Instituto Superior Miguel Torga

REPOSITÓRIO ABERTO do Instituto Superior Miguel Torga
Not a member yet
    1364 research outputs found

    Psy-Flex: validação de um instrumento para avaliação da flexibilidade psicológica na população portuguesa

    No full text
    Introdução: A Psy-Flex é um instrumento breve que avalia a flexibilidade psicológica definida, segundo o modelo teórico da Terapia de Aceitação e Compromisso, pelo conjunto de competências capazes de levar o individuo à mudança do comportamento, facilitando comportamentos mais adaptativos e valorizados pelo indivíduo. Este conjunto de competências psicológicas envolvidas no processo de flexibilidade psicológica estão associadas ao bem-estar psicológico e saúde mental. Objetivos: A presente investigação pretendeu traduzir e adaptar a Psy-Flex para a língua portuguesa e consequentemente realizar os estudos de análise fatorial, fidedignidade e validade deste instrumento na população portuguesa (em amostras não-clínica e clínica). Método: A amostra não-clínica ficou constituída por 566 indivíduos (372 do sexo feminino e 192 do sexo masculino) com idades compreendidas entre 18 e 74 (M = 36,64; DP = 15,11). A amostra clínica incluiu 30 participantes, com idades compreendidas entre 20 e 69 anos (M=43,13 e DP= 13,85). A amostra não-clínica preencheu numa plataforma online o protocolo que avaliou a flexibilidade psicológica (Psy-Flex), a inflexibilidade e flexibilidade psicológica (MPFI-24), sintomas de ansiedade e depressão (PHQ-4), e a perceção de saúde mental (MHC-SF). Na amostra clínica, o protocolo foi aplicado individualmente e de forma de presencial. Resultados: A Psy-Flex evidenciou uma estrutura unifactorial atestada pela AFE e AFC. Os testes de invariância revelaram o modelo da Psy-Flex ser invariante em termos configural, métrico e escalar para o género masculino e feminino e para as amostras não-clínica e clínica. A Psy-Flex revelou uma adequada fidedignidade avaliada pelo alfa de Cronbach e Fiabilidade Compósita nas amostras não-clínica e clínica. Na amostra não-clínica, a Psy-Flex mostrou uma associação positiva, moderada a forte, com a flexibilidade medida pelo MPFI-24-FP e com a saúde mental. Revelou também uma associação negativa, moderada a forte, com a inflexibilidade avaliada pelo MPFI-24-IP e com aos sintomas de depressão e ansiedade. A idade e escolaridade apresentaram uma associação positiva fraca com a Psy-Flex. O sexo revelou um efeito significativo, com os homens a apresentarem valores mais elevados de flexibilidade psicológica que as mulheres. A Psy-Plex mostrou validade discriminante sendo capaz de diferenciar os grupos não-clínico e clínico, com o grupo não-clínico a apresentar valores significativamente mais elevados de flexibilidade psicológica. Conclusão: O presente estudo foi inovador ao disponibilizar um novo instrumento na língua portuguesa que revelou excelentes caraterísticas psicométricas e que pode ser utilizado em amostras não-clínica e clínica, permitindo igualmente a avaliação de estudos de eficácia das intervenções que visam promover a flexibilidade psicológica. / Introduction: Psy-Flex is a brief instrument that assesses psychological flexibility defined, according to the theoretical model of Acceptance and Commitment Therapy, by the set of competencies capable of leading the individual to change behavior, facilitating behaviors that are more adaptive and valued by the individual. This set of psychological skills involved in psychological flexibility is associated with psychological well-being and mental health. Objectives: The present research sought to translate and adapt Psy-Flex to the Portuguese language and, consequently, to conduct the factor analysis, reliability and validity studies of this instrument in the Portuguese population (in non-clinical and clinical samples). Methods: The non-clinical sample consisted of 566 individuals (372 female and 192 male) ranging in age from 18 to 74 (M = 36.64; SD = 15.11). The clinical sample included 30 participants aged between 20 and 69 years (M=43.13 and SD= 13.85). The minimum number of years of education is 4, and the maximum is 19 (M=11.80 and SD=3.32). The non-clinical sample was filled out on an online platform the protocol that assessed psychological flexibility (Psy-Flex), Psychological Inflexibility and Flexibility (MPFI-24), anxiety and depression symptoms (PHQ-4), and perceived mental health (MHC-SF). In the clinical sample, the protocol was applied individually and face-to-face. Results: Psy-Flex evidenced a unifactorial structure attested to by EFA and CFA. Invariance tests revealed the Psy-Flex model to be invariant in configural, metric, and scalar terms for male and female gender and non-clinical and clinical samples. The Psy-Flex revealed adequate reliability as assessed by Cronbach's alpha and Composite Reliability in non-clinical and clinic samples. In non-clinical sample, the Psy-Flex showed a positive, moderate to a strong, association with the flexibility (measured by the MPFI-24-FP) and mental health. It also showed a negative, moderate to strong, association with MPFI-24-IP assessed inflexibility and with depression and anxiety symptoms. Age and years of schooling showed a weak positive association with Psy-Flex. Men and women differed significantly, with men showing higher values of psychological flexibility. Psy-Plex showed discriminant validity, differentiating between non-clinical and clinical groups. The non-clinical group showed significantly higher values of psychological flexibility. Discussion: The present study was innovative in making available a new instrument in the Portuguese language that revealed excellent psychometric characteristics and that can be used in community and clinical samples, also allowing the evaluation of efficacy studies of interventions that aim to promote psychological flexibility

    Psicanálise e Música: musicalidade da psicanálise

    Get PDF

    The Role of Self-Compassion in the Relationship Between Body Dissatisfaction and Depressive Symptoms in a Sample of Portuguese Male Participants

    No full text
    Objetivo: Este estudo teve como objetivo examinar a existência de diferenças significativas em sintomas de depressão e ansiedade, auto-compaixão, insatisfação corporal (dimensões de musculatura e gordura corporal) e comparações socais com pares e celebridades em função das categorias do Índice de Massa Corporal (IMC), assim como explorar o papel da auto-compaixão na relação entre a insatisfação masculina relativa à imagem corporal com a saúde mental (sintomas depressivos). Materiais e métodos: A amostra foi composta por 220 homens portugueses com idades entre os 18 e 66 anos, maioritariamente solteiros (78.2%) e com um IMC médio de 24.81. Os participantes, numa plataforma online, completaram um conjunto de questionários de autorresposta que avaliavam sintomas de depressão e ansiedade, insatisfação corporal masculina, auto-compaixão e comparação social com pares e celebridades, tendo sido divulgado em fóruns online e através das redes sociais. Resultados: Não foram encontradas diferenças significativas entre os grupos de IMC relativamente aos sintomas de ansiedade e depressão e níveis de auto-compaixão. Os participantes nas categorias baixo peso e peso normal revelaram significativamente menos insatisfação corporal masculina, particularmente relacionada com a dimensão de gordura corporal. Participantes na categoria de obesidade, revelaram menos comparações sociais positivas com pares e celebridades. A dimensão de musculatura da insatisfação corporal demonstrou um efeito direto de .07 nos sintomas de depressão (bmuscularidade = .07; SEb = .01; Z = 5.39; p < .001; β = .33) e um efeito indireto de .06, mediado pela auto-compaixão, explicando o modelo 22% da variância. Conclusões: A insatisfação corporal e comparações negativas com pares e celebridades, aparentam afetar maioritariamente homens que demonstram sinais de obesidade. A auto-compaixão pode ter um papel mediador que influencia a relação entre insatisfação com a musculatura e sintomas de depressão. Assim, o cultivo de competências de auto compaixão pode providenciar uma forma de lidar com insatisfação relativa à musculatura levando a que sejam experienciados menos sintomas depressivos. / Purpose: This study aimed to explore to examine whether there were significant differences in depressive and anxiety symptoms, self-compassion, body dissatisfaction (muscularity and body fat dimensions) and comparisons with peers and celebrities based on BMI categories, as well as to explore the role of self-compassion in the relationship between male body image dissatisfaction and mental health (depressive symptoms). Materials and methods: The sample is comprised of 220 Portuguese men aged between 18 and 66 years old, mostly single (78.2%) and with a mean body mass index of 24.81. Participants completed online a set of standardized self-report measures assessing depressive and anxiety symptoms, male body dissatisfaction, self-compassion and social comparison with peers and celebrities, disseminated through social media and online forums. Results: No significant differences were found between the BMI groups regarding anxiety and depressive symptoms, and self-compassion. Participants in the underweight and normal weight groups revealed significantly less male body dissatisfaction, particularly concerning the body fat dimension. Participants in the obesity group revealed less positive social comparisons with peers and celebrities. The muscularity dimension of the body dissatisfaction had a direct effect of .07 on depressive symptoms (bbody muscularity = .07; SEb = .01; Z = 5.39; p < .001; β = .33) and an indirect effect of .06, mediated by self-compassion. The model explained 22% of the variance. Conclusion: Body dissatisfaction and negative comparison with peers and celebrities seem to affect mainly males showing obesity. Self-compassion can have a role as a mediator influencing the relationship between dissatisfaction with muscularity and depressive symptoms. Therefore, cultivating self-compassionate skills may provide a way of dealing with muscularity dissatisfaction leading to the experience of less depressive symptoms

    Validação do Trail Making Test: uma versão pictográfica colorida (Ciclo de Vida) numa amostra de pessoas com ≥ 60 anos

    No full text
    Contexto e objetivo: O Teste das Trilhas ou Trail Making Test (TMT) é um instrumento simples e curto para avaliar o funcionamento executivo. No entanto, o TMT contém letras/números, impossibilitando a sua administração em pessoas idosas analfabetas. Por conseguinte, é necessário validar formatos pictográficos para as pessoas idosas. Assim, o nosso objetivo foi validar o Teste das Trilhas —Versão Pictográfica Colorida — Ciclo Vida (TMT VPC-CV) numa amostra de pessoas, incluindo iletradas, com idades ≥ 60 anos. Método: Incluímos 326 sujeitos com ≥ 60 anos (120 homens / 206 mulheres) com idades entre os 60 e os 96 anos (M ± DP = 75,12 ± 8,78). Para analisar a validade convergente, realizámos as correlações de Pearson entre o TMT-VPC-CV, TMT, Mini-Mental State Examination, Teste de Fluências Fonémicas, e o Teste de Desenho do Relógio. Utilizámos a curva de ROC (AUC) para averiguar o poder preditivo do TMT-VPC-CV em detetar défice cognitivo/executivo. Resultados: A validade convergente foi suportada pelas correlações altas com o TMT clássico (r2 = 26,00%; p < 0,05 ) e moderadas com o MMSE e com a FAB. A precisão diagnóstica na parte A mostrou-se aceitável (AUC = 0,75) com uma sensibilidade de 68,75% e especificidade de 73,22% e na parte B revelou ser próximo do aceitável (AUC = 0,69) com uma sensibilidade de 66,67% e especificidade de 62,54%. Pessoas idosas que demoraram mais do que 35 segundos a realizar a parte A e mais de 75 segundos na parte B tinham maior probabilidade de ter défice cognitivo/executivo. Conclusão: O TMT-VPC-CV é um instrumento válido e fiável para avaliar o funcionamento cognitivo/executivo. Devido à breve administração e à sua precisão em detetar a presença ou ausência de défice cognitivo/executivo, permitirá intervenções com pessoas com idade de ≥ 60 anos para melhorar o funcionamento cognitivo/executivo e adiar possíveis défices cognitivos/executivos e possíveis consequências. / Background and objective: The Trail Making Test (TMT) is a simple and short instrument to assess executive functioning. However, TMT contains letters/numbers, making it impossible for illiterate older people to perform it. Therefore, validating pictographic formats for older people is necessary. Thus, our objective was to validate a Pictographic Version of the TMT – Life cycle (PV-TMT-LC) in a sample of people, including illiterate, aged ≥ 60 years. Method: We included 326 subjects aged ≥ 60 years (120 men / 206 women) with ages ranging from 60 to 96 years (M ± SD = 75.12 ± 8.78). We performed Pearson's correlations between the PV-TMT-LC, TMT, Mini-Mental State Examination, Phonemic Fluencies Test, and the Clock-Drawing Test to analyze convergent validity. We used the ROC curve (AUC) to investigate the predictive power of the TMT-VPC-CV to detect cognitive impairment. Results: Convergent validity was supported by high correlations with the classic TMT (r2 = 26.00%; p < .05) and moderate with the MMSE and the FAB. The diagnostic accuracy in part A proved to be acceptable (AUC = 0.75) with a sensitivity of 68.75% and specificity of 73.22% and in part, B proved to be close to acceptable (AUC = 0.69) with a sensitivity of 66.67% and specificity of 62.54%. Older people who took longer than 35 seconds to perform part A and longer than 75 seconds on part B were more likely to have cognitive/executive impairment. Conclusion: The TMT-VPC-CV is a valid and reliable instrument for assessing cognitive/executive functioning. Due to its short administration and accuracy in detecting the presence or absence of cognitive/executive impairment, it would allow interventions with people aged ≥ 60 years to improve cognitive/executive functioning and postpone possible cognitive/executive deficits and consequences

    Qual o Papel da Flexibilidade Psicológica na Satisfação com a Vida e Estados Emocionais Negativos na Adolescência?

    Get PDF
    Introdução: É bem conhecida que a forma como o indivíduo se relaciona com a sua experiência interna e externa tem um impacto na sua saúde mental. A literatura tem apontado diferentes processos psicológicos, como o autocriticismo, a autotranquilização e a flexibilidade psicológica (FP), entre outros, como mecanismos que podem agravar ou proteger o bem-estar psicológico. Objetivos: Analisar o contributo único e independente de cada um destes processos no modelo preditor da satisfação com a vida em adolescentes. Comparar grupos de adolescentes com diferentes níveis de flexibilidade psicológica em termos de estados emocionais negativos (e.g., ansiedade, depressão e stress), sentimentos de vergonha (externa e interna) e satisfação com a vida. Métodos: A amostra foi composta por 210 adolescentes de escolas públicas e/ou privadas (61,9% do sexo feminino e 37,1% do sexo masculino), com idades compreendidas entre os 12 e os 18 anos. Os participantes preencheram presencialmente instrumentos de autorresposta que avaliaram a flexibilidade psicológica (PsyFlex-A), a vergonha externa e interna (EISS A), o autocriticismo e a autotranquilização (FSCRS-A), sintomas de depressão, ansiedade e stress (DASS-21) e a perceção da satisfação com a vida (SLSS). Resultados: A matriz das correlações mostrou uma associação positiva e significativa entre a FP e a satisfação com a vida e uma atitude de autotranquilização. Inversamente, a FP evidenciou uma associação negativa com o autocriticismo, com os estados emocionais negativos (ansiedade, depressão e stress) e sentimentos de vergonha (externa e interna). O modelo preditor da satisfação com a vida revelou que os processos através dos quais nos relacionamos com a nossa experiência interna e externa explicam cerca de 44% da variância da satisfação com a vida, dando cada um dos processos psicológicos um contributo único e independente. A comparação dos grupos de adolescentes com níveis baixos e altos de FP mostrou que os participantes se diferenciavam significativamente em todas as variáveis. Os indivíduos com flexibilidade alta exibiram valores mais elevados de satisfação com a vida e uma atitude mais positiva e calorosa para consigo mesmo. Por sua vez, apresentaram menos sintomas psicopatológicos, menos sentimentos de vergonha e uma atitude menos autocrítica e de auto depreciação perante dificuldades ou fracassos. Conclusão: Os dados obtidos apontam para a importância da flexibilidade psicológica na adolescência, sugerindo que esta atitude adaptativa é facilitadora da satisfação com a vida, podendo ainda proteger do desenvolvimento ou agravamento de estados emocionais negativos, sentimentos de vergonha e de um estilo autocrítico e auto julgador. Estes resultados reforçam a ideia de como é importante existir uma avaliação da flexibilidade psicológica nesta fase da vida. / Introduction: It is well known that the way an individual relates to his internal and external experience has an impact on his mental health. The literature has pointed to different psychological processes, such as self-criticism, self-attunement, and psychological flexibility (FP), among others, as mechanisms that can aggravate or protect psychological well-being. Objectives: To analyze the unique and independent contribution of each of these processes in the predictor model of life satisfaction in adolescents. To compare groups of adolescents with different levels of psychological flexibility in terms of negative emotional states (e.g., anxiety, depression and stress), feelings of shame (external and internal) and life satisfaction. Methods: The sample was composed of 210 adolescents from public and/or private schools (61.9% female and 37.1% male), aged 12 to 18 years. Participants completed face-to-face self-report instruments assessing psychological flexibility (PsyFlex-A), external and internal shame (EISS-A), self-criticism and self-tranquilization (FSCRS), symptoms of depression, anxiety, and stress (DASS-21), and perceived life satisfaction (SLSS). Results: The matrix of correlations showed a positive and significant association between FP and life satisfaction and a self-tranquilizing attitude. Conversely, PF showed a negative association with self-criticism, negative emotional states (anxiety, depression and stress) and feelings of shame (external and internal). The predictor model of life satisfaction revealed that the processes through which we relate to our internal and external experience explained about 44% of the variance in life satisfaction, with each of the psychological processes making a unique and independent contribution. Comparison of the groups of adolescents with low and high levels of FP showed that participants differed significantly on all variables. Individuals with high flexibility exhibited higher values of life satisfaction and a more positive and warmer attitude toward themselves. In turn, they exhibited fewer psychopathological symptoms, fewer feelings of shame, and a less self-critical and self-deprecating attitude toward difficulties or failures. Conclusion: The data obtained point to the importance of psychological flexibility in adolescence, suggesting that this adaptive attitude facilitates life satisfaction and may also protect against the development or worsening of negative emotional states, feelings of shame and a self-critical and self-judgmental style. These results reinforce the idea of how important it is to have an assessment of psychological flexibility at this stage of life

    Avaliação da (In)flexibilidade Psicológica na População Portuguesa: validação da versão breve do Multidimensional Psychological Flexibility Inventory (MPFI-24)

    No full text
    Introdução. A Flexibilidade Psicológica (FP) traduz-se na capacidade de o indivíduo se adaptar ao sofrimento e às dificuldades do dia a dia, de forma a prosseguir a vida de acordo com os seus valores. A FP está relacionada com a saúde mental e o bem-estar, pelo que se torna fundamental a existência de instrumentos que avaliem as diferentes dimensões do comportamento flexível e o desenvolvimento de estratégias que visem a sua promoção. Objetivo. Tradução e validação da versão breve do Inventário de Flexibilidade Psicológica Multidimensional (MPFI-24), para a população portuguesa. Foi analisada a estrutura fatorial do MPFI-24, a fidedignidade e a estabilidade temporal da escala, assim como a sua validade convergente e divergente. Métodos. A amostra foi constituída por 650 participantes, sendo 437 do sexo feminino (67.2%) e 211 do sexo masculino (32.5%), com idades compreendidas entre os 18 e os 74 anos. Os participantes preencheram um protocolo online composto por um questionário sociodemográfico, o Multidimensional Psychological Flexibility Inventory 24 (MPFI-24), a Psy-Flex, o Patient Health Questionnaire- 4 (PHQ-4) e o Mental Health Continuum-Short Form (MHC-SF). Resultados. A análise fatorial confirmatória do MPFI-24 mostrou a plausabilidade do modelo de dois fatores de ordem superior (FP e Inflexibilidade Psicológica-IP) com seis fatores de primeira ordem de flexibilidade e seis fatores de primeira ordem de inflexibilidade. O MPFI-24 mostrou uma boa fidedignidade, com valores superiores a .70 nos índices globais e em todos os fatores. Revelou ainda uma adequada estabilidade temporal no intervalo de quatro meses. A FP mostrou uma associação positiva com a flexibilidade psicológica, avaliada pela Psy-Flex e com a perceção de saúde mental e uma associação negativa com os estados emocionais negativos (ansiedade e depressão). A IP revelou o padrão oposto, sendo todas as correlações moderadas e significativas. A idade mostrou uma associação positiva com a FP e negativa com a IP. Não foram encontradas diferenças de género para os dois indicadores globais do MPFI-24. Conclusões. O MPFI-24 demonstrou ser um inventário válido e fidedigno para avaliar a presença de FP e IP em indivíduos da população portuguesa. Este instrumento pode ser utilizado em contexto clínico e de investigação, podendo ser um contributo relevante no desenho de intervenções que visam aumentar o bem-estar ou flexibilidade psicológica através da promoção de competências específicas (e.g., aceitação, ação comprometida), em detrimento de outras (e.g., fusão cognitiva, evitamento experiencial). / Introduction. Psychological Flexibility (PF) is the individual's ability to adapt to suffering and difficulties in daily life in order to continue living according to their values. PF is related to mental health and well-being, so it is essential to have instruments that assess the different dimensions of flexible behavior and develop strategies to promote it. Objective. Adaptation and validation of the short version of the Multidimensional Psychological Flexibility Inventory for the Portuguese population. The factor structure of the MPFI-24, the reliability and temporal stability of the scale were analyzed, as well as its convergent and divergent validity. Methods. The sample included 650 participants, 437 female (67.2%) and 211 male (32.5%), aged between 18 and 74 years old. Participants completed an online protocol consisting of a sociodemographic questionnaire, the Multidimensional Psychological Flexibility Inventory- 24 (MPFI-24), the Psy-Flex, the Patient Health Questionnaire- 4 (PHQ-4) and the Mental Health Continuum-Short Form (MHC-SF). Results. The confirmatory factor analysis of MPFI-24 showed the plausibility of the two-factor higher-order model (PF and Psychological Inflexibility - PI) with six first order flexibility factors and six first-order inflexibility factors. The MPFI-24 showed good reliability, with values greater than .70 on the overall indices and all factors. It also showed adequate temporal stability over the 4-month interval. The PF showed a positive association with psychological flexibility, as assessed by Psy-Flex, with perceived mental health and a negative association with negative emotional states (anxiety and depression). The PI revealed the opposite pattern, with all correlations moderate and significant. Age showed a positive association with PF and a negative association with PI. No gender differences were found for the two MPFI-24 global indicators. Conclusion. The MPFI-24 proved to be a valid and reliable inventory for assessing the presence of PF and PI in individuals from the Portuguese population. This instrument can be used in clinical and research settings and may contribute to the design of interventions aimed at increasing psychological well-being or flexibility by promoting specific skills (e.g., acceptance, committed action) to the detriment of others (e.g., cognitive fusion, experiential avoidance)

    Stress e Burnout em Operadores de Call Center

    Get PDF
    Objetivo: O objetivo deste trabalho é analisar de que forma o stress ocupacional, nomeadamente em situações de maior vulnerabilidade, pode influenciar o risco de desenvolvimento de uma síndrome de burnout numa população – comunicadores de call center – particularmente exposta a situações de stress ocupacional intenso. Metodologia: Para o presente estudo a recolha de informação foi realizada via formulários Google. Todos os participantes tiveram acesso ao consentimento informado no início do questionário, preenchendo de seguida um questionário sociodemográfico. O protocolo de investigação era ainda composto pelos seguintes instrumentos psicométricos: Questionário de Vulnerabilidade ao Stress (23 QVS); Questionário de Stress Organizacional (QSO); Copenhagen Burnout Inventory – PT(CBI-PT). Amostra: A população deste estudo era composta por 154 indivíduos com idades compreendidas entre os 23 e os 60 anos. 66,2% é da amostra é do sexo feminino e 33,1% do sexo masculino. No que respeita à função desempenhada, 90,9% dos inquiridos são comunicadores, 5,2% são supervisores e 3,9% são coordenadores. Resultados e Conclusões: Neste estudo foi possível identificar níveis elevados de burnout na amostra, nomeadamente em 87,7% dos participantes. Verificou-se também que a vulnerabilidade ao stress exerce uma influência direta e indireta no risco de desenvolvimento de uma síndrome de burnout (valor de p<0,001), podendo assim ser considerada variável mediadora na relação entre o stress ocupacional e o risco de desenvolvimento de uma síndrome de burnout. / Aims: The objective of this work is to analyze how occupational stress, particularly in situations of greater vulnerability, can influence the risk of developing a burnout syndrome in a population – call center communicators – particularly exposed to very stressful situations. Methodology: For the present study, data collection was carried out via Google forms. All the participants had access to an informed consent at the beginning of the questionnaire, then filled out a sociodemographic questionnaire. The research protocol consisted of the following psychometric instruments: Stress Vulnerability Questionnaire (23 QVS), the Organizational Stress Questionnaire (QSO) and the Copenhagen Burnout Inventory (PT(CBI-PT). Sample: The sample consisted of 154 individuals aged between 23 and 60 years. Of the total sample, 66.2% are female and 33.1% are male. As far as the role performed is concerned, 90.9% of respondents are communicators, 5.2% are supervisors and 3.9% are coordinators. Results and Conclusions: In this study it was possible to identify high levels of burnout in the sample, particularly in 87,7% of the participants. Vulnerability to stress has also been found to have a direct and indirect influence on the risk of eveloping a burnout syndrome (p value<0,001), and can thus be considered a mediating variable in the relationship between occupational stress and the risk of developing a burnout syndrome

    Uso Problemático da Internet em Adultos: relação com o estilo de vida, estados emocionais negativos, proximidade e ligação aos outros

    No full text
    Objetivos: Conscientes do crescente número de utilizadores da internet e do seu possível efeito na nossa vida, nomeadamente ao nível do estilo de vida e da saúde psicológica, temos como principal objetivo examinar a relação entre o uso problemático da Internet, o estilo de vida, estados emocionais negativos e proximidade aos outros. São objetivos específicos: 1) Caracterizar os participantes em termos da sua utilização da Internet, de modo a identificar o uso problemático da Internet e perceber as suas implicações no estilo de vida, na estados emocionais negativos e no sentimento de proximidade e ligação aos outros; 2) Analisar a relação entre a perceção do uso da Internet com o uso problemático da Internet, estilo de vida, sintomatologia psicopatológica, e sentimento de proximidade e ligação aos outros; 3) Estudar as diferenças nas variáveis sociodemográficas e sentimento de proximidade aos outros em função do uso problemático/adequado da Internet; Metodologia: A amostra foi constituída por 333 sujeitos, sendo 72,1% do sexo feminino, com idades compreendidas entre os 18 e os 71 anos (M = 35,71; DP = 12,52). O protocolo do estudo foi composto por: Questionário Sociodemográfico, Questionário do Uso da Internet, Escala do Uso Generalizado Problemático da Internet (EUGPI2), Questionário Estilo de Vida Fantástico (EVF) e Escala da Proximidade e Ligação aos outros (EPLO). Resultados: Da amostra 12,6 % referem abdicar frequentemente/quase sempre das atividades do dia-a-dia para estar na Internet e 10,8% estabelecem novas relações através da Internet. Quanto maior o uso problemático da Internet, pior o estilo de vida dos sujeitos, maior o estado emocional negativo (depressão, ansiedade e stresse) e menor a sua proximidade aos outros. Relativamente às variáveis sociodemográficas, foram os mais jovens (18 aos 25 anos) e os solteiros a utilizarem a Internet de forma mais problemática. Conclusão: Os resultados obtidos permitem identificar associações importantes entre o uso problemático da Internet, os estados emocionais negativos, o estilo de vida e a proximidade aos outros. Neste sentido, e de acordo com os resultados obtidos, a investigação nesta área, que se encontra em constante mudança, é essencial, assim como a necessidade de intervenção como forma de prevenção. / Objectives: Aware of the growing number of internet users and its possible effect our lives, namely on life style and psychological health, our main objective is to examine the relationship between problematic internet use, lifestyle, negative emotional states and closeness to others. The specific objectives are: 1) Characterise the participants in terms of their Internet use, in order to identify problematic Internet use and to understand its implications in lifestyle, negative emotional states and feelings of closeness and connection to others; 2) Analyse the relationship between perceived Internet use and problematic Internet use, lifestyle, psychopathological symptoms, and feelings of closeness and connection to others; 3) Study the differences in sociodemographic variables and feelings of closeness to others according to problematic/appropriate Internet use; Method: The sample of the present research consists of 333 subjects, 72.1% female and 27.9% male, aged between 18 and 71 years (M = 35.71; SD = 12.52). The study protocol consists of a Sociodemographic Questionnaire, a Questionnaire of Internet Use, the Generalized Problematic Internet Use Scale (EUGPI2), the Fantastic Lifestyle Questionnaire (FSQ) and the Proximity and Connection to Others Scale (EPLO). Results: Most respondents have been using the Internet for more than 10 years (81.4%) and spend 2 to 4 hours a day on the Internet for leisure (38.1%) and work (33.6%). Of the sample, 12.6% said that they often/almost always give up their daily activities to be on the Internet and 10.8% said that they establish new relationships through the Internet. The results reveal that the greater the problematic use of Internet, the greater the preference for online social interaction, the use of Internet as mood regulation, the deficient self-regulation and the negative consequences of such use, the lower the subjects' lifestyles and the less closeness to others. Negative emotional states showed a positive relationship with the EUGPI and its subscales, which reveals that psychopathological symptoms are associated with a problematic use of the Internet. With regard to the socio-demographic variables, it is the youngest (18 to 25 years old) and the unmarried who use the Internet in a problematic way. Conclusion: The results obtained allow us to identify important associations between problematic Internet use, negative emotional states, lifestyle and proximity to others. In this sense, and according to the results obtained, research in this area, which is constantly changing, is essential, as well as the need for intervention as a form of prevention

    A Flexibilidade Psicológica Parental na Doença Crónica: análise fatorial exploratória da versão portuguesa do PPFQ-10

    Get PDF
    Contexto/Objetivo: A flexibilidade psicológica tem sido consistentemente associada a melhor saúde mental e ao exercício de uma parentalidade mais consciente e positiva. O Questionário de Flexibilidade Psicológica Parental (PPFQ-10) é um instrumento que avalia a flexibilidade psicológica parental aquando da existência de um diagnóstico de uma doença prolongada de um filho, isto é a capacidade dos pais serem tolerantes e aceitantes no exercício da sua parentalidade quando são confrontados com a doença nos filhos. O objetivo deste estudo consistiu em avaliar a estrutura fatorial e características psicométricas da versão portuguesa reduzida do PPFQ-10. Métodos/Metodologia: A amostra foi constituída por 72 participantes (71 mães), com idades compreendidas entre os 18 e os 65 anos (M = 35,1 e DP = 4,12), com um filho até aos seis anos de idade que tenha um diagnóstico de doença prolongada. A maioria (86,1%), n = 62) das crianças tinham diagnóstico de displasia da anca. Após o preenchimento do consentimento informado, foi solicitado aos pais o preenchimento online de um conjunto de questionários de autorresposta que avaliavam a flexibilidade psicológica, o stress, ansiedade, depressão, stress parental e autocompaixão. Resultados: Os resultados da análise fatorial revelaram que o PPFQ-10 apresenta uma estrutura trifatorial que explicou 69,01% da variância da Flexibilidade Psicológica (FP) parental. Todos os itens contribuíram significativamente para a escala e respetivas subescalas. O PPFQ-10 total e a subescala aceitação emocional revelaram boas consistências internas (α de Cronbach = 0,84 e 0,90, respetivamente). Contudo, as subescalas ações baseadas em valores e disponibilidade para a dor apresentaram consistências internas adequadas (α de Cronbach = 0,70 e 0,63, respetivamente). Para além disso, o PPFQ-10 apresentou boa validade divergente e convergente. Conclusão: Este estudo permitiu concluir que a PPFQ-10 demonstrou ser um bom instrumento válido, fiável e com boas qualidades psicométricas. Apresenta boa consistência interna, sugerindo ser um instrumento útil na investigação. Para além disso, este estudo sugere a associação entre a FP parental e maiores níveis de autocompaixão, e menores níveis de psicopatologia. / Background/Objective: Psychological flexibility has been consistently associated with better mental health and more conscientious and positive parenting. The Parental Psychological Flexibility Questionnaire (PPFQ-10) is an instrument that assesses parental psychological flexibility when a child is diagnosed with a long-term illness, i.e. the ability of parents to be tolerant and accepting in the exercise of parenting when they are confronted with their child's illness. The aim of this study was to assess the factor structure and psychometric characteristics of the reduced Portuguese version of the PPFQ-10. Methods/Methodology: The sample was composed of 72 participants (71 mothers), aged between 18 and 65 years (M = 35.1 and SD = 4.12), with a child up to six years of age with a diagnosis of long-term illness. The majority (86.1%, n = 62) of the children had a diagnosis of hip dysplasia. After completing informed consent, parents were asked to complete a set of self-report questionnaires online that assessed psychological flexibility, stress, anxiety, depression, parental stress, and self-compassion. Results: The results of the factor analysis revealed that the PPFQ-10 has a trifactor structure that explained 69.01% of the variance of parental Psychological Flexibility (PF). All items contributed significantly to the scale and its subscales. The total PPFQ 10 and the emotional acceptance subscale showed good internal consistency (Cronbach's α = 0.84 and 0.90, respectively). However, the subscales value-based actions and readiness for pain showed adequate internal consistencies (Cronbach's α = 0.70 and 0.63, respectively). In addition, the PPFQ-10 showed good divergent and convergent validity. Conclusion: This study allowed us to conclude that the PPFQ-10 proved to be a good valid, reliable instrument with good psychometric qualities. It shows good internal consistency, suggesting that it is a useful instrument in research. In addition, it suggests an association between parental FP and higher levels of self-compassion, and lower levels of psychopathology

    Does emotional dysregulation mediate the relationship between disability and depressive symptoms in older people?

    Get PDF
    Abstract - Background: Emotion dysregulation has been consistently linked to psychopathology, and the relationship between disability and depressive symptomatology in old age is well-known. Objective: To examine the mediational role of emotional dysregulation in the relationship between perceived disability and depressive symptomatology in older adults. Methods: Two hundred eighty-three participants, aged 60–96 years (M ± SD = 74.22 ± 8.69; 62.9% women; 29.0% with long-term care support [LTC-S] and 71.0% community residents without LTC-S), were assessed with the Geriatric Depression Scale-8 (GDS-8), the World Health Organization Disability Assessment Schedule-2 (WHODAS-2), and the Difficulties in Emotion Regulation Scale-16 (DERS-16). Results: A mediation model was established, which revealed: (1) a moderate association between WHODAS-2 and GDS-8 (ˇ = 0.20; p < .001); (2) DERS-16 partially and weakly mediated the relationship between WHODAS-2 and GDS-8 (ˇ = 0.003; p < .01). The model explained 31.9% of the variance of depressive symptoms. An inconsistent mediation model was obtained in the LTC-S group. Conclusions: Globally, our findings indicate that disability has an indirect relationship with depressive symptomatology through emotional dysregulation (except for those in the LTC-S). Accordingly, we present suggestions for the treatment of depressive symptoms and for the inclusion of other emotion regulation variables in the study of the disability-depressive symptom link in future studies with older people in the LTC-S. / Resumen - Antecedentes: La desregulación de las emociones se ha relacionado sistemáticamente con la psicopatología, y es bien conocida la relación entre la discapacidad y la sintomatología depresiva en la edad avanzada. Objetivo: Examinar el papel mediador de la desregulación emocional en la relación entre la discapacidad percibida y la sintomatología depresiva en los adultos mayores. Materiales y métodos: Doscientos ochenta y tres participantes, entre 60-96 anos de edad ˜ (M ± DE = 74,22 ± 8,69; 62,9% mujeres; 29% con apoyo de cuidados de larga duración [A-CLD] y 71% residentes en la comunidad sin A-CLD), fueron evaluados con la Geriatric Depression Scale-8 (GDS-8), el World Health Organization Disability Assessment Schedule-2 (WHODAS-2) y la Difficulties in Emotion Regulation Scale-16 (DERS-16). Resultados: Se estableció un modelo de mediación que reveló: (1) una asociación moderada entre el WHODAS-2 y el GDS-8 (! = 0,20; p < 0,001); (2) el DERS-16 medió parcial y ligeramente la relación entre el WHODAS-2 y el GDS-8 (! = 0,003; p < 0,01). El modelo explicó el 31,9% de la varianza de los síntomas depresivos. Se ha obtenido un modelo de mediación inconsistente en el grupo A-CLD. Conclusiones: Globalmente, nuestros hallazgos indican que la discapacidad tiene una relación indirecta con la sintomatología depresiva a través de la desregulación emocional. En consecuencia, presentamos sugerencias para el tratamiento de los síntomas depresivos y para la inclusión de otras variables de regulación de las emociones en el estudio del vínculo discapacidad-síntomas depresivos en futuros estudios con personas mayores en el A-CLD

    975

    full texts

    1,364

    metadata records
    Updated in last 30 days.
    REPOSITÓRIO ABERTO do Instituto Superior Miguel Torga is based in Portugal
    Access Repository Dashboard
    Do you manage Open Research Online? Become a CORE Member to access insider analytics, issue reports and manage access to outputs from your repository in the CORE Repository Dashboard! 👇