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    Sobre o Mal-estar Hoje: Do Cérebro à Pulsão de Morte

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    Há alguns anos, as evidências formuladas pelas neurociências e a proliferação de categorias psicopatológicas tem colaborado para a legitimação e para a multiplicação de discursos recheados de promessas de cura para o sofrimento psíquico. Nesse contexto — onde a psicopatologia é abordada a partir de uma concepção predominantemente biológica e a proliferação de categorias diagnósticas se faz acompanhar pelo predomínio de uma abordagem sindrômica das doenças mentais — a ênfase na terapêutica biológica opera como promessa de exclusão do mal-estar da vida. Trata-se de um processo de naturalização do sofrimento psíquico no qual a multiplicação de categorias diagnósticas é proporcional à diversidade de sofrimentos psíquicos que podem ser medicados. Apresentamos alguns conceitos forjados por Freud, como a angústia, o desamparo e a pulsão de morte, como indicadores da possibilidade de intervir no sofrimento psíquico através de perspectivas diversas daquelas que prometem a exclusão do mal da vida. Se o mal é sinal da desordem promovida pela pulsão que não pôde se inscrever no aparelho psíquico, então a psicanálise inclui o mal no cerne da própria vida psíquica. Esta última só se constitui e se transforma graças à possibilidade de criação de novos sentidos, de novas formas de satisfações possíveis para o impulso vital, insistente por excelência
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