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    MODIFICAÇÕES NA GEOMORFOLOGIA MARINHA A PARTIR DE ESTRUTURAS PORTUÁRIAS: O CASO DO MUCURIPE, FORTALEZA/CE

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    O litoral de Fortaleza/CE apresenta desde o século XIX importantes alterações na linha de costa, principalmente devido a obras portuárias e de estruturas mitigatórias de erosão. A pesquisa teve como objetivo analisar a evolução batimétrica do litoral norte de Fortaleza desde o início de operação do porto do Mucuripe em 1945. A área de estudo foi delimitada pelo espigão do Titanzinho e o emissário submarino, porém foi enfatizado o entorno portuário. Foi realizada a construção de modelos digitais batimétricos a partir das cartas náuticas da Diretoria de Hidrografia e Navegação – DHN entre 1945 e 2014. Evidenciou-se devido às constantes intervenções antrópicas a presença de dois setores: um adjacente a ponta do Mucuripe, com o substrato diretamente modificado por atividades de gerenciamento portuário e um segundo setor, que seria o restante da área submersa até o emissário submarino. O primeiro setor é marcado pela criação de áreas eminentemente deposicionais devido ao molhe do Titã (efeito sombra hidrodinâmica), Titanzinho (barramento da deriva litorânea) e pelo Píer (devido ao efeito sombra do Titã e do avanço da bacia de evolução). Verifica-se que o sotamar do Titã e entornos do Píer foram sucessivamente dragados desde a década de 1950, além da criação do canal de acesso do porto na década de 1970. O segundo setor é marcado pela presença dominante de feições arenosas, destaca-se um banco longitudinal subparalelo a linha de costa de cerca de 2 Km². Esta feição apresentou grandes variações espaço-temporais desde a instalação das estruturas portuárias, no entanto a sua gênese estaria relacionada a duas possíveis origens: efeito morfodinâmico do promontório do Mucuripe no redirecionamento dos processos (pretéritos e atuais) e/ou como uma antiga barreira costeira, que posteriormente foi afogada devido à elevação do nível relativo do mar no Quaternário Superior. Destacam-se quatro complexos rochosos – o Recife do Meireles, o Recife Grande, a Pedra do Justin, e o Recife da Velha. No fim do setor dois (praia da Leste), tem a presença do emissário submarino com cerca de 3 km de comprimento e uma área de descarte de sedimentos dragados. Este setor se apresenta parcialmente modificado pelas estruturas portuárias, onde as principais alterações ocorrem nas proximidades da linha de costa (espigões e enrocamentos). Verifica-se que a morfologia do litoral submarino de Fortaleza apresenta grandes modificações (aprofundamento do leito, criação de altos sedimentares) nas proximidades do Porto do Mucuripe e na linha de costa, devido às estruturas rígidas de proteção e operação portuária

    Padrão Deposicional Misto Siliciclástico-Carbonático na Interação Praia-Duna: O caso da Praia do Preá, CE (NE-Brasil)

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    A interação morfosedimentar no sistema praia-duna apresenta importante papel para o balanço sedimentar costeiro, no entanto, o fornecimento carbonático do ambiente marinho-raso para o ambiente litorâneo é pouco compreendido. Desta forma, o objetivo deste trabalho foi analisar a sedimentação de siliciclásticos e de bioclásticos ao longo da superfície interposta do sistema praia-duna num trecho da Praia do Preá, porção Noroeste do Estado do Ceará. Para isto, foram realizadas coletas superficiais de sedimentos na zona de estirâncio e na superfície de deflação eólica. Em complemento, também foram analisados os sedimentos aprisionados em armadilhas de transporte eólico, permitindo compreender o fluxo de transporte eólico de areias marinhas para formação dos campos de dunas parabólicas. Os resultados da análise sedimentar indicam que os principais componentes siliciclásticos foram o quartzo e a mica, enquanto nos materiais de natureza carbonática, houve o predomínio de algas calcárias, moluscos e foraminíferos. Foi verificada uma nítida tendência de granodecrescência, com melhoria no selecionamento e queda percentual dos bioclastos da zona de praia para o sistema eólico, sendo que os principais vetores de transporte são orientados predominantemente entre NNE e E através da hidrodinâmica e aerodinâmica. O fluxo eólico é responsável pelo selecionamento diferencial dos componentes bioclásticos x siliciclásticos, em que as algas calcárias apresentam uma grande contribuição no transporte na fração de areia fina. Este tipo de bioclasto é predominante no sistema eólico, enquanto os moluscos e foraminíferos, principalmente os primeiros, se concentram no sistema praial. A compreensão do selecionamento diferencial entre bioclastos x siliciclásticos é fundamental para o entendimento da dinâmica morfosedimentar entre os ambientes praial e dunares em sistemas de natureza mista siliciclástica-carbonática

    DISTRIBUIÇÃO DAS FORMAS DE FUNDO E PADRÕES SEDIMENTARES NO PORTO DO MUCURIPE, FORTALEZA-CEARÁ

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    A ponta do Mucuripe apresenta desde a década de 1930 constantes alterações morfológicas nos setores emersos e submersos. A área de estudo é o setor submarino adjacente ao porto do Mucuripe em Fortaleza-CE, no qual foi realizada uma análise das repostas acústicas do substrato associado a constantes intervenções para o gerenciamento portuário. Classificou-se a morfologia submersa do porto do Mucuripe levando em consideração a visão integrada das condicionantes ambientais (processos, formas e intervenção antrópica) na construção da paisagem submarina. Foi utilizada sísmica de alta resolução, sonografia, e compilação de dados sedimentológicos. As respostas acústicas produto dos padrões de sedimentação e das formas submersas constituíram as ecofácies. A ecofácies I está associada a substratos lamosos (principalmente lama fluida) com refletores em subsuperfície, relacionado principalmente à bacia de evolução e canal de acesso portuário (áreas abrigadas pelo molhe do Titã). A ecofácies II possui camadas em subfundo bem compactas, onde não se observa nitidamente os refletores, está associada à evolução da ecofácie I e consequente compactação, também localizada em setores abrigados. Estas duas ecofácies apresentam o padrão morfológico de fundo plano como dominante, sendo interrompido apenas nos setores com marcas de dragagens – os canalículos. A ecofácies III apresenta alto coeficiente de reflexão, substrato relacionado à sand ripples e dunas subaquosas, associado predominantemente aos setores desabrigados do molhe. A ecofácies IV está associada a substratos rochosos e possui elevado backscattering, localiza-se no setor sul adjacente ao Píer. Como padrões morfológicos destacam-se as feições produto das dragagens no canal de acesso portuário e bacia de evolução – taludes, canalículos e montículos. Evidenciou-se o contraste granulométrico entre o canal e as adjacências, sendo que no setor desabrigado é observada a predominância de fundo arenoso com consequente presença de micro-feições – sand ripples e macro-feições – banco/dunas e na área abrigada o predomínio de sedimentos finos. Foi observado um objeto à semelhança de uma embarcação de pequeno porte naufragada nas proximidades do Píer. A presença de lama fluida, principalmente, dentro do canal no setor da bacia de evolução se deve ao aporte de sedimentos finos (&lt;0,062mm) que se deposita devido à baixa hidrodinâmica (efeito “sombra” do molhe do Titã). O assoreamento constante no setor abrigado impõe o mapeamento dos setores de lama fluida. Este fato se torna de fundamental importância para gerenciar os locais em que necessitam de dragagens de manutenção, para garantir profundidades seguras para a mobilidade naval.</p

    Padrões sedimentares de estratigrafia rasa em uma planície lagunar, costa oeste do Ceará, Brasil

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    Neste estudo foi realizado uma análise dos padrões sedimentares de estratigrafia rasa em uma planície lagunar próximo as localidades de Porto dos Barcos e Guajiru no município de Itarema, litoral oeste do Estado do Ceará. Nesta região destaca-se a presença de manguezal e de barreiras costeiras (spit e ilhas). Foram coletados dois testemunhos sedimentares (T1 e T2) por meio de tubos de 50 mm de diâmetro e 1 metro de comprimento. Posteriormente foi realizada a identificação macroscópica das fácies sedimentares dos testemunhos de acordo com a coloração, granulometria e presença de fragmentos de natureza orgânica. Em laboratório foram feitas análise granulométrica e quantificação dos teores de carbonato de cálcio e matéria orgânica. A partir da integração dos dados, foram elaborados perfis colunares dos testemunhos. A coloração identificada nos testemunhos variou entre tons de preto, cinza e verde, além de alguns tons de branco e azul no testemunho T2. Verificou-se a presença de fragmentos vegetais ao longo de todo o comprimento dos testemunhos, e foram observados fragmentos de conchas e raízes em algumas frações dos testemunhos. A granulometria dos testemunhos mostrou um predomínio da fração areia em relação a outras classes granulométricas, apresentando algumas fácies com significativa presença de fração lama, principalmente no testemunho T2. O teor de carbonato de cálcio nos sedimentos variou de 0,90% a 26,84% e de matéria orgânica entre 1,06% e 13,2%. Conclui-se que a granulometria apresentou um padrão bimodal de fácies sedimentares arenosas e areno-lamosas. O carbonato de cálcio apresentou maior associação com fragmentos de conchas e com granulometria mais grossa no testemunho T2, já o testemunho T1 não houve correlação entre carbonato de cálcio e granulometria. A matéria orgânica apresentou uma relação maior com sedimentos de granulometria mais fina
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