Acta Farmacêutica Portuguesa
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Género masculino vs feminino: factor relevante para as respostas farmacológicas e efeitos adversos de fármacos?
As diferenças de eficácia dos fármacos, bem corno a sensibilidade para os seus efeitos adversos, entre o género masculino e o género feminino, constituem um tema de interesse actual e incontornável numa sociedade em que se pretende que as terapias individualizadas assumam uma importância crescente. No passado, as mulheres foram sub-representadas, ou mesmo excluídas, da participação em estudos clínicos durante o desenvolvimento de novos fármacos, assumindo-se que as diferenças entre o género feminino e masculino na farmacocinética e/ou farmacodinâmica desses novos fármacos não eram relevantes. Essa exclusão era igualmente justificada pela necessidade de uma amostragem muito superior que a inclusão de mulheres nos estudos implicaria. Actualmente, a noção de homogeneidade entre géneros tem vindo a mudar, pelo que as diferenças entre géneros têm vindo a ser consideradas relevantes e com implicações na eficácia e na segurança dos mais variados fármacos. Esta mudança de comportamento não será alheia ao facto de se ter verificado que o risco de reacções adversas a fármacos, no sexo feminino, pode atingir valores 1,5 a 1,7 vezes superiores quando comparado com o sexo masculino. Neste artigo é apresentada uma visão geral do estado actual do conhecimento sobre os mecanismos fisiológicos e moleculares responsáveis por esta variabilidade entre géneros e o impacto que tem relativamente a alguns medicamentos clinicamente relevantes e altamente consumidos em Portugal.
Especificações de qualidade analítica
As especificações da qualidade analítica são fundamentais para o fornecimento de informação clinicamente útil. A importância da qualidade e das suas especificações são apresentadas e discutidas nesta artigo bem como uma reflexão sobre diferentes interpretações existentes e as vantagens e desvantagens dos diferentes modelos para obter as especificações de qualidade analítica.
Infecção por Rotavírus
A infecção por Rotavírus é uma das principais causas de internamento e morte de crianças jovens em rodo o mundo. É responsável pela maior parte das diarreias nas crianças entre os 6 e os 24 meses, sendo que aos 5 anos quase todas as crianças já tiveram um episódio de infecção por Rotavírus. A Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda a inclusão da vacina para o Rotavírus no Plano Nacional de Vacinação de todos os países como forma de prevenção da doença. A par da vacinação, está ainda recomendada a reidratação oral, que permite evitar o internamento, desidratação e morte frequentemente associadas à infecção.
Interacções entre alimentos e medicamentos no idoso
As interacções entre alimentos e medicamentos ocorrem com alguma frequência e é na população idosa que mais repetidamente acontecem. Os idosos sofrem alterações fisiológicas relacionadas com a idade que podem influenciar a farmacocinética dos fármacos desde a absorção até à eliminação passando pelas etapas de distribuição e de metabolização. Além disso as múltiplas doenças crónicas que muitas vezes apresentam, a polifarmácia a que estão sujeitos e o estado de má nutrição em que frequentemente se encontram, tornam-nos um grupo predisposto para a ocorrência deste tipo de interacções. O estado nutricional é fundamental na resposta a uma terapia farmacológica e consequentemente tem um forte impacto na qualidade de vida do idoso. Assim, no presente artigo, são brevemente descritas algumas interacções entre medicamentos e alimentos, correntemente utilizados por idosos.
Cronoterapia: estratégia futura para a libertação de fármacos
O conhecimento da existência de variações fisiológicas ao longo de um período de 24 horas (variação circadiana) em vários sistemas do organismo humano tem sido explorado por parte da Indústria Farmacêutica no sentido de adaptar a administração de medicamentos de acordo com as necessidades biológicas. Deste modo, estão descritos diversos estudos que demonstram resultados eficazes da aplicação da cronoterapia no controlo de várias doenças (e.g. gastrointestinais, cardiovasculares, respiratórias, no cancro).
A presença de fármacos no ambiente
Estudos recentes demonstram a presença inequívoca de fármacos de utilização humana e veterinária num grande número de ecossistemas aquáticos, tanto marinhos como dulçaquícolas, mas principalmente em efluentes de estações de tratamento de águas residuais. Estas substâncias são importantes do ponto de vista ecotoxicológico, pois possuem um potencial intrínseco de interferir negativamente com alguns aspectos-chaves de organismos aquáticos expostos. Adicionalmente, quando presentes na água de consumo humano, podem colocar questões toxicológicas consideráveis pois não é de destacar totalmente a possibilidade de exercerem efeitos adversos em humanos. A sua acção potencial, tanto em humanos como em organismos selvagens pode ocorrer sobre estruturas biológicas, vias bioquímicas e processos de regulação fisiológicos, com efeitos potenciais imprevisíveis. Este artigo apresenta dados que demonstram a ligação entre a presença de resíduos de fármacos de utilização humana no ambiente e alterações por eles exercidas, indicando que o ciclo de medicamento, tal como o conhecemos, pode requerer uma urgente reflexão, re-análise e medidas preventivas sérias no sentido de eliminar o risco colocado por estes resíduos
Asma
A asma assume actualmente uma enorme importância em termos sócio-económicos pela sua cronicidade, prevalência elevada e crescente, custos elevados (directos e indirectos) e mortalidade não desprezível. É uma doença que afecta todas as raças e grupos etários, desde a infância à vida adulta, atingindo ligeiramente mais rapazes do que raparigas antes da puberdade e mais mulheres na vida adulta. Estima-se que atinja cerca de 300 milhões de pessoas em todo o mundo. Em Portugal, os estudos existentes apontam para cerca de 1 milhão de asmáticos, com uma prevalência de 11-12% nas crianças e 6-7% nos adultos.