O boato como estratégia folkcomunicacional

O que é um boato? Como surge e se propaga no meio social? De que modo o boato político se configura como um dispositivo da folkcomunicação? Quais os efeitos mais recorrentes do boato no campo político? A partir do conceito de boato trabalhado por Jean-Noël Kapferer (1993), o texto discute alguns desdobramentos da presença e influências do boato como mecanismo de ação folkcomunicacional na política brasileira contemporânea

A imprensa do povo na ficção brasileira: Cenários e Personagens

O tema que me foi proposto levou-me a uma grande viagem de retorno. Retorno às raízes da literatura e do próprio jornalismo brasileiro. Assim, a fala que se segue é uma tentativa de pensar o tema do jornalista popular em nossa literatura, sem pretender, em hipótese alguma, esgotar o assunto. A proposta é abrangente: "A imprensa do povo na ficção brasileira: Cenários e personagens". Dei-me conta, por exemplo, da ausência relativa desta personagem. É incrível, mas embora haja uma relação permanente e produtiva entre a literatura e o jornalismo, ao longo de toda a nossa história, e os jornalistas tenham se travestido, muitas vezes, de escritores, e os escritores em jornalistas, é curioso que a personagem do jornalista - e muito especialmente a personagem do jornalista popular - na literatura brasileira, seja bem menos comum do que se poderia, à primeira vista, imaginar, sobretudo se aproximarmos a literatura do cinema, por exemplo. Quero sublinhar, contudo, que não pretendi, aqui, esgotar o tema e que, portanto, a provocação deste V Folkcom acabou por me pautar para a continuidade desta reflexão. Assim, portanto, a possibilidade do debate que se seguirá, com meu companheiro de mesa, Prof. Dr. Guilherme Rezende, e com o público em geral, poderá colaborar imensamente com o projeto que, a partir deste convite, idealizei: tentar fazer um levantamento, o mais completo possível, da figura do jornalista em nossa literatura, enquanto personagem

A cultura popular no Maranhão: uma indústria política?

O artigo discute as relações entre o Estado, a Indústria Cultural e a Cultura Popular. A intenção é verificar se durante o governo Roseana Sarney o Estado geriu as manifestações culturais populares para fins políticos, confundindo-se com o processo de industrialização da Cultura no Maranhão, ou se originou o que se poderia chamar de uma indústria política, tendo como base a cultura. Analisam-se as crescentes e aceleradas transformações na Cultura Popular maranhense, causadas por ações políticas e econômicas, que reconfiguram sua natureza tradicional e mítica, gerando a refuncionalização da cultura. A análise baseia-se no Plano de Cultura do Governo de Roseana Sarney e em pesquisas empíricas. Delineia-se pelos ensaios “A indústria cultural: o esclarecimento como mistificação das massas” e “A obra de arte na era de sua reprodutibilidade técnica”

A fotografia como processo folkcomunicacional

A fotografia pode ser vista como registro de um momento histórico ou como um método de olhar a história. A inserção da fotografia no interior de São Paulo sempre esteve relacionada a acontecimentos pessoais ou coletivos que levariam à documentação histórica das diversas cidades. Com o passar dos anos, esse material tornou-se um mapa que nos leva a desvendar os caminhos da história do Brasil. O Vale do Paraíba é exemplo disso. Seu passado traz à tona lembranças que fazem parte do lembrar coletivo de toda nação. É nesse sentido que o artigo objetiva trabalhar, ou seja, mostrar que a fotografia pode ser usada como um método de leitura do passado e do presente. E considera que tal método traz evidências dos acontecimentos que o lembrar e o descrever verbal não contempla, mas faz pontes e interpretações ímpares

A INDÚSTRIA CULTURAL E A FOLKMÍDIA

O presente artigo consiste em mostrar a relação entre a Folkmídia e a Indústria Cultural. Processos de reprodução são registrados desde a Antigüidade. Os avanços tecnológicos vêm acelerar esse processo e possibilitar a utilização dos mass media para a expansão de produtos de cultura. Os meios de comunicação massivos apropriam-se da cultura popular e projetam o folclore nos mass media, devolvendo à grande massa da população um produto da Industria Cultural. A partir de McLuhan, veremos que a Industrial Cultural é, para ele, o que hoje chamamos de Folkmídia. Devido ao processo de globalização, a cultura tornou-se um alvo para a mass culture em escala global

A comunicação dos camelôs de remédio

A medicina popular tem sua base nos mitos e crenças da sociedade para prevenir ou curar doenças. Contudo, percebem-se indícios de conhecimentos científicos aplicados à produção de remédios artesanais, principalmente pelos camelôs de remédio do centro do Recife na década de 1970. Com fundamentos nas teorias do folclore e do marketing, esta pesquisa propõe uma análise exploratória da comunicação e da retórica utilizada pelos camelôs de remédio do centro do Recife quando esta prática, embora não regulamentada, era bastante comum

O Trabalho e a Essência Humana

The object of this work is to reflect on human essence insofar as it is a human selfcreation which is founded in human work, itself the creator of human needs and human freedom. The study focuses on those two elements from the perpective of the totalization of the social being.O objetivo deste trabalho é refletir a essência humana como auto-criação humana, que tem seu fundamento no trabalho humano: criador das necessidades e da liberdade humana. A proposta é focalizar estes elementos a partir de uma perspectiva de totalização do ser social.PALAVRAS-CHAVE: necessidades humanas, trabalho, liberdade, divisão social do trabalho