Epidemiology of accidents with biological material among hospital housekeepers

Abstract

Os Trabalhadores da Limpeza e Conservação de Serviços de Saúde (TLCSS) mesmo não atuando na assistência direta a pacientes, também correm o risco de sofrerem acidentes com material biológico (AMB), pois são responsáveis pelo manejo dos resíduos de serviços de saúde (RSS). Foram objetivos deste estudo: identificar a frequência e o perfil dos acidentes com material biológico entre os Trabalhadores da Limpeza e Conservação de Serviços de Saúde, caracterizar condutas pré e pós-acidentes e comparar o perfil entre o primeiro e o último acidentes entre trabalhadores reincidentes. Estudo epidemiológico retrospectivo, realizado em registros de AMB ocorridos entre TLCSS no Estado de Goiás de 1989 a junho de 2012. Utilizaram-se duas fontes de informação para a geração do banco de dados (BD): registros de prontuários de todos os profissionais que sofreram AMB atendidos no Hospital de Doenças Tropicais e BD estadual do Sistema de Informação de Agravos de Notificação referente a todos os registros de AMB laboral notificados. Utilizou-se o LinkPlus® para o linkage probabilístico desses BD. Após seleção dos registros de interesse, referentes aos TLCSS, os dados foram analisados no Statistical Package for the Social Science® com estatística descritiva e inferencial. Preceitos éticos foram seguidos em todas as etapas do estudo (Aprovações em Comitês de Ética: 033/2010 e 414.258/2013). De 8.568 registros de AMB, 996 (11,6%) ocorreram entre TLCSS. Identificaram-se mais de um registro de AMB em 57 (6,1%) trabalhadores, sendo 938 o número de acidentados. Entre esses TLCSS, 65,6% tinham idade entre 21 a 40 anos com média de 35,6 anos. Predominaram acidentes percutâneos (98,5%), com sangue (85,5%) causados por agulhas hipodérmicas (75,1%) devido ao descarte inadequado de perfurocortantes (70,8%). Em 48,2% dos casos, os TLCSS apresentaram esquema vacinal completo contra vírus da hepatite B (HBV) e desses, 81,7% eram imunes; 39,1% dos registros indicavam ausência dessa vacina. A diferença entre a quantidade de TLCSS vacinados contra HBV no primeiro e no último acidentes foi estatisticamente significante, entretanto 24,5% não eram vacinados em ambos os acidentes. Na maioria dos registros, a profilaxia pós-exposição e imunoprofilaxia não foram recomendadas. Em 86,4% dos registros, não havia informação referente ao acompanhamento clínico-laboratorial ou indicava o abandono pelos TLCSS. O perfil e as circunstâncias dos AMB permitem inferir que existe responsabilidade compartilhada dos serviços de saúde com esse agravo por deficiências no gerenciamento dos RSS, especialmente, na segregação feita pelos profissionais de saúde, seus geradores. Apresentam-se como estratégias para a prevenção dos AMB nos TLCSS todas as medidas que podem tornar os RSS e o seu manejo mais seguros: o correto gerenciamento, os dispositivos de segurança e os processos de educação permanentes de todos os profissionais envolvidos. Considera-se necessária maior responsabilização dos serviços de saúde na gestão do risco biológico para os TLCSS, estabelecendo políticas de acompanhamento do status vacinal e clínico-laboratorial, devido às altas taxas de não imunização e abandono do acompanhamento pós-acidente encontradas. Algumas análises foram limitadas pela falta de registros, reforçando a necessidade de melhoria da gestão do risco biológico em serviços de saúde.Hospital housekeepers (HH) in healthcare services, while not working in direct patient care situations, are at risk of suffering accidents with biological material (ABM) as they are responsible for the management of waste. Objectives of this study were: to identify the frequency and profile of accidents with biological material among hospital housekeepers, characterize conduct pre and post-accidents, and compare the profile between the first and the last accidents among workers with repeated exposure. Epidemiological retrospective study of records of ABM with HH in the State of Goias, Brazil, between 1989 and June, 2012. Two sources of information were used to generate a database: medical records of all professionals who suffered ABM treated at the Hospital for Tropical Diseases, and the state database for notifications of ABM from the Information System for Notifiable Accidents referencing all records of labor ABM reported. For probabilistic record linkage of these databases, LinkPlus® was used. After selecting records of interest, referring to the HH, data were analyzed using Statistical Package for the Social Sciences, with descriptive and inferential statistics. Ethical guidelines were followed in all stages of the study (Approved in Ethics Committee, case: 033/2010 e 414.258/2013). The study examined 8,568 records of ABM, 996 (11.6%) occurring among HH. In 57 (6.1%) workers, more than one record was found, totalling 938 accidents. Among these HH, (65.6%) were aged 21-40 years, with an average of 35.6 years of age. Most common injuries were percutaneous, (98.5%), involved blood (85.5%) caused by hypodermic needles (75.1%), and due to improper sharps disposal (70.8%). In 48.2% of cases, the HH completes a vaccination program against hepatitis B (HBV) and of those, 81.7% were immune; 39.1% indicated no records of this vaccine. The difference between the number of HBV in the vaccinated HH first and last accidents was statistically significant, however, 24.5% were not vaccinated before both accidents. In most records, post-exposure prophylaxis and immunoprophylaxis were not recommended. In 86.4%, records had no accompanying clinical and laboratory information, or indicated abandonment of the HH. Given the profile and circumstances of accidents, it can be inferred that health services share responsibility for mismanagement of these injuries with this injury in terms of waste management, especially in proper segregation of waste by health professionals, the generators of the waste. Measures that can make waste management safer are presented as strategies for the prevention of accidents in this population: proper management, safety devices, and continuing education for all professionals involved. Greater accountability of health services in the management of biological risk is required for policies establishing monitoring of vaccinations as well as clinical and laboratory status is considered due to high rates of non-immunization and abandonment of monitoring found post-accident. Some analyses were limited by lack of records, reinforcing the need for improved management of biohazard waste in health services

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Last time updated on 10/08/2016

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