Com base na leitura comparada de poemas da poeta brasileira Ana Martins Marques e da poeta portuguesa Adília Lopes, este trabalho tem objetivo de levantar reflexões sobre as reconstruções do passado promovidas pelas escritoras a partir da noção de tradição literária e do entendimento da intertextualidade enquanto memória. As experiências de espera amorosa e reencontro dos personagens homéricos Penélope e Ulisses, quando reconstruídos por Marques possibilitam a iluminação da perspectiva de Penélope e de sua própria odisseia silenciosa. A reinvenção de Adília também altera os rumos da freira Mariana Alcoforado e do marquês Noel Bouton de Chamilly. Lidos lado a lado, para além da temática da espera, resta ainda alto teor de coincidências entre as práticas textuais de Ana e Adília, que parecem dividir estratégias comuns à retomada de uma memória poética comum
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