O impacto do microcrédito na qualidade de vida do microempreendedor

Abstract

Dissertação de mestrado em EconomiaO microfinanciamento tem tido um crescimento acentuado nos últimos 10 a 15 anos, pelo que a literatura acerca desta temática é bastante ampla. No entanto, até o momento, tem havido pouca atenção sobre a qualidade de vida do microempreendedor. Este estudo pretende investigar uma temática pouco explorada quando comparada com as evidências existentes para os países em desenvolvimento, sendo que a evidência empírica ainda se torna mais limitada para os países desenvolvidos e nula para o caso Português. As análises empíricas serão implementadas com recurso a uma base de dados da Associação Nacional de Direito ao Crédito (de 2014) construída a partir da informação recolhida através de um abrangente inquérito distribuído aos mutuários do microcrédito em Portugal. Considerando que a classificação da qualidade de vida é subjetiva e assim, poder traduzir realidades distintas, procedeu-se à medição da qualidade de vida através de uma pergunta realizada diretamente aos entrevistados: “Numa escala de 1 a 5 como considera o microcrédito que recebeu?” A variável dependente corresponde assim a uma variável ordinal. Esta variável classifica-se por: 1 - contribuiu muito para que a sua vida piorasse, 2 – contribuiu um pouco para que a sua vida piorasse, 3 – Não contribuiu para que a sua vida melhorasse ou piorasse, 4 – contribuiu um pouco para que a sua mida melhorasse, 5 – contribuiu muito para que a sua vida melhorasse. Os principais resultados revelam que microempreendedores com experiência na área do micronegócio têm menor probabilidade de estar numa categoria mais alta de qualidade de vida quando comparado com pessoas que não têm experiência no micronegócio. Ainda, é possivel verificar que o microcrédito ajudou na possibilidade de os microempreendores criarem ou expandirem o micronegócio e que a abertura do mesmo possibilitou à grande maioria das pessoas ter uma vida mais estável e menos precária, onde, consequentemente, se encontram num grupo com alto grau de satisfação da qualidade de vida. Adicionalmente, os resultados responsabilizam a instituição que providencia o microcrédito, atribuindo-lhe um papel crucial para um impacto positivo na qualidade de vida.Microfinance has grown over the past 10 to 15 years, meaning the literature on this topic is quite wide. However, so far, there has been little attention to the quality of life of the microentrepreneur. This study intends to investigate a low explored theme when compared to the existing evidence for developing countries, and the empirical evidence is still more limited for developed countries and null for the Portuguese case. Empirical analyzes will be implemented using a database from the Associação Nacional de Direito ao Crédito in 2014, based on information collected through a comprehensive survey distributed to microcredit borrowers in Portugal. Considering that the classification of quality of life is relative and subjective and thus able to translate different realities, the quality of life was measured through a question asked directly to the interviewees: “On a scale of 1 to 5, how do you consider the microcredit that has received? The dependent variable thus corresponds to an ordinal variable, in which it is classified by 1 - contributed a lot to make your life worse, 2 - contributed a little to make your life worse, 3 - Did not contribute to making your life better or getting worse, 4 - contributed a little to make your life better, 5 - contributed a lot to make your life better. The main results reveal that micro-entrepreneurs with experience in the micro-business area are less likely to be in a higher quality of life category when compared to people who have no experience in micro-business. In addition, it is possible to verify that microcredit helped in the possibility of microentrepreneurs to create or expand their micro-business and that the opening of it allowed the great majority of people to have a more stable and less precarious life, where, consequently, they are in a group with a high degree of satisfaction with their quality of life. Additionally, the results point to the institution that provides microcredit, a crucial role for a positive impact on the quality of life

    Similar works