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    PERFIL EPIDEMIOLÓGICO E POTENCIAL ZOONÓTICO DAS PARASITOSES EM CANINOS E FELINOS DA TERRA INDÍGENA XAPECÓ, SC

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    Introdução: Os animais são hospedeiros de uma grande variedade de parasitos com potencial zoonótico, podendo transmitir ao homem através do contato direto ou indireto. Alguns desses parasitos apresentam distribuição cosmopolita entre a população animal e humana, com maior prevalência entre os países em desenvolvimento, e nas fatias menos abastadas das sociedades, como é o caso das populações indígenas, onde as condições de saneamento e habitação são precárias e facilitam a transmissão destes agentes. Os povos indígenas apresentam as infecções gastrointestinais como uma das principais causas de morbi-mortalidade. A Terra Indígena Xapecó, no oeste de Santa Catarina, é a maior reserva indígena do Sul do Brasil. A precariedade em que vive a maioria da população da aldeia caracteriza-se por moradias inadequadas e pela falta de sistema de esgoto e de abastecimento de água, bem como de um tratamento adequado ao lixo. As doenças infectoparasitárias nas crianças de 0 a 14 anos constituem o principal motivo de consulta na "Enfermaria" da aldeia Sede. Objetivo: O objetivo desse projeto foi realizar um levantamento epidemiológico das parasitoses em animais de companhia e possíveis zoonoses na Terra indígena Xapecó, SC, além de vermifugar caninos e felinos através da medicação fornecida em parceria com a prefeitura municipal de Ipuaçu, SC. Além disso, foi colocado em prática um plano de conscientização da população sobre a importância da higiene, controle de manejo ambiental e profilático nos animais de estimação, visando também a saúde humana. Método: O estudo, aprovado pela Comissão de ética no uso de animais (CEUA) sob protocolo 32/2021, foi realizado através da avaliação clínica dos caninos e felinos da Terra indígena, associada a coleta de fezes e análise no Laboratório de Parasitologia Veterinária da UNOESC Xanxerê, SC. A análise coproparasitológica foi realizada através das técnicas de Sheather, Faust e sedimentação. Foram coletadas 296 amostras de fezes, sendo 275 amostras de caninos e apenas 21 de felinos. Resultados: Das 213 amostras processadas através da técnica de Sheather, 170 (79,81%) foram positivas. Das 183 amostras processadas através da técnica de Faust, 139 (75,95%) foram positivas. Em ambas as técnicas, o gênero Ancylostoma spp. foi o mais ocorrente. Na técnica de sedimentação, 292 amostras foram processadas, 248 (84,93%) positivas, sendo o gênero Dipylidium spp. de maior ocorrência. Os ovos dos parasitas identificados através das análises pertenciam ao gênero Ancylostoma spp., Dipylidium caninum, Toxocara spp., Trichuris spp., Cystoisospora spp., Heterakis spp., Eimeria spp., Ascarisspp. e Strongyloides spp. Durante as coletas, 1.446 animais foram vermifugados através do projeto. Dentre eles, 1.191 caninos e 255 felinos. Ainda, 78 caninos foram identificados e tratados para sarna demodécica. Conclusão: Evidenciou-se grande taxa de parasitismo dos animais de companhia na Terra indígena, incluindo diversos agentes de potencial zoonótico. Ações educativas devem ser traçadas junto à comunidade, por meio de palestras nas escolas, educação em saúde, campanhas para o tratamento dos animais além de outras ferramentas que nos permitam trabalhar de maneira eficaz no controle de zoonoses entre as populações indígenas
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