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    Perfil clínico e epidemiológico dos casos de Leishmaniose Visceral Canina atendidos em um Hospital Veterinário em Uberaba no período de 2015 a 2020

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    A leishmaniose visceral canina (LVC) é uma doença de grande relevância no Brasil pois é uma zoonose em expansão, tendo o cão importância na dispersão da doença. O quadro clínico é variável e dependente da resposta imune do cão e da cepa do parasita inoculado pela picada do flebotomíneo vetor. Uberaba atualmente ainda é classificada como município silencioso não receptivo vulnerável, ou seja, sem confirmação de casos autóctones humanos e caninos e sem a presença conhecida do vetor. Este trabalho tem como objetivo descrever o perfil clínico e epidemiológico dos casos de LVC atendidos no Hospital Veterinário da Uniube (HVU) no período de 2015 a 2020, por meio de levantamento de prontuários médicos. Realizou-se a busca no Sistema de Gestão Veterinária® do HVU pelas fichas clínicas cuja suspeita diagnóstica era LVC, sendo os dados analisados: método diagnóstico, raça. sexo, idade, manifestações clínicas, alterações laboratoriais e procedência. Os dados foram submetidos a análise descritiva. Foram encontrados 204 animais com suspeita de LVC, sendo 25 casos confirmados. Os métodos empregados para o diagnóstico foram principalmente sorológicos, sendo eles a reação de imunofluorescência indireta (RIFI) (22/25), ensaio imunoenzimático (ELISA) (15/25) e teste rápido imunocromatográfico (1/25). Em 4 animais positivos foram realizados PCR Ressalta-se que alguns animais foram submetidos a mais de um tipo de teste. A maior prevalência de casos positivos foi de animais sem raça definida 40% (10/25), seguido pela raça poodle 20% (5/25) e pastor alemão 12% (3/25). Foi observado que dos 25 animais positivos 14 eram machos (56%) e 11 fêmeas (44%). Quanto à faixa etária, a mais acometida foi de 1 a 5 anos (15/25), seguido por animais com idade superior a 5 anos (8/25). Os sinais clínicos mais frequentes foram lesões cutâneas (48%) (12/25), anorexia (24%) (6/25) e linfoadenomegalia (24%) (6/25). As principais alterações laboratoriais foram anemia normocítica normocrômica em 40% (10/25) dos casos, hiperproteinemia em 36% (9/25), trombocitopenia em 28% (7/25), hiperglobulinemia em 24% (6/25), aumento de enzimas hepáticas AST e ALT em 16 % (4/25) e proteinúria em 20 % (5/25). No que diz respeito a procedência dos animais positivos, 10 cães tinham como procedência Uberaba, entretanto não foi possível certificar-se de que não haviam deixado o município em algum momento. Após a análise desses dados é possível concluir que o perfil dos cães atendidos no HVU positivos para LVC, é composto por machos e fêmeas, principalmente com idade entre 1 a 5 anos, sem raça definida, apresentando alterações cutâneas, anorexia, linfoadenomegalia, anemia normocítica normocrômica e trombocitopenia como achados mais frequentes. Esses resultados corroboram com a maioria dos trabalhos utilizados como base para o desenvolvimento deste estudo exceto pela presença de potenciais casos autóctones, entretanto o estudo foi realizado pelo levantamento de prontuários, portanto não foi possível confirmar que os animais nunca estiveram fora de Uberaba, isso evidencia a necessidade de realizar um estudo prospectivo para confirmar a ocorrência de casos autóctones, perante a constatação de 25 casos positivos em área não endêmica para a doença
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