Revista Ciência em Extensão
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Extensão acadêmica e diálogo com cuidadoras de crianças com deficiência: relato de experiência
Crianças que possuem deficiência de qualquer natureza demandam cuidados especiais e atenção integral, porém, pouco se fala sobre os cuidadores destas crianças, muitas vezes, as mães. O presente artigo teve como objetivo relatar as contribuições do projeto de extensão na formação de acadêmicos da área da saúde de uma faculdade privada de Belo Horizonte. Ocorreram através do meio virtual 6 encontros em formato de roda de conversa entre os discentes, as mães e as professoras orientadoras que acompanharam todo o processo. Foram recebidas 20 inscrições e houve a participação efetiva de uma média de 4 mães por encontro. Antes de cada roda de conversa com as mães, o tema era apresentado para que as professoras fizessem avaliações do conteúdo. Discutiram-se temas que evidenciaram a importância de cuidar de si e sobre não haver culpa em olhar para a própria saúde física e mental, visto que cuidar integralmente de uma outra pessoa exige este equilíbrio. O Projeto de Extensão trouxe ricas trocas, além de mostrar como é importante aliar a formação teórica com o serviço à comunidade. Esta aliança traz benefícios para todas as partes, promove engajamento na população para reflexão, revisão de conceitos e atitudes e para os discentes e docentes, devido ao aprendizado baseado em experiência, que se torna muito mais rico e promove uma assistência à saúde mais humanizada, por parte destes futuros profissionais. Palavras-chave: Mães. Crianças com Deficiência. Autocuidado. Aprendizado Baseado na Experiência. Cuidadores
Para além das telas: o podcast na sala de aula
O podcast é um material em formato de áudio, produzido por uma pessoa ou por um grupo de pessoas que verbalizam sobre variados conteúdos. Ele passou a ser utilizado em contextos educacionais, principalmente no formato de ensino remoto, após os professores observarem, nesse recurso, sua potencialidade para o processo de ensino-aprendizagem e para a amenização de dificuldades dos discentes em relação ao acesso à aula. Desse modo, o presente relato de experiência almeja apresentar e discutir a importância e a contribuição da utilização de podcasts para o processo de ensino-aprendizagem no ensino remoto. Teoricamente, pauta-se nos pressupostos de Cruz (2009), Jesus (2014), Freire (2017), Carvalho (2009), Oliveira (2012) e Bottentuit Junior e Coutinho (2008). Metodologicamente, utiliza-se como corpus de análise as produções dos participantes de um curso de extensão, intitulado “Criação de Podcasts”, oferecido gratuitamente para professores em formação inicial e continuada. Os resultados obtidos a partir das produções evidenciam que a utilização de podcasts não só auxilia no processo ensino-aprendizagem, permitindo que o aluno tenha autonomia para organizar seus horários de estudos, mas também se configura como um recurso acessível, uma vez que estudantes que porventura não tiverem computador ou internet de qualidade em casa podem ouvir o áudio com mais facilidade, em comparação a outros recursos, como o acesso às aulas síncronas ou videoaulas
Oficinas temáticas promovem a aprendizagem de morfofisiologia humana no ensino médio
No ensino médio, os temas relacionados a área das ciências morfofisiológicas (anatomia, histologia e fisiologia) frequentemente apresentam desarticulação entre o estudo teórico e prático, dificultando o processo de ensino aprendizagem dos mesmos em sala de aula. Paralelamente, há escassez de debates acerca dos diversos temas que envolvem a saúde sexual e reprodutiva no âmbito escolar, o que reflete altas taxas de infecções sexualmente transmissíveis (IST’s) entre os jovens. Diante disso, o objetivo desse estudo foi oportunizar oficinas de saúde sexual e reprodutiva integrada aos assuntos de morfofisiologia do sistema reprodutor humano e avaliar a aprendizagem teórico-prática de escolares do ensino médio. As oficinas foram ofertadas por discentes do curso de Medicina da Universidade Federal do Pampa (UNIPAMPA) à 180 escolares do segundo ano do ensino médio de dois colégios públicos do município de Uruguaiana/RS e possuía basicamente dois encontros de atividades teórico-práticas com coleta de dados quantitativos e qualitativos. No início do primeiro e no final do segundo dia de oficina, foram disponibilizados testes aos estudantes contendo questões objetivas relacionadas aos temas discutidos durante os encontros. A média de acerto das questões no pré e pós-teste foram analisadas estatisticamente através do programa SPSS Statistics 2.0 e o nível de significância adotado foi de 5%. Os resultados evidenciaram um aumento significativo no número de acertos das questões no final das oficinas (pós teste) em comparação aos acertos registrados no início da oficina (pré teste) (p < 0,05). Além disso evidenciou-se que os temas: transmissão de HIV e de sífilis, sinais e sintomas da infecção por HIV, preservativos, órgãos genitais, fecundação, ciclo menstrual e hormônios sexuais apresentaram maior discrepância no número de acertos no pós teste em relação ao pré teste, demonstrando maior assimilação dos conhecimentos sobre estes temas abordados. Por fim, através de questionamentos subjetivos foi analisado o “feedback” dos alunos em relação à todas as atividades da oficina. Da amostra total de alunos, 48,9% acharam interessante todos os recursos e metodologias ofertadas, 29,8% acharam que as metodologias instigaram a curiosidade sobre o assunto e 21,3% consideraram as atividades dinâmicas e divertidas. Quanto às atividades práticas consideradas mais proveitosas pelos alunos: 43,18% preferem a dinâmica do “concordo/discordo”; 20,45% apontaram o uso de peças sintéticas de anatomia; 13,65% o preenchimento dos roteiros; 11,36% uso caixa mágica e 11,36% consideraram a visualização de células e tecidos no microscópio óptico. Dessa forma, os resultados sugerem que as oficinas temáticas ofertadas aos escolares do ensino médio promoveram maior aprendizado teórico-prático de morfofisiologia humana, além de possibilitar uma maior integração e contextualização do conhecimento relacionado à saúde sexual e reprodutiva no âmbito escolar
Feira multidisciplinar de saúde, educação e responsabilidade social: relato de experiência extensionista
Feiras de saúde são potenciais ambientes de prática para trazer benefícios à formação médica e à comunidade. Pretende-se descrever as habilidades adquiridas por estudantes de medicina durante a organização e participação em uma feira multidisciplinar de saúde, educação e responsabilidade social; e os pontos positivos para coletividade. Abordaram-se temas vinculados às ciências biológicas, humanas, sociais e exatas; e à saúde coletiva. Observou-se o desenvolvimento da competência dialógica, o reconhecimento de necessidades em saúde, a capacidade de planejar intervenções, o trabalho em equipe e a oportunidade de atuar em cenário pouco ofertado na graduação. Com relação à comunidade, notou-se adesão expressiva ao evento; a inserção de novos conceitos, majoritariamente, acerca da prevenção de diversas doenças; o diagnóstico precoce de moléstias infecciosas e crônicas não transmissíveis; e a resolução de situações legais, com ênfase no reconhecimento de direitos. Recomenda-se a reprodução dessa experiência em outras localidades
Carta ao Leitor
CARTA AO LEITOR Com propostas alicerçadas na Política Nacional de Extensão e no Regimento Geral da extensão da UNESP, a Pró-Reitoria de Extensão pretende a estruturação legal e institucional das ações de extensão realizadas por sua comunidade acadêmica mediante os seguintes dispositivos que asseguram condições adequadas de submissão e avaliação com visibilidade e sistematização de procedimentos para o correto credenciamento e certificação tanto para o professor quanto para os estudantes: - o Edital de Projetos de Extensão com orientações, sistema de submissão e avaliação pautados em critérios acadêmicos ajustados aos objetivos e metas da extensão universitária que asseguram ; - a Portaria que dispõe sobre a criação e definição dos Subprogramas de Extensão Universitária vinculados à Pró-reitoria de Extensão Universitária - PROEX, abrindo a possibilidade para ações de extensão que necessitam de caráter continuado para atendimento de problemas de grande relevância social pela Universidade com a definição de objetivos e metas próprios em cada subprograma que poderá contar com edital ou plano de trabalho apoiado por recursos e bolsas; - a Central de Cursos de Inovação e Extensão Universitária que possibilita um espaço de incentivo, apoio e divulgação dos cursos de extensão universitária previamente aprovados conforme legislação que regulamenta os Cursos de Extensão Universitária na UNESP; para isso conta com sistema próprio de cadastramento conforme tramitação aprovada na Resolução UNESP Nº 27/2014; - a Central de Gerenciamento dos Serviços de Extensão está em desenvolvimento, com o intuito de sistematizar o cadastro e a prestação de contas sobre os serviços decorrentes das ações de ensino, pesquisa e extensão ou realizados a título de prestação de serviço conformo a Resolução UNESP n. 33 de 24 de agosto de 2011, com exceção dos serviços decorrentes de projetos, dos eventos, dos cursos de extensão, publicações e outros produtos acadêmicos que serão contabilizados em módulos próprios; - a creditação curricular da extensão universitária nos Cursos de Graduação da UNESP é uma proposta em discussão com toda a comunidade acadêmica com o objetivo de criar mecanismos de curricularização da extensão de modo a impactar a formação do estudante com a participação efetiva em ações de extensão e dar condições de certificação e credenciamento em seu histórico escolar. Nesse contexto, se faz providencial apontar elementos importantes que necessitam ser estimulados em projetos, programas e atividades que se realizam pela extensão: a indissociabilidade entre o ensino, a pesquisa e a extensão, a interação dialógica, como via de mão dupla, com outros setores da sociedade externa à universidade, o caráter interdisciplinar e multidisplinar, o olhar para a complexidade dos problemas de grande relevância social, a necessidade de realizarmos a transformação da sociedade com essa mesma sociedade trocando saberes para a geração de conhecimentos científicos e tecnológicos que realizem a extensão com inovação. Mariângela Spotti Lopes Fujita Pró-Reitora de Extensão Universitária da UNES
University extension and income generation in the context of the coronavirus (SARS-COV-2) pandemic
The new coronavirus pandemic (SARS-COV-2) has had a special performance in Brazil for several reasons, which caused mainly economic and social problems. The Lonarte Extension Project from the State University of Londrina (UEL) works with the reuse of PVC banners with two sewing groups in a situation of social vulnerability, and the motivation for carrying out this study was the concern of being updated with their productive and financial realities in the current scenario, so that they could be assisted. The methodology applied in this study was exploratory bibliography, interview by guidelines, and the mental map as a tool for creativity. The interviews with the seamstresses from the groups revealed the need for higher demands of work. The application of Systems Design concepts (since the problem that arises is considered chaotic) and Design for Social Innovation enabled the creation of connections amongst new actors, such as a Cooperative of Recyclable Waste Collectors and a Medical Work Cooperative, which made it possible to systematize a sewing order of PPE to protect the collectors from the Coronavirus contagion.Os Jardins Sensoriais têm a função de despertar a percepção das pessoas sobre o meio ambiente, por meio dos sentidos. Para tanto, utilizam-se plantas e elementos que tenham texturas, aromas e cores peculiares. Esses espaços podem contribuir nos processos de ensino-aprendizagem, pois propiciam contatos entre diferentes sujeitos com a natureza, produzindo outras formas de ensinar e aprender para além das metodologias formais de ensino. O Jardim Sensorial do IFRS - Campus Porto Alegre foi planejado e implementado pelos discentes e docentes do Curso Superior de Tecnologia em Gestão Ambiental e, associado a essa proposta, desde 2018 têm sido desenvolvidas atividades através de um projeto de extensão. Neste trabalho, buscou-se produzir subsídios que favorecessem a inclusão de pessoas com deficiência e que proporcionassem o desenvolvimento de atividades de sensibilização ambiental em um jardim sensorial (JS). Assim, objetivou-se: (i) desenvolver uma pesquisa qualitativa e quantitativa acerca dos temas ambientais e de inclusão, por meio de questionário, com professores do ensino médio de uma escola da rede estadual de Porto Alegre, circunvizinha ao IFRS – Campus Porto Alegre; e (ii) analisar as normativas e efetuar contato com uma instituição de apoio para pessoas com deficiência (PCD), para o planejamento e execução de adaptações físicas no JS, promovendo a inclusão. Os dados obtidos mostraram que, embora os docentes percebam a necessidade de abordagem dos temas ambientais e da inclusão em suas práticas, o tempo restrito das aulas e a falta de espaço físico são fatores limitantes para uma abordagem em um sentido mais amplo ou transversal de ensino desta temática. Verificou-se, ainda, que a maioria dos participantes gostaria de ter mais informações sobre os objetivos de um Jardim Sensorial e sobre como trabalhar seus conteúdos pedagógicos nesse espaço. Os relatos das pessoas com deficiência evidenciaram a necessidade de adaptações, muitas vezes despercebidos para a inclusão. A partir das informações recebidas e avaliadas, bem como a consulta à Lei de Acessibilidade, elaborou-se uma lista de importantes adaptações a serem efetuadas, tais como a colocação de caixotes conforme as orientações técnicas, a disponibilização das informações das plantas em braille nas placas dos caixotes; a instalação de uma mangueira guia, entre outras. Espera-se que essas adaptações, juntamente com a proposição de roteiros temáticos, permitam o desenvolvimento de atividades a serem realizadas de forma autônoma ou guiada, consolidando o Jardim Sensorial como um espaço colaborativo de aprendizagem
Registro correto de PICS no SUS: elaboração de material instrucional
Tem sido estudada a dificuldade dos profissionais de saúde em registrar as ações das Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (PICS) em Unidade Básica de Saúde (UBS) e já foi identificada a necessidade de orientação para registro correto no preenchimento das fichas. Objetivo: relatar novos conhecimentos provenientes de atividades de extensão no curso de medicina de modo a esclarecer novas práticas, levando em consideração a singularidade e a interdisciplinaridade que as PICS oferecem. Método: o reconhecimento e a valorização das PICS envolvendo o campo científico da Saúde Coletiva foi ofertada a alunos do sexto período do curso de graduação em medicina da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) Campus Chapecó-SC. Devido a situação da pandemia da Covid-19, as atividades ocorreram de modo remoto, de forma que os alunos foram responsáveis por contatar UBS da região sul do Brasil, com a finalidade de identificar a realidade das PICS nos devidos municípios. Resultados: os alunos conseguiram contato com UBS de três cidades da região sul, a saber, Pérola do Oeste-PR, Florianópolis-SC e Santa Rosa-RS. Cada município adota uma conduta diferente em relação às PICS de acordo com suas demandas e possibilidades, buscando sempre, a integralidade do cuidado. Conclusão: a partir das informações coletadas, verifica-se que as PICS ainda são oferecidas de forma insuficiente à população, além de que, quando são devidamente ofertadas, são registradas indevidamente. Dessa forma, os alunos elaboraram um material informativo de como proceder com o registro correto das PICS nas UBS
Expediente Vol. 7 nº 3 - Suplemento
Suplemento do 6º Congresso de Extensão Universitária da UNESPAguas de Lindóia - Outubro de 2011Ficha CatalográficaRevista ciência em extensão / UNESP - Pró-Reitoria de Extensão Universitária. - 6º Congresso de Extensão Universitária da UNESPVol. 7, no. 3 Suplemento - São Paulo : UNESP, 2004 - Semestral Texto em português, inglês e espanhol Vol. 1, no. 1, publicado também on line A partir do Vol. 1, no. 2; publicado somente on line em: http://ojs.unesp.br/index.php/revista_proex/index ISSN 1679-460
Extensão Universitária e Saúde da População Negra: entraves da branquitude
A extensão universitária tem ampliado seu foco de atuação para o campo das relações raciais a partir das ações afirmativas. As iniqüidades raciais na saúde da população negra passam a ocupar papel importante nas políticas públicas em virtude das lutas e conquistas dos movimentos negros. Fruto desses esforços, e, em consonância com a Constituição Federal e o Sistema Único de Saúde, em 2009 foi promulgada a Política Nacional de Saúde Integral da População Negra. Contudo, a força do racismo que estrutura a organização da sociedade brasileira, segue produzindo impactos nas instituições, em especial nas universidades. No campo da saúde da população negra os desafios para sua consolidação nas práticas de ensino, pesquisa e extensão são muitos. Assim, este trabalho apresenta uma reflexão teórico-prática a partir das ações de extensão do projeto Saúde da População Negra e a Integração com os Serviços de Saúde, da Universidade Federal do Rio Grande Sul, no período de 2020-2021. O objetivo deste trabalho é discutir os entraves que o debate racial encontra por parte de docentes da saúde, também no campo da extensão universitária, sendo a branquitude um processo importante a ser analisado. Os referenciais teórico-metodológicos embasam-se na Psicologia Social, na Análise Institucional e nos Estudos das Relações Raciais. Propõe-se como analisador o relato de experiência de bolsistas do referido Projeto em evento nacional de extensão universitária, durante a pandemia do Covid-19, em 2021. A cena analisada foi uma roda de conversas para apresentação de trabalhos de extensão em um congresso nacional, realizado de forma virtual. Estavam presentes na sala uma professora-mediadora e os/as apresentadores/as de trabalhos. A maioria das pessoas presentes na sala era branca. A presença em espaços acadêmicos majoritariamente brancos é uma realidade vivida por estudantes negras(os) que produz um desconforto naturalizado, pois são forçados a se acostumarem com essa falta de representatividade na universidade. O debate analisado ocorreu entre a professora branca, as cinco apresentadoras (quatro negras e uma branca) e um estudante branco. A metodologia utilizada foi o registro em diários de campo para a posterior produção de análise crítica. Para explicitação dos marcadores sociais da diferença que produzem subjetivação e iniquidades raciais nas experiências de vida, utilizou-se o formato das escrevivências. Os resultados encontrados apontam a permanência de discursos acadêmicos que não reconhecem o racismo como uma determinação social em saúde, amparados pelo mito da democracia racial e da primazia de enunciados biomédicos. Além disso, explicitou-se a manifestação dos privilégios da branquitude em compactuar com o silenciamento de pessoas negras. Importante salientar que esta análise qualitativa se embasa na compreensão de que o posicionamento individual está inscrito na trama das relações sociais e institucionais. As falas individuais estão carregadas de relações de saber-poder, as quais foram possibilitadas pela produção de subjetividade que é sempre coletiva. Assim, tomamos essa situação-análise como representativa do que vivenciamos nas relações universitárias e da extensão. Apostamos na necessidade desta reflexão crítica e antirracista para contribuir com os estudos que se debruçam sobre os efeitos nefastos do racismo na vida de estudantes negras e negros
Projeto Descontrair Só Ria: o brincar no hospital
Introdução: O processo de hospitalização gera situações únicas de angústia, ansiedade e sofrimento para o paciente e seus familiares. Para as crianças, a experiência da internação hospitalar pode ser bem difícil. Existe o medo do desconhecido, ambiente e pessoas estranhas, linguagem técnica incompreensível, técnicas invasivas e por vezes dolorosas, além da inquietação pelo tempo ocioso e passividade. Diante disso, o projeto de extensão Descontrair Só ria foi criado. Objetivo: Promover ações lúdicas junto às crianças internadas em uma unidade hospitalar no município de Diamantina, Minas Gerais, visando reduzir o sofrimento das crianças e familiares e auxiliar no processo de recuperação. Métodos: As crianças internadas no setor de pediatria do Hospital Nossa Senhora da Saúde formaram o público alvo para as atividades extensionistas desenvolvidas duas vezes por semana por uma equipe interdisciplinar da área da saúde. As atividades consistiram de leitura de livros infantis, pintura e criação, jogos educativos e interativos, atividades com fantoche e brinquedos. Questionários próprios, simples e objetivos, direcionados aos responsáveis pelas crianças e aos profissionais envolvidos no setor de pediatria foram aplicados para avaliação das atividades. Expressões faciais foram criadas para as crianças sinalizarem seus sentimentos no início e após a atividade extensionista. Reuniões periódicas foram realizadas para melhorias e discussão do aprendizado. Resultados: Após 19 meses de intervenção, 431 crianças de 1 a 14 anos de idade foram abordadas, em sua maioria meninos (58 %). A maioria dos responsáveis pelas crianças (89 %) classificou como excelente a ideia do projeto. Todos afirmaram que deixariam seu filho participar novamente das atividades propostas. Mudança da rotina hospitalar deixando a criança mais feliz e a diminuição do estresse e angústia da internação foram os motivos mais pontuados pelos responsáveis (39 % e 37 %, respectivamente) sobre a importância de brincar com as crianças no ambiente hospitalar. Todos os responsáveis relataram se sentir melhor pelo menos por uns momentos enquanto seus filhos participavam das atividades propostas pelo projeto. Todos os funcionários afirmaram que as atividades desenvolvidas auxiliaram a recuperação das crianças durante o período de internação, que o comportamento das crianças melhorou após a realização das atividades do projeto e que a intervenção ajudou na rotina de trabalho da equipe. A escolha das expressões faciais foi variada.Conclusão: O projeto conseguiu levar um pouco de descontração e alegria para as crianças e um alento aos pais que quando veem seu filho sorrir expressam felicidade. Não atrapalha a rotina hospitalar, pelo contrário, acaba por auxiliar o setor. Os discentes envolvidos, a cada reunião, mostraram maior aprendizado, com crescimento profissional e pessoal, adquirindo um olhar mais humano sobre a comunidade.