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O impacto do estresse na infância e doenças psiquiátricas na vida adulta: uma abordagem epigenética
Introdução: Doenças de origem psiquiátricas são responsáveis por 33% de todas as patologias não-infecciosas em todo o mundo. A exposição ao estresse tóxico durante a primeira infância tem o potencial de aumentar a susceptibilidade de um indivíduo a uma série de condições neuropsiquiátricas na fase adulta. Uma maneira pela qual o estresse pode levar a alterações neurobiológicas é através de modificações epigenéticas, alterando o padrão de metilação de genes do DNA, reconhecidamente biomarcadores para desordens psiquiátricas e de regulação comportamental. Objetivo: Reunir informações sobre os efeitos epigenéticos deletérios do estresse na primeira infância, e seu impacto futuro na saúde mental do adulto. Metodologia: Trata-se de uma revisão sistemática de literatura obtida nos bancos de dados PubMed, Scielo e LILACS, no português e inglês. Foram utilizados como descritores: Adverse Childhood Experiences, Epigenetics e Mental Disorders com o operador booleano AND, durante o período de junho de 2017 a junho de 2023. Foram selecionados 11 artigos para o presente estudo, de 71 encontrados, após análise do resumo e exclusão de artigos duplicados. Resultados:Há constatação que genes profundamente vinculados ao aumento do risco para distúrbios psiquiátricos, como o transportador de serotonina SLC6A4, são excessivamente metilados em seres humanos que foram submetidos a situações estressantes na primeira infância de acordo com o grau de severidade do estresse precoce. O estresse tóxico é a resposta mais grave do organismo, gerando um aumento significativo dos níveis de cortisol e norepinefrina,hipermetilação de genes do DNA, redução da neurogênese e mudanças no eixo hipotálamo-hipófise-adrenal da criança, levando a um comprometimento cognitivo. Considerações finais: A associação entre as situações adversas na infância e mudanças no estado de metilação de numerosos genes, como o transportador de serotonina SLC6A4, pode ocasionar o aparecimento de distúrbios psiquiátricos. Dessa forma, a presente revisão expôs a necessidade do desenvolvimento de ações voltadas à prevenção e diagnóstico precoce de doenças psiquiátricas que possam ser incorporados nos programas de formação integral da criança e do adolescente para que estes contemplem e assegurem o pleno desenvolvimento das esferas física, afetiva e sócio emocional em consonância com pais e cuidadores para que fatores estressores geradores de estresse tóxico sejam mitigados
HTLV-1 na gestação e o risco de transmissão vertical - um desafio na saúde pública
O HTLV-1 é um retrovírus que causa a leucemia linfoma de células T do adulto e a mielopatia associada ao HTLV-1. Uma das principais formas de transmissão é a vertical. É uma doença com pouco conhecimento e dados epidemiológicos, negligenciada pela saúde pública. Investigar os desafios existentes na saúde pública brasileira relacionados ao enfrentamento do risco de transmissão vertical do HTLV-1. Trata-se de uma revisão de escopo utilizando as bases de dados MEDLINE e LILACS (via BVS), Portal de Periódicos CAPES e PUBMED. Utilizou-se os descritores “vírus linfotrópico T tipo 1 humano”, “gravidez”, “transmissão vertical de doenças infecciosas” e “vigilância em saúde pública”; o operador booleano AND; idiomas inglês e português, e anos de 2018-2023. Foram encontrados 212 artigos, com 9 selecionados pela leitura do artigo; 21 pelas referências e 13 por outras fontes, resultando em 43 artigos. São inúmeros os desafios relacionados ao HTLV-1. A ausência de conhecimento por profissionais da saúde e a falta de rastreio no pré-natal impedem a realização do diagnóstico correto e precoce. O desconhecimento popular também dificulta prevenção, diagnóstico e tratamento adequados. Por fim, a falta de estudos sobre a doença impede a consciência do problema e do maior controle deste no país. O HTLV-1 é negligenciado no Brasil, tanto pelos órgãos públicos como pelos profissionais e população. É indispensável a realização de ações de rastreio pré-natal, diagnóstico precoce, prevenção da transmissão vertical, e medidas educativas para todos, para minimizar a disseminação e consequências do vírus
Análise da eficácia da Tirzepatida como agente terapêutico para perda de peso em pacientes com Obesidade
A obesidade e o diabetes são doenças crônicas que afetam milhões de pessoas em todo o mundo, sendo consideradas epidemias crescentes. O tratamento da obesidade envolve uma abordagem multifacetada, incluindo mudanças no estilo de vida e intervenções farmacológicas. Nesse contexto, a tirzepatida, uma terapia combinada de dois medicamentos que atuam em diferentes vias metabólicas para reduzir o apetite e promover a perda de peso em pacientes com obesidade, tem se destacado como uma opção terapêutica promissora. O objetivo deste estudo foi avaliar a eficácia e segurança da tirzepatida como agente terapêutico para perda de peso em pacientes com obesidade. Para isso, foram selecionados quatro artigos que avaliaram o uso da tirzepatida em pacientes com obesidade, publicados entre 2018 e 2023, nas bases de dados PubMed (Medline), Scientific Electronic Library Online (SciELO) e Cochrane Library. Os resultados indicam que a tirzepatida é uma terapia promissora e segura para perda de peso em pacientes com obesidade. Todos os estudos relataram perda de peso significativa em pacientes tratados com essa terapia, variando de 8,6% a 16,0% do peso corporal inicial. Além disso, a tirzepatida também apresentou efeitos benéficos em outros parâmetros metabólicos, como redução da glicemia e melhora da função hepática. Efeitos adversos foram relatados em menor frequência e gravidade em comparação com outras terapias para perda de peso. Em resumo, a tirzepatida é uma terapia combinada de dois medicamentos que tem demonstrado eficácia e segurança para a perda de peso em pacientes com obesidade, de acordo com os resultados de quatro estudos avaliados nesta pesquisa. Essa terapia pode ser uma opção terapêutica válida para pacientes com obesidade. No entanto, é importante destacar a necessidade de mais pesquisas para avaliar sua eficácia e segurança a longo prazo e sua aplicabilidade em diferentes populações. Portanto, é fundamental que o tratamento seja realizado com acompanhamento médico e que cada caso seja avaliado individualmente
NEOTROPICAL CARNIVORES: a data set on carnivore distribution in the Neotropics
Mammalian carnivores are considered a key group in maintaining ecological health and can indicate potential ecological integrity in landscapes where they occur. Carnivores also hold high conservation value and their habitat requirements can guide management and conservation plans. The order Carnivora has 84 species from 8 families in the Neotropical region: Canidae; Felidae; Mephitidae; Mustelidae; Otariidae; Phocidae; Procyonidae; and Ursidae. Herein, we include published and unpublished data on native terrestrial Neotropical carnivores (Canidae; Felidae; Mephitidae; Mustelidae; Procyonidae; and Ursidae). NEOTROPICAL CARNIVORES is a publicly available data set that includes 99,605 data entries from 35,511 unique georeferenced coordinates. Detection/non-detection and quantitative data were obtained from 1818 to 2018 by researchers, governmental agencies, non-governmental organizations, and private consultants. Data were collected using several methods including camera trapping, museum collections, roadkill, line transect, and opportunistic records. Literature (peer-reviewed and grey literature) from Portuguese, Spanish and English were incorporated in this compilation. Most of the data set consists of detection data entries (n = 79,343; 79.7%) but also includes non-detection data (n = 20,262; 20.3%). Of those, 43.3% also include count data (n = 43,151). The information available in NEOTROPICAL CARNIVORES will contribute to macroecological, ecological, and conservation questions in multiple spatio-temporal perspectives. As carnivores play key roles in trophic interactions, a better understanding of their distribution and habitat requirements are essential to establish conservation management plans and safeguard the future ecological health of Neotropical ecosystems. Our data paper, combined with other large-scale data sets, has great potential to clarify species distribution and related ecological processes within the Neotropics. There are no copyright restrictions and no restriction for using data from this data paper, as long as the data paper is cited as the source of the information used. We also request that users inform us of how they intend to use the data