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Artrópodes predadores associados à oliveira no Planalto Mirandês
A oliveira é atacada por mais de 250 espécies fitófagas, contudo,
apenas um reduzido número apresenta importância económica. A reduzida
importância da maioria das espécies deve-se principalmente à acção dos
factores de limitação natural, com relevância para os predadores. Com o
objectivo de contribuír para o conhecimento do complexo de artrópodes
predadores associados à oliveira no Planalto Mirandês, entre Março e Outubro
de 2005 a 2008, realizaram-se amostragens em dois olivais, um situado no
concelho de Vimioso (Campo de Víboras) e outro no de Mogadouro (Vilarinho
dos Galegos). As amostragens foram efectuadas mensalmente através da
técnica de pancadas, recolhendo-se cinco amostras por olival e por data de
amostragem. O material recolhido foi separado e os artrópodes predadores
foram contados e identificados até à ordem ou família. Os artrópodes
predadores encontrados em maior número pertencem à ordem Araneae, que
representaram entre 49,6% e 82,7% do total de predadores recolhidos,
dependendo da data de amostragem, olival e ano, seguidos da famílias
Formicidae e Coccinellidae com representatividades entre 2,1% a 35,6% e 5,9%
e 20,4%, respectivamente. Os da ordem Neuroptera foram os menos
abundantes e representaram entre 3,1% e 7,8% do total das capturas.
Comparando os dois olivais, verificou-se que as capturas foram, na
generalidade dos casos, mais elevadas em Vilarinho dos Galegos e o maior
número de indivíduos capturados ocorreu em Junho e Setembro. The olive tree has more than 250 phytophagous species that
potentially can attack the plant. However, only a low number of species are
economically important. The reduced importance of several phytophagous
species can be attributed to the action of natural control factors, with special
emphasis for predators. This study aims to contribute for the knowledge of the
communities of predator arthropods associated with the olive tree in Planalto
Mirandês region. The experimental work took place in two olive groves that were sampled between March and October of 2005 to 2008. One olive grove
was located in Vimioso (Campo de Víboras) and the other in Mogadouro
(Vilarinho dos Galegos). The arthropod community was sampled by using the
beating technique on an approximately monthly basis and five samples were
collected per olive grove and sampling date. All captured individuals were
sorted, counted and identified till order or family under a binocular
microscope. The order Araneae was the group found in higher abundance with
a representatively between 49.6% e 82.7% of the total collected predators,
varying with the sampling date, the olive grove and the year, followed by
families Formicidae and Coccinellidae with relative abundances between 2.1%
to 35.6% and 5.9% to 20.4%, respectively. The order Neuroptera was the less
abundant and represented between 3.1% and 7.8% of the total captures.
Comparing the two studied olive groves, the number of captures was generally
higher in Vilarinho dos Galegos and the number of captured individuals
occurred in July and September
Artropodofauna associada à copa da amendoeira no Planalto Mirandês (Norte de Portugal)
A amendoeira e uma árvore tipicamente mediterrânica. Em Portugal, Trás-os-Montes é
uma das principais zonas produtoras de amêndoa. Nesta região o conhecimento da artropodofauna
da cultura e escasso. Assim, com o presente trabalho pretendeu-se identificar os
principais grupos de artrópodes associados ao amendoal no Planalto Mirandês bem como
esclarecer as relações existentes entre si, como primeiro passo para o estabelecimento de
um programa de protecção integrada para a cultura
Avaliação de diferentes substâncias activas contra a geração antófaga da traça da oliveira, Prays oleae (Bern.).
Com o objectivo de avaliar as possibilidades de três substâncias activas – o
dimetoato, a azadiractina e a metoxifenozida – na protecção contra a geração antófaga
da traça da oliveira, Prays oleae Bern., quer na sua eficácia, quer nos efeitos
secundários sobre as taxas de parasitismo e predação, em 2002, fez-se um ensaio num
olival localizado em Paradela (Mirandela). Os tratamentos realizaram-se a 29 de Maio,
quando 10 % das flores se encontravam abertas e 18 a 28,8 % dos cachos florais
estavam atacados. A avaliação dos resultados foi feita 6, 9 e 14 dias após o tratamento
(T6, T9, T14), através da recolha de quatro fragmentos de ramo em cada uma de 10
árvores de cada modalidade ensaiada, registando-se o número de lagartas vivas, mortas
e parasitadas. Para além disso, na geração carpófaga e em duas datas distintas
colheram-se 25 frutos em cada uma de 10 árvores por modalidade, para registo do
número de posturas e do seu estado (eclodidas, não eclodidas, predadas e parasitadas).
O dimetoato foi o insecticida que apresentou melhor eficácia contra a praga, originando
82,1 % de redução da população em T6, 100,0 % em T9 e 85,9 % em T14, seguido da
metoxifenozida com 82,1 % em T6, 85,9 % em T9 e 78,6 % em T14 e, em último lugar,
da azadiractina com 17,9 % em T6, 57,8 % em T9 e 0,0 % em T14. A parcela tratada com
dimetoato também foi a que apresentou menor número de frutos atacados. No entanto, a
parcela tratada com azadiractina apresentou maior número de ovos predados, e, em
geral, também maior percentagem de lagartas parasitadas, sugerindo menor toxidade
para a fauna auxiliar
Monitorização de pragas associadas à amendoeira em Alfândega-da-Fé (Trás-os-Montes)
Trás-os-Montes é uma das principais regiões produtoras de amêndoa em Portugal. Esta
cultura apresenta problemas fitossanitários associados a pragas que podem originar
estragos significativos na produção da planta. A monitorização dessas pragas constitui
um aspeto importante com vista a uma correta tomada de decisão no que diz respeito
ao combate a efetuar contra cada espécie. O objetivo deste trabalho foi monitorizar as
populações das principais pragas da amendoeira, nomeadamente Tetranychus urticae
koch, Monosteira unicostata (Mulsant & Rey, 1852), Anarsia lineatella Zeller, Grapholita
molesta (Busck), Cossus cossus L. e Zeuzera pyrina L. na zona de Alfândega-da-Fé, em
Trás-os-Montes. Para a monitorização das populações de aranhiço-amarelo T. urticae e
de M. unicostata realizaram-se observações entre meados de julho e meados de agosto
de 2015 em um amendoal não regado através da colheita de 20 folhas em 20 árvores
em cada uma das variedades "Giorieta" e "Masbovera" e, no laboratório, contaram-se
ovos, ninfas e adultos de T. urticae e adultos de M. unicostata. Para a monitorização de
A. lineatella, G. molesta, C. cossus e Z. pyrina instalaram-se, em dois amendoais (um
regado e outro não regado), três armadilhas delta com feromona para captura das duas
primeiras espécies e três armadilhas tipo funil com feromona para captura das duas
segundas. Estas armadilhas permaneceram instaladas desde inícios de maio até finais
de novembro de 2015. Não se verificaram diferenças significativas entre as populações
de T. urticae e de M. unicostata capturadas nas duas variedades de amendoeira, nem
entre as populações das restantes pragas capturadas nos dois amendoais. As populações
de T. urticae registaram um pico de abundância em meados de julho e foi atingido o seu
nível económico de ataque. As populações de A. lineatel/o e de G. molesta atingiram
níveis populacionais relativamente elevados (com um pico médio de capturas de 74
e 9 indivíduos, respetivamente), mas apenas 1 indivíduo de C. cossus e 1 de Z. pyrina
foram capturados. Estes resultados permitiram conhecer os níveis populacionais das
pragas associadas à amendoeira e fazer recomendações, aos parceiro do projeto, sobre
a melhor ocasião para efetuar o tratamento fitossanitário.Este trabalho foi realizado no âmbito do projeto PRODER 54610
- Estratégias integradas para o aumento da produtividade da amendoeira em Trás-osMontes,
financiado pelo Programa de Desenvolvimento Rural (PRODER) no âmbito da
medida 4.1 - Cooperação para a Inovação (Apoio à Inovação na Agricultura, Agroindústria
e Floresta).info:eu-repo/semantics/publishedVersio
Estudo da influência do diâmetero dos orifícios de armadilhas Olipe na luta contra a mosca-da-azeitona, Bactrocera oleae (Rossi).
A mosca-da-azeitona, Bactrocera oleae (Rossi) é praga chave da oliveira na maioria dos
países mediterrânicos, sendo também um dos inimigos mais importantes da cultura em Trás-os-Montes. Esta praga pode provocar prejuízos elevados chegando, em alguns anos, a atingir
mais de 80% das azeitonas. Em modo de produção biológico, a utilização de armadilhas do
tipo Olipe, para captura em massa de adultos de B. oleae, tem sido um método frequentemente
utilizado em diferentes regiões da Península Ibérica. Esta armadilha consiste numa garrafa de
plástico com capacidade de 1,5 litros, onde são feitos 6 orifícios, a cerca de 1 O cm do topo, e
em cujo interior é colocado um atractivo alimentar, em geral uma solução de fosfato biamónico
a 3%. Apesar da facilidade de obtenção e do custo reduzido, a sua eficácia necessita de ser
melhorada, considerando-se que o diâmetro dos orifícios, um dos aspectos a estudar. Assim, o
objectivo do presente trabalho foi avaliar o efeito de diferentes diâmetros dos orifícios (4, 6, 8 e
1 O mm) das armadilhas Olipe na captura de mosca-da-azeitona e nos níveis de ataque nos
frutos. O trabalho de campo decorreu em 2009 e 201 O, num olival em modo de produção
biológico localizado próximo de Mirandela. O olival foi dividido em cinco blocos com cerca de
um hectare. Em quatro dos cinco blocos foram colocadas as armadilhas, a razão de uma
armadilha por árvore e por diâmetro de orifício, enquanto no quinto, funcionou como
testemunha. O acompanhamento dos níveis populacionais da mosca-da-azeitona foi feito
semanalmente através da contagem dos adultos em armadilhas cromotrópicas amarelas com
feromona, enquanto para a avaliação dos níveis de ataque, quinzenalmente foram observados
25 frutos por árvore num total de 20 árvores, tendo-se registado o número de frutos e o estado
de desenvolvimento do insecto quando este se encontrava presente. Os resultados obtidos
mostram que de maneira geral as armadilhas Olipe diminuem os níveis populacionais de B.
oleae e consequentemente o nível de ataque nos frutos. Verificou-se também que as
armadilhas com diâmetros superiores (8 e 1 O mm) registaram maior número de capturas.
Convém contudo registar que diâmetros superiores apresentam um maior impacto na fauna
auxiliar dos olivais
Wild flower resources and insect honeydew are potential food items for Elasmus flabellatus
Adult parasitoids need non-host food such as nectar or honeydew for survival and reproduction. In a conservation biological control strategy, the knowledge about non-host feeding of parasitoid species is a key factor to successfully increase their action. The nutritional behavior of Elasmus flabellatus (Fonscolombe) (Hymenoptera: Eulophidae), a major parasitoid of the olive moth, Prays oleae (Bernard) (Lepidoptera: Praydidae), is completely unknown. Survival experiments were performed on two secondary olive pest honeydews and eight common flowering plant species in order to analyze their suitability as potential food sources for E. flabellatus females. Abdomen and gut dissections were carried out to verify the pollen consumption and the egg production. Floral architecture and insect morphology were described. Cox’s proportional hazard regression models were used to analyze the differences between parasitoid survivals. Honeydews secreted by Saissetia oleae (Olivier) (Hemiptera: Coccidae) and Euphyllura olivina (Costa) (Hemiptera: Psyllidae) resulted in the best performance followed by the flowers of Malva sylvestris L. (Malvaceae), Daucus carota L. (Apiaceae), and the Cichorioideae Tolpis barbata (L.) and Andryala integrifolia L. Theoretical flower resources accessibility were assessed and related with the survival results. E. flabellatus females did not consume pollen and did not produce eggs, suggesting that the species is synovigenic and requires additional foods for egg production. In sustainable pest control programs, this novel knowledge is a prom ising opportunity for improving suitable food resources of E. flabellatus in the field.The authors are grateful to the Portuguese
Foundation of Science and Technology for financial support through
the project EXCL/AGR-PRO/0591/2012 “Olive crop protection in sustainable
production under global climatic changes: linking ecological
infrastructures to ecosystem functions.” M.V. thanks FCT, POPHQREN,
and FSE for the PhD grant (SFRH/BD/70693/2010). This manuscript
is part of M.V.’s PhD thesis.info:eu-repo/semantics/publishedVersio
Diversidade de plantas da cobertura vegetal herbácea do olival e sua correlação com a diversidade de artrópodes
A vegetação herbácea do olival representa um potencial habitat para a
artropodofauna auxiliar como fonte de alimento (pólen, néctar, meladas ou
presas/hospedeiros alternativos) e abrigo. O objetivo deste trabalho foi estudar a
relação entre a diversidade de plantas da cobertura vegetal herbácea do olival e a
diversidade de artópodes existentes nessas plantas. Numa primeira fase, o estudo
decorreu num olival (Valbom-dos-Figos) onde se realizou a colheita de plantas da
cobertura vegetal herbácea ao longo de 20 transectos formados por uma
circunferência de 1,5 m de raio, colocados na entrelinha e na linha de plantação. Os
artrópodes foram recolhidos com recurso a uma rede de mão. Os espécimes
recolhidos foram identificados à família ou, sempre que possível, à espécie. Numa
segunda fase, utilizou-se a mesma metodologia de amostragem em três olivais
(Valbom-dos-Figos, Paradela e Cedães). Na análise de dados, a biodiversidade de
plantas e de artrópodes foram relacionadas através de uma análise canónica com a
finalidade de detetar potenciais associações entre plantas e artrópodes. As famílias de
plantas mais representadas foram Poaceae, Fabaceae e Asteraceae. Na linha de
plantação destacou-se a família Poaceae, enquanto na entrelinha as famílias mais
representadas foram Poaceae e Fabaceae. Em Paradela foi identificado um maior
número de famílias quando comparado com Cedães e Valbom dos Figos.
Relativamente aos artrópodes, Aphidide, Diptera e Thysanoptera foram as ordens mais
abundantes com uma abundância relativa de 37,2%, 34,9% e 13,0%, respetivamente.
Tanto estas ordens, como as ordens Araneae e Coleoptera registaram maiores
abundâncias na linha de plantação do que na entrelinha. O grupo dos parasitóides
revelou uma riqueza de 18 famílias, sendo as famílias Braconidae, Ichneumonidae e
Eulophidae as mais abundantes. A análise canónica revelou elevada correlação entre
as famílias Braconidae e Asteraceae e entre duas espécies de formigas (Crematogaster
scutellaris e Tapinoma nigerrimum) e plantas da família Fabacea
Diversity of predaceous arthropods in the almond tree canopy in Northeastern Portugal: a methodological approach
The almond tree is an economically important crop in Mediterranean regions. However, knowledge about the biodiversity of natural enemies that may be useful as biocontrol agents, is scarce. The objectives of this work were (1) to study the diversity of predaceous arthropods and (2) establish a suitable sampling protocol for arthropods of the almond tree canopy. Between April and October of 2007-2008, 25 randomly selected trees were sampled in an organic almond grove located in the northeast of Portugal using the beating technique. The specimens collected were counted and identified and the sampling protocol was established by using the accumulation curves and the seasonal richness peaks of the most abundant groups of natural enemies. A total of 1856 and 1301 arthropods were captured respectively in 2007 and 2008, where Araneae, Coccinellidae and Formicidae were the most abundant groups. A total of 14 families and 29 species of spiders were identified as being Linyphiidae, Philodromidae, Thomisidae, Araneidae and Oxyopidae, the five most abundant families in both years. In the Coccinellidae and Formicidae communities 15 and 13 species were identified, respectively. According to taxa accumulation curves, the minimum sampling effort that provided a reliable picture of the biodiversity was established in 11 samples. Moreover, considering the seasonal richness distribution, it would be advisable to concentrate the sampling period from the beginning of July to the harvesting of almonds. This protocol might generate accurate replicate samples to estimate species richness when the effect of agricultural management is studied
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