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    A epidemiologia da hanseníase e as barreiras para a sua erradicação no Brasil

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    Introdução: A Hanseníase é uma doença infectocontagiosa de caráter crônico, cujo agente etiológico é a bactéria Mycobacterium leprae, que acomete indivíduos desde os tempos mais remotos. Por ser uma doença complexa, a erradicação da doença tem se mostrado difícil, com discreto declínio nas taxas de prevalência de diferentes países. Objetivo: Estabelecer a prevalência e a incidência da doença no Brasil evidenciando as barreiras que impedem a sua erradicação. Material e Método: O presente trabalho consiste em uma Pesquisa Original realizada a partir da base de dados Datasus, Ministério da Saúde e artigos publicados entre os anos de 2016 e 2018. Os critérios utilizados para a pesquisa foram: dados atualizados, ano de publicação dos artigos e estudos relevantes que demonstrassem a persistência da doença no país. Resultados: O Brasil é o primeiro país em incidência proporcional ao número de habitantes. De acordo com o Sistema de Informações de Agravos de Notificação (SINAN), houve uma diminuição, entre 2010 e 2016, de 34.894 para 25.218 de casos novos segundo ano de diagnóstico. No entanto, no ano seguinte, 26.875 novos casos foram detectados. Soma-se a esse quadro preocupante o fato de que, dentre esses casos, 1.718 corresponderam à menores de 15 anos de idade – o que indica transmissão ativa e recente na comunidade. Outro dado relevante é o percentual de cura nas coortes que, segundo o SINAN, nos anos de 2015, 2016 e 2017 foram de 83,5%, 81,8% e 81,2%, respectivamente. Esses valores indicam a eficiência dos serviços em manter a adesão desde o tratamento até a alta. Observa-se, a partir disso, que o decréscimo nessa estimativa é prepcupante e denota, sobretudo, a precariedade ao da assistência de saúde pública em efetivar o acompanhamento dos pacientes ao longo do quadro patológico. No que tange a fisiopatologia da doença, o Grau de Incapacidade Física (GIF) do paciente pode ser classificado em três valores: 0 quando não há comprometimento neural nos olhos, nas mãos e nos pés; 1 quando há diminuição ou perda da sensibilidade nas partes do corpo supracitadas e 2 quando há incapacidade e deformidade. No Brasil, o GIF, entre 2016 e 2017, sofreu um acréscimo, passando de 7,9 por um milhão de habitantes para 8,3 por um milhão de habitantes, representando, assim, uma queda na detecção precoce da doença e, consequentemente, uma piora no prognóstico da doença. Já quando se trata acerca da distribuição da Hanseníase nas regiões brasileiras, percebe-se que, nos últimos três anos, ela tem se tornado prevalente no Nordeste, Centro-Oeste e Norte, atingindo proporções maiores nas regiões mais carentes. Essa realidade retrata que as desigualdades regionais - tanto econômicas quanto sociais – guardam uma intrínseca relação histórica com os dados epidemiológicos das doenças de cunho infectocontagioso. Conclusão: Diante desse quadro, depreende-se que as barreiras para a erradicação da Hanseníase transitam na negligêcia do Estado brasileiro. Dessa feita, é preciso um reforço nas estratégias de tratamento da doença, uma vez que a eficiência desse serviço é um ponto primordial no combate da enfermidade. Além disso, garantir a Universalidade no atendimento aos pacientes é também imperativo já que se constatou que regiões mais pobres são as que mais registram novos casos da doença

    Obesidade infantil: os fatores predisponentes e comorbidades associadas

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    Introdução: A obesidade é uma preocupação significativa de saúde pública a nível mundial, devido ao aumento contínuo da prevalência, sobretudo, nos mais jovens. A partir disso, alguns fatores interferem decisivamente nesse panorama de alta morbidade, tais como: o estilo de vida contemporâneo, o sedentarismo e a carga hereditária, que atuam como gatilho ao aparecimento de doenças típicas desse perfil, que contribui para a manutenção dessa comorbidade. Objetivo: Estabelecer as causas da obesidade infantil e o aparecimento de patologias associadas. Material e método: O presente trabalho consiste em uma revisão integrativa da literatura realizada a partir de 10 artigos, publicados entre 2015 e 2018, obtidos nas plataformas PubMed, Google Acadêmico e Capes periódicos. Utilizou-se como descritores indexados no DeCS: obesidade pediátrica; sobrepeso; nutrição da criança e política pública. Os critérios utilizados para seleção dos artigos foram o ano de publicação do estudo, a relevância temática e o idioma utilizado (português ou inglês). Resultados: A obesidade é descrita como o acúmulo excessivo de tecido adiposo no corpo humano. Tal problema tem acometido cada vez mais crianças e adolescentes contribuído para o aparecimento de comorbidades, tais como: distúrbios metabólicos, endócrinos, cardiovasculares, pulmonares, gastrointestinais, psiquiátricos, hematológicos, além do desenvolvimento de neoplasias malignas. Paralelamente, sabe-se, também, que os hábitos de vida são moldados na infância e persistem durante a vida adulta. Dessa forma, a alimentação inadequada nessa fase pode comprometer o desenvolvimento fisiológico da criança. Assim, o papel da televisão e das novas tecnologias merece destaque, pois figuram como fatores determinantes na influência alimentar desses indivíduos, já que esses veículos padronizam hábitos alimentares muitas vezes pouco saudáveis e, assim, fortalecem esse panorama de desajuste alimentar na infância. Além disso, foi possível verificar que uma das comorbidades associadas a obesidade infantil é a redução da aptidão cardiorrespiratória. Notou-se que as alterações de peso na infância também estão relacionadas à predisposição a disfunções ortopédicas. Por fim, o crescente número de casos de obesidade tem dificultado o tratamento dos indivíduos que, em sua maioria, são dependentes do Sistema Único de Saúde (SUS) que, notadamente, possui recursos limitados e um financiamento falho. Conclusão: O aumento da obesidade infantil é uma situação preocupante no cenário atual. Diante dessa realidade, reconhecer que o sobrepeso na infância predispõe hipertensão, doenças cardíacas, diabetes tipo 2 e distúrbios psicológicos, assim como identificar que o sedentarismo e a mídia também podem desestimular hábitos saudáveis, fomenta uma realidade em que investimentos públicos em saúde tornam-se indispensáveis. Em suma, enquanto não houver uma avalição crítica e reflexiva sobre essa epidemia do século XXI, tal doença continuará persistente
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