A psicanálise : um projeto de autonomia ?

Abstract

O fim da psicanálise é consubstancial com o projeto da autonomia " declara Cornelius Castoriadis no seu texto " Psychanalyse et politique " , onde destaca a importância que a psicanálise da à atividade própria do sujeito. Esta autonomia é definida primeiro no texto " Epilégomènes à une théorie de l'âme que l'on a pu présenter comme science ", onde Castoriadis apresenta a psicanálise como a liberação ulterior do que antes pasava por um determinismo do sujeito. Num modo particular, Castoriadis da relevo à atividade de um sujeito do saber na psicanálise. A autonomia à que a psicanalise permitiria o acesso caracterizaria uma subjetividade reflexiva. " A psicanalise, afirma em " Psychanalyse et politique ", tenta de ajudar o individuo a tornar-se autônomo : capaz de atividade refletida e de deliberação " . Se a reflexão constitui uma dimensão própria ao pensamento filosófico, define-se, porém, no psicanálise, como um voltar do sujeito sobre si mesmo, e um ultrapassar da repetição, segundo Castoriadis. Eis uma estranha definição da psicanálise pela reflexão, ligada ao conceito de imaginação radical (" imagination radicale ") desenvolvido por Castoriadis. A liberação da imaginação radical é que substitui, na psicanálise, ao recalcamento uma reflexão sobre os conteúdos inconscientes, e ao agir compulsivo uma deliberação lúcida. Referimo-nos ao sexto capítulo de L'Institution imaginaire de la société, onde a imaginação radical é apresentada como uma instância que precede a distinção entre o real e o imaginári

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This paper was published in Hal-Diderot.

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