do Parque Natural das Lagoas de Cufada (Guiné-Bissau) e a sua potencial intertransmissibilidade

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    Entre 2001 e 2002 realizou-se um estudo sobre a fauna parasitária em primatas não-humanos do Parque Natural das Lagoas de Cufada (Guiné-Bissau). A presença de parasitas foi realizada em quatro espécies de primatas capturados por armadilhas tradicionais. Identificou-se um total de 17 espécies de parasitas incluídas nos filos Platyhelminthes (Trematoda e Cestoda), Nematoda, Pentastomida e Arthropoda. Assinalaram-se algumas novidades faunísticas para a Guiné-Bissau e para as espécies de hospedeiros observadas e evidenciou-se uma grande diversidade específica por hospedeiro, bem como a potencial intertransmissibilidade da maioria das espécies de parasitas entre diversos hospedeiros, não primatas e primatas, incluindo o Homem, residentes no PNLC.Instituto de Investigação Científica Tropical; Escola Superior Agrária de Santaré

    Diversidade parasitária em animais domésticos e silvestres na Guiné-Bissau: os últimos 22 anos

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    A importância e o interesse pela diversidade parasitária, sua distribuição espacial e evolução temporal em diferentes ecossistemas, assim como a sua interacção com diferentes hospedeiros, aumentou nas últimas décadas, especialmente quando estão envolvidos temas como a protecção e conservação de ecossistemas, o uso sustentável de recursos naturais e a protecção da saúde das populações residentes. Para além disto, a introdução recente do conceito de medicina conservativa, no qual a saúde do meio ambiente, animais e homem é considerada como um todo, veio reforçar aquele interesse. Durante 1990, num contexto de contaminação ambiental por parasitas, com especial relevância para as espécies zoonóticas, a equipa do IICT e os seus colaboradores têm vindo a estudar na Guiné-Bissau a fauna parasitária em hospedeiros domésticos e silvestres, nomeadamente em Rodentia1 (Thryonomys swinderianus, Cricetomys gambianus, Arvincanthis niloticus, Rattus rattus e Praomys (Mastomys) sp.), Arctyodactyla1,2,3,4 (Bos taurus, Cephalophus rufilatus e Tragelaphus s. scriptus), Carnivora1 (Canis familiaris e Genetta pardina pardina), Primates não-humanos1 (Cercopithecus mona campbelli, Chlorocebus aethiops sabaeus, Papio cynocephalus papio e Procolobus badius temminckii) e Testudines1 (Kinixys belliana nogueyi), como contributo para o conhecimento da distribuição geográfica, interacção parasita-hospedeiro e dos desequilíbrios individuais e populacionais que podem causar. Os parasitas identificados incluem-se em diferentes grupos (Platyhelminthes, Nematoda, Protozoa, Insecta - Diptera e Siphonaptera, Arachnida - Mesostigmata e Ixodida, e Pentastomida), tendo-se acrescentado 18 espécies para fauna parasitária da Guiné-Bissau, em sete hospedeiros vertebrados, das quais pelo menos 12 (66,67%) são espécies zoonóticas ou potencialmente zoonóticas. Estes estudos foram a base da apresentação de duas teses de mestrado, 12 artigos e 14 comunicações em reuniões científicas nacionais e internacionais. Os estudos sobre a fauna parasitária na Guiné-Bissau irão prosseguir baseados em projectos em curso1,4 e em submissão, e o interesse na sua continuidade reside, não só no conhecimento e distribuição da fauna parasitária, mas também na importância da sua transmissibilidade entre animais domésticos e silvestres e homem e da contaminação ambiental, o que contribui para uma degradação das condições de saúde dos ecossistemas e das diferentes populações que nele coabitam. 1 “Estudos da fauna parasitária em animais domésticos e silvestres, e sua repercussão em saúde no PNLC” integrado no Estudo do Parque Natural das Lagoas de Cufada, com financiamento da Fundação Calouste Gulbenkian, Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento e Fundação Portugal África. 2 “Estudo sobre a esquistossomose por Schistosoma bovis nos bovinos da República da Guiné-Bissau” e “Estudo dos helmintes gastrintestinais e hépato-biliares, com especial relevância para Dicrocoelium hospes em bovinos da República Guiné-Bissau”, financiados pelo Instituto da Cooperação Portuguesa e Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade de Lisboa. 3 “Estudo das trematodoses por Dicrocoelium hospes e Schistosoma bovis nos bovinos da Guiné-Bissau”, com financiamento da Fundação Calouste Gulbenkian e Instituto de Investigação Científica Tropical. 4 Projecto FCT PTDC/SAU-ESA/72146/2006.Fundação Calouste Gulbenkian, Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento e Fundação Portugal África, FCT e Instituto da Cooperação Portugues

    Doenças por trematódeos emergentes de biótopos aquáticos na Bacia do Rio Geba (Guiné-Bissau)

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    Apresentação em painelA localização geográfica e as características climáticas e geográficas da Guiné-Bissau permitem a instalação de diversas populações de trematódeos, especialmente aqueles que estão dependentes de ambientes dulçaquícolas, onde o ciclo de vida intramolusco e a transmissão aos hospedeiros vertebrados se processa, provocando infecções mais ou menos severas no homem e nos animais. Considerando os bovinos e as crianças, como bons indicadores da infecção por trematódeos, a pesquisa dos parasitas incidiu em 482 amostras de fezes de bovinos, provenientes de 28 locais, e em 260 amostras de fezes e urina de crianças de 10 povoações das regiões do Gabú e Bafatá, A eliminação parasitária foi evidenciada nas fezes a fresco ou conservadas em formol a 5% por métodos quantitativos (técnica de McMaster) e qualitativos (técnicas de Willis e sedimentação espontânea) e na urina após esforço das crianças por sedimentação espontânea. Nos bovinos estudados, identificaram-se Dicrocoelium hospes, Fasciola gigantica, Paramphistomatidae, Schistosoma bovis e Schistosoma sp., dos quais apenas o primeiro não depende de biótopos aquáticos. As prevalências apresentaram uma grande variabilidade inter-anual e estacional, sendo superiores para os paranfistomatídeos. Nas crianças apenas se identificou Schistosoma haematobium, cujas prevalências foram superiores em crianças com uma faixa etária superior a 10 anos de idade. De igual modo, observou-se uma grande variabilidade espacial na distribuição da infecção por S. haematobium. Os dados obtidos sobre os exames parasitológicos e o prévio conhecimento sobre os biótopos dos moluscos dulçaquícolas, sugerem a existência de 20 focos de infecção para Paramphistomatidae, sete para S. haematobium, dois para Fasciola gigantica e S. bovis, dos quais os primeiros são os que apresentam a maior distribuição nas regiões de Bafatá e de Gabú e os que não estão directamente associados a colecções de água com escoamento permanente. Estes resultados apontam para uma grande disseminação destes parasitas relacionados com biótopos aquáticos nesta área da Guiné-Bissau, e salientam a importância para a consciencialização da população, entidades sanitárias e decisores para esta temática, considerando que as doenças provocadas por trematódeos sensum latum são consideradas negligenciadas e o seu impacto em saúde humana e produção animal está sobrestimado, uma vez que ocorrem em países em desenvolvimento, onde o acesso aos cuidados médicos e veterinários é muito difícil. The geographic location, climatic and hydrographic characteristics of Guinea-Bissau allow the existence of diverse trematoda parasites, specifically those dependent on freshwater environments, where the intra-mollusc life-cycle and the transmission to vertebrate populations occur, causing more or less severe diseases in man and animals. Considering cattle and children as a good biological indicatores of trematoda infections, parasites investigation was performed in 438 cattle faeces samples, from 28 localities, and in 260 children faeces and urine samples, from 10 villages. The egg output was evidenced in faeces (fresh or preserved in 5% formaldehyde) by quantitative (MacMaster techniques) and qualitative (Willis and spontaneous sedimentation techniques) and in children urine after a physical effort by spontaneous sedimentation. In the cattle studied, Dicrocoelium hospes, Fasciola gigantica, Paramphistomatidae, Schistosoma bovis and Schistosoma sp., were identified, and just the first one is not related with freshwater habitats. The observed prevalences showed a great inter-annual and seasonal variability, always higher for amphistoma infection. Schistosoma haematobium was identified in children, with higher prevalence in children over 10 years old. A high spatial variability of S. haematobium infection was also identified. The available data on parasitological exams and previous knowledge on freshwater snail habitats in the study area suggest the existence of 20 infection focus of Paramphistomatidae, seven of S. haematobium, two of Fasciola gigantica and S. bovis. Paramphistomatidae is the most scattered throughout Bafatá and Gabú and not related with permanent flowing water. These results indicate a vast dissemination of these parasites related with freshwater habitats in this specific area of Guinea-Bissau, and highlight the importance to raise awareness of population, health entities and decision makers on this issue. Diseases caused by trematoda sensum latum are still neglected and their impact on human and animal health is underestimated because they prevail in underdeveloped areas where access to medical and veterinary services is difficult

    Mesostigmata, parasitas de roedores do Parque Natural das Lagoas de Cufada (Guiné-Bissau): dados preliminares

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    Apresentação em painelEmbora os estudos sobre ectoparasitas de vertebrados domésticos e silvestres na Guiné-Bissau sejam de algum modo abundantes, sobre os ácaros mesostigmata (ACARI; MESOSTIGMATA) nunca foi publicado qualquer trabalho. Este facto poderá estar relacionado com a ausência de estudos sistematizados em pequenos mamíferos, aves ou répteis, hospedeiros preferenciais dos mesostigmata. Assim, integrado no estudo da fauna parasitária do Parque Natural das Lagoas de Cufada (Guiné-Bissau), a pesquisa de ectoparasitas em 32 roedores capturados por armadilhas tradicionais ou de guilhotina, 21 em Julho de 2007 e 11 em Abril de 2008 e recolhidos em quatro (22,22%) das 18 povoações rurais (tabancas) consideradas, revelou a presença de ácaros em seis (18,75%). A colheita, preservação, montagem e identificação taxonómica efectuou-se com base nos caracteres morfológicos das fêmeas, após o esclarecimento em líquido Tendeiro. A observação directa do pêlo e da pele dos roedores permitiu a colheita de 29 ácaros, com um valor médio de cinco espécimes por hospedeiro parasitado. A identificação permitiu evidenciar Laelaps echidninus, Laelaps sp. (Laelapidae) em cinco roedores de três povoações e Dermanyssus muris (Dermanyssidae) num único proveniente de uma outra localidade. O maior número de espécimes recolhidos respeita a Laelaps echidninus observados em cinco roedores referentes ao período de Julho de 2007, relativa às áreas circundantes da Lagoa de Cufada e à área mais urbanizada do parque. A espécie Dermanyssus muris apenas foi identificada em Abril de 2008 e associada à zona de floresta densa da região sudeste do parque. Salienta-se a associação a Siphonaptera em cinco roedores.Fundação Calouste Gulbenkian, Fundação Luso Americana para o Desenvolvimento e Fundação Portugal-África

    Siphonaptera de roedores do Parque Natural das Lagoas de Cufada (Guiné-Bissau): dados preliminares

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    Apresentação em painelPara além da espoliação e acção mecânica que exercem sobre o hospedeiro, os sifonápteros (INSECTA; SIPHONAPTERA) são vectores e reservatórios de numerosos agentes patogénicos, pelo que a identificação das espécies presentes têm uma grande importância epidemiológica nas relações que estabelecem com o mamífero hospedeiro e o meio ambiente, particularmente na identificação de potenciais focos de várias infecções transmissíveis ao Homem e a outros animais. Integrado no estudo da fauna parasitária do Parque Natural das Lagoas de Cufada (Guiné-Bissau), procedeu-se à pesquisa de sifonápteros em 32 roedores capturados por armadilhas tradicionais ou de guilhotina, 21 em Julho de 2007 e 11 em Abril de 2008, em sete (38,89%) das 18 povoações rurais (tabancas) consideradas. A colheita, preservação, montagem e identificação taxonómica efectuou-se de acordo com Hopkins & Rotchild (1953), Ribeiro (1974) e Beaucournu & Morel (1990). Estas primeiras observações permitiram recolher 60 sifonápteros em 12 (37,50%) roedores, dos quais 26 incluem-se em Echinophaga e as restantes em Xenopsylla - cinco exemplares pertencem a Xenopsylla aequisetosa, cinco a Xenopsylla do grupo cheopis e 24 a Xenopsylla do grupo braziliensis. A carga parasitária média por hospedeiro capturado foi de cinco exemplares e o valor mais elevado de 11 foi alcançado em roedores colhidos numa povoação associada à zona de floresta densa da região sudeste do Parque, no mês de Abril. Apenas em três hospedeiros se encontraram infecções duplas (Echinophaga sp. e Xenopsylla grupo cheopis) e triplas (Echinophaga sp. e Xenopsylla grupos cheopis e braziliensis). Salienta-se ainda a associação a Laelaps spp. em cinco hospedeiros e a Dermanyssus muris num único. O mês Abril revelou a maior abundância, enquanto que, em Julho, a diversidade específica foi superior.Fundação Calouste Gulbenkian, Fundação Luso Americana para o Desenvolvimento e Fundação Portugal-África

    Ixodofauna do Parque Natural das Lagoas de Cufada (Guiné-Bissau): dados preliminares

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    Apresentação em painelOs ixodídeos da Guiné-Bissau e os seus hospedeiros foram alvo de vários estudos sistemáticos em meados e na última década do século passado, envolvendo principlamente as regiões do Norte e do Leste. Na região Sul, os dados são escassos e dispersos e reportam-se aos primeiros estudos efectuados para esta temática, neste país (Tendeiro, 1948). Integrado no estudo parasitológico do Parque Natural das Lagoas de Cufada, procedeu-se à colheita de ixodídeos em animais domésticos (Canis vulgaris e Bos taurus) e silvestres (Tragelaphus scriptus scriptus - ARCTIODACTYLA; Thryonomys swinderianus - RODENTIA; Kinixys belliana nogueyi - TESTUDINES) presentes no parque. Os ectoparasitas (PARASITIFORMES; IXODIDA) foram colhidos directamente da pele ou mucosas de animais capturados por armadilhas tradicionais e destinados a consumo das populações, ou indirectamente a partir da vegetação. A identificação baseou-se nas chaves adoptadas por Tendeiro (1947) e Travassos Dias (1989), nas descrições do género Rhipicephalus (Walker et al., 2000) e na morfologia das genitálias das fêmeas. Este estudo preliminar permitiu identificar exemplares pertencentes a Ixodes sp. (Thryonomys swinderianus); Amblyomma nuttalli e Hyalomma truncatum em Kinixys belliana nogueyi; Boophilus geigy e Boophilus sp. em Bos taurus; Rhipicephalus sp. (Canis familiaris; Tragelaphus scriptus scriptus; vegetação). A importância da continuidade deste estudo é salientada pela contribuição para o conhecimento da biodiversidade deste Parque Natural e pela intertransmissibilidade de algumas espécies de parasitas entre a fauna silvestre e doméstica local. Salienta-se ainda que a eventual transmissão ao Homem de alguns agentes patogénicos pelas espécies identificadas pode concorrer para agravar o estado de saúde das populações humanas que coabitam este espaço.Fundação Calouste Gulbenkian, Fundação Luso Americana para o Desenvolvimento e Fundação Portugal-África

    Diversidade parasitária em vertebrados do Parque Natural das Lagoas de Cufada (GUINÉ-BISSAU)

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    Apresentação em PainelThe importance of the parasitological fauna diversity and its spacial distribution and temporal evolution in different ecossystems, as well as its influence on their vertebrate hosts has increased in the last decades, especially when protection and conservation of ecossystems, sustainable use of natural resources and protection of local residents health are involved. During a biodiversity study in the Natural Park of the Lagoons of Cufada (Guinea-Bissau, West Africa), a parasitological survey in domestic (Canis vulgaris and Bos taurus) and in wild animals (PRIMATES: Cercopithecus mona campbelli, Chlorocebus aethiops sabaeus, Papio cynocephalus papio and Procolobus badius temminckii; RODENTIA: Arvincanthis niloticus, Rattus rattus and Praomys (Mastomys) sp.; CHELONIA: Kinixys belliana nogueyi) was performed. The helminths were collected after a decanting process and preserved in alcohol 70º. The morphological studies were performed in specimens clarified by lactofenol (NEMATODA) and stained by chloridrical alcoholic carmin (PLATYHELMINTHES). The ticks (ARTHROPODA, Ixodoidea) were collected directly from skin. Up till now the specimens identified were included in PLATYHELMINTHES (TREMATODA - Dicrocoelium hospes, Watsonius watsoni - and CESTODA - Bertiella studeri and Hymenolepis diminuta), NEMATODA (ENOPLIDA - Trichuris trichuria; SRONGYLIDA - Strongyloides fuelleborni, Ternidens deminuta, Oesophagostomum bifurcum, O. stephanostomum, Oesophagostomum sp., Globocephalus longemucronatus, Pithecostrongylus sp., Hyostrongylus rubidus; ASCARIDIDA - Subulura distans; RHABDITIDA – Enterobius sp. and SPIRURIDA), PENTASTOMIDA (Armillifer armillatus) and ARTHROPODA (INSECTA - DIPTERA, BRACHYCERA; IXODOIDEA - Ambyomma spp.; Hyalomma sp.; Boophilus sp. and Rhipicephalus sp.) were identified. The continuity of this parasitological study is stressed out by the contribute to local diversity fauna knowledge and by the intertransmissibility of some species between domestic and wild vertebrates. On the other hand, the potential transmissibility to man of some identified species will contribute to the depauperation of the sanitary conditions of local human populations.Fundação Calouste Gulbenkian, Fundação Luso Americana para o Desenvolvimento e Fundação Portugal-África

    Contributo do Laboratório de Parasitologia Animal, no Diagnóstico de algumas parasitoses, na área geográfica da ESAS

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    O Laboratório de Parasitologia Animal da Escola Superior Agrária de Santarém, criado em 1985, tem vindo a desenvolver a sua actividade nas áreas de ensino, de investigação e de apoio à comunidade. O presente trabalho tem como objectivo primordial divulgar as acções desenvolvidas no último triénio, com particular relevância para o apoio à comunidade e para o papel activo que este Laboratório desempenha como meio de diagnóstico e de divulgação, de algumas das principais parasitoses dos animais da região do Ribatejo. As análises mais solicitadas, reportaram-se essencialmente a análises coprológicas e pesquisas de protozoários e ectoparasitas, incidindo em diferentes espécies animais (de interesse pecuário e animais de companhia). Verificou-se também, que as análises coprológicas foram as que apresentaram maior representatividade, independentemente da espécie animal em causa, estando as restantes, mais directamente ligadas aos animais de companhia. O total de análises realizadas, no período de estudo, foi de 2 589 variando o tipo de pedidos, em cada ano, com as solicitações externas, os estágios de alunos e os projectos de investigação. Dos agentes etiológicos identificados, responsáveis por parasitoses na região, salientam-se: Leishmania sp. e Ancylostoma sp. em canídeos, Fasciola hepatica e Dicrocoelium dendriticum em ovinos e estrongilídeos gastrintestinais em pequenos ruminantes e equídeos (várias espécies)

    Helmintes dos ovinos das regiões do Ribatejo e Alentejo

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    As parasitoses constituem um factor limitante da produção animal, representando perdas sócio-económicas elevadas, pelo que, com este estudo pretendemos contribuir para a actualização de conhecimentos sobre a helmintofauna dos ovinos, em Portugal. Assim, durante o período compreendido entre Janeiro de 1995 e Maio de 1996, efectuaram-se decantações dos conteúdos gastrintestinais de 103 ovinos (raça Merina e cruzamentos / 6 a 12 meses de idade) abatidos num Matadouro do Ribatejo e provenientes de duas regiões do país: Ribatejo e Alentejo. Em simultâneo, realizaram-se análises coprológicas qualitativas e quantitativas, para pesquisa de ovos de helmintes e larvas de estrongilídeos pulmonares. Observaram-se formas larvares e espécimes adultos, pertencentes às Classes CESTODA e NEMATODA, respectivamente em 65,05% e 81,55% do total dos animais estudados, tendo-se registado as seguintes prevalências para os géneros: Ostertagia (61,17%), Moniezia (60,19%), Trichostrongylus (40,78%), Trichuris (34,95%), Haemonchus e Nematodirus (32,04%), Chabertia (24,27%), Oesophagostomum (9,71%), Cysticercus (8,74%), Cooperia (5,83%) e Bunostomum (4,85%). Nos exames coprológicos realizados, para além da presença de ovos de estrongilídeos gastrintestinais, evidenciaram-se ovos de ascarídeos, Strongyloides sp. e Trichuris sp.. Num dos exames foi também registada a presença de formas larvares de estrongilídeos pulmonares. Posteriormente, procedeu-se à análise comparativa entre as prevalências, a intensidade parasitária e as associações mais significativas, encontradas nas diferentes épocas do ano. Atendendo a que este estudo se reportou apenas aos ovinos de duas regiões do país, consideramos de grande importância a sua continuidade, estendendo-o a outras regiões de produção ovina

    Sobre uma população de ixodídeos colhida em troféus de caça nas províncias do Cabo e de Mpumalanga (República da África do Sul) e de Matabeleland South (Zimbabwé)

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    Apresentação em PainelDurante os meses de Maio de 2008 e de 2009 e Março de 2010, foram observados treze troféus de caça obtidos em reservas de caça privadas nas províncias de “Eastern Cape” e Mpumalanga (República da África do Sul) e de Matabeleland South (Zimbabwé), tendo-se recolhido ixodídeos em vertebrados pertencentes à Classe Mammalia (Artiodactyla e Carnivora). A identificação baseou-se na chave adoptada por Travassos Dias (1989), nas descrições do género Rhipicephalus efectuadas por Walker et al. (2000) e na morfologia das genitálias. Dos 39 exemplares colhidos, 17 (89,74%) eram adultos e os restantes (10,26%), ninfas e larvas, com igual distribuição. Identificaram-se Ixodes sp. (12,82%) em Tragelaphus strepsiceros capensis e Oreotragus oreotragus; Haemaphysalis leachi (2,56%) em Caracal caracal e Haemaphysalis spp. (12,82%) em Tragelaphus scriptus silvaticus; Rhipicephalus evertsi evertsi (5,13%) em Taurotragus oryx; Rhipicephalus simus (5,13%) em Panthera leo; Rhipicephalus spp. (5,13%) em Damaliscus dorcas philipsi, Damaliscus dorcas; Hyalomma truncatum (7,69%) em Damaliscus dorcas, Rhapicerus melanotis e Cervus unicolor; Amblyomma hebraeum (46,15%) em Taurotragus oryx e Sincerus caffer; Boophilus sp. (2,56%) em Tragelaphus strepsiceros capensis. Relativamente a estudos anteriores, realizados na província de “Eastern Cape”, pelos mesmos autores, mas em épocas distintas, verificou-se um aumento da prevalência para a infecção por Ixodes sp. e Hyalomma truncatum. A espécie Amblyomma hebraeum evidenciou os valores de prevalência mais elevados, ou seja 30,77%, e a maior carga parasitária média, com 4,5 espécimes por hospedeiro parasitado. Com excepção do macho, salienta-se a presença de todas as formas de evolução no mesmo hospedeiro (Tragelaphus scriptus silvaticus) relativamente a Haemaphysalis sp. Predominaram as infecções simples (84,62%) e apenas ocorreram infecções duplas em três vertebrados (géneros: Ixodes e Boophilus, Rhipicephalus e Hyalomma). Salienta-se ainda que algumas das espécies identificadas poderão assegurar o ciclo de vida de alguns agentes patogénicos, nomeadamente de Ehrlichia ruminantium, Anaplasma spp., Theileria spp., entre outros, e consequentemente desempenhar um papel importante na transmissão destes às diversas populações silvestres e domésticas que coabitem os mesmos habitats.Escola Superior Agrária/Instituto Politécnico de Santarém e Instituto de Investigação Científica Tropical
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