Impacto do estado nutricional na neoplasia maligna do pulmão

Trabalho Final de Mestrado Integrado, Ciências Farmacêuticas, Universidade de Lisboa, Faculdade de Farmácia, 2016A neoplasia maligna do pulmão caracteriza-se pelo crescimento descontrolado de células neoplásicas no pulmão e é o tumor maligno mais prevalente a nível mundial. Diversos estudos têm demonstrado uma forte associação entre o desenvolvimento da neoplasia maligna do pulmão e o comprometimento do estado nutricional dos indivíduos doentes. Na neoplasia maligna do pulmão os efeitos locais do crescimento do tumor, as terapêuticas antineoplásicas utilizadas e/ou a resposta do indivíduo à doença, incluindo os sintomas associados, conduzem a um estado de desequilíbrio nutricional denominado desnutrição oncológica. A desnutrição reflete-se em várias alterações fisiológicas, morfológicas e funcionais que influenciam a qualidade de vida, o sucesso terapêutico e o prognóstico dos indivíduos. Neste seguimento, estima-se que a desnutrição e as suas consequências, tais como caquexia oncológica, sarcopénia e perda ponderal severa sejam responsáveis por cerca de 20% das mortes associadas à neoplasia maligna do pulmão. Através da análise dos hábitos dietéticos, da observação das alterações nos parâmetros antropométricos e bioquímicos e da aferição dos índices de desempenho do indivíduo é possível avaliar o estado nutricional e determinar a necessidade de uma intervenção nutricional individualizada. Assim, a avaliação do estado nutricional é essencial para a abordagem multidisciplinar da neoplasia maligna do pulmão e deve constituir uma intervenção adjuvante obrigatória no momento do diagnóstico e durante todo o seguimento clínico do indivíduo doente com vista a um melhor prognóstico e qualidade de vida do mesmo.The malignant tumour of the lung results from the uncontrolled growth of abnormal cells that start off in the lungs and is the most common cancer worldwide. Previous studies had demonstrated a strong relationship between the lung neoplasm and the nutritional status impairment. The local effects of the tumour itself, the treatment modalities and/or the host response to the lung cancer, including associated symptoms, lead to a common nutritional imbalance, termed desnutrition. Desnutrition induce physiological and functional alterations that affect quality of life, therapeutic success and patients' prognosis. In fact, it is estimated that 20% of lung cancer patients' deaths are linked to the development of desnutrition and associated complications such as oncologic cachexia, sarcopenia and severe ponderal loss, rather than the malignancy itself. Through the study of dietetic practices, anthropometric measurements, biochemical markers and patients' performance indexes it is possible to evaluate nutritional status and consequently decide whether or not an individualised nutritional intervention is needed. In conclusion, the nutritional status assessment is essential for the multidisciplinary management required in lung cancer maligmant tumour and should be considered at the moment of diagnostic and during the clinical follow-ups to improve patients' prognosis and quality of life