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    Recursos polínicos utilizados por duas espécies de meliponíneos em um ambiente de restinga no sul de Santa Catarina, Brasil

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    Trabalho de Conclusão de Curso, apresentado para obtenção do grau de Bacharel no curso de Ciências Biológicas, da Universidade do Extremo Sul Catarinense, UNESC.Estudos envolvendo recursos polínicos de abelhas nativas em regiões naturais brasileiras ainda são escassos, porém o conhecimento das relações entre as abelhas indígenas sem ferrão e as plantas fornecedoras de recursos alimentares é essencial para fornecer informações que possibilitem subsidiar programas de conservação dessas abelhas e para assegurar a polinização dessas espécies vegetais. Considerando as interações entre plantas e seus visitantes florais, se torna de extrema importância estudos sobre a diversidade de recursos florais utilizados pelas espécies de abelhas sociais. Com o intuito de contribuir para a diminuição das lacunas no conhecimento, este trabalho tem como objetivo investigar as principais espécies vegetais fornecedoras de pólen para duas espécies sociais nativas, Melipona quadrifasciata quadrifasciata (Lepeletier, 1836) e Tetragonisca angustula (Latreille, 1811), em uma área de restinga, no município de Jaguaruna – SC. A área estudada encontra-se numa matriz predominantemente agrícola sob alto grau de antropização, isolada de outros remanescentes e circundada por áreas de extração de areia e cultivo de eucalipto. Colônias das duas espécies estudadas (n = uma cada) foram introduzidas em outubro de 2016 na área de estudo e as coletas foram realizadas mensalmente, no período matutino, entre os meses de janeiro a setembro de 2017. Foram coletadas amostras polínicas em todos os potes de pólen abertos nos ninhos das duas espécies. Além disso, com auxílio de rede entomológica, foram coletadas 10 abelhas de cada uma das duas espécies que estavam retornando às suas respectivas colônias e que continham grãos de pólen nas suas corbículas. Paralelo às coletas das amostras de pólen, procurou-se espécies vegetais em floração, percorrendo uma transecção preestabelecida, para posterior identificação e confecção das lâminas de pólen de referência. A análise das lâminas polínicas dessas amostras revelou que as duas espécies coletaram 29 tipos polínicos, pertencentes a 18 famílias botânicas. Os meses com maior riqueza foram julho e setembro (n = 10 cada), seguidos por março (n = 9) nove tipos polínicos. Ocorreu divisão de recursos em apenas seis espécies, resultando em um valor de similaridade para o índice de Jaccard de 0,21. De maneira geral as operárias visitaram várias fontes de pólen, porém ocorreu a preferência de espécies das famílias Myrtaceae e Asteracea e, visitadas por indivíduos tanto de T. angustula quanto M. quadrifasciata quadrifasciata. Observando os parâmetros de nicho trófico verificou-se que os valores de amplitude de nicho e equitabilidade, indicaram uma maior largura do nicho trófico e uniformidade na exploração dos recursos durante o período do estudo para T. angustula, enquanto M. quadrifasciata quadrifasciata apresentou visitas irregulares às plantas. Conclui-se então, que estes resultados indicam um uso considerável de recursos florais, e apesar de partilharem recursos tróficos, as duas espécies conseguem coexistir no mesmo local onde a oferta de recursos é limitada devido ao ambiente de estudo estar inserido em uma matriz antropizada
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