77 research outputs found
Disponibilidade de fósforo no solo após o cultivo de leguminosas herbáceas no olival
Algumas espécies da família das leguminosas, como o tremoço doce (Lupinus albus), podem utilizar fósforo (P) do solo a partir de formas pouco solúveis, beneficiando outras espécies quando cultivadas em consociação ou aquelas que se seguem na
rotação. No NE Portugal alguns olivicultores costumam cultivar tremoço doce em olival como forma de aumentar a fertilidade do solo
Produção, estado nutritivo das plantas e fertilidade do solo após doze anos de não mobilização em olival
Em 2001 teve início uma experiência de gestão da vegetação do solo em olival na Qta
do Pinheiro Manso em Bragança. Ao contrário da maior parte das experiências encontradas
na literatura, que partem de olival mobilizado ao qual se aplicam outros sistemas de
manutenção do solo, neste caso o olival era gerido com uma pastagem sob-coberto à data
do início da experiência. A partir desta base estabeleceram-se mais dois tratamentos,
designadamente mobilização e aplicação de um herbicida não seletivo à base de glifosato.
Em cada um dos três talhões marcaram-se 10 árvores homogéneas em termos de tamanho
da copa.
Após 11 colheitas, excluindo a do primeiro ano em que as produções foram
equivalentes, as produções acumuladas atingiram os valores 187, 143 e 89 kg de azeitona
por árvore, respetivamente nos talhões glifosato, mobilizado e mantido com pastagem. No
estado nutritivo das árvores não tem havido diferenças significativas entre tratamentos,
parecendo o que a maior exportação de nutrientes na azeitona no talhão glifosato é
equilibrada pela facilidade de absorção de nutrientes pelo desenvolvimento radicular à
superfície e pela ausência de vegetação herbácea neste tratamento. A partir dos solos tem-se
verificado uma tendência para a redução da matéria orgânica no talhão com glifosato
relativamente ao talhão com pastagem. No talhão mobilizado ocorreu redução do teor de
matéria orgânica na camada superficial 0-10 cm e incremento na camada 10-20 cm em
comparação com os outros tratamentos, provavelmente devido ao fato da mobilização
conduzir os detritos vegetais para maior profundidade
Diagnóstico de uma deficiência severa de potássio em olival
Sintomas visíveis de deficiência severa de potássio (K) foram observados num olival
de 11 anos da cultivar Cobrançosa em Lombo, Macedo de Cavaleiros. Os sintomas foram
observados apenas numa parte do oliva l, estando as restantes árvores com um aspeto
normal. Contudo, desde a sua plantação o olival foi submetido exatamente à mesma técnica
cultural incluindo a fertilização. Os fertilizantes têm sido aplicados de forma localizada
debaixo da copa sem incorporação, sendo a manutenção do solo efetuada com recursos a
herbicidas.
Selecionaram-se 15 árvores em cada uma das partes do olival com e sem sintomas
visíveis de carência de K. Em janeiro de 2011, procedeu-se à colheita de terras sob a copa (OS
cm e 5-20 cm) e na entrelinha (0-20 cm). Procedeu-se também à colheita de folhas para
análise dos principais elementos essenciais.
Os teores de K no solo foram mais elevados nas proximidades das árvores sem
sintomas. Na parcela em que as árvores não apresentavam sintomas de deficiência, os
teores de K no solo determinados pelo método Egner-Riehm foram de 222, 76 e
80 mg K20 kg·I, respetivamente debaixo da copa a 0-5 cm, debaixo da copa a 5-20 cm e na
entrelínha a 0-20 cm. Na parcela em que as árvores apresentavam sintomas, para a mesma
localização e profundidade, os teores de K no solo foram de 89, 49 e 53 mg K20 kg'1
• As
concentrações de K nas folhas foram de 5,29 e 1,56 g kg'1, respetivamente nas parcelas sem
e com sintomas de carência de K.
As análises foliares confirmaram de forma inequívoca a carência severa em K na
medida em que as normas de interpretação de resultados definem a zona de concentrações
adequadas no intervalo 6 a 9 mg K kg·1
• Relativamente aos teores de K no solo, os resultados
são pouco esclarecedores, já que na parcela com carência severa os teores de K são
classificados como médios. Assim, em sequeiro os teores de K no solo só por si não
fornecem informação suficiente sobre a nutrição potássica, provavelmente porque em
determinados períodos do ano a extrema desidratação do solo não permite a absorção
eficiente do nutriente.
Diagnóstico de uma deficiência severa de potássio em oliva
Biodisponibilidade de azoto no solo após cultivo de leguminosas herbáceas em olival biológico
O cultivo de leguminosas anuais de ressementeira natural em olival
tradicional pode ter a dupla vantagem da protecção do solo contra a
erosão e do incremento da fertilidade do solo, sobretudo devido ao azoto
fixado pelas leguminosas. Neste trabalho 1 reportam-se resultados da
persistência das leguminosas no coberto, três estações de crescimento
após a sementeira, avaliada pelo grau de cobertura do solo. A experiência
decorreu em Mirandela, num olival da Cv. Cobrançosa. Semearam-se as
seguintes espécies/variedades: Trifolium subterroneum cvs. Nungarin,
Dalkeith, Denmark, and Seaton Park, r. resupinatúm cv. Prolific, T.
michelianum cv. Frontier, T. incarnatum cv. Contea, Ornithopus sativus
cvs. Margurita and Erica O. compressus cv. Charano, and Biserrula
pelecinus cv. Mauro. A sementeira foi efectuada em Outubro de 2009.
Cada uma das espécies foi semeada num talhão de 150 m2
• O grau de cobertura do solo foi determinado pelo método do ponto quadrado. Nas primaveras de 2010 e 2011 as leguminosas dominaram os cobertos.
Alguns trevos atingiram um grau de cobertura próximo de 100%. Em
Setembro de 2011 ocorreu uma "falsa partida", isto é, um evento de
precipitação ligeira originou a emergência das sementes, tendo-se
seguindo um longo período seco e quente que levou à morte das plantas
recém-germinadas. Assim, os graus de cobertura pelas leguminosas em
24 de Fevereiro de 2011 e 24 de Fevereiro de 2012 foram os seguintes,
seguindo a sequencia de espécies/variedades anteriormente
apresentada: 76 e 26%; 93 e 24%; 95 e 19%; 71 e 38%; 40 e 13%; 79 e
26%; 90 e 58%; 1 e 1%; 20 e 8%; 23 e 5%; 11 e 14%. Os cobertos surgiram
em Fevereiro de 2012 dominado por gramíneas espontâneas que
beneficiaram do aumento de fertilidade do solo criado pelas
leguminosas. Assim, apesar da enorme exuberância dos cobertos de
leguminosas nos primeiros dois anos, esta falsa partida apresenta-se
como um fator que pode por em causa a persistência das espécies. Neste
momento estão a ser aplicadas medidas para que o problema desta
"falsa partida" possa ser mitigado
Recomendação de fertilização baseada na remoção de nutrientes na lenha de poda e nos frutos
As recomendações de fertilização para o olival são ainda bastante empíricas, devido à
dificuldade em demonstrar a resposta das árvores à aplicação de fertilizantes. Neste
trabalho procura-se uma aproximação ao problema estimando a quantidade total de
nutrientes numa árvore e a exportação de nutrientes do sistema através da poda e da
colheita.
Na experiência foram usadas 14 árvores de 10 anos da cultivar Cobrançosa de um
olival de sequeiro situado em Lombo, Macedo Cavaleiros. As árvores foram decompostas em
folhas, raminhos, ramos intermédios, pernadas principais e t ronco. Ramos intermédios,
pernadas e troncos foram separados em lenho e casca. A azeitona foi separada entre polpa e
caroço. A partir da lenha de poda foi determinada a massa de todos os componentes. A massa do material remanescente nas árvores foi estimada através da relação volume/massa
do material removido na lenha de poda
The effect of legume species grown as cover crops in olive orchards on soil phosphorus bioavailability
Some legume species are able to utilize phosphorus (P) from sparingly soluble P sources benefiting companion crops or those following in the rotation. Lupinus albus, Vicia villosa, and a mixture of eleven annual pasture legumes were used in olive orchards as mulched cover crops as a means of increasing the soil P availability. By soil testing and growing bioindicator P plants in the next season, it was possible to detect a slight but consistent increase in soil P availability. The results indicated that the increase in soil P availability was mainly due to the mineralization of the high P content legume residues, rather than the direct effect in the rhizosphere of the living plants. The results also suggested that the good adaptation of white lupine to low P environments might be due to a high internal P use efficiency of this species, producing high dry matter yields with low P concentration in their tissues.info:eu-repo/semantics/publishedVersio
Pastagens temporárias na rotação como forma de promover a fertilidade do solo
As pastagens temporárias são incluídas nas rotações como forma
de resolver problemas sanitários {pragas, doenças e infestantes) e
promover a fertilidade dos solos. Neste trabalho4 apresentam-se
resultados do teor de carbono e azoto orgânicos no solo numa
rotação octoanual de regadio do tipo M4 - Pt4, em que M e Pt
representam, respetivamente, Milho e Pastagem temporária. Os
resultados que se apresentam foram obtidos no ano de mudança
da folha de cultura, isto é, ao quarto ano, em que o milho vai ser
instalado na folha que esteve com pastagem e vice-versa. A
rotação está estabelecida sob um pivô central na Quinta do
Poulão em Bragança. A pastagem foi originalmente semeada com
trevo branco (Trifolium repens), cvs. Haifa e Ladino, azevém
perene (Lolium perenne), cv. Victorian, azevém híbrido {L
multiflorum x L. perenne), cv. Manawa, e festuca alta (Festuca
arundinacea), cv. Clarine. As leguminosas foram semeadas à razão
de 2,5 kg de semente por hectare cada e as gramíneas com 4,5 kg
ha-1. Os resultados revelaram uma elevada acumulação de azoto e
carbono no solo mantido com pastagem, respetivamente, 0,79 e
17,25 g kg-1 {valores médios na camada 0-20 cm) em comparação
com a folha de milho {0,23 e 14,29 g kg-1, respetivamente).
Enquanto no milho praticamente não ocorreram diferenças entre
profundidades de amostragem, devido às mobilizações regulares,
no caso da pastagem a camada 0-10 cm acumulou
significativamente mais azoto e carbono (1,25 e 22,17 g kg-1) que a
camada 10-20 cm (0,34 e 12,34 g kg-\ devido à maior densidade
radicular na camada superficial e correspondentemente maior
deposição de resíduos. Os resultados mostraram o tremendo
potencial da inclusão de pastagens na promoção da fertilidade do
solo da rotação, aqui representada por dois importantes fatores
ecológicos: azoto orgânico e carbono orgânico
Efeito de leguminosas usadas como sideração em olival na biodisponibilidade do fósforo no solo
Algumas espécies da família das leguminosas parecem ser particularmente eficientes a mobilizar o
fósforo do solo, através da formação das proteoid roots, podendo desenvolver-se adequadamente em
solos pobres em fósforo. Os tremoceiros e as ervilhacas parecem ser espécies com estas características.
Neste trabalho apresentam-se resultados de duas experiências de campo em que se procurou observar o
efeito das leguminosas usadas como sideração na biodisponibilidade do fósforo no solo recorrendo a uma
técnica de incubação in situ. Os ensaios decorreram em dois olivais situados em Mirandela e em Vila
Flor, sendo o segundo conduzido em modo biológico. Na experiência de Mirandela o delineamento
experimental incluiu três cobertos vegetais: tremoço branco; uma mistura de leguminosas anuais
pratenses; e vegetação natural. Na experiência de Vila Flor foram usados quatro tratamentos: tremoço
branco; ervilhaca; uma mistura de leguminosas pratenses; e vegetação natural. A biodisponibilidade do
fósforo no solo foi determinada através de dois métodos comuns de análises de terras, o método de Olsen
e o método de Egner-Rhiem, a partir de amostras de terra fresca e incubada provenientes da incubação in
situ. A técnica de incubação iniciou-se em Maio de 201 O, após a destruição dos cobertos, e terminou um
ano depois em Maio de 2011. Apesar da elevada variabilidade experimental encontrada, foi possível
detectar algum aumento da biodisponiblidade de fósforo no solo a seguir ao cultivo das leguminosas. O
aumento de biodisponibilidade de P no solo pareceu, contudo, acompanhar o ritmo de mineralização dos
resíduos, devendo-se eventualmente à mineralização de P contido na biomassa e menos ao efeito das
leguminosas na rizosfera
Disponibilidade de azoto e fósforo no solo em olival sujeito a diferentes sistemas de manutenção do solo
Diferentes sistemas de gestão do solo afetam significativamente a produção do olival
de sequeiro. A aplicação de herbicidas não seletivos pós-emergência no início da Primavera
é a estratégia mais efetiva no incremento da produção comparativamente com sistemas que
preveem a mobilização do solo ou a gestão da vegetação com corte mecânico ou pastoreio.
O efeito benéfico dos herbicidas pós-emergência parece ser devido ao fato de se conseguir
uma boa proteção do solo durante o Inverno, um bom controlo da vegetação herbácea a
partir da Primavera e por permitir que o sistema radicular se desenvolva próximo da
superfície, na camada de solo de maior fertilidade.
Neste trabalho estudou-se o efeito de diferentes sistemas de manutenção do solo
(mobilização, herbicida pós-emergência e gestão da vegetação com pastoreio) em
parâmeros da fertilidade do solo, designadamente a disponibilidade de azoto e fósforo.
Foram colhidas amostras de terras sob e fora da influência da copa e usadas para conduzir
ensaios em vasos onde foram cultivadas nabiça, (Brassica napus) e azevém italiano (Lolium
multiflorum) sujeit as a soluções nutritivas sem azoto, sem fósforo e com ambos nutrientes.
Determinou-se a produção de matéria seca das espécies herbáceas e a quantidade de
nutrientes exportados.
Os resultados evidenciaram o azoto como o principal elemento limitante da
produtividade vegetal nestes agro-sistemas tendo o fósforo um papel mais modesto no
desenvolvimento da vegetação. O efeito dos tratamentos é complexo devido a interações
diversas e a diferenças na exportação de nutrientes na azeitona
Persistência de leguminosas anuais de ressementeira natural cultivadas como cobertos vegetais em olival e geridas sem pastoreio
A manutenção do olival em modo de produção biológico é
insustentável sem uma fonte natural de azoto. Os cobertos vegetais
herbáceos de leguminosas podem fornecer o azoto necessário para
manter as árvores num estado nutricional aceitável.
Neste trabalho2 reportam-se resultados de um ensaio em que se
utilizaram como culturas para sideração em olival biológico tremoço
branco, ervilhaca e uma mistura de leguminosas pratenses de
ressementeira natural. Como testemunha foi utilizada a vegetação
natural. O ensaio decorreu na Qta do Carrasca! em Vila Flor, NE Portugal.
Os cobertos foram semeados no Outono de 2009 e destruídos com
destroçador em Maio de 2010. A biomassa destroçada foi mantida sobre
o solo na forma de mulching não tendo sido incorporada. A
disponibilidade de azoto no solo foi determinada usando plantas
nitrófilas que se cultivaram nos diferentes talhões experimentais dentro
de pequenos círculos de PVC no Outono e Primavera seguintes. No
Outono cultivou-se nabiça e na Primavera cevada. A vegetação
espontânea que se desenvolveu na estação de crescimento a seguir ao
cultivo das leguminosas foi também usada como indicador da
biodisponibilidade de azoto no solo. A nabiça recuperou 42, 25, 21 e 4 kg
N ha·1
, respetivamente, quando foi cultivada nos talhões de t remoço
branco, ervilhaca, leguminosas anuais e vegetação natural. A cevada
cultivada na Primavera seguinte exportou menos azoto devido a
condições de crescimento particularmente desfavoráveis por falta de
precipitação. No talhão de tremoceiro surgiu bastante azoto disponível
no Outono, o que pode originar reduzida eficiência de uso do nutriente.
O azoto disponível no solo avaliado através da vegetação espontânea
revelou valores superiores nos talhões de leguminosas relativamente à
testemunha. Na última colheita em 2 de Maio, a vegetação espontânea
tinha recuperado 28, 39 e 10 kg N ha·1 nos talhões de tremoço, ervilhaca
e vegetação natural. Estes valores não devem ser vistos em termos
absolutos pois esta vegetação espontânea presente é de reduzida
nitrofilia e ciclo curto, tendo reduzida capacidade de utilizar o azoto
disponível. No talhão de leguminosas anuais o N exportado foi bastante
mais elevado, devido ao facto de se amostrarem as próprias leguminosas
semeadas e do seu acesso ao N atmosférico
- …