Revista Portuguesa de Investigação Comportamental e Social (E-Journal)
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    Violência e saúde: Consequências dos crimes de ódio homotransfóbicos em Portugal

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    Violence against sexual and gender diversity is a present reality worldwide reaching all social subjects independent of their Sexual Orientation, Gender Identity, Gender Expressions and/or Sexual Characteristics – OIEC. This still poorly investigated phenomenon has advanced in recent years with the growth of hate discourse against all social subjects threatening and/or rupturing with heteronormativity in society, causing numerous consequences and aggravates the health of their direct and indirect victims. This paper focuses on the analysis of the consequences of homotransphobic violences against sexual and gender diversity in Portugal, through the study of officials of the officials in the Public Safety Forces and the Judiciary Police Office, among the PJ, among the years 2015 and 2020. The study in question reviews 29 reports/news records, documents with records of complaints of Criminal Criminal Investigation Departments Surveys – DIAPs across national territory. The investigation stands out as the first mapping of official hate crime cases with homophobic and/or transphobic motivations in Portugal. It consists of a descriptive and documentary study of qualitative character using content analysis, in the embodiment of thematic categorization of Bardin (2016). Major results show that most homotransphobic hate crimes are cyber-crimes and cyberbullying with unknown, disknowledge and underreported authorships, featuring diverse types and natures of violence with serious consequences of physical, psychological, economic and social character, directly compromising health and the welfare of their victims.Contexto: A violência contra a diversidade sexual e de género constitui um fenómeno global e estrutural, afetando sujeitos independentemente da sua orientação sexual, identidade de género, expressão de género e/ou características sexuais. Embora ainda subexplorada em Portugal, esta forma de violência tem-se intensificado, particularmente em ambientes digitais, alimentada por discursos de ódio que desafiam os padrões heteronormativos e cisnormativos. Os seus impactos estendem-se para além das vítimas diretas, comprometendo também as suas redes relacionais. Objetivo: Analisar as consequências da violência homotransfóbica em Portugal, com base em denúncias formais registadas pelas Forças de Segurança Pública e investigadas pela Polícia Judiciária entre 2015 e 2020. Método: Estudo qualitativo, descritivo e documental, baseado na análise de conteúdo de 29 autos de denúncia e inquéritos criminais oriundos de diversos Departamentos de Investigação e Ação Penal. As consequências foram organizadas em categorias temáticas (psicológicas, sociais, económicas e físicas). Resultados e Conclusões: A maioria dos crimes de ódio homotransfóbicos envolveu crimes cibernéticos, frequentemente perpetrados por agressores anónimos e reincidentes. Verificaram-se múltiplas formas de violência, com efeitos interdependentes e duradouros na saúde e no bem-estar das vítimas diretas e indiretas. Os dados reforçam a necessidade de políticas públicas integradas e intersetoriais, com enfoque na prevenção, proteção e justiça social para populações LGBTQI+

    Analistas do comportamento e o COVID-19: Uma revisão de publicações empíricas e conceituais

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    Background: The COVID-19 pandemic emphasized the need for behavioral interventions in public health. Behavior analysts worldwide responded with research and practical strategies to address emerging challenges, particularly related to prevention, telehealth, and mental health. Objective: This narrative review aimed to identify, organize, and synthesize behavior-analytic publications on the COVID-19 pandemic, thereby improving access to and use of this knowledge. Method: The review included theoretical, basic, and applied studies published in Portuguese or English, available online without date restrictions. Sources were limited to peer-reviewed journals in behavior analysis. Results: A total of 272 documents were screened, and 62 met the inclusion criteria. These publications addressed five key domains: the adaptation of services to telehealth, promotion of safety and prevention behaviors, general mental health, social and domestic contexts, and research proposals. Most studies emphasized remote service delivery and the implementation of protective health behaviors. Conclusions: The findings demonstrate that behavior analysts made timely and relevant contributions during the pandemic, particularly by adapting clinical practices and promoting behavioral adherence to public health guidelines. These insights highlight the importance of behavioral science in shaping crisis responses and indicate promising avenues for future research and intervention.Contexto: A pandemia de COVID-19 evidenciou a necessidade de intervenções comportamentais em saúde pública. Analistas do comportamento em todo o mundo responderam com investigação e estratégias práticas para enfrentar os desafios emergentes, especialmente no que respeita à prevenção, à telessaúde e à saúde mental. Objetivo: Esta revisão narrativa teve como objetivo identificar, organizar e sintetizar publicações analítico-comportamentais sobre a pandemia de COVID-19, de forma a melhorar o acesso e a utilização deste conhecimento. Métodos: A revisão incluiu estudos teóricos, básicos e aplicados, publicados em português ou inglês, disponíveis online e sem restrição de data. As fontes foram limitadas a revistas com revisão por pares na área da análise do comportamento. Resultados: Foram analisados 272 documentos, dos quais 62 cumpriram os critérios de inclusão. As publicações abordaram cinco domínios principais: adaptação de serviços para telessaúde, promoção de comportamentos de segurança e prevenção, saúde mental geral, contextos sociais e domésticos, e propostas de investigação. A maioria dos estudos enfatizou a prestação remota de serviços e a implementação de comportamentos protetores de saúde. Conclusões: Os resultados demonstram que os analistas do comportamento contribuíram de forma oportuna e relevante durante a pandemia, especialmente ao adaptarem práticas clínicas e promoverem a adesão comportamental às orientações de saúde pública. Estes dados reforçam a importância da ciência do comportamento na resposta a crises e indicam caminhos promissores para futuras investigações e intervenções

    Perfeccionismo desadaptativo e ansiedade cognitiva face a provas em universitários brasileiros: o papel do sexo e da idade

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    Aim: This study investigated the extent to which maladaptive perfectionism predicts cognitive test anxiety, while controlling for the effects of sex and age, in undergraduate students from the inland region of Piauí, Brazil. Method: A total of 224 undergraduate students from the city of Piripiri, Piauí (Mage = 24.48; SD = 6.14) participated in the study. Most were female (77.7%), enrolled in public institutions (70.1%), and mainly pursuing degrees in Pedagogy (37.6%), Chemistry (11.6%), and Law (8.9%). Participants completed the short version of the Almost Perfect Scale, the Cognitive Test Anxiety Scale, and a sociodemographic questionnaire. Results: Hierarchical multiple linear regression indicated that maladaptive perfectionism (β = 0.56; p < .001) and sex (β = -0.20; p < .001) were significant predictors of cognitive test anxiety, accounting for approximately 39% of the total variance. Conclusions: The results suggest that higher levels of maladaptive perfectionism are significantly associated with increased cognitive anxiety in evaluative contexts, particularly among female students. These findings highlight the need for future research exploring the underlying mechanisms of this association in university populations.Objetivo: Este estudo investigou em que medida o traço de personalidade perfeccionismo desadaptativo prediz a ansiedade cognitiva face a provas, controlando os efeitos das variáveis sexo e idade, em estudantes universitários do interior do Piauí Métodos: Participaram 224 estudantes universitários da cidade de Piripiri, Piauí, nordeste brasileiro (Midade = 24,48; DP = 6,14), sendo a maioria mulheres (77,7%), de instituições públicas (70,1%), e cursando principalmente Pedagogia (37,6%), Química (11,6) e Direito (8,9%). Aplicaram-se a versão breve da Escala de Quase Perfeição, a Escala de Ansiedade Cognitiva de Provas e um questionário sociodemográfico. Resultados: A regressão linear múltipla hierárquica indicou o perfeccionismo desadaptativo (b = 0,56; p < 0,001) e o sexo (b = -0,20; p < 0,001) como preditores significativos da ansiedade cognitiva, explicando cerca de 39% da variância total. Conclusões: Os resultados sugerem que níveis mais elevados de perfeccionismo desadaptativo se associam a maior ansiedade cognitiva em situações avaliativas, sobretudo em mulheres. Destaca-se a relevância de investigações futuras que explorem os mecanismos subjacentes a esta associação em populações universitárias

    Entre lágrimas e lutas: o papel das organizações no combate à violência doméstica

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    Background: Domestic violence, an expression of gender inequality that permeates both private and public spheres, has significant repercussions on family and organizational environments. Experiences related to violence can cause psychological distress, compromising concentration and decision-making abilities, which are essential for any professional activity. Objective: This study aimed to systematize the literature on the role of organizations in addressing domestic violence, integrating empirical evidence into a theoretical framework and a research agenda. Method: Initially, a bibliometric review was conducted using the Scopus database with the support of VOSviewer software. Subsequently, based on the 4W’s model, a systematic literature review was carried out through the Scopus and Web of Science databases. Results: A growing trend in scholarly production on the topic has been identified in recent years, particularly in international publications, with emphasis on the multidimensional impacts of domestic violence on workers’ well-being and occupational performance, including physical, psychological, and emotional symptoms. Conclusions: The findings highlight the urgency of proactive organizational measures and the implementation of targeted policies to address domestic violence, underscoring the workplace as a critical setting for social support and assistance to victims. This analysis contributes to developing a theoretical framework and a research agenda focused on the effectiveness of corporate actions against domestic violence.Contexto: A violência doméstica, expressão da desigualdade de gênero que permeia tanto os espaços domésticos quanto os públicos, repercute-se nos cenário familiar e organizacional. As vivências relacionadas à violência, podem gerar sofrimento, comprometendo a capacidade de concentração e tomada de decisões, fundamentais em qualquer atividade profissional. Objetivo: Este estudo objetivou sistematizar a literatura empírica sobre o papel das organizações no combate à violência doméstica, integrando conhecimentos empíricos a um quadro teórico e a uma agenda de pesquisa. Métodos: Realizou-se inicialmente uma revisão bibliométrica na base de dados Scopus com o auxílio do software VOSviewer. Em seguida, com base no modelo 4W’s, conduziu-se uma revisão sistemática da literatura por meio das bases de dados Scopus e Web of Science. Resultados: Identificou-se uma tendência crescente na produção científica sobre o tema nos últimos anos, especialmente em publicações internacionais, com ênfase nos impactos multidimensionais da violência doméstica sobre o bem-estar e desempenho laboral de trabalhadores(as), incluindo sintomas físicos, psicológicos e emocionais. Conclusões: Os resultados destacam a urgência de medidas organizacionais proativas e da implementação de políticas específicas para enfrentar esta violência, enfatizando o ambiente de trabalho como um espaço crítico para o suporte social e o auxílio às vítimas, direcionando para a elaboração de um quadro teórico e uma agenda de pesquisa orientada à eficácia das ações corporativas contra a violência doméstica

    Empatia clínica e satisfação por compaixão em médicos/as: Análise de mediadores potenciais

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    Background: Clinical empathy is an intrinsic attribute of the medical profession and is associated with greater physicians’ compassion satisfaction levels. However, little is known about the potentially modifiable mechanisms underlying this relationship. Aim: This study aimed to analyze the direct and indirect effects of clinical empathy on physicians’ compassion satisfaction via the quality of therapeutic relationships and barriers to compassion. Method: A sample of 222 physicians, collected exclusively online, completed a set of self-report instruments. Direct and indirect effects were analyzed using structural equation modeling. Results: Clinical empathy was moderately and positively correlated with the quality of therapeutic relationships and compassion satisfaction, and negatively correlated with barriers to compassion. An indirect effect of clinical empathy on compassion satisfaction was observed through the quality of therapeutic relationships (b = .05, 95% IC [.02; .10]) and barriers to compassion (b = .02, 95% IC [.01; .05]). The model explained around 31% of the variability in compassion satisfaction levels. Conclusions: Higher levels of empathy among physicians may lead to greater compassion satisfaction through better quality of therapeutic relationships and lower perceived barriers to compassion. Intervention programs targeting these mechanisms might increase positive mental health in these professionals.Contexto: A empatia clínica é um atributo intrínseco à profissão médica, estando associada a níveis mais elevados de satisfação por compaixão em médicos/as. Contudo, pouco se sabe acerca dos mecanismos mediadores e potencialmente modificáveis subjacentes a essa relação. Objetivo: Este estudo visou analisar os efeitos diretos e indiretos da empatia clínica nos níveis de satisfação por compaixão em médicos/as, considerando como mediadores a qualidade das relações terapêuticas e as barreiras à compaixão. Métodos: Uma amostra de 222 médicos/as, recolhida exclusivamente online, preencheu um conjunto de instrumentos de autorresposta. Os efeitos diretos e indiretos foram explorados utilizando modelos de equações estruturais. Resultados: A empatia clínica relacionou-se moderada e positivamente com a qualidade das relações terapêuticas e com a satisfação por compaixão, e negativamente com as barreiras à compaixão. Observou-se um efeito indireto da empatia sobre a satisfação por compaixão, tanto através da qualidade das relações terapêuticas (b = 0,05, 95%IC [0,02; 0,10]), como das barreiras à compaixão (b = 0,02, 95% IC [0,01; 0,05]). O modelo explicou 31% da variabilidade nos níveis de satisfação por compaixão. Conclusões: Níveis mais elevados de empatia em médicos/as poderão favorecer satisfação por compaixão, mediada por relações terapêuticas de melhor qualidade e da perceção de menos barreiras à compaixão. Intervenções focadas nesses fatores poderão melhorar a saúde mental positiva destes/as profissionais

    Condições de vida e trabalho de agentes de segurança penitenciária no contexto amazônico

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    Background: Prison work is associated with intense physical, emotional, and social demands and is internationally recognized as a high-risk occupation with significant psychosocial vulnerability. In the Amazonian context, these challenges are further exacerbated by institutional precariousness and structural inequalities. Objectives: To understand, from the perspective of prison workers themselves, the living and working conditions of prison security agents in Santarém, Pará, and to analyze the impacts of this experience on their physical, mental, and relational health. Methods: This exploratory, descriptive, and qualitative study was conducted with 33 prison officers from two correctional facilities. Data were collected through focus groups and analyzed using Bardin's content analysis, supported by NVivo 11 Pro Student software. Results: The findings revealed adverse working conditions, including functional overload, institutional insecurity, and inadequate infrastructure. Narratives showed evidence of physical and mental suffering, rigid professional identity, familial and social repercussions, and gender inequalities. Coping strategies included emotional support from family members and the role of spirituality. Conclusions: The study highlights the urgent need for institutional policies that recognize occupational suffering as a collective phenomenon and promote comprehensive care and professional recognition within the prison system.Contexto: O trabalho penitenciário está associado a intensas demandas físicas, emocionais e sociais, sendo reconhecido internacionalmente como uma ocupação de alto risco e vulnerabilidade psicossocial. No contexto amazónico, tais desafios se agravam em função da precariedade institucional e das desigualdades estruturais. Objetivo: Compreender, a partir da perspectiva dos próprios trabalhadores, as condições de vida e de trabalho de agentes de segurança penitenciária no município de Santarém, estado do Pará, bem como os impactos dessa experiência na saúde física, mental e relacional. Métodos: Estudo exploratório, descritivo e qualitativo, realizado com 33 agentes penitenciários de duas unidades prisionais. Os dados foram recolhidos por meio de grupos focais, com posterior análise de conteúdo segundo Bardin, apoiada pelo software NVivo 11 Pro Student. Resultados: A Identificaram-se condições laborais adversas, como sobrecarga funcional, insegurança institucional e infraestrutura precária. Relatos evidenciaram sofrimento físico e mental, rigidez identitária, impactos familiares e desigualdades de género, além de estratégias de enfrentamento baseadas em vínculos afetivos e espiritualidade. Conclusões: O estudo aponta para a necessidade urgente de políticas institucionais que reconheçam o sofrimento laboral como fenômeno coletivo, promovendo ações de cuidado integral e valorização profissional no sistema prisional

    Adaptação e validação do Índice Personalizado de Flexibilidade Psicológica numa amostra da população portuguesa

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    Background: Psychological flexibility is essential for mental health, yet its assessment still lacks instruments suited to the Portuguese context. This study aimed to address that gap by validating an innovative instrument that integrates specific dimensions and presents robust evidence of reliability and validity, distinguishing it from existing measures. Aim: To validate the Personalized Psychological Flexibility Index (PPFI) for the Portuguese population by analyzing its factorial structure, internal consistency, item quality, test-retest reliability, and relationship with relevant variables. Method: A total of 368 participants aged between 18 and 62 (M = 25.44, SD = 9.50) completed an online protocol comprising sociodemographic questions and self-report instruments assessing psychological flexibility (PPFI and MPFI-24), values (ELS-9), psychological inflexibility (AAQ-II), and positive and negative affect (PANAS). The PPFI retest was conducted with 57 participants after a four-week interval. Results: Confirmatory factor analysis supported a hierarchical model with a higher-order factor (total score) and three lower-order factors (Avoidance, Acceptance, and Engagement), yielding acceptable fit indices. The PPFI demonstrated good reliability (α = 0.70) for both the total score and subfactors and strong test-retest reliability. It positively correlated with psychological flexibility (MPFI-24), personal values (ELS-9), and positive affect (PANAS-P) and negatively with experiential avoidance (AAQ-II) and negative affect (PANAS-N). Age and gender showed no significant correlation with the overall PPFI score. Conclusions: The PPFI proved to be a valid and reliable instrument for assessing psychological flexibility in Portuguese adults. Its validation contributes to evidence-based practice and is particularly relevant for research on the effectiveness of interventions promoting psychological flexibility.Contexto: A flexibilidade psicológica é fundamental para a saúde mental, mas a sua avaliação ainda carece de instrumentos adequados à realidade portuguesa. Este estudo contribuiu para colmatar essa lacuna, validando um instrumento inovador que integra dimensões específicas e apresenta evidências robustas de fiabilidade e validade, diferenciando-se de outras medidas existentes. Objetivo: Validar o Índice de Flexibilidade Psicológica Personalizado (PPFI) para a população portuguesa, analisando a sua estrutura fatorial, consistência interna, qualidade dos itens, fidedignidade teste-reteste e relação com variáveis de interesse. Métodos: Participaram 368 indivíduos com idades entre 18 e 62 anos (M = 25,44, DP = 9,50), que completaram um protocolo online composto por questões sociodemográficas e instrumentos de autorresposta que avaliaram a flexibilidade psicológica (PPFI, MPFI-24), valores (ELS-9), inflexibilidade psicológica (AAQ-II) e afeto positivo e negativo (PANAS). O reteste do PPFI foi realizado com 57 participantes após quatro semanas. Resultados: A análise fatorial confirmatória sustentou um modelo com um fator superior (pontuação total) e três fatores específicos (Evitamento, Aceitação e Aproveitamento), com índices de ajustamento aceitáveis. O PPFI demonstrou boa fidedignidade (α = 0,70) e estabilidade temporal. O PPFI correlacionou-se positivamente com a inflexibilidade (MPFI-24), valores (ELS-9) e afeto positivo (PANAS-P), e negativamente com o evitamento experiencial (AAQ-II) e afeto negativo (PANAS-N). Idade e o sexo não se correlacionaram com a pontuação global.  Conclusões: O PPFI revelou-se um instrumento válido e fidedigno para avaliar a flexibilidade psicológica em adultos portugueses. A sua validação contribui para a prática baseada em evidências, sendo especialmente relevante para investigações sobre a eficácia de intervenções voltadas para a promoção da flexibilidade psicológica.

    A voz das mulheres: perceções sobre a violência obstétrica no Sul do Brasil

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    Background: Obstetric violence is described as the imposition of hospital practices that disregard women’s autonomy during the childbirth process. Objective: To understand women's perceptions of obstetric violence in a municipality in southern Brazil. Method: This is a descriptive, qualitative study conducted between July and September 2024 with 20 women aged 18 years or older, who had given birth within the previous two years and were not in the puerperal period. Data collection was carried out through semi-structured interviews, which were audio-recorded, transcribed using Happyscribe software, and subjected to content analysis. Results: Three thematic categories emerged: perception of obstetric violence, false perception of non-obstetric violence, and satisfaction with adequate care. Participants’ narratives revealed dehumanizing practices, such as the Kristeller maneuver, pubic hair removal, food restriction, non-consensual interventions, and violations of autonomy during childbirth. Some women did not initially identify these practices as violent, reflecting a cultural normalization of unnecessary interventions. Conclusions: Obstetric violence is perpetuated by the normalization of abusive practices in hospital settings and by the lack of awareness regarding women's rights. Humanizing care is essential to reduce such practices, ensuring autonomy and respect for women's choices during childbirth.Contexto: A violência obstétrica é descrita como a imposição de práticas hospitalares que desconsideram a autonomia da mulher no processo de parto.Objetivo: Compreender a perceção de mulheres acerca da violência obstétrica num município do sul do Brasil.  Métodos: Estudo descritivo e qualitativo, conduzido entre julho e setembro de 2024 com 20 mulheres com idade superior a 18 anos, que tiveram filhos nos dois anos anteriores e que não estavam no puerpério. A recolha de dados foi realizada através de entrevistas semiestruturadas, gravadas, transcritas com o auxílio do software Happyscribe e submetidas a análise de conteúdo. Resultados: Emergiram três categorias: perceção de violência obstétrica, falsa perceção de não violência obstétrica e satisfação com o atendimento adequado. Os relatos evidenciaram práticas desumanizadas, como a manobra de Kristeller, depilação dos pelos púbicos, proibição de alimentação, intervenções não consentidas e violação da autonomia durante o parto. Algumas mulheres não reconheceram essas práticas como violência, refletindo uma culturalização de intervenções desnecessárias. Conclusões: A violência obstétrica é perpetuada pela normalização de práticas abusivas no ambiente hospitalar e pela falta de consciencialização acerca dos direitos das mulheres. A humanização do parto é essencial para reduzir estas práticas, garantindo a autonomia e o respeito pelas escolhas das mulheres nesse contexto

    Resiliência em pessoas vivendo com HIV: revisão integrativa da literatura

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    Background: People living with HIV (PLHIV) face significant psychosocial adversities that can compromise their well-being. Resilience has been investigated as a key process in fostering positive adaptation to these challenges. Aim: To conduct an integrative literature review on resilience in PLHIV, identifying the conceptual frameworks used, risk and protective factors, and psychosocial adjustment indicators examined. Method: A comprehensive search was performed in the PUBMED, PsycINFO, SciELO, LILACS, PePSIC, and Index Psi databases for articles published between 2014 and 2023. Empirical studies with an explicit focus on resilience in the context of HIV were included. Results: Thirty-three studies were analyzed. Main risk factors identified included stigma in its various forms, structural inequalities, mental health disorders, and barriers to care. Protective factors included social support, religiosity, active coping strategies, access to health services, and awareness of rights. Resilience was associated with improved mental health, enhanced quality of life, and greater adherence to treatment. Conclusions: Resilience in PLHIV is a dynamic and context-sensitive process, influenced by multiple ecological levels. Understanding its mechanisms is essential for designing clinical interventions and public health policies that promote well-being and equity.Contexto: Pessoas vivendo com HIV enfrentam adversidades psicossociais significativas, que podem comprometer sua saúde física e mental. Objetivo: Realizar uma revisão integrativa da literatura sobre resiliência em PVHIV, identificando os conceitos empregados, fatores de risco e proteção, e os indicadores de ajustamento psicossocial analisados. Métodos: A busca foi conduzida nas bases PUBMED, PsycINFO, SciELO, LILACS, PePSIC e Index Psi, abrangendo publicações entre 2014 e 2023. Incluíram-se estudos empíricos com foco explícito em resiliência no contexto do HIV. Resultados: Foram analisados 33 estudos. Os principais fatores de risco identificados incluíram o estigma em suas múltiplas formas, desigualdades estruturais, transtornos mentais e barreiras ao cuidado. Como fatores de proteção, destacaram-se o apoio social, a religiosidade, estratégias ativas de enfrentamento, o acesso a serviços e o conhecimento de direitos. A resiliência esteve associada a melhores resultados em saúde mental, qualidade de vida e adesão ao tratamento. Conclusões: A resiliência em PVHIV é um processo dinâmico e contextual, mediado por múltiplos níveis de influência. Compreendê-la é essencial para o desenvolvimento de intervenções clínicas e políticas públicas promotoras de saúde e equidade

    Diretrizes para revisões integrativas em psicologia

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    Background: Integrative Review is a systematic literature review method that enables comprehensive analysis and synthesis of theoretical and empirical research using different methodologies. The literature highlights the need to establish minimum guidelines during its construction due to a lack of consensus among researchers in implementing the method. Objective: The aim is to present a precise systematization of all necessary and sufficient steps to conduct an Integrative Review. Method: To this end, an analysis of the items reported as necessary for constructing systematic reviews in the PRISMA protocol was carried out, as well as their adequacy to the Integrative Review method and steps presented in psychology studies. Results: It was concluded that two items were adequate, 16 items were partially adequate with modifications, nine items were not satisfactory, and one item was developed and added. At the end, a checklist with 15 items was constructed and presented with examples of the expected reports for each item developed. Conclusion: It was concluded that the Integrative Review method has its characteristics. This study will likely help reduce the disparity found in the field involving Integrative Reviews in Psychology and help promote the replication and extension of research.Contexto: Revisão Integrativa é um método de levantamento sistemático de literatura que possibilita a análise e síntese da literatura de modo abrangente integrando pesquisas teóricas e experimentais que utilizaram diferentes métodos. É apontado na literatura a necessidade da construção de diretrizes mínimas durante sua construção devido a um baixo consenso entre os pesquisadores na execução do método. Objetivo: O presente trabalho tem como objetivo apresentar uma sistematização mais precisa e operacional de todas as etapas necessárias e suficientes para a condução de uma Revisão Integrativa. Método: Para tanto foi realizada uma análise dos itens relatados como necessários na construção de revisões sistemáticas no protocolo PRISMA e sua adequação ao método de Revisão Integrativa e etapas apresentadas em trabalhos de psicologia. Resultados: Conclui-se que dois itens se adequaram, 16 itens se adequaram parcialmente com modificações, nove itens não se adequaram e um item foi elaborado e adicionado. Ao final, um checklist com 15 itens foi construído e apresentado com exemplos dos relatos esperados para cada item elaborado. Conclusão: Conclui-se que o método de Revisão integrativa possuí características próprias e espera-se que o presente trabalho auxilie na diminuição da disparidade encontrada no campo que envolve as Revisões Integrativas em Psicologia e auxilie na promoção de replicação e extensão de pesquisas

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