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A justiça intergeracional e a responsabilidade civil por danos ambientais na sociedade de risco
Trabalho de Conclusão de Curso (graduação)—Universidade de BrasÃlia, Faculdade de Direito, 2021.As demandas impostas pela emergência de uma Sociedade qualificada pela geração de
riscos globais e invisÃveis, dos quais o ambiental assume posição de destaque, expõe as
estruturas jurÃdicas a uma necessária comunicação sobre o risco. Adotando a teoria da
sociedade de risco como marco teórico, com a indicação de seus principais elementos e
exposição das caracterÃsticas dos riscos que emergem na modernidade tardia, analisa-se
a crise ambiental instalada a partir deste contexto, salientando que essas novas ameaças,
particularizadas por um nÃvel de complexidade tÃpico dessa fase da modernidade,
deixaram de ser suscetÃveis a previsibilidade e ao controle, desencadeando uma ruptura
nos padrões de segurança tradicionais. Ante a complexidade da questão, o Direito
necessita reorganizar-se, considerando a transdisciplinariedade envolvida na assimilação
desses riscos, para oferecer o instrumental jurÃdico necessário à construção de um Estado
de Direito Ambiental. A responsabilidade civil e a justiça intergeracional, na qualidade
de elementos operacionais jurÃdicos, desenvolvem uma importante função na absorção
dos riscos e danos ecológicos a partir da incorporação de princÃpios, valores éticos e
normas de conduta que orientam a sua tutela principal, qual seja, a integridade do meio
ambiente, visando à satisfação do direito ao ambiente equilibrado em favor das presentes
e das futuras gerações. Partindo da caracterização destes dois elementos, verifica-se que
ambos capacitam o Direito Ambiental a lançar mão de sua esfera preventiva a todos
aqueles que estejam produzindo atos cuja lesividade ou periculosidade revelem-se
intoleráveis para o bem jurÃdico meio ambiente e, por conseguinte, à humanidade.
Aplicou-se no trabalho o método de abordagem indutivo e a técnica adotada foi a
bibliográfica e documental, analisando a legislação, doutrinas, obras, artigos e material
jurisprudencial pertinentes ao tema. Ao final, conclui-se que a responsabilidade civil
ambiental, albergada pelos princÃpios da solidariedade social e da solidariedade
diacrônica com as futuras gerações, revela o seu enfoque em medidas preventivas e
precaucionais, cuja execução é fundamental para a promoção da equidade intergeracional,
constituindo tal instituto um dos principais instrumentos para a proteção ambiental.The demands imposed by the emergence of a Society qualified by the generation of global
and invisible risks, of which the environment assumes a prominent position, exposes the legal
structures to a necessary communication about risk. Adopting the risk society theory as a
theoretical framework, with the indication of its main elements and exposure of the
characteristics of the risks that emerge in late modernity, an environmental crisis installed
from this context is analyzed, emphasizing that these new threats, particularized by a level of
complexity typical of this phase of modernity, are no longer susceptible to predictability and
control, triggering a break in traditional security standards. Faced with the complexity of the
issue, the Law needs to reorganize itself, considering the transdisciplinarity involved in the
assimilation of these risks, in order to offer the legal instruments necessary for the
construction of a Environmental Legal State. Civil responsibility and intergenerational
justice, as legal operational elements, play an important role in absorbing ecological risks and
damages through the incorporation of principles, ethical values and standards of conduct that
guide their main guardianship, namely, the integrity of the environment, added to the
satisfaction of the right to a balanced environment in favor of present and future generations.
Based on the characterization of these two elements, it appears that both empower the
Environmental Law to make use of its preventive sphere to all those who practice acts whose
harmfulness or dangerousness prove to be intolerable for the legal property of the
environment and for the humanity. The inductive method was applied in the research and the
adopted technique was the bibliographical and documental one, analyzing the legislation,
doctrines, works, articles and jurisprudential collection pertinent to the subject. The paper
concludes that environmental civil responsibility, sheltered by the principles of social
solidarity and diachronic solidarity with future generations, reveals its focus on preventive
and precautionary measures, whose execution is fundamental for the promotion of
intergenerational equity, constituting as one of the main instruments for environmental
protection