Maloclusão na primeira infância: estudo longitudinal sobre fatores de risco

Abstract

Banca examinadora: Profº. Drº. Eduardo Luiz Andrade Mota (orientador); Profª. Drª. Aronita Rosemmblatt - UPE; Ronald de Freitas Paixão - UEFS; Profª. Drª. Rosemeire Leovigildo Fiaccone - IM-UFBA. Data de defesa 30 de novembro de 2011.Existem controvérsias na literatura sobre as causas da maloclusão na dentição decídua. Estudos que investigam as suas causas demonstraram que as condições ambientais são a principal explicação para as alterações observadas. Entre estas condições, ressalta-se o papel das práticas alimentares e hábitos de sucção não nutritivos. A proposta deste estudo de caráter longitudinal foi verificar a incidência de maloclusão e a existência de associação entre as práticas alimentares, hábitos de sucção não nutritivos e a ocorrência de maloclusão na dentição decídua. Para tanto, uma coorte de 180 crianças recém nascidas na cidade de Feira de Santana, Bahia foi acompanhada até que completassem três anos de vida e estivessem com a dentição decídua completa e em oclusão. As variáveis independentes sociodemográficas e perinatais foram registradas ao nascimento enquanto as variáveis sobre as práticas alimentares e os hábitos de sucção não nutritivos foram obtidas ao longo do estudo, por meio de exames agendados de acordo com a idade da criança, perfazendo um total de 12 exames. Para análise das práticas alimentares e hábitos de sucção não nutritivos foi utilizado recordatório das últimas 24 horas e a maloclusão foi considerada aos três anos de idade da criança. Os resultados encontrados mostraram que 57,8% das crianças estudadas apresentaram maloclusão aos três anos, com taxa global de incidência de 27,2 casos por 100 crianças-ano. Na análise de regressão logística multivariada, estimou-se que a chance de uma criança ter maloclusão aos 36 meses se não foi amamentada aos 6, 12, 18 e 24 meses foi de 3,0; 1,9; 2,3 e 2,7 respectivamente com o valor de Odds Ratio ajustado, comparando-se com o grupo que mamou no mesmo período. A razão de chances ajustada de uma criança ter maloclusão aos 36 meses se apresentava hábito de sucção de chupeta ou dedo aos 6, 12, 18 e 24 meses foi de 2,2; 2,8; 3,5 e 4,0, respectivamente, comparando-se com as crianças sem estes hábitos. Na análise de sobrevida, entre as crianças que tiveram maloclusão, o tempo mediano até o diagnóstico desta condição foi estimado em 25 meses. A análise com o modelo de Cox multivariada evidenciou que as crianças que foram desmamadas precocemente e que tinham o hábito de sucção de chupeta ou dedo tiveram um risco duas vezes maior de desenvolver maloclusão quando comparadas com as crianças que mamaram por um tempo maior ou não tinham hábitos de sucção com Intervalo de Confiança de 95%, (IC95% - 1,24; 3,05) e (IC 95% - 1,23; 3,52), respectivamente, controlando-se por outros fatores. Assim sendo, estratégias de saúde pública devem incentivar o aumento da duração do aleitamento materno e informar às mães quanto ao efeito maléfico da sucção de chupeta ou dedo para as estruturas da face. Esta abordagem conjunta pode ser uma estratégia eficaz para a prevenção da maloclusão

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