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Uma dose de criatividade : uma revisão integrativa dos efeitos dos psicadélicos na criatividade
Background: Creativity is an important asset in the modern world. It can be
defined as the ability to come up with ideas or artefacts that are original and valuable.
Classic psychedelic drugs (i.e., dimethyltryptamine, psilocybin, lysergic acid
diethylamide, and mescaline) have long been hailed as substances that can enhance
creativity in their users. The recent resurgence in psychedelic research has brought with
it the opportunity to understand the psychological, cognitive, and behavioural effects that
these drugs exert in humans. This integrative review was conducted in order to summarize
the knowledge pertaining to the effects that psychedelics can have on creativity by
analyzing every study to date that assessed creativity through psychometric measures.
Methods: A search was conducted on the MEDLINE, Web of Science, and
PsycINFO databases for studies published until 17 November 2020, alongside other
relevant sources, that assessed changes in creativity alongside psychedelic administration.
Results: Out of the 314 studies identified, a total of 10 studies were included and
analyzed, of which 5 were quasi-experiments, 4 were observational/naturalistic, and only
1 was a randomized controlled trial. All four of the main psychedelic compounds were
represented. Every study assessed components and subcomponents of divergent and
convergent thinking, with only one instance of product assessment. In most studies,
divergent thinking increased during the acute stage of the drug intake and convergent
thinking increased in the long-term.
Conclusions: Psychedelics may be able to enhance divergent thinking in the acute
phase and convergent thinking in later phases. However, evidence is limited due to the
low number of studies available, small sample sizes, lack of randomized controlled trials,
and significant methodological limitations throughout most studies. Potential
mechanisms underlying these effects are discussed, along with suggestions for future
studies.Introdução: A criatividade é um ativo valioso no mundo moderno que pode ser
definida como a capacidade de criar ideias ou artefactos que são originais e valiosos. Os
psicadélicos clássicos (i.e., dimetiltriptamina, psilocibina, dietilamida do ácido lisérgico
e mescalina) são desde há muito valorizados como substâncias que podem aumentar a
criatividade nos seus utilizadores. O ressurgimento recente na investigação psicadélica
representa uma oportunidade de compreender os efeitos psicológicos, cognitivos e
comportamentais que estas substâncias exercem no ser humano. Esta revisão integrativa
teve como objetivo sumarizar o conhecimento relativo aos efeitos que os psicadélicos
podem ter na criatividade, analisando todos os estudos realizados à data que avaliassem
a relação entre psicadélicos e criatividade através de medidas psicométricos.
Métodos: Foi realizada uma pesquisa nas bases de dados MEDLINE, Web of
Science e PsycINFO por estudos publicados até 17 de novembro de 2020, bem como em
outras fontes relevantes, que avaliassem mudanças na criatividade relacionadas com
administração de psicadélicos.
Resultados: Dos 314 estudos identificados, um total de 10 estudos foram
incluÃdos e analisados, dos quais 5 eram quasi-experiências, 4 eram
observacionais/naturalÃsticos e apenas 1 era um ensaio randomizado controlado. Todas as
quatro principais substâncias psicadélicas estiveram representadas. Todos os estudos
avaliaram componentes e subcomponentes de pensamento divergente e/ou convergente,
enquanto que apenas um avaliou produção criativa. Na maioria dos estudos, o pensamento
divergente aumentou durante a fase aguda da toma da substância e o pensamento
convergente aumentou a longo-prazo.
Conclusões: Os psicadélicos aparentam ser substâncias capazes de elevar o
pensamento divergente na fase aguda e o pensamento convergente nas fases posteriores.
No entanto, esta evidência é ainda limitada tendo em conta o baixo número de estudos
disponÃveis, o reduzido tamanho da amostra, a ausência de ensaios randomizados
controlados e limitações metodológicas significativas na maioria dos estudos. São
discutidos possÃveis mecanismos na base destes efeitos e sugestões para estudos futuros