19 research outputs found

    PERICONDRITE POR LEISHMANIA BRAZILIENSIS

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    Introdução: As leishmanioses são antropozoonoses causadas por protozoários do gênero Leishmania e transmitidos pelo flebotomíneo fêmea. Constitui um grande problema de saúde pública. Relato: Paciente 78 anos, sexo masculino, trabalhador da zona rural, portador de doenças crônicas. Há 2 anos com edema em pavilhão auricular esquerdo, com piora progressiva e drenagem recorrente de secreção purulenta local. Nega febre ou emagrecimento. Fez uso de vários antimicrobianos sem melhora clínica. Durante atendimento em ambulatório de infectologia foi observado: edema endurecido em pavilhão auricular esquerdo, com drenagem de secreção purulenta pela cavidade auricular. Submetido a biópsia da lesão auricular e exames para investigação diagnóstica. As sorologias para HIV, Hepatite B e C, Paracoccidioidomicose negativas e pesquisa direita de BAAR em linfa de lóbulos de orelha negativa. O exame anatomopatológico (AP) mostrou dermatite crônica ulcerada com esboço de granulomas, visualizadas estruturas arredondadas, intra e extracelulares. Imunohistoquímica para Leishmania inconclusiva e colorações para fungos e BAAR negativas. Reação em cadeia pela polimerase (PCR) do tecido resultou positiva Leishmania braziliensis. Devido à faixa etária e alteração no clearance de creatinina, foi iniciado tratamento com anfotericina B lipossomal na dose total de 40 mg/Kg. Houve melhora parcial da lesão, com diminuição do edema e remissão da secreção local, com tratamento de infecção bacteriana secundária. Após 7 meses o paciente retornou em consulta ambulatorial com piora do aspecto da lesão, associado a otalgia e otorréia. Iniciado tratamento para abscesso de tragus e realizado nova biópsia. O AP caracterizou a presença de amastigotas sugestivas de Leishmania e diante da recidiva e da insuficiência renal não dialítica, optado por tratamento com Miltefosina. Após 2 semanas de tratamento paciente apresentava melhora importante do edema, da dor e saída de secreção em pavilhão auricular. Mantido miltefosina por 28 dias e posterior reavaliação. Comentários: A pericondrite por Leishmania caracteriza uma apresentação clinica atípica, de acometimento raro e com poucas descrições na literatura. É importante sempre considerar a leishmaniose tegumentar como diagnóstico diferencial, dada a prevalência em nosso país. Além do mais, mostrou resposta clínica importante com uso de miltefosina, uma droga nova incorporada no Brasil como uma alternativa terapêutica

    COINFECÇÃO COVID-19 E PNEUMOCISTOSE EM UM PACIENTE COM HIV/AIDS

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    A coinfecção de COVID-19 e infecções oportunistas como tuberculose e pneumocistose (PCP) têm sido cada vez mais descritas, e o HIV não controlado tem sido um dos prováveis fatores predisponentes. A pneumonia causada pelo SARS-CoV-2 pode sobrepor à PCP dificultando seu diagnóstico. Ambas podem apresentar quadro clínico semelhante com tosse seca, dispneia, hipoxemia e as mesmas alterações radiológicas, infiltrados bilaterais em vidro fosco. Além de alterações laboratoriais como linfopenia e elevação de DHL. Apresentamos um caso de um paciente com infecção concomitante por PCP e COVID-19, internado em um hospital terciário. Homem, 32 anos, procura o Pronto Atendimento devido quadro de tosse seca, febre, coriza, mialgia e astenia há pelo menos 5 dias. Como antecedente pessoal patológico, diagnóstico de HIV em abandono de tratamento há pelo menos 7 anos; contagem de CD4 de 39 células/ml e carga viral de 1.208.533 cópias/mL. A pesquisa de antígeno para COVID-19 foi positiva. Na primeira avaliação não apresentava nenhum critério de gravidade, sem hipoxemia e dispneia, recebendo alta com prescrição de sintomáticos e retorno ambulatorial precoce. Após 48 horas, paciente retorna ao pronto socorro com piora dos sintomas e manutenção da febre. A tomografia de tórax evidenciou múltiplos focos de opacidades em vidro fosco de baixa atenuação no parênquima pulmonar, envolvendo cerca de 25% do parênquima. Durante internação, evoluiu com piora clínica e radiológica. Apresentou sinais de desconforto respiratório, SatO2 80%, necessidade de oxigênio suplementar em cateter nasal e a tomografia de controle mostrou aumento das áreas de opacidades em vidro fosco, acima de 50% do parênquima, e áreas de consolidação. Foi iniciado tratamento empírico para pneumocistose com Sulfametoxazol-Trimetoprim na dose de 20 mg/kg/dia de Trimetoprim. Diagnóstico posteriormente confirmado pela pesquisa de PCR para Pneumocystis jiroveccii em amostra de escarro. Paciente evoluiu com melhora clínica, recebendo alta com reintrodução da terapia antirretroviral e prescrição de Sulfametoxazol-Trimetoprim oral para término do tratamento da pneumocistose. Esse caso mostra a importância de considerar as co-infecções em pacientes vivendo com HIV/AIDS, pois o paciente não teria o desfecho favorável sem o tratamento específico da pneumocistose. Na unidade não era disponível antivirais para tratamento da COVID-19, sendo utilizado apenas corticoterapia para COVID-19

    ENDOCARDITE DE VALVA NATIVA POR CANDIDA ORTHOPSILOSIS DE DIFÍCIL TRATAMENTO – UM RELATO DE CASO

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    Introdução: A endocardite fúngica por espécies do complexo Candida parapsilosis representa cerca de 1% de todos os casos de Endocardite Infecciosa (EI). A EI fúngica em valva nativa é incomum, mas pode ocorrer na presença de fatores de risco como imunossupressão e portadores de dispositivos intravasculares. Apresentamos um caso grave de EI por Candida orthopsilosis, uma espécie pouco descrita neste cenário. Relato: Uma paciente do sexo feminino, 18 anos, com história de doença renal crônica, estava há 1 ano em hemodiálise através de cateter tipo Shilley. Foi admitida em UTI com relato de que, há 3 semanas, apresentava calafrios e febre durante sessões de diálise e sinais de instabilidade hemodinâmica. O exame físico revelou sopro cardíaco, hepatoesplenomegalia e hiperemia em sítio do cateter. Paciente com trombose em outros possíveis sítios para punção venosa. O dispositivo foi removido e iniciada antibioticoterapia de amplo espectro. Nas primeiras 48h de internação laboratório identificou Candida orthopsilosis em amostras de hemoculturas, sendo então suspenso antibióticos e iniciada micafungina 150 mg ao dia guiado por teste de sensibilidade. Durante manejo inicial, ecocardiograma transtorácico evidenciou imagem ecodensa e móvel, em valva tricúspide, medindo 14 × 8 mm, sugestiva de vegetação. Além disso, havia sinais de embolização séptica em tomografias computadorizadas de tórax e abdome. Não apresentou endoftalmite. Permaneceu com quadro febril e hemoculturas persistentemente positivas após 1 semana de tratamento. Paciente foi submetida a troca da valva cardíaca, tratamento foi modificado para anfotericina e fluconazol. Mantido azótico por mais 6 semanas até negativação da hemocultura, finalizando 12 semanas de tratamento. A mesma cepa de Candida orthopsilosis foi isolada do material intraoperatório da valva afetada. Conclusão: A EI fúngica por Candida, apesar de pouco relatada, tem tido um aumento na incidência dos casos. A Candida orthopsilosis apresenta sensibilidade aos azólicos, poliênicos e equinocandinas, mas em nosso caso foi necessário a terapia combinada por aumento da concentração inibitória mínima para micanfungina no decorrer do tratamento. Considerando a alta morbimortalidade destas infecções fúngicas, o diagnóstico precoce tem modificado positivamente o desfecho clínico. Acredita-se que o tratamento prolongado e o controle do foco infeccioso sejam a base para o manejo de sucesso da EI complicada como apresentado em nosso relato

    Healthcare-associated Staphylococcus aureus bloodstream infection: length of stay, attributable mortality, and additional direct costs

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    This study aimed to determine the excess length of stay, extra expenditures, and attributable mortality to healthcare-associated S. aureus bloodstream infection (BSI) at a teaching hospital in central Brazil. The study design was a matched (1:1) case-control. Cases were defined as patients > 13 years old, with a healthcare-associated S. aureus BSI. Controls included patients without an S. aureus BSI, who were matched to cases by gender, age (± 7 years), morbidity, and underlying disease. Data were collected from medical records and from the Brazilian National Hospital Information System (Sistema de Informações Hospitalares do Sistema Único de Saúde - SIH/SUS). A Wilcoxon rank sum test was performed to compare length of stay and costs between cases and controls. Differences in mortality between cases and controls were compared using McNemar's tests. The Mantel-Haenzel stratified analysis was performed to compare invasive device utilization. Data analyses were conducted using Epi Info 6.0 and Statistical Package for Social Sciences (SPSS 13.0). 84 case-control pairs matched by gender, age, admission period, morbidity, and underlying disease were analyzed. The mean lengths of hospital stay were 48.3 and 16.2 days for cases and controls, respectively (p < 0.01), yielding an excess hospital stay among cases of 32.1 days. the excess mortality among cases compared to controls that was attributable to s. aureus bloodstream infection was 45.2%. Cases had a higher risk of dying compared to controls (OR 7.3, 95% CI 3.1-21.1). Overall costs of hospitalization (SIH/SUS) reached US123,065forcasesversusUS 123,065 for cases versus US 40,247 for controls (p < 0.01). the cost of antimicrobial therapy was 6.7 fold higher for cases compared to controls. healthcare-associated s. aureus BSI was associated with statistically significant increases in length of hospitalization, attributable mortality, and economic burden. Implementation of measures to minimize the risk of healthcare-associated bacterial infections is essential

    Acinetobacter baumannii strains isolated from patients in intensive care units in Goiânia, Brazil: Molecular and drug susceptibility profiles.

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    Resistance to antimicrobial agents is increasing worldwide and imposes significant life-threatening risks to several different populations, especially those in intensive care units (ICUs). Bacteria can quickly develop or acquire resistance to antimicrobial drugs, and combined with their intrinsic potential to cause disease in humans, these bacteria can become deadly. Among Gram-negative bacteria, Acinetobacter baumannii is notorious as a frequent opportunistic pathogen associated with critically ill patients, and understanding the genetic basis of A. baumannii resistance to beta-lactams among patients in ICUs will result in better protocols to prevent the development of resistance as well as improved treatment regimens. In this study, we assessed 1333 patients in five ICUs, 56 of whom developed A. baumannii infections. Most of the A. baumannii isolates were resistant to beta-lactam antimicrobial drugs, specifically, 3rd- and 4th-generation cephalosporins and carbapenems, and 91.1% of the isolates were multi-drug resistant (MDR). The most frequent OXA gene present was OXA-23 (55.1%), which is significantly associated with MDR strains. Most of the A. baumannii isolates (76.8%) were capable of forming a biofilm. The antimicrobial drug classes that were effective against most of these isolates were polymyxins and tigecycline. The molecular profile of the isolates allowed detection of 12 different clusters comprising 2 to 8 isolates each. In conclusion, our data indicate a high incidence of resistance to carbapenems as well as MDR strains among the observed A. baumannii isolates, most of which exhibited a high prevalence of OXA-23 gene expression. Only a few selective drugs were effective, reinforcing the notion that bacterial resistance is an emerging problem that should be prioritized in every healthcare facility

    Evaluation of a Commercial Real-Time PCR Kit for Detection of Dengue Virus in Samples Collected during an Outbreak in Goiânia, Central Brazil, in 2005▿

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    In the past 2 decades, dengue has reemerged in Brazil as a significant public health problem. Clinicians demand a diagnostic test with high sensitivity that is applicable during the early symptomatic phase. We aimed to test two distinct molecular methods on samples from suspected dengue cases during an outbreak in Central Brazil. Acute-phase serum specimens from 254 patients suspected of having dengue were collected during 2005 in the city of Goiânia, Central Brazil. Samples were blindly evaluated by real-time and multiplex PCR in addition to routine immunoglobulin M serology and virus culture. Overall, acute dengue was confirmed by serology, multiplex PCR, or virus isolation for 80% of patients (203/254). Another four patients presented real-time PCR-positive results as the unique marker of dengue. Higher real-time PCR positivity levels and viral loads were observed in the early symptomatic phase of disease (≤5 days) than after this period. Multiplex and real-time PCR assays presented a high kappa agreement (0.85). According to multiplex PCR, 60 samples harbored dengue virus type 3 (DEN-3), 4 samples harbored DEN-2, and 1 sample displayed a pattern compatible with a double infection with DEN-2 and -3. The dengue virus real-time kit was found to be practical and adjustable for high throughput, to display the best performance in the early symptomatic phase of dengue cases, and to be valuable for confirming dengue diagnosis in a timely manner

    Mortality Risk Factors for Coronavirus Infection in Hospitalized Adults in Brazil: A Retrospective Cohort Study

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    Background: The COVID-19 pandemic has presented high morbidity and mortality, with associated high socioeconomic costs. Brazil ranks third in the number of COVID-19 cases, behind only India and the United States. Objective: To analyze risk factors for mortality in adults hospitalized with COVID-19 in Brazil. Methods: Observational retrospective cohort study including data from all Brazilian states and regions. The study included information from 468,226 in-hospital patients from all regions of Brazil from 1 January 2021 to 31 July 2021. Data from the influenza epidemiological surveillance system were used. The participants were adults hospitalized with COVID-19. A Cox regression model was used to analyze factors associated with mortality in adults with COVID-19. Results: The in-hospital mortality lethality was 37.5%. The risk factors associated with COVID-19 mortality were older age, with a linear increase with increments in age, male sex, black or mixed race, low education level, comorbidities, use of ventilatory support, and living in the southeast, north, or northeast regions of the country. Conclusions: Our results illustrate the severity of the COVID-19 pandemic in Brazil and reinforce that policies and practices to deal with this disease should focus on groups and regions with higher risk, whereas public policies should promote nonpharmacological measures and vaccination in the Brazilian population
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