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    Telemonitoramento para o gerenciamento dos cuidados a saúde em hipertensos e diabéticos em tempos da COVID-19, no município de Piraquara-PR

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    Introdução: Com o início da pandemia da COVID-19, os atendimentos nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) do município de Piraquara sofreram adequações para priorizar o atendimento de casos suspeitos ou confirmados da COVID-19, sendo que os atendimentos eletivos foram suspensos, adotando medidas preventivas como o distanciamento social, para diminuição da transmissão comunitária¹. A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) em parceria a com UFPR, por meio do grupo tutorial Promoção da Saúde do Programa de Educação pelo Trabalho-Saúde Interprofissionalidade, desenvolveram uma estratégia de telemonitoramento para atender a demanda contínua de assistência aos pacientes com doenças crônicas, desassistidos pelo atendimento presencial nas UBS. Objetivo: Relatar a experiência do telemonitoramento de pacientes hipertensos e diabéticos do município de Piraquara-PR, visando garantir o acesso ao cuidado em saúde, em tempos de pandemia. Metodologia: O telemonitoramento realizado pelos acadêmicos iniciou em junho, após planejamento junto a SMS. Foram identificados os usuários a serem monitorados: 1.206 hipertensos e 506 diabéticos, cadastrados em 10 UBS. Os dados coletados foram inseridos em planilhas compartilhadas de forma online. O tempo médio das ligações foi de 15 minutos, realizadas em três períodos: manhã, tarde e noite. Resultados: Foram concretizadas 230 ligações para hipertensos (64% eram mulheres) com idade de 35 a 91 anos e 84 ligações para o grupo dos diabéticos (58,3% mulheres) com idade variando de 3 a 80 anos. Quanto à abordagem, foram repassadas orientações a respeito do controle das respectivas doenças e para manutenção do tratamento, além de orientações sobre alimentação saudável, atividade física e cuidados no combate a COVID-19. Além disso, a ação oportunizou momento de escuta ativa, na qual os usuários expressaram suas necessidades e angústias, devido ao isolamento social. As urgências de saúde citadas foram sinalizadas para a SMS, e encaminhadas para as UBS de origem do usuário. A limitação do processo foi a quantidade de números inexistentes e ligações não atendidas. Considerações Finais: O telemonitoramento possibilitou responder às necessidades de saúde desses grupos, reduzindo a exposição destes ao contágio pelo coronavírus, visando o controle das doenças e evitando complicações quando associadas a evasão ao tratamento, além de oportunizar aos acadêmicos práticas interprofissionais com os trabalhadores da rede de saúde do município. Palavras-chave: Promoção da Saúde. Educação Interprofissional. Saúde Coletiva. Telemonitoramento. Pandemia

    INTERNAMENTOS POR POR COVID-19 EM DOIS DIFERENTES MOMENTOS DA PANDEMIA EM UM HOSPITAL TERCIÁRIO NO SUL DO BRASIL: IMPACTO DA VARIANTE GAMMA

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    Introdução: A pandemia causada pelo SARS-CoV-2 atingiu virtualmente todos os países do mundo. No Brasil, devido à diversidade regional e socioeconômica, houve diferenças na evolução dos casos e óbitos nas diferentes regiões. O surgimento de variantes de interesse (VOI) levantou preocupações a respeito de cepas mais contagiosas e virulentas. Neste estudo, buscamos traçar o perfil clínico e epidemiológico da população hospitalizada por COVID-19 em um hospital no sul do Brasil em dois diferentes momentos da pandemia, correlacionando com as variantes predominantes em cada período. Métodos: Foi realizado um estudo retrospectivo de março de 2020 a julho de 2021. Os dados epidemiológicos, clínicos e de desfecho foram coletados através da ficha de notificação do Sistema de Informação de Vigilância Epidemiológica (SIVEP-Gripe) e revisão de prontuário. Amostras respiratórias positivas para SARS-CoV-2 foram genotipadas por RT-qPCR, e as variantes foram caracterizadas usando sistemas de genotipagem por sondas. Resultados: Dados de 2.887 indivíduos foram analisados, sendo 1.495 da primeira onda e 1.392 da segunda onda. Houve predomínio do sexo masculino nas duas ondas e a mediana de idade foi significativamente mais baixa na segunda onda do que na primeira (59 anos e 52 anos, respectivamente; p < 0.001). O genótipo Wild foi predominante na primeira onda, enquanto o genótipo Gamma foi predominante na segunda onda. A prevalência geral de comorbidades foi semelhante nos dois períodos. Doenças cardiovasculares e diabetes tipo 2 foram mais frequentes na primeira onda, enquanto obesidade foi mais frequente na segunda onda. Não houve diferença estatisticamente significativa entre as duas ondas em relação à frequência de sintomas relatados no momento da admissão, sendo dessaturação, dispneia e tosse os sintomas mais comuns. A mediana de tempo entre o início dos sintomas e a admissão hospitalar aumentou da primeira para segunda onda (p < 0.001). Não houve diferença estatisticamente significativa entre as duas ondas em relação à gravidade da doença e os desfechos clínicos, com taxa de fatalidade em torno de 22% observada nos dois períodos. Conclusão: A pandemia de COVID-19 no Brasil foi caracterizada por picos de casos e óbitos, cada qual com características clínicas e epidemiológicas distintas, decorrentes de novas variantes virais. Apesar disso, não houve aparente aumento na gravidade da doença com o surgimento dessas novas variantes
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