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    GÊNERO: UMA CATEGORIA ÚTIL DE ANÁLISE?

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    O artigo está organizado em três partes e terá como objetivo geral retomar o texto de Joan Scott “Gênero uma categoria útil de análise”, apontando a importância e os limites da categoria gênero quando se pensa nos corpos escravizados. Na primeira parte, será problematizada a centralidade da diferença sexual como definidor das masculinidades e das feminilidades. A discussão terá como recorte empírico os Anais do Congresso Nacional, entre maio de 1971 e setembro de 1871, período em que se discutiu a proposição de lei que viria a se tornar conhecida, após a aprovação, como Lei do Ventre Livre. Na segunda parte, o diálogo com o conceito de gênero será contextualizado na esfera do Estado e a partir do lugar que os corpos das mulheres livres e escravizadas ocupavam na esfera legal. A concepção de que o gênero é uma categoria primária para se analisar as relações de poder não problematiza as condições anteriores e exteriores à posição de poder que o masculino e feminino ocupam nas relações sociais racializadas. O conceito central para analisar a distribuição diferencial de reconhecimento das identidades de gênero será o de necrobiopoder. No terceiro movimento, o foco estará circunscrito à família. Em articulação com a discussão da diferença sexual e das relações de poder se tentará compreender a reiterada negação do reconhecimento da existência de família formada por pessoas escravizadas e os efeitos desse não reconhecimento na contemporaneidade.

    Gay and Lesbian Studies in Brazil: A Field in Construction

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    Traditionally, sexuality studies in Brazil have been organized around ideas of normalization. Specialists in the field have been trained to observe and comment on behaviours that did not conform to the imperatives of heterosexuality. Gender was polarized and hierarchical, and gained meaning from the idea of separate, complementary sexes. Heterosexuality gave meaning to human existence and reproduction, and every other kind of sexual expression was measured according to the rule of heteronormativity

    O belo, o feio e o abjeto nos corpos femininos

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    The hegemonic social project for the gendered bodies is based on the assumption that there is a continuity relationship between the genitalia (vagina / penis), the whole body (woman / man) and the gendered practices (femininities / masculinities). This continuity line would mark what Judith Butler will call "intelligible genres". The article hypothesis is that a notion that threatens the recognition of a body as belonging to a certain gender is not ugliness. Beauty and ugliness would be hierarchical gradations of reading about intelligible bodies. It is the bodies of transvestites, transgender people, transgender people who would express the side of denial, abjection and who would even be outside the hierarchies of beauty. The analysis categories will be abjection and gender. And the objective will be to discuss how beautiful, ugly and abject categories in women relate them to the notions of gender performance, parody, prosthetic identities, and power relations.O projeto social hegemônico para os corpos generificados assenta-se na suposição de que existe uma relação de continuidade entre a genitália (vagina/pênis), o corpo inteiro (mulher/homem) e as práticas generificadas (feminilidades/masculinidades). Esta linha de continuidade marcaria o que Judith Butler irá chamar de “gêneros inteligíveis”. A hipótese deste artigo é que a noção que ameaça o reconhecimento de um corpo como pertencente a um determinado gênero não é a feiura. Beleza e feiura seriam gradações hierarquizadas da leitura sobre os corpos generificados inteligíveis. São os corpos das travestis, das pessoas trans, transgênero que expressariam o lado da negação, da abjeção e que estariam fora mesmo das hierarquias de beleza. As categorias centrais de análise serão abjeção e gênero E o objetivo será discutir as categorias belo, feio e abjeto nos femininos relacionando-as às noções de performance de gênero, paródia, próteses identitárias e relações de poder
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