Among ingredients, cuisines, and affects: sociocultural aspects of a life dedicated to food

Abstract

É possível afirmar que, em alguma medida, todos os seres humanos são afetados pela culinária. Entre diferentes intensidades de afinidade com a comida, há um grupo que se destaca por nutrir uma relação mais intensa com a alimentação: os cozinheiros. Cozinheiras e cozinheiros podem ser vistos como humanos que trilham suas vidas junto à dos alimentos e dedicam-se a eles diariamente. Essa caminhada conjunta faz parte de uma jornada de vidas construída historicamente, composta por muitos momentos de experiência culinária, bem como por diversos aspectos simbólicos e culturais que antecedem a vivência dentro da cozinha. Nesse sentido, voltar a atenção para questões socioculturais e simbólicas que englobam a alimentação é essencial para compreender como a relação entre cozinheiros e culinária é formada. Cozinheiros não nasceram com uma conexão inata com os alimentos, eles criaram um poderoso afeto pela comida ao longo de suas vidas. Sendo assim, como é estabelecida esta íntima relação entre humanos que cozinham e a culinária? Quais aspectos socioculturais e simbólicos ajudam a construir essa rede de afetos? Este artigo se volta à análise teórica de três aspectos considerados importantes para essa relação: a memória, a comensalidade e o afeto. A comida deixa trilhas na vida dos seres humanos; cria memórias poderosas nos imaginários, convoca pessoas para o convívio e evoca sentimentos duradouros. Relatar esses aspectos mais abrangentes da alimentação é descrever uma parte da história da comida fundamental para todos os seres humanos, em especial, os cozinheiros.It can be said that to some extent all human beings are affected by food. Among different affinity intensities with food, there is a group that stands out for nurturing a more intense relationship with it: the cooks. Cooks can be seen as humans who walk their lives along with food and dedicate themselves to it daily. This joint journey is part of a historically constructed journey of life, made up of many moments of culinary experience, as well as several symbolic and cultural aspects that precede living the kitchen. In this sense, turning attention to sociocultural and symbolic issues that encompass food is essential to understand how the relationship between cooks and food is built. Cooks were not born with an innate connection to food, they created a powerful affection for food throughout their lives. So how is this close relationship between human cooks and food established? What sociocultural and symbolic aspects help to build this mesh of affects? This article turns to the theoretical analysis of three aspects that are considered important to this relation: the memory, the commensality, and the affection. Food leaves trails in the lives of human beings, it creates powerful memories in the imaginary, gather people together, and evokes everlasting feelings. Reporting these broader aspects is describing a part of the history of food that is fundamental for all human beings, especially cooks

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