3 research outputs found
Instruments for Spatial Sound Control in Real Time Music Performances. A Review
The systematic arrangement of sound in space is widely considered as one important compositional design category of Western art music and acoustic media art in the 20th century. A lot of attention has been paid to the artistic concepts of sound in space and its reproduction through loudspeaker systems. Much less attention has been attracted by live-interactive practices and tools for spatialisation as performance practice. As a contribution to this topic, the current study has conducted an inventory of controllers for the real time spatialisation of sound as part of musical performances, and classified them both along different interface paradigms and according to their scope of spatial control. By means of a literature study, we were able to identify 31 different spatialisation interfaces presented to the public in context of artistic performances or at relevant conferences on the subject. Considering that only a small proportion of these interfaces combines spatialisation and sound production, it seems that in most cases the projection of sound in space is not delegated to a musical performer but regarded as a compositional problem or as a separate performative dimension. With the exception of the mixing desk and its fader board paradigm as used for the performance of acousmatic music with loudspeaker orchestras, all devices are individual design solutions developed for a specific artistic context. We conclude that, if controllers for sound spatialisation were supposed to be perceived as musical instruments in a narrow sense, meeting certain aspects of instrumentality, immediacy, liveness, and learnability, new design strategies would be required
The role that sound spatialization plays in improving performance in an interactive installation : study of the correlation between gesture and localization of sound sources in space
The main objective of this research work is to study the correlation between gesture and localization of sound
sources in space within the framework of interactive installations, based on theories of hearing and gesture.
We have therefore chosen the experimental method by developing an interactive installation with which
we carry out three different experiments, in which a subject’s hand is tracked by a Microsoft Kinect depth
camera (motion capture) and a deictic gesture is used to trigger recorded music sounds and identify their
localization in the horizontal plane. Thus, we manipulate the direction of sound and we measure the percentage
of correct perceptual sound source localizations resulting from the participant’s responses in an Inquiry Mode
Questionnaire in comparison with the actual directions of the gesture and perceptual sound sources provided
by software.
Descriptive and inferential statistics is applied to the collected data. The main results show that it is easier
to define the origin of sound and that auditory perception is more accurate when its incidence is frontal in the
horizontal plane, just as sound source localization theory predicts. Whereas 86.1% of all volunteers consider
that their gesture coincides with the origin of sound in experiment 1, in which the use of their gesture in a certain
direction produces a sound from that direction, only 58.1% admit the same in experiment 3, in which the same
gesture is used to identify the system-predetermined localization of a perceptual sound source in an angle of
260o around a subject. At least 55.9% of all participants do not perceive that their gesture cannot coincide
with the origin of sound in experiment 2, since sound is produced from the opposite surround direction, which
seems to demonstrate that, when sounds are produced frontally or from the back and a person has the task of
controlling their motion with a deictic gesture at the same time, his or her ability to identify the origin of sound
generally diminishes, in addition to the already well-known reduced ability to identify it when it is in the median
plane, if the head is not rotated.
We therefore conclude that there is a relatively high correlation between gesture and localization of sound
sources in space, but this is not as perfect as it could be owing to the limitations of the human auditory system
and to the natural dependence of head movement on gesture.O objectivo principal deste trabalho de pesquisa é o de estudar a correlação entre gesto e localização de fontes
sonoras no espaço, no âmbito das instalações interactivas, com base nas teorias da audição e do gesto. Na
ocasisão em que começamos a nossa investigação verificámos que havia vários estudos que abordavam os
assuntos “gesto” e “localização de fontes sonoras” de diversas maneiras: 1) de forma independente um do
outro e/ou noutros contextos distintos dos das instalações interactivas, como por exemplo em Blauert (1997),
Pulkki (1999) Pulkki & Karjalainen (2001), Pulkki (2001a), Bates et al. (2007), Hammershøi (2009), McNeill
(1992), Coutaz & Crowley (1995), Choi (2000), Cadoz & Wanderley (2000), Nehaniv (2005), Campbell (2005),
ou Godøy & Leman (2010); 2) de um ponto de vista mais técnico, como por exemplo em Harada et al. (1992),
Jensenius et al. (2006), Marshall et al. (2006), Schacher (2007), Neukom & Schacher (2008), Zelli (2009),
Marshall et al. (2009), Bhuiyan & Picking (2009), ou Schumacher & Bresson (2010); ou 3) de um ponto de
vista mais artístico, como em Bencina et al. (2008) ou Grigoriou & Floros (2010). Havia, no entanto, muito
poucos estudos a envolver ou a abordar ambos os assuntos e a analisar de maneira conjugada as suas
relações de um ponto de vista mais perceptual, como por exemplo em Gröhn (2002), de Götzen (2004) ou
Marentakis et al. (2008). Foi esta última perspectiva que decidimos seguir e que aqui exploramos.
Desta forma, optámos pelo método experimental, aplicando um desenho de medidas repetidas e desenvolvendo
uma instalação interactiva com a qual realizamos três experiências diferentes, em que a mão de um
sujeito é rastreada por uma câmara de profundidade Microsoft Kinect (captação de movimento) e um gesto
díctico é usado para activar sons de música gravada e para identificar as suas localizações no plano de escuta
horizontal. Assim, manipulamos a direcção do som e medimos a percentagem de localizações de fontes
sonoras perceptuais correctas, resultante das respostas dos participantes num Inquérito Por Questionário
em comparação com as direcções reais do gesto díctico e das fontes sonoras perceptuais fornecidas pelo
software que utilizamos no nosso trabalho. Para população-alvo pensámos em pessoas com conhecimentos
musicais e pessoas com poucos ou nenhuns conhecimentos musicais, o que nos levou a solicitar a um grande
número de pessoas a sua participação voluntária, anónima e sem constrangimentos no nosso estudo. Isso foi
levado a cabo sobretudo através do envio de correio electrónico para amigos, para estudantes de diferentes
áreas a frequentar e para colegas a trabalhar na Escola de Artes da Universidade Católica Portuguesa (EA-
-UCP), na Escola Superior de Música e Artes do Espetáculo do Instituto Politécnico do Porto e na Academia
de Música de Espinho. Para além disso, foi também crucial falar-se com amigos e familiares e informar tantas
pessoas quanto possíıvel sobre a nossa investigação, através da colocação de cartazes informativos nas
paredes dos corredores da Universidade Católica, alguns dias antes de as experiências terem sido realizadas
no Laboratório de Captação de Movimento da EA-UCP.
Por fim, é efectuada uma análise estatística descritiva e inferencial dos dados recolhidos. Os principais
resultados apontam no sentido de ser mais fácil definir a origem do som quando a sua incidência é frontal
no plano de escuta horizontal, para além de a percepção auditiva ser mais precisa nessa direcção, tal como
a teoria da localização de fontes sonoras prevê. Enquanto 86.1% de todos os participantes consideram
que o seu gesto díctico coincide com a origem do som na experiência 1, em que o uso desse gesto numa
determinada direcção faz despoletar um som proveniente dessa direcção, apenas 58.1% admitem o mesmo na experiência 3, em que o mesmo gesto é usado para identificar a localização de uma fonte sonora perceptual
predeterminada pelo sistema num ângulo de 260º em torno de um sujeito. Esta última percentagem parece
dever-se ao facto de a maior parte dos sons ser produzida a partir de direcções laterais na experiência 3, tendo
a posição da cabeça voltada para a câmara como referência. Pelo menos 55.9% de todos os voluntários não
percebem que o seu gesto não poderia ter coincidido com a origem do som na experiência 2, já que o som
é produzido a partir da direcção envolvente oposta. Este facto parece demonstrar que, quando os sons são
produzidos frontalmente ou de trás e uma pessoa tem a tarefa de controlar os seus movimentos com um
gesto díctico ao mesmo tempo, a sua capacidade para identificar a origem do som é, em geral, ainda mais
baixa, para além da já conhecida capacidade reduzida para identificá-la quando o som se encontra no plano
mediano, se a cabeça não for rodada.
A maior parte dos participantes sente um controlo imediato sobre o som nas experiências 1 e 2, mas os
tempos estimados pelos próprios são bastante superiores aos aproximadamente 650 milissegundos necessários
para o ser humano ouvir e reagir a um som na nossa instalação interactiva.
Descobrimos também que o tempo médio necessário para localizar sons com o uso de um gesto díctico na
nossa experiência 3 é de cerca de 10 segundos, o que corresponde a um tempo bastante mais longo do que
os 3 segundos que supusemos. Para além disso, os voluntários fazem em média 2 tentativas para localizar
sons com os seus gestos dícticos, tendo a necessidade de ouvir apenas uma vez em média cada som na
íntegra para o localizar.
Os desvios à esquerda e à direita efectuados pela maior parte dos participantes relativamente às direcções
verdadeiras do som, quando estes tentam identificar as localizações predeterminadas pelo sistema das fontes
sonoras perceptuais com os seus gestos dícticos na zona periférica do corpo, são em média de 7.97º e -7.19º,
respectivamente. Desta forma, o desvio médio absoluto é de 7.76º. Comparando esses desvios com aqueles
levados a cabo pelos participantes usando a mão esquerda (desvios de 6.86o para a esquerda e -6.35º para
a direita das direcções verdadeiras do som) e com aqueles usando a mão direita (desvios de 8.46º para
a esquerda e -7.38º para a direita das direcções verdadeiras do som), concluímos que os resultados são bastante parecidos entre si.
Descobrimos que a maior parte dos voluntários estima um tempo muito mais longo do que os 2 segundos
que supusemos experimentalmente para entender cada uma das três experiências. Para além disso,
esse tempo estimado pelos participantes diminui da primeira para a última experiência, aparentemente devido
à familiarização, conscientemente provocada por nós através da mesma sequência de realização das
experiências imposta a cada participante, com o nosso sistema interactivo, embora considerem ter entendido
cada uma das três experiências rapidamente.
Acresce que a maioria dos voluntários interage facilmente com a nossa instalação e concorda que o gesto
sugerido por nós foi adequadamente seleccionado para qualquer uma das três experiências.
Também constatamos que os participantes consideram a resposta do sistema ao gesto como sendo imediata
nas nossas três experiências, ou seja, estimam cerca de 1 segundo, o que é consistente com o resultado
da medição da latência do sistema de cerca de 470 milissegundos.
Além disso, verificamos que a maioria dos voluntários se sente envolvida pelo som na nossa instalação
interactiva usando Ambisonics Equivalent Panning. Portanto, concluímos que, usando uma instalação interactiva como a nossa com um público-alvo semelhante
aquele que tivemos, há uma correlação relativamente elevada entre o gesto e a localização de fontes
sonoras no espaço, mas que esta não é tão perfeita como poderia ser devido às limitações do nosso sistema
auditivo e aparentemente à dependência natural do movimento da cabeça do gesto. Assim, parece que a
espacialização sonora pode melhorar o desempenho numa instalação interactiva, mas de forma moderada.
Mesmo assim, defendemos que um sistema como o nosso pode vir a ser aplicado com vantagem em domínios
diversos como os que apresentamos como exemplos