22 research outputs found

    JAK2 V617F Mutation Prevalence in Myeloproliferative Neoplasms in Pernambuco, Brazil

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    Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq)Background: The JAK2 V617F mutation is associated with three myeloproliferative neoplasms (MPNs): polycythemia vera (PV), essential thrombocythemia (ET), and primary myelofibrosis (PMF). It generates an unregulated clonal hematopoietic progenitor and leads to abnormal increased proliferation of one or more myeloid lineages. Subjects bearing this mutation may present more frequently with complications such as thrombosis and bleeding, and no specific treatment has yet been developed for BCR-ABL-negative JAK2 V617F-negative MPNs. Aims: To determine the prevalence of JAK2 V617F in MPNs in Pernambuco, Brazil, and to compare it with previous studies. Material and Methods: 144 blood samples were collected at the Hospital of Hematology of the HEMOPE Foundation and were genotyped by polymerase chain reaction-restriction fragment length polymorphism with BsaXI enzymatic digestion. Results and Discussion: 88% (46/52) of the patients with PV, 47% (39/81) with ET, and 77% (8/11) with PMF were positive for JAK2 V617F, while more than 35% of the individuals were JAK2 V617F-negative, confirming a high prevalence of this abnormality in MPNs, more frequently with a low mutated allele burden, similar to what has been reported in other Western countries, despite differences among methods used to detect this mutation. Screening for JAK2 V617F may allow specific management of these diseases with JAK2 inhibitors in the future and highlights the need for further studies on the pathogenesis of BCR-ABL-negative JAK2 V617F-negative MPNs.167802805Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq)Fundacao de Amparo a Ciencia e Tecnologia do Estado de Pernambuco (FACEPE)Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq

    Pulmonary hemorrhage syndrome associated with dengue fever, High-resolution computed tomography findings: a case report

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    Dengue hemorrhagic fever is an acute infectious disease caused by dengue virus. We described the high-resolution CT findings in a 70-year-old male with the disease, which was diagnosed by clinical examination and confirmed by serological methods. High-resolution CT demonstrated bilateral areas of consolidation with air bronchogram and ground glass opacities, as well as small bilateral pleural effusions. Dengue hemorrhagic fever should be considered in the differential diagnosis of diffuse pulmonary hemorrhage

    ESTUDO PRELIMINAR DA ASSOCIAÇÃO DE MARCADORES DE MIELOBLASTOS COM A MUTAÇÃO NPM1 E FLT3 EM PACIENTES DIAGNOSTICADOS COM LMA NA BAHIA

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    Objetivo: O presente trabalho teve como objetivo avaliar os marcadores imunofenotípicos dos mieloblastos de pacientes com Leucemia Mieloide Aguda (LMA) mutados NPM1 e FLT3 -ITD no estado da Bahia. Metodologia: Foi avaliado amostras de 36 pacientes atendidos entre 2019 e 2023 no Hospital Universitário no estado da Bahia, diagnosticados com LMA por imunofenotipagem pelo Laboratório de Imunologia e Biologia Molecular (UFBA). Foi realizada a análise do status mutacional NPM1 e FLT3 -ITD por PCR, seguida de análise de fragmento. Os pacientes foram separados em três grupos com relação ao estado mutacional: a) NPM1 + com FLT3 -ITD-; b) NPM1 - com FLT3 -ITD+; c) NPM1 - e FLT3 -ITD-. Foi avaliado a frequência e a associação da mutação com os marcadores de progenitores mieloides: CD34, CD117, HLA-DR; marcadores mieloides: MPO, CD33, CD13; marcadores de maturação mieloide: CD11b, CD15, CD64; marcadores monocíticos: CD14 e CD38; marcadores em células tronco leucêmicas: CD45, CD123; marcador linfoide T: CD7. O critério de positividade para o marcador na imunofenotipagem foi considerado quando o cut off ≥ 10%. Resultados: Os pacientes avaliados tem em média 39 ± 12 anos, sendo 9 do sexo masculino e 27 do sexo feminino. A frequência dos marcadores nos grupos a) NPM1 + com FLT3 -ITD- (n = 6), b) NPM1 - com FLT3 -ITD+ (n = 6) e c) NPM1 - e FLT3 -ITD- (n = 24) foi respectivamente: CD34 (33,3%, 100% e 91,3%), CD117 (100%, 100% e 100%), HLA-DR (66,7%, 100% e 100%); MPO (100%, 50% e 87%), CD33 (100%, 100% e 91,3%), CD13 (83,3%, 100% e 91,7%); CD11b (16,7%, 16,7% e 17,4%), CD15 (0%, 16,7% e 20,8%), CD64 (66.7, 50,0% e 72,7%); CD14 (0%, 0% e 4,2%), CD38 (83,3%, 100% e 90,5%), CD45 (100%, 100% e 100%), CD123 (100%, 100% e 85%); CD7 (0,0%, 83,3% e 34,8%). O teste exato de Fisher mostrou que os dados parciais possuem associação da presença da mutação NPM1 com a frequência de expressão mais baixade CD34 (X2 (1) = 12,504; p = 0,004) e HLA-DR (X2 (1) = 10,253; p = 0,025), e FLT3-ITD com frequência de expressão mais alta de CD7 (X2 (1) = 5,930; p = 0,025). Discussão: O diagnóstico de LMA é realizado a partir da verificação de sinais e sintomas relacionados à doença, e confirmado por exames laboratoriais. De acordo com a European LeukemiaNet (ELN), além da classificação por imunofenotipagem, a identificação de mutações como em NPM1 (associado ao prognóstico favorável) e FLT3 -ITD (associado ao prognóstico menos favorável) é uma etapa essencial para a determinação do risco terapêutico na LMA. Pacientes com NPM1 mutado exibem um fenótipo heterogêneo, sendo relatado na literatura e nestes dados preliminares, que diversos pacientes com LMA e mutação NPM1 exibem frequência baixa da expressão de marcadores CD34 e HLA-DR, de forma similar a pacientes com leucemia aguda promielocítica (LPA/M3). Estudos sugerem que pacientes com CD34+ apresentam pior desfecho em relação a pacientes CD34-, de forma similar à classificação prognóstica favorável do estado mutacional NPM1. Além disso, assim como em outros estudos publicados, foi observado uma frequência maior de expressão de CD7 em pacientes com mutação FLT3-ITD. Conclusão: Os dados preliminares apresentam associação da mutação NPM1 com maior frequência de expressão dos marcadores CD34 e HLA-DR, e da mutação FLT3 -ITD com maior frequência de expressão de CD7, entretanto é necessária uma análise com maior número de pacientes para conclusões mais consolidadas, além da avaliação de outros marcadores na LMA por imunofenotipagem

    AVALIAÇÃO DE CONJUNTOS DE DADOS DE IMAGENS DE ASPIRADO DE MEDULA ÓSSEA APLICADOS PARA O DIAGNÓSTICO DE DOENÇAS HEMATOLÓGICAS POR INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL

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    Objetivo: Revisar a literatura sobre bancos de dados de imagens de microscopia de aspirado de Medula Óssea (MO) na pesquisa e diagnóstico de doenças hematológicas por Inteligência Artificial (IA). Metodologia: Foi realizado coleta de estudos nos bancos de dados: Science Direct, Google Acadêmico e Scielo, utilizando os termos de busca: (“Bone Marrow Dataset”) AND (“Artificial Intelligence”) entre o ano de 2019 a 2024, em títulos, palavras-chave e resumos dos documentos. As informações extraídas dos estudos foram: (1) quantidade de imagens de células obtidas; (2) quantidade de lâminas de MO usadas; (3) quantidade de categorias de células analisadas; (4) precisão obtida pela IA. Resultados: Foram selecionados e analisados 16 artigos, dos quais foram identificados bancos de dados com total de imagens variando de 1.797 a 171.374. As lâminas de esfregaço de MO de pacientes utilizadas variaram de 70 a 945. Além disso, o número de categorias de grupos celulares classificados apresentou amplitude de 7 a 25. No geral, os estudos apresentavam o desenvolvimento de IA para a identificação de células e diagnósticos de doenças como Mieloma Múltiplo e Leucemias, entretanto foi observado uma grande variedade no conjunto de dados de imagens de células da MO que foram utilizados. Houve uma diferença com relação à precisão média entre os sistemas desenvolvidos, com uma variação de 67,4% a 99,1%. Discussão: O exame e a diferenciação citomorfológica da MO é um importante pilar no diagnóstico de doenças malignas e não malignas que afetam o sistema hematopoiético. Embora existam métodos mais sofisticados, o exame citomorfológico continua sendo um primeiro passo importante no diagnóstico de muitas patologias intra e extramedulares. Entretanto, identificar e contar manualmente as diferentes classes de células torna-se cansativo, além da precisão da classificação e da contagem ser dependente da capacidade e experiência dos operadores. Pesquisas sobre diagnóstico de distúrbios hematopoiéticos com base em imagens de esfregaços de aspirado de MO têm atraído cada vez mais atenção com o desenvolvimento de métodos de IA. No entanto, a implementação da IA no diagnóstico de doenças hematológicas não está isenta de desafios, uma vez que para desenvolvimento da mesma é necessário um bom conjunto de dados de imagens de células da MO. Observou-se que a diferença na frequência de ocorrência de categorias de células na MO pode influenciar diretamente na precisão da IA, como nos neutrófilos que são mais facilmente encontrados e, consequentemente, melhor identificados, do que linfócitos imaturos. Conclusão: A análise revelou uma variabilidade nos bancos de dados de imagens de MO utilizados para desenvolver modelos de IA. Essa inconstância no tamanho dos conjuntos de dados destaca um desafio crucial para a eficácia dos modelos. Fato este que pode ser atribuído a complexidade e variabilidade das imagens médicas, tornando o conjunto de dados de imagens de MO um dos maiores desafios na pesquisa de diagnóstico patológico automatizado baseada em IA

    AVALIAÇÃO PRELIMINAR DO BANCO DE DADOS DE IMAGENS DE ASPIRADO DE MEDULA ÓSSEA PARA IDENTIFICAÇÃO DE CÉLULAS DE PACIENTES COM MIELOMA MÚLTIPLO UTILIZANDO INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL

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    Objetivo: Avaliar o banco de dados construído a partir de imagens de aspirado de Medula Óssea (MO) de pacientes com Mieloma Múltiplo (MM), utilizado para a identificação de células por Inteligência Artificial (IA). Metodologia: A coleta de dados envolveu a obtenção de imagens de campos de lâminas de aspirado de MO de pacientes diagnosticados com mieloma múltiplo. Essas lâminas foram observadas em microscópio e fotógrafas com uso de smartphone acoplado à ocular. As células identificadas foram rotuladas e por fim foi realizado o treinamento com YOLO v.7. Resultados: O conjunto de dados utilizados no treinamento da IA consistiu em 512 fotografias digitais do campo de lâminas de MO, das quais foram rotuladas 1.891 imagens de plasmócitos (PLAS) e 1.931 imagens de não plasmócitos (N-PLAS). A partir desse dataset a IA obteve uma precisão acima 80% na identificação de PLAS e uma variação de 60% a 70% na identificação de N-PLAS. Discussão: O MM é uma doença onco-hematológica maligna caracterizada pela proliferação anormal de plasmócitos na medula óssea. O diagnóstico preciso e o monitoramento da progressão da doença são essenciais para um tratamento eficaz. As imagens de aspirado de MO desempenham um papel crucial na identificação e classificação das células envolvidas. Entretanto, o exame citomorfológico feito por microscopia é descrito como um processo laborioso e sujeito a variabilidade inter-observador. Com isto, o uso da IA no auxílio ao diagnóstico de doenças hematológicas tem se mostrado promissor nos últimos anos. Sabe-se que o desenvolvimento de IAs para diagnóstico é depende de bases de dados robustas em quantidade e qualidade dos dados, entretanto não existe um valor pré-estabelecido para determinar estes parâmetros. Apesar do atual banco de dados apresentar um bom desempenho para o treinamento de IA na identificação de PLAS, os resultados em um grupo tão heterogêneo, grupo N-PLAS, indica as limitações do conjunto de dados atual. Diante disto, percebe-se a necessidade de ampliar o banco de dados principalmente do grupo de células classificadas como N-PLAS que incluem: Blasto, precursores granulocíticos, neutrófilos, eosinófilo, basófilo, proeritroblasto, eritroblasto, linfócito, precursores normocíticos, megacariócito. A partir disso, será possível alcançar valores que garantam a segurança na identificação pela IA. Atualmente existe uma grande variedade de banco de dados de imagens de células da MO disponíveis. E em comparação com esses, o que vem sendo construído também se mostra promissor, principalmente por fornecer um novo banco de imagens condizente com a rotina hospitalar, ao utilizar como ferramenta de captura de imagem o aparelho smartphone, uma ferramenta acessível e de baixo custo. Conclusão: A construção do banco de dados de imagens de aspirado de MO de pacientes com MM é um passo fundamental para o avanço do diagnóstico e do monitoramento da doença utilizando IA. Os resultados preliminares obtidos com o treinamento da IA utilizando este banco de dados demonstram um enorme potencial para a sua implementação. O desenvolvimento contínuo e a expansão do banco de dados de imagens de aspirado de MO, aliados ao refinamento dos modelos de IA, têm o potencial de transformar a abordagem diagnóstica e terapêutica de doenças onco-hematológicas

    ANÁLISE DO POTENCIAL USO DE INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL NO DIAGNÓSTICO HEMATOLÓGICO COMO ALTERNATIVA AO BAIXO CONTINGENTE DE HEMATOLOGISTAS FRENTE A INCIDÊNCIA ANUAL DE DOENÇAS ONCO-HEMATOLÓGICAS

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    Objetivo: Analisar a relação entre quantitativo de residentes em hematologia e médicos hematologistas atuantes, a incidência de doenças onco-hematológicas, com o potencial papel da Inteligência Artificial (IA) como ferramenta de apoio ao diagnóstico. Método: Foi realizada a coleta de dados do DATASUS-TABNET acerca da incidência de doenças onco-hematológicas entre os anos de 2018 e 2023. A partir dos dados da demografia médica no Brasil, foram coletadas informações sobre a formação de residentes em hematologia e total de hematologistas ativos entre os anos de 2018 e 2023. Os dados obtidos foram cruzados para avaliar a demanda de trabalho desses profissionais. Ferramentas de IA em desenvolvimento, baseadas em Redes Neurais Artificiais que aplicam Visão Computacional (VC) foram avaliadas quanto ao potencial uso no Mielograma. Foi realizada coleta de artigos através da plataforma Science Direct, publicados entre os anos de 2019 e 2024, relacionados à aplicação de IA no diagnóstico onco-hematológico por mielograma, utilizando os termos de busca (“Bone Marrow”) AND (“Artificial Intelligence”) em títulos, palavras-chave e resumos dos documentos. Resultados: Os dados de registros de novos casos de doenças onco-hematológicas entre os anos de 2018 e 2023 foram de: 154.700 novos casos, com uma média anual de 25.783 novos casos. A partir da demografia médica no Brasil, foram identificados os seguintes resultados para total de residentes e especialistas ativos em hematologia: 235 residentes e 2.668 especialistas ativos em 2018; 327 residentes e 2.945 especialistas ativos em 2020; 250 residentes e 3.271 especialistas ativos em 2023. Foram selecionados e analisados 16 artigos, os quais propõem a aplicação de IA na identificação de células da medula óssea. Discussão: Apesar do número de novos casos totais de doenças onco-hematológicas não apresentar um aumento anual consistente, o desenvolvimento de novos tratamentos tem proporcionado uma expectativa de vida maior aos pacientes, o que implica no total de indivíduos em tratamento. Embora o número de especialistas ativos tenha aumentado no decorrer dos anos de 2018 a 2023, o crescimento não acompanha a demanda anual de novos casos de doenças onco-hematológicas, resultando em uma carga de trabalho elevada para os profissionais. Considerando que apenas uma parcela destes atuam no SUS, e na rotina de diagnóstico onco-hematológico dos hospitais públicos, o hematologista responsável por realizar a coleta de medula óssea também realiza o preparo da lâmina de aspirado de medula óssea e o exame de mielograma. Por se tratar de um diagnóstico observador dependente, o mielograma exige um grau de experiência e precisão elevados. Com o avanço da indústria 4.0 no campo da saúde, a aplicação de IA no setor de diagnóstico laboratorial tem trazido novas ferramentas que permitem maior precisão, padronização, segurança e velocidade. O apoio fornecido pelas ferramentas de IA que fazem uso da VC, permite otimizar o trabalho de hematologistas, garantindo disponibilidade em atividades dependentes da atuação humana. Conclusão: A formação de novos médicos hematologistas no Brasil, frente ao contingente populacional atendido, evidencia uma sobrecarga destes profissionais, principalmente nas instituições que atendem ao SUS. Assim, o suporte na realização do diagnóstico fornecido pela IA em exames como o mielograma, representa um importante avanço para a melhoria das condições de trabalho e aumento da qualidade do diagnóstico

    DESAFIOS NA DISTINÇÃO ENTRE DOENÇA DA CRIOAGLUTININA (CAD) E SÍNDROME DA CRIOAGLUTININA (CAS): RELATO DE DOIS CASOS

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    Introdução: A doença da crioaglutinina é um distúrbio hemolítico mediado por auto anticorpos referidos como crioaglutininas, devido a sua habilidade de reagir com os eritrocitos levando a aglutinação em temperaturas abaixo da corporal. Corresponde a aproximadamente 15% de todas as anemias hemolíticas autoimunes. Objetivo: Relatar dois casos de CAD/CAS de um hospital universitário no Rio de Janeiro. Caso 1: Mulher, 78 anos, portadora de carcinoma infiltrante de mama há 6 anos, em progressão de doença, com anemia macrocítica e plaquetopenia. Solicitada hemotransfusão e avaliação da hematologia quanto a possibilidade de infiltração medular. Hemograma com anemia macrocítica (VCM 109 fl) e trombocitopenia grave. Nos testes pré-transfusionais, a tipagem ABO mostrou grupo O, fenótipo RhD -, C-, c+, E-, e+. Teste de antiglobulina direto (TAD) positivo: Poliespecifico 3+, IgG 2+, C3d 2+; pesquisa de anticorpos irregulares (PAI) fracamente positiva, com intensificação da reação a 4ºC. Hematoscopia com sangue leucoeritroblástico, sendo realizada biópsia de medula óssea que mostrou infiltração por carcinoma. Submetida a novo esquema quimioterápico, apresentando melhora dos parâmetros hematimétricos e da trombocitopenia. Caso 2: AGB, 86 anos, em investigação de anemia, com piora progressiva, sem exteriorização de sangramento. Relato de perda ponderal de 6kg. Nega sintomas respiratórios, gastrointestinais ou geniturinários. Exames laboratoriais: anemia macrocítica (VCM 115 fl), reticulocitose com alteração dos parâmetros de hemólise e painel de anemia carencial normal. Nos testes pré transfusionais, grupo sanguíneo O, RhD-, TAD positivo poliespecífico 4+, IgG +, C3d 3+, subclasse IgG não fixadora de complemento. PAI panreativo a frio e painel a quente negativo, com amplitude térmica > 28 °C. Identificado baixo título de IgM (1:4) e especificidade pelo antígeno I. Seguiu investigação, onde tomografias evidenciaram múltiplas lesões vesicais, com cistoscopia confirmando diagnóstico de carcinoma urotelial invasor de alto grau. Discussão: A CAD, ou CAD primária é uma doença linfoproliferativa B monoclonal, uma entidade bem definida. Quando a presença de crioaglutininas complica um distúrbio secundário, como infecções ou neoplasias, utiliza-se o termo síndrome da crioaglutinina (CAS). Para a correta caracterização da crioaglutinina, busca-se identificar a classe do anticorpo envolvido, sendo IgM, a amplitude térmica da reação (mais importante quanto maior a amplitude, até temperaturas acima de 28ºC) e a titulação, que quando igual ou maior a 1:64 sugere CAD. Existem outros testes menos disponíveis que podem diferenciar a CAD da CAS, como a eletroforese e imunofixação de proteína mostrando padrão monoclonal IgM kappa e a especificidade pelo antígeno I na membrana dos eritrócitos, características da CAD. No relato ambos pacientes possuíam neoplasia subjacente cujo tratamento resolveu a anemia hemolítica a frio, reforçando a importância de buscar causas secundárias ao identificar a presença de crioaglutininas . Na CAD, pode-se utilizar imunoquimioterapia envolvendo rituximab, com ou sem bendamustina objetivando controlar a linfoproliferação clonal que é a base da doença, assim como inibidores da via do complemento, como o eculizumab, para inibir a hemólise intravascular. Conclusão: É importante a distinção entre CAD e CAS, que possuem diferentes tratamentos, além de a CAS poder ser a primeira apresentação de doença neoplásica subjacente, que pode ter elevada mortalidade

    PÚRPURA TROMBOCITOPÊNICA IMUNE E APLASIA DE MEDULA: RELATO DE UM DESAFIO NO DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL

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    Introdução: O diagnóstico diferencial entre as condições clínicas que podem se apresentarcom trombocitopenia pode ser, por vezes, desafiador. Com quadro clínico quepode variar desde o assintomático até o sangramento ameaçador da vida, cabeao hematologista a elucidação baseada nos achados clínicos e nos examescomplementares. Objetivo: Relatar um caso de investigação de trombocitopenia ocorrida no HospitalUniversitário Clementino Fraga Filho e discutir sobre os diagnósticosdiferenciais possíveis. Métodos: M.K.A.L., feminino, 41 anos, tireoidite de Hashimoto. Apresentou 3 episódiosde infecção de vias aéreas superiores durante sua 2ª gestação. No 8º mês degestação percebeu equimoses pelo corpo. Relatava exames laboratoriaisnormais e foi submetida a uma cesariana eletiva que evoluiu com sangramentoimportante no peri e pós-operatório além de manter hematoma próximo a feridaoperatória e equimoses. Foi encaminhada ao hematologista no puerpério queidentificou trombocitopenia e aumento de transaminases. Encaminhada aoHospital Miguel Couto, investigada síndrome HELLP, a qual foi entãodescartada. Procurou hematologista particular que considerou a hipótese detrombocitopenia imune (PTI) sendo iniciada corticoterapia com 80 mg/dia deprednisona sem resposta.Foi submetida a Biópsia de Medula Óssea (BMO) que evidenciou medula ósseafragmentada e pequena, com celularidade de cerca de 5%, representação dastrês linhagens com maturação preservada e ausência de fibrose. Emcontrapartida, o primeiro aspirado de medula óssea observou materialnormocelular para a idade, hiperplasia neutrofílica relativa e absoluta, mas compredomínio dos neutrófilos segmentados, normoplasia megacariocítica, mascom plaquetogênese diminuída, sugerindo PTI. Cariótipo da ocasião normal.Iniciado eltrombopag na dose de 50 mg/dia e foi então encaminhada ao serviçode Hematologia do HUCFF. Ao ser avaliada no HUCFF a paciente já apresentava resposta com dose baixade eltrombopag mantendo plaquetopenia leve (entre 60 e 114 mil).Foi optado pela realização de uma nova biópsia de medula óssea considerandoa qualidade do material obtido em primeira análise e a resposta rápida dapaciente à dose baixa de eltrombopag desfavorecendo a hipótese de anemiaaplástica e reforçando a suspeita clínica de PTI. Na segunda BMO o material media 0,7×0,4 cm e foi observada 70% de celularidade global, com as 3 séries representadas, com relativahiperplasia eritroide, hiperplasia de megacariócitos, por vezes hipolobados epequenos, esboçando pequenos grupamentos e sem achados de fibrose oupresença de blastos. Resultados: Apesar de a primeira biópsia sugerir o diagnóstico de anemia aplástica, asuspeita clínica de PTI levou à realização de uma nova biópsia para melhorelucidação do caso. O primeiro fragmento enviado à análise era pequeno efragmentado. Já a segunda amostra, de tamanho maior, pode evidenciarachados sugestivos de uma trombocitopenia por destruição imune deplaquetas, mostrando a importância do tamanho e qualidade do fragmento paraanálise adequada pelo hematopatologista. Conclusão: A despeito de não ser necessária no diagnóstico da PTI, a biópsia de medulaóssea pode ser útil nos casos cuja etiologia primária da trombocitopenia nãoestá muito clara porém deve ser sempre interpretada em associação com asuspeita clínica inicial. Um fragmento com tamanho e qualidade adequadotambém é essencial para que seja realizada uma análise histopatológicaconfiável e que complemente a investigação de forma acurada
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