4 research outputs found

    A natureza política das Minas: mineração, sociedade e ambiente no século XVIII

    No full text
    Exportado OPUSMade available in DSpace on 2019-08-09T22:13:30Z (GMT). No. of bitstreams: 1 tese_carolina_marotta_capanema.pdf: 4200999 bytes, checksum: 49a41ec68fb08ee1a794a995a54f6724 (MD5) Previous issue date: 18A atribuição de um caráter predatório e rudimentar à exploração do ouro praticada na América portuguesa no século XVIII difundiu a imagem de uma sociedade mineradora ignorante das consequências de suas ações sobre o meio físico. As fontes documentais indicam, contudo, que os habitantes locais não apenas reconheciam as consequências nefastas das atividades de mineração sobre o ambiente, mas também sugeriam medidas de recuperação das áreas atingidas. A partir do estudo da exploração do ouro na capitania de Minas Gerais, entre os anos de 1702 e 1799, esta tese se dedica ao questionamento dessa tradicional e consagrada interpretação sobre a mineração setecentista e à análise das representações construídas sobre a natureza naquele contexto de intensa exploração do ouro. Nossa documentação consistiu em fontes oficiais produzidas pelos poderes locais e regionais da capitania e pela coroa; textos memoriais, filosóficos e literários, manuscritos e impressos pesquisados no Brasil e em Portugal; e estudos arqueológicos. Naquele contexto histórico, a dependência em relação aos recursos naturais - como madeira e água - era decisiva para o aumento da produção aurífera e as relações entre sociedade e natureza foram locus privilegiados para negociações políticas e imposições de certos ideais. Os sujeitos históricos se apropriaram das concepções vigentes de natureza na defesa de interesses e ideias específicas (destacando-se uma interpretação moral negativa da sociedade mineradora), ou para usufruir de benefícios sociais e econômicos. Esta tese propõe, portanto, uma interpretação na qual se privilegie representações específicas elaboradas pela própria sociedade setecentista sobre suas relações com o meio físico no âmbito da mineração, que foram muito diversas das interpretações produzidas a posteriori sobre o tema. Em torno das questões práticas que envolviam a exploração do ouro, a sociedade mineira colonial guiou-se por preceitos exclusivos, e privilegiou certas representações políticas de suas relações com a natureza.The assignment of a predatory and rudimentary character to the gold exploration practiced in Portuguese America in the eighteenth century spread the image of a mining society ignorant of the consequences of their actions on their physical environment. The documentary sources indicate, however, that the locals not only recognized the adverse consequences of mining activities on the environment, but also suggested measures for the recovery of affected areas. From the study of gold exploration in the captaincy of Minas Gerais, between the years 1702 and 1799, this thesis is dedicated to questioning this consecrated and traditional interpretation on the eighteenth mining and the analysis of the representations constructed on the nature of that context of intense gold exploration. Our documentation consisted of official sources produced by local and regional authorities of the captaincy and the Crown; memorials texts, philosophical and literary, manuscripts and printed surveyed in Brazil and Portugal; and archaeological studies. In that historical context, the dependence on natural resources - such as wood and water - was decisive for increasing the auriferous production. The relationship between society and nature were locus for privileged political negotiations and charges of certain ideals. The historical subjects appropriated the prevailing concepts of nature in defense of specific interests and ideas (highlighting negative moral interpretation of mining society), or to enjoy social and economic benefits. This thesis, therefore, proposes an interpretation in which favors specific representations elaborated by the eighteenth mining society itself on their relations with the physical environment in the course of mining, and which were very different from the interpretations produced a posteriori on the subject. Around the practical issues involving mining, Minas colonial society was guided by exclusive precepts and privileged certain representations of their political relations with nature

    Um diálogo com o além-mar: entrevista com o Professor Nuno Gonçalo Monteiro

    No full text
    Esta edição da Temporalidades traz uma entrevista com o professor português Nuno Gonçalo Monteiro. Investigador Coordenador do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa desde 2007, tem doutorado em História Moderna pela F.C.S.H/Universidade Nova de Lisboa e é autor de, entre outros livros, "Elites e Poder. Entre o Antigo Regime e o Liberalismo" (2003). Esteve de passagem por Belo Horizonte entre novembro e dezembro de 2010, ocupando a Cátedra de Estudos Íbero-Latino-Americanos do Instituto de Estudos Avançados Transdisciplinares (IEAT) da UFMG, e ministrou conferências e um mini-curso sobre aspectos da monarquia dos Bragança (1640-1820) no reino português e no Atlântico. Em virtude de agenda bastante atribulada, o professor se dispôs a responder algumas de nossas perguntas via e-mail. Na entrevista que se segue podemos vislumbrar algumas de suas ideias e influências historiográficas

    EDITORIAL

    No full text
    Editorial da quarta edição (ago./dez. 2010)

    Alberto José Sampaio: um botânico brasileiro e o seu programa de proteção à natureza Alberto José Sampaio: a Brazilian botanist and his nature protection program

    No full text
    O texto discorre sobre a obra científica e as proposições de proteção à natureza do botânico brasileiro Alberto José Sampaio (1881- 1946), um dos maiores conhecedores da flora brasileira e um dos pioneiros do conservacionismo no país. Analisa diversos pontos de sua trajetória de cientista, ativista e professor. A atenção recai especialmente sobre as suas três principais produções literárias, publicadas entre 1926 e 1935, nas quais focaliza a distribuição geográfica dos conjuntos de vegetação do Brasil e propõe diversos programas de aproveitamento racional e de preservação dos recursos naturais brasileiros. Mostra-se que as suas idéias estavam influenciadas pelos ideais de um estado forte capaz de construir uma nova identidade nacional, com base na riqueza da natureza brasileira. A conclusão é que as idéias de Sampaio foram avançadas para a sua época e que elas conservam grande parte de sua atualidade, mesmo depois de décadas de prevalência de uma ideologia desenvolvimentista em que ele e diversos cientistas naturais conservacionistas seus contemporâneos foram quase inteiramente esquecidos.<br>The text discusses the scientific output and the proposals for nature protection by the Brazilian botanist Alberto José Sampaio (1881- 1946), one of Brazil.s leading plant scientists and one of the country.s pioneer conservationists. Several aspects of his trajectory as a scientist, activist and teacher are examined. The emphasis falls on his three major books, published between 1926 and 1935, in which he writes about the geographic distribution of Brazil's vegetational forms and presents many proposals in favor of the rational use and preservation of the country.s natural resources. It is shown that his proposals were influenced by the concept of the need of a strong State that could build a new national identity, based on Brazilian nature. The text concludes that Sampaio.s ideas were quite advanced for his times and that many of them are still relevant to current environmental issues, even after decades of prevalence of a strong developmentalist ideology in which his ideas and those of his contemporary scientific colleagues were almost totally forgotten
    corecore