Neste texto, tomando como premissa o consumo e a apropriação de repertórios audiovisuais que permeiam memórias pessoais e culturais, propomos produzir algumas articulações entre nossas infâncias queer, ambas vividas em territórios distintos e análogos (o interior cearense e o interior gaúcho) e clivadas em diferentes temporalidades que atravessam os anos 1980, 1990 e início dos anos 2000. Recorremos à forma das cartas como proposta de escrita dialógica e à teorização como dispositivo de memória, a fim de elaborarmos uma reflexão conjunta a respeito de experiências de formação marcadas por diferentes contingências, invenções e precariedades. Com isso, buscamos construir um senso de coexistência a partir dos engajamentos afetivos com as imagens e os sons, bem como traçar linhas que conectam crianças queer ao longo do tempo e do espaço