Uma semana Carolina: mostras do manuscrito autógrafo número 11

Abstract

No equilíbrio entre garantir o alimento diário para o corpo e para a alma, enquanto morou no Canindé, Carolina Maria de Jesus registrou em cadernos reaproveitados o cotidiano que a cercava. Esses escritos fazem parte de duas obras publicadas pela Editora Francisco Alves, Quarto de Despejo: diário de uma favelada (1960) e Casa de Alvenaria: diário de uma ex-favelada (1961). Diante de uma produção vastíssima, que passeia por poesia, contos, romances, peças teatrais, canções etc., e que muito ainda carece de estudos e publicação, nos interessa pensar, neste trabalho, o quanto de Carolina podemos vislumbrar através da leitura de um recorte de seus registros, compreendido por uma semana de entradas de diário correspondente ao manuscrito do caderno de número 11, que faz parte da publicação de sua primeira obra. A proposta, então, é conhecer Carolina pela escrita de Carolina, sem o intermédio dos processos de edição. Sob a ótica da Crítica Genética, que desloca a interrogação crítica da autoria para o/a escritor/a, do escrito para escritura, da estrutura para o processo e da obra para a gênese, questiona-se: o que as páginas autógrafas do caderno de número 11 de Carolina Maria de Jesus nos revelam sobre Carolina Maria de Jesus

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