Portal de Periódicos da UFRPE (Universidade Federal Rural de Pernambuco)

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     EDITORIAL    O ano de 2023 começou a cinco meses, trazendo no simbólico momento da passagem de ano uma sensação de que é possível ter esperança. Já nos primeiros momentos do ano o Google começou a apontar Jair como ex-presidente da República Federativa do Brasil, o que marca, não só simbolicamente, a possibilidade de voltar a ter voz, a contestar, a cobrar de forma eficaz, o governo federal. E já nos primeiros movimentos do novo governo, tivemos movimentos significativos, entre os quais merece destaque o aumento no valor das bolsas, combustível essencial para a produção científica no Brasil. Motivo para comemorar! O primeiro deles. Uma outra notícia boa, que veio no mês de maio, foi a declaração da Organização Mundial da Saúde (OMS) confirmando o fim da Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional (ESPII), que marca o início da transição do modo emergencial para o status de lidar com a COVID-19 como se faz com outras doenças infecciosas. Não é o fim da pandemia, que tanto nos atingiu nos últimos anos, mas também é algo que nos enche de esperança. Vamos continuar com cuidado, tomando as vacinas adequadamente, divulgando a importância da Ciência na luta contra o novo coronavírus, para que a pandemia possa, enfim, terminar. Este é o segundo editorial seguido que se inicia com um sentimento de esperança, de esperançar. E no sentido atribuído por Freire, isso significa estar juntos, não desistir. O que leva a reflexão que para se ter esperança, precisamos nos juntar e agir. Buscar por situações melhores, para todas e todos. E é por isso que a comunidade científica, e nossa subparte, a comunidade de pesquisadoras e pesquisadores no Ensino de Química, precisa estar engajada e unida. São muitos os desafios.  O primeiro desafio, que deve ser entendido não pela inércia, mas retroalimentado pelas questões que nos permitem esperançar, é a manutenção nas lutas que travamos durante os últimos e difíceis seis anos. Lutar pelas propostas de diminuição dos abusivos juros delimitados pelo intrangigente e “independente” Banco Central do Brasil. Lutar para que a recomposição salarial seja adequada para todas as instâncias, visto a diminuição evidente do poder de compra do povo brasileiro. Lutar pela revogação do infame "Novo Ensino Médio”, que não atende as necessidades educacionais da população. Lutar, em meio as comemorações pela recomposição dos núcleos, para que o Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID) e o Programa de Residência Pedagógica (PRP) sejam ampliados, democratizados ao máximo e, enfim, serem transformados em políticas de estado, e não de governo. Lutar para um Brasil que seja adequado para todas e todos, que seja, finalmente e sem demagogia, o país do futuro. Essa luta deve estar sempre presente, na pauta de todas as pessoas, instituituições e organizações. Destacamos, neste momento, a necessidade de que as sociedades científicas do país, com destaque para as que atuam em nossa área, rompam o limite das notas de repúdio e comecem a agir de forma efetiva e organizada, no coletivo, iniciando por ações internas, que vão reverberar, certamente, em paragens mais amplas. O segundo desafio, mais interno, apresentamos como uma reflexão. É inégavel que, contra todas as situações de um cenário desfavorável, a nossa área, o Ensino de Química (que podemos ampliar em reflexão para o Ensino de Ciências), cresceu bastante nos últimos anos, ainda sobre influência das políticas positivas durante os governos Lula e Dilma. Muitos programas de pós-graduação surgiram, muitos programas existentes foram ampliados, os mestrados profissionais em rede sugiram e se consolidaram. O que, evidente, reverbera no aumento da produção científica, que diretamente influencia no surgimento de novos periódicos. A REDEQUIM se orgulha de ter sido um dos primeiros dessa nova geração a surgir, o que, de alguma forma, mostrou ser possível ampliar os espaços de divulgação das nossas pesquisas. No entanto, esse aumento significa uma maior necessidade de atuação na emissão de pareceres. O processo de publicação na Ciência depende da existência de textos, que devem ser avaliados pelos pares, de forma efetiva, justa, honesta, adequada e exigente. O que tem sido um problema. Alguns dias, entre 2022 e 2023, após ser divulgado o novo Qualis CAPES, chegamos a receber sete textos para avaliação. Com esse aumento considerável no número de manuscritos submetidos, precisamos cada vez mais dos pareceristas, que devido as demandas cada vez maiores no âmbito profissional,  estão atrasando e/ou se declarando indisponível para a atividade de avaliação.  Precisamos de mais colaboradoras e colaboradores no processo editorial, mas principalmente precisamos discutir a questão da produção científica na nossa área. É o nosso segudo desafio. Com base na reflexão sugerida, e que já foi iniciada internamente, a REDEQUIM vai passar, no ano de 2023, por algumas modificações, mudanças que virão para tentar superar os desafios. Algumas delas serão pontuais, outras mais profundas. Iremos, com o tempo, divulgá-las nos editoriais e nas notícias, no nosso site. E sobre ele, temos a primeira mudança. Depois de nove anos utilizando o domínio www.redequim.com.br, decidimos abandonar o endereço, que surgiu na nossa necessidade de ter um acesso mais consistente ao periódico, e vamos passar a utilizar o endereço que direciona ao portal de periódicos no qual estamos hospedados: https://www.journals.ufrpe.br/index.php/REDEQUIM/index. Lembramos que a comunicação com a editoria deve ser feita pelo endereço eletrônico editor.redequim@gmail.com, sendo o único caminho em que temos acesso ao contato para realizar, no menor período de tempo, a resposta. Uma outra mudança, também pontual e que já está em vigor, é o sistema de adequação para versão final e leitura de prova, em comunicação fora do sistema, via e-mail, no qual as autoras e os autores organizam a versão final que será utilizada para publicação do artigo na REDEQUIM. A partir das próximas edições seremos mais rigorosos com o formato, organização e principalmente citações e referências, pois muitos textos estão sendo apresentados fora do modelo sugerido em TEMPLATE. Para maior celeridade do fluxo editorial, tal ação é profundamente necessária. Contamos com a colaboração das nossas autoras e dos nossos autores.  Algumas outras questões estão em discussão no conselho editorial e, em momento oportunido, serão apresentadas a comunidade. Nosso objetivo, sempre, é fazer com que a REDEQUIM atenda as expectativas positivas das pesquisadoras e pesquisadores que confiam no nosso trabalho e submetem seus valorosos artigos ao nosso periódico. Por fim, gostaríamos de destacar os trabalhos publicados neste número, frutos de pesquisas de qualidade desenvolvidas em todo o território brasileiro. Reflexões sobre o “Novo Ensino Médio”, percepções de professoras/professores e de estudantes sobre questões de nosso interesse, como a perspectiva CTS, a Arte no Ensino de Ciências, a abordagem CTS, afetividade, experimentação no ensino, pesquisa participante, avaliação da aprendizagem, argumentaçaõ, entre tantos outros temas, abordados com foco no ensino, aprendizagem e na formação inicial e continuada de profesoras e professores de Química e de Ciências. Muito obrigado as autoras e autores dos artigos presentes neste número, sem vocês a REDEQUIM não existiria. Convidamos todas e todos para apreciação deste número, que marca o início do nosso nono ano de existência, sempre na tentativa de fazer o melhor trabalho possível e fazer da REDEQUIM um instrumento de divulgação de ideias, propostas e reflexões no Ensino de Química, no Brasil e em todo o GLOBO terrestre, pois a terra não é plana!   José Euzebio Simões Neto Editor-Chefe            Foto da Capa: Roberto Dalmo Varallo Lima de Oliveira 

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