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    Epidemiologia molecular e perfil clínico-epidemiológico da Covid-19 entre março/2020 e agosto/2021 : um estudo multicêntrico

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    Orientadora: Profª Drª Sonia Mara RabonTese (doutorado) - Universidade Federal do Paraná, Setor de Ciências da Saúde, Programa de Pós-Graduação em Medicina Interna e Ciências da Saúde. Defesa : Curitiba, 20/12/2022Inclui referênciasResumo: A alta circulação viral do SARS-CoV-2 contribuiu para o frequente surgimento de novas variantes que têm desde o potencial de alterar o fitness viral até a diminuição da eficácia da vacina. Nesse cenário, o estudo teve como objetivo genotipar os vírus SARS-CoV-2 de pacientes adultos e pediátricos atendidos em dois hospitais terciários em Curitiba/PR de Mar/20 a Ago/21 a fim de traçar o perfil clínico, epidemiológico e laboratorial da COVID-19 para identificar fatores de risco relacionados à COVID-19 de pacientes hospitalizados. Para o desenvolvimento de um estudo transversal retrospectivo, foram realizados RT-qPCR ou NGS para genotipagem viral de amostras de conveniência com RT-qPCR de SARS-CoV-2 positivo. Dados clínico-epidemiológicos e laboratoriais foram revisados de prontuários médicos. Ao todo foram genotipadas 1.708 amostras, que se distribuíram em duas ondas. A análise do total de amostras genotipadas mostrou que as taxas de hospitalização e fatalidade foram maiores na primeira onda pandêmica (p<0,0001) e nos idosos. As variantes Gamma e as ancestrais foram significativamente maiores nos grupos pediátrico e adulto, respectivamente. Os perfis epidemiológicos entre as idades mostraram que infecções em adultos foram associadas ao sexo feminino (Odds Ratio ajustado (aOR)=2,48; IC95%= 1,96-3,14; p<0,0001), a nãovariantes de preocupação (não-VoC) (aOR= 2,68; IC95% 2,13-3,38; p<0,0001), ao aumento da chance de hospitalização (aOR= 5,86; IC95%= 4,22-8,15; p<0,0001) e de óbito (aOR= 8,19; IC95%= 2,91-23,10; p<0,0001). Os clados identificados foram 20B, 20E (EU1), 20J (Gamma V3), 20I (Alpha V1) e 21J (Delta). A regressão logística mostrou que a primeira onda (aOR=2,20; IC95% 1,15- 4,20; p=0,017), adultos (aOR=13,41; IC95%= 8,19-21,96; p<0,0001) e à mutação E484K (aOR=1,93; IC95%=1,16-3,20; p<0.0001) se associaram a hospitalização, enquanto o óbito esteve associado à primeira onda (aOR=3,71; IC95%=1,65 - 8,32, p<0,0001). As análises de Kaplan-meyer mostraram que a sobrevida em 30 dias em pacientes internados foi de 97,6% em crianças, 48,3% em pacientes entre 17-65 anos e 32,8% naqueles com mais de 65 anos. A regressão logística multivariada da avaliação do perfil dos pacientes hospitalizados observou que a variante Gamma está associada à infecção em pacientes caucasianos (aOR= 4,17 IC95%=1,59-10,94; p=0,004), a ter mais fatores de risco (aOR=1,97; IC95%=1,05-3,67; p=0,0001) e ao uso de suporte ventilatório mecânico invasivo (aOR= 2,51; IC95%= 1,07- 5,88; p=0,035). Aumento na mediana de idade foi identificado como risco para internação em UTI em pacientes pediátricos (aOR=1,34; IC95%= 1,03-1,73; p=0,028). Em adultos, os fatores de risco foram infecções em pacientes afrodescendentes (aOR=2,55; IC95%= 1,35-4,80; p=0,004) e obesos (aOR=2,26; IC95%= 1,31-3,93; p=0,004). Os fatores de risco para morte em adultos foram aumento na mediana de idade (aOR= 1,04; IC95%= 1,03-1,06; p<0,0001), doença hepática (aOR= 2,95; IC95%= 1,07-8,11; p=0,036), pacientes com câncer (aOR=3,31; IC95%=1,17-9,37; p=0,024), obesidade (aOR= 2,20; IC95%= 1,12-4,32; p=0,022) e internação em UTI (aOR=8,45; IC95%= 4,86-14,70; p<0,0001). A curva ROC mostrou que procalcitonina, D-dímero, creatinina e LDH são potenciais biomarcadores de admissão na UTI (AUC= 0,721, 0,699, 0,690, 0,680, respectivamente) (p<0,0001) e morte (AUC= 0,768, 0,701, 0,700 e 0,694, respectivamente) (p<0,0001) em pacientes adultos internados. O perfil clínico-epidemiológico da COVID-19 difere de acordo com os fatores do hospedeiro, do vírus e do ambiente. Portanto, a vigilância epidemiológica e molecular constante é crucial para a mitigação do impacto da pandemia, seja pela identificação de mutações, seja pelo fornecimento de dados para a proposição de modelos epidemiométricos que auxiliem na tomada de decisões em saúde pública.Abstract: The high viral circulation of SARS-CoV-2 has contributed to the frequent emergence of new variants that that can change viral fitness and decrease vaccine efficacy. This study aimed to genotype the SARS-CoV-2 viruses of patients treated at two tertiary hospitals in Curitiba/PR from Mar/20 to Aug/21 to trace the clinical, epidemiological, and COVID-19 laboratory tests to identify COVID-19-related risk factors in hospitalized patients. For the development of a retrospective cross-sectional study, convenience samples with positive RT-qPCR for SARS-COV-2 were genotyped by RT-qPCR or NGS. Patient data were reviewed from medical records. A total of 1,708 samples were genotyped. The analysis of the total genotyped samples showed that hospitalization and fatality rates were higher in the first pandemic wave (p<0.0001) and in the elderly (p<0.0001). Gamma and wild variants were significantly higher in the pediatric and adult groups, respectively. Infection in adults were associated with female gender (adjusted Odds Ratio (aOR)= 2.48; 95%CI=1.96-3.14;p<0.0001), non- Variant of Concern (non-VoC) (aOR=2.68; 95%CI=2.13-3.38;), hospitalization (aOR=5.86; 95%CI=4.22-8.15; p<0.0001) and death (aOR= 8.19; 95%CI=2.91-23.10; p<0.0001). The identified clades were 20B, 20E (EU1), 20J (Gamma V3), 20I (Alpha V1), and 21J (Delta). Logistic regression showed that the first wave (aOR=2.20; 95%CI=1.15-4.20; p=0.017), adults (aOR=13.41; 95%CI= 8.19-21.96; p<0.0001), and the E484K mutation (aOR=1.93; 95%CI= 1.16 - 3.20; p<0.0001) were associated with hospitalization, while death was associated with the first wave (aOR=3.71; 95%CI=1.65-8.32; p<0.0001). Kaplan-meyer analyses showed 30-day survival in inpatients was 97.6% in children, 48.3% in patients between 17-65y, and 32.8% in those older than 65y. Multivariate logistic regression in inpatients showed Gamma variant is associated with infection in caucasian patients (aOR=4.17; 95%CI= 1.59- 10.94; p=0.004), presents more risk factors (aOR=1.97; 95%CI= 1.05-3.67; p=0.001) and the use of invasive mechanical ventilatory support (aOR=2.51; 95%CI= 1.07- 5.88; p=0.035). The increased median age was identified as a risk for ICU admission in pediatric patients (aOR=1.34; 95%CI= 1.03-1.73; p=0.028). In adults, risk factors were infections in afro-descendant patients (aOR=2.55; 95%CI= 1.35-4.80; p=0.004) and obese patients (aOR= 2.26; 95%CI= 1.31-3.93; p=0.004). Risk factors to death in adults increased in median age (aOR=1.04; 95%CI= 1.03-1.06; p<0.0001), liver disease (aOR= 2.95; 95%CI= 1.07-8.11; p=0.036), patients with cancer (aOR=3.31; 95%CI= 1.17-9.37; p=0.024), obesity (aOR 2.20; 95%CI= 1.12-4.32; p=0.022) and ICU admission (aOR=8.45; 95%CI= 4.86-14.70; p<0.0001). The ROC curve showed that procalcitonin, D-dimer, creatinine, and LDH are potential biomarkers of ICU admission (p<0.0001) and death (p<0.0001) in adult hospitalized patients. The clinical-epidemiological profile of COVID-19 differs according to host, virus, and environmental factors. Therefore, constant epidemiological and molecular surveillance is crucial for mitigating the impact of the pandemic, either by identifying mutations or by providing data for proposing epidemiometric models that help in public health decision-making

    Padronização de métodos moleculares para detecção simultânea de vírus entéricos em amostras fecais

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    Orientador: Sônia Mara RaboniTrabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado) - Universidade Federal do Paraná. Setor de Ciências Biológicas. Curso de Graduação em Biomedicin

    Epidemiologia molecular dos vírus influenza B no Paraná entre os anos de 2000 a 2016 : implicações na estratégia de imunizações para influenza

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    Orientadora: Profª Drª Sônia Mara RaboniDissertação (mestrado) - Universidade Federal do Paraná, Setor de Ciências Biológicas, Programa de Pós-Graduação em Microbiologia, Parasitologia e Patologia. Defesa : Curitiba, 07/04/2017Inclui referênciasResumo: Influenza, ou gripe, é uma infecção respiratória aguda causada pelos vírus influenza do tipo A, B e em menor freuência C. Crianças, idosos e pacientes com comorbidades são os grupos de maior risco para a evolução de doença severa (síndrome respiratória aguda grave - SRAG), que é responsável por altas taxas de hospitalização e mortes que ocorrem anualmente em 10% da população. Indicadores epidemiológicos vêm demonstrando como o impacto de influenza B (Flu B) é substancial tanto em número de mortes infantis, quanto em evolução das infecções para SRAG, com altos números de admissões em unidades de terapia intensiva. No Brasil, a vacina fornecida pelo Programa Nacional de Imunização é trivalente, esta vacina consiste apenas de uma das duas linhagens de Flu B, as quais co-circulam anualmente. Com o objetivo de realizar a caracterização molecular dos vírus Flu B circulantes no estado do Paraná, o estudo investigou as amostras clínicas positivas para Flu B provenientes da vigilância epidemiológica do influenza no estado do Paraná armazenadas no Laboratório Central do Paraná (LACEN-PR) e de pacientes internados no Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná (HC-UFPR) entre 2000 e 2016. As linhagens de Flu B - Victoria (B/Vic) e Yamagata (B/Yam) - foram identificadas por reação em cadeia da polimerase em tempo real (RT-q-PCR). Em adição, foi reportado o perfil clínico dos pacientes infectados pelas distintas linhagenes e a correspondência entre linhagem da composição vacinal e a linhagem prevalente na população. Dentre 450 amostras incluídas no estudo 423 (94%) foram caracterizadas. No perído avaliado as linhagens B/Yam e B/Vic cocircularam em um padrão de alternância durante os anos em uma frequência de 48% e 52% respectivamente. A infecção por Flu B foi prevalente em mulheres (61%). Enquanto não foi observada distinção de gênero em infecções pela linhagem B/Yam, foi observado que B/Vic foi predominante em mulheres (71%). A mediana de idade dos pacientes infectados por B/Vic (23 anos; IIQ 11-35) foi significativamente menor do que a dos pacientes infectados por B/Yam (32 anos; 12-50). A linhagem B/Vic foi associada com evolução de SRAG (62%) e B/Yam com doença leve (61%). Foi observada diferença na circulação das linhagens entre as regiões do estado do Paraná. Na região noroestes verificou-se prevalência da linhagem B/Vic (67%) e prevalência de casos de SRAG (71%), na região sudeste prevalência de infecções por B/Yam e entre as duas regiões ambas as linhagens se distribuíram igualitariamente. Uma vez que sabe-se que as linhagens co-circulam e que é impossível prever com acurácia a prevalência de cada linhagem para a próxima temporada e tendo em vista o maior número de casos de doença grave em períodos de discordância entre composição vacinal e linhagem circulante, a caracterização molecular de Flu B é imprescindível para o monitoramento da dinâmica de infecção deste agente e ajuste das estratégias públicas de prevenção, imunização e tratamento do influenza com foco em diminuir o impacto da doença na população infectada.Abstract: Influenza, or flu, is an acute infectious respiratory disease caused by a global spread of influenza virus type A, B and, to a lesser extend, type C. Children, the elderly, and immunocompromised patients with chronic diseases are the most likely groups to severe disease (severe acute respiratory syndrome), responsible for high rates of hospitalization and death that occurs annually in 10% of the world population.Epidemiological indicators have shown how the impact of influenza B (Flu B) is substantial, both on the number of childhood deaths, but also in the development of severe acute respiratory infection (SARI), with high numbers of admissions in intensive care unit. In Brazil, the vaccine provided by the National Immunization Program is trivalent, consisting of only one of the two Flu B lineages, which co-circulate annually. The present study investigated influenza B infection in clinical samples collected by epidemiological surveillance and sent to Health Public Laboratory of Paraná (Lacen-PR), and hospitalized patients from hospital tertiary HCUFPR, Brazil, from 2000 to 2016. Flu B lineages: Yamagata- (B/Yam) and Victorialike (B/Vic) were identified by one-step real-time reverse transcription-polymerase chain reaction (qRT-PCR). In addition, it was reported clinical profile, outcome and the match between annual prevalent lineage and vaccine strain. Among 450 flu B positive samples evaluated, 423 (94%) were characterized. In the period both lineages B/Yam and B/Vic co-circulated in an alternating pattern with a frequency of 48% and 52%, respectively. Flu B infection was prevalent in females (61%). B/Yam infected both genders equally while B/Vic was predominant in females (71%). The median age of patients infected by B/Vic (23y; 11-35) was lower than the infected by B/Yam (32y; 12-50). Mismatching between the vaccine and predominant circulating strain was observed in 2006 and 2013 seasons, with a high concentration of SARI cases in 2013. We also observed that B/Vic was related with more cases of the SARI (62%) while B/Yam was related with influenza-like illness (ILI) cases (61%). In the same period, there were differences in the strains circulation in the Paraná state. B/Vic was prevalent in the northwest (67%) and Yamagata in southeast (60%) regions. Since lineages are known to co-circulate and it is impossible to predict accurately the prevalence of each strain for the coming season and in view of the greater number of cases of severe disease in mismacthing vaccine seasons, the molecular characterization of Flu B is essential for the monitoring of the infection dynamics of this virus and adjustment of the public strategies of prevention, immunization and treatment of influenza with a focus on reducing the impact of the disease in the infected population

    Epidemiologia molecular e perfil clínico-epidemiológico da Covid-19 entre março/2020 e agosto/2021 : um estudo multicêntrico

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    Orientadora: Profª Drª Sonia Mara RabonTese (doutorado) - Universidade Federal do Paraná, Setor de Ciências da Saúde, Programa de Pós-Graduação em Medicina Interna e Ciências da Saúde. Defesa : Curitiba, 20/12/2022Inclui referênciasResumo: A alta circulação viral do SARS-CoV-2 contribuiu para o frequente surgimento de novas variantes que têm desde o potencial de alterar o fitness viral até a diminuição da eficácia da vacina. Nesse cenário, o estudo teve como objetivo genotipar os vírus SARS-CoV-2 de pacientes adultos e pediátricos atendidos em dois hospitais terciários em Curitiba/PR de Mar/20 a Ago/21 a fim de traçar o perfil clínico, epidemiológico e laboratorial da COVID-19 para identificar fatores de risco relacionados à COVID-19 de pacientes hospitalizados. Para o desenvolvimento de um estudo transversal retrospectivo, foram realizados RT-qPCR ou NGS para genotipagem viral de amostras de conveniência com RT-qPCR de SARS-CoV-2 positivo. Dados clínico-epidemiológicos e laboratoriais foram revisados de prontuários médicos. Ao todo foram genotipadas 1.708 amostras, que se distribuíram em duas ondas. A análise do total de amostras genotipadas mostrou que as taxas de hospitalização e fatalidade foram maiores na primeira onda pandêmica (p<0,0001) e nos idosos. As variantes Gamma e as ancestrais foram significativamente maiores nos grupos pediátrico e adulto, respectivamente. Os perfis epidemiológicos entre as idades mostraram que infecções em adultos foram associadas ao sexo feminino (Odds Ratio ajustado (aOR)=2,48; IC95%= 1,96-3,14; p<0,0001), a nãovariantes de preocupação (não-VoC) (aOR= 2,68; IC95% 2,13-3,38; p<0,0001), ao aumento da chance de hospitalização (aOR= 5,86; IC95%= 4,22-8,15; p<0,0001) e de óbito (aOR= 8,19; IC95%= 2,91-23,10; p<0,0001). Os clados identificados foram 20B, 20E (EU1), 20J (Gamma V3), 20I (Alpha V1) e 21J (Delta). A regressão logística mostrou que a primeira onda (aOR=2,20; IC95% 1,15- 4,20; p=0,017), adultos (aOR=13,41; IC95%= 8,19-21,96; p<0,0001) e à mutação E484K (aOR=1,93; IC95%=1,16-3,20; p<0.0001) se associaram a hospitalização, enquanto o óbito esteve associado à primeira onda (aOR=3,71; IC95%=1,65 - 8,32, p<0,0001). As análises de Kaplan-meyer mostraram que a sobrevida em 30 dias em pacientes internados foi de 97,6% em crianças, 48,3% em pacientes entre 17-65 anos e 32,8% naqueles com mais de 65 anos. A regressão logística multivariada da avaliação do perfil dos pacientes hospitalizados observou que a variante Gamma está associada à infecção em pacientes caucasianos (aOR= 4,17 IC95%=1,59-10,94; p=0,004), a ter mais fatores de risco (aOR=1,97; IC95%=1,05-3,67; p=0,0001) e ao uso de suporte ventilatório mecânico invasivo (aOR= 2,51; IC95%= 1,07- 5,88; p=0,035). Aumento na mediana de idade foi identificado como risco para internação em UTI em pacientes pediátricos (aOR=1,34; IC95%= 1,03-1,73; p=0,028). Em adultos, os fatores de risco foram infecções em pacientes afrodescendentes (aOR=2,55; IC95%= 1,35-4,80; p=0,004) e obesos (aOR=2,26; IC95%= 1,31-3,93; p=0,004). Os fatores de risco para morte em adultos foram aumento na mediana de idade (aOR= 1,04; IC95%= 1,03-1,06; p<0,0001), doença hepática (aOR= 2,95; IC95%= 1,07-8,11; p=0,036), pacientes com câncer (aOR=3,31; IC95%=1,17-9,37; p=0,024), obesidade (aOR= 2,20; IC95%= 1,12-4,32; p=0,022) e internação em UTI (aOR=8,45; IC95%= 4,86-14,70; p<0,0001). A curva ROC mostrou que procalcitonina, D-dímero, creatinina e LDH são potenciais biomarcadores de admissão na UTI (AUC= 0,721, 0,699, 0,690, 0,680, respectivamente) (p<0,0001) e morte (AUC= 0,768, 0,701, 0,700 e 0,694, respectivamente) (p<0,0001) em pacientes adultos internados. O perfil clínico-epidemiológico da COVID-19 difere de acordo com os fatores do hospedeiro, do vírus e do ambiente. Portanto, a vigilância epidemiológica e molecular constante é crucial para a mitigação do impacto da pandemia, seja pela identificação de mutações, seja pelo fornecimento de dados para a proposição de modelos epidemiométricos que auxiliem na tomada de decisões em saúde pública.Abstract: The high viral circulation of SARS-CoV-2 has contributed to the frequent emergence of new variants that that can change viral fitness and decrease vaccine efficacy. This study aimed to genotype the SARS-CoV-2 viruses of patients treated at two tertiary hospitals in Curitiba/PR from Mar/20 to Aug/21 to trace the clinical, epidemiological, and COVID-19 laboratory tests to identify COVID-19-related risk factors in hospitalized patients. For the development of a retrospective cross-sectional study, convenience samples with positive RT-qPCR for SARS-COV-2 were genotyped by RT-qPCR or NGS. Patient data were reviewed from medical records. A total of 1,708 samples were genotyped. The analysis of the total genotyped samples showed that hospitalization and fatality rates were higher in the first pandemic wave (p<0.0001) and in the elderly (p<0.0001). Gamma and wild variants were significantly higher in the pediatric and adult groups, respectively. Infection in adults were associated with female gender (adjusted Odds Ratio (aOR)= 2.48; 95%CI=1.96-3.14;p<0.0001), non- Variant of Concern (non-VoC) (aOR=2.68; 95%CI=2.13-3.38;), hospitalization (aOR=5.86; 95%CI=4.22-8.15; p<0.0001) and death (aOR= 8.19; 95%CI=2.91-23.10; p<0.0001). The identified clades were 20B, 20E (EU1), 20J (Gamma V3), 20I (Alpha V1), and 21J (Delta). Logistic regression showed that the first wave (aOR=2.20; 95%CI=1.15-4.20; p=0.017), adults (aOR=13.41; 95%CI= 8.19-21.96; p<0.0001), and the E484K mutation (aOR=1.93; 95%CI= 1.16 - 3.20; p<0.0001) were associated with hospitalization, while death was associated with the first wave (aOR=3.71; 95%CI=1.65-8.32; p<0.0001). Kaplan-meyer analyses showed 30-day survival in inpatients was 97.6% in children, 48.3% in patients between 17-65y, and 32.8% in those older than 65y. Multivariate logistic regression in inpatients showed Gamma variant is associated with infection in caucasian patients (aOR=4.17; 95%CI= 1.59- 10.94; p=0.004), presents more risk factors (aOR=1.97; 95%CI= 1.05-3.67; p=0.001) and the use of invasive mechanical ventilatory support (aOR=2.51; 95%CI= 1.07- 5.88; p=0.035). The increased median age was identified as a risk for ICU admission in pediatric patients (aOR=1.34; 95%CI= 1.03-1.73; p=0.028). In adults, risk factors were infections in afro-descendant patients (aOR=2.55; 95%CI= 1.35-4.80; p=0.004) and obese patients (aOR= 2.26; 95%CI= 1.31-3.93; p=0.004). Risk factors to death in adults increased in median age (aOR=1.04; 95%CI= 1.03-1.06; p<0.0001), liver disease (aOR= 2.95; 95%CI= 1.07-8.11; p=0.036), patients with cancer (aOR=3.31; 95%CI= 1.17-9.37; p=0.024), obesity (aOR 2.20; 95%CI= 1.12-4.32; p=0.022) and ICU admission (aOR=8.45; 95%CI= 4.86-14.70; p<0.0001). The ROC curve showed that procalcitonin, D-dimer, creatinine, and LDH are potential biomarkers of ICU admission (p<0.0001) and death (p<0.0001) in adult hospitalized patients. The clinical-epidemiological profile of COVID-19 differs according to host, virus, and environmental factors. Therefore, constant epidemiological and molecular surveillance is crucial for mitigating the impact of the pandemic, either by identifying mutations or by providing data for proposing epidemiometric models that help in public health decision-making

    INTERNAMENTOS POR POR COVID-19 EM DOIS DIFERENTES MOMENTOS DA PANDEMIA EM UM HOSPITAL TERCIÁRIO NO SUL DO BRASIL: IMPACTO DA VARIANTE GAMMA

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    Introdução: A pandemia causada pelo SARS-CoV-2 atingiu virtualmente todos os países do mundo. No Brasil, devido à diversidade regional e socioeconômica, houve diferenças na evolução dos casos e óbitos nas diferentes regiões. O surgimento de variantes de interesse (VOI) levantou preocupações a respeito de cepas mais contagiosas e virulentas. Neste estudo, buscamos traçar o perfil clínico e epidemiológico da população hospitalizada por COVID-19 em um hospital no sul do Brasil em dois diferentes momentos da pandemia, correlacionando com as variantes predominantes em cada período. Métodos: Foi realizado um estudo retrospectivo de março de 2020 a julho de 2021. Os dados epidemiológicos, clínicos e de desfecho foram coletados através da ficha de notificação do Sistema de Informação de Vigilância Epidemiológica (SIVEP-Gripe) e revisão de prontuário. Amostras respiratórias positivas para SARS-CoV-2 foram genotipadas por RT-qPCR, e as variantes foram caracterizadas usando sistemas de genotipagem por sondas. Resultados: Dados de 2.887 indivíduos foram analisados, sendo 1.495 da primeira onda e 1.392 da segunda onda. Houve predomínio do sexo masculino nas duas ondas e a mediana de idade foi significativamente mais baixa na segunda onda do que na primeira (59 anos e 52 anos, respectivamente; p < 0.001). O genótipo Wild foi predominante na primeira onda, enquanto o genótipo Gamma foi predominante na segunda onda. A prevalência geral de comorbidades foi semelhante nos dois períodos. Doenças cardiovasculares e diabetes tipo 2 foram mais frequentes na primeira onda, enquanto obesidade foi mais frequente na segunda onda. Não houve diferença estatisticamente significativa entre as duas ondas em relação à frequência de sintomas relatados no momento da admissão, sendo dessaturação, dispneia e tosse os sintomas mais comuns. A mediana de tempo entre o início dos sintomas e a admissão hospitalar aumentou da primeira para segunda onda (p < 0.001). Não houve diferença estatisticamente significativa entre as duas ondas em relação à gravidade da doença e os desfechos clínicos, com taxa de fatalidade em torno de 22% observada nos dois períodos. Conclusão: A pandemia de COVID-19 no Brasil foi caracterizada por picos de casos e óbitos, cada qual com características clínicas e epidemiológicas distintas, decorrentes de novas variantes virais. Apesar disso, não houve aparente aumento na gravidade da doença com o surgimento dessas novas variantes
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