Tese de Doutoramento (Tecnologias e Sistemas de Informação)Os executivos de topo de muitas das maiores empresas mundiais estão hoje conscientes de que
as novas tecnologias estão a redefinir as cadeias de valor e que as suas empresas precisam de
permanecer atentas para continuarem relevantes no mercado. Os negócios modernos precisam de
articular as necessidades do negócio com tecnologias de informação (TI) inovadoras. De facto, a
necessidade de um melhor alinhamento entre o negócio e as TI tem sido continuamente considerado
como uma das maiores preocupações que executivos de topo de TI enfrentam. Esta preocupação é
talvez apoiada na convicção, suportada em um número significativo de estudos, de que um melhor
alinhamento pode influenciar positivamente o desempenho do negócio. Na verdade, este alinhamento
é considerado uma das áreas mais importantes da governação das TI e a sua importância é
reconhecida e abordada por alguns dos mais importantes normativos das TI, como o COBIT, o ITIL ou
o TOGAF. Embora o alinhamento tenha sido abordado por muitos estudos no passado, a preocupação
constante com ele na última década sugere que não tem havido progresso suficiente sobre esta
questão. Por outro lado, o alinhamento é feito por pessoas. E, quanto mais as pessoas estiverem
motivadas nas organizações, mais e melhor elas trabalham. A influência que os incentivos de alguns
gestores têm no seu comportamento e, assim, na sua atividade e produtividade profissional tem sido
bastante abordada na literatura. Na verdade, é habitual as empresas darem pacotes de incentivos aos
seus gestores, desejavelmente concebidos para serem alinhados com os objetivos organizacionais.
Este trabalho investigou a influência de políticas de incentivo na promoção de um melhor alinhamento.
Além da revisão da literatura mais importante sobre estas duas áreas, foi proposto um novo modelo
que relaciona o incentivo com o alinhamento do negócio e das TI. É proposto e aplicado um novo
instrumento para medir o nível de incentivo de uma organização e também adaptado e aplicado um
instrumento existente para medir o nível de alinhamento. Após algumas fases prévias, como pré-teste
e teste piloto, os instrumentos foram aplicados na amostra completa, através duma plataforma de
inquéritos online. A amostra, provida pela Informa Dun & Bradstreet, foi expandida com base na rede
social LinkedIn, suportada no método "bola de neve”, que ajuda o estudo de populações difíceis de
alcançar. Foram recolhidas respostas de mais de quatro centenas de gestores de negócio e TI, de
mais de duas centenas de médias e grandes empresas portuguesas, representando, ao que se sabe, o
inquérito mais vasto já feito em Portugal sobre alinhamento. O modelo, de componentes hierárquicas,
foi estimado usando um modelo de equações estruturais (SEM) com a técnica dos mínimos quadrados
parciais (PLS). A confiabilidade e validade do modelo de medida (reflexivo) foram garantidas depois de
descartados alguns indicadores. A avaliação dos componentes de ordem superior do modelo
(formativo) foi assegurada por uma sólida validação de conteúdo dos constructos “incentivo” e
“alinhamento”. Os resultados principais são apresentados, discutidos e interpretados através de vários
ângulos, respetivamente, a área funcional dos respondentes, o seu género, a sua geração, a atividade
económica das empresas, por cada variável manifesta do incentivo e alinhamento e dimensão das
empresas. Por fim, os resultados do modelo proposto são discutidos e interpretados. Ao propor uma
explicação do alinhamento com uma única variável, o incentivo, este é talvez um dos modelos mais
parcimoniosos do alinhamento apresentados até agora. Este estudo também permite suportar aquele
que é, talvez, o seu maior contributo, que é facto do incentivo explicar a maior parte do alinhamento.
Algumas recomendações para a prática e para investigação futura são ainda propostas.The chief executive officers from many of world’s largest companies are aware that new
technologies are redefining value chains and that companies need to remain aware to remain relevant
in the market. The modern businesses need to articulate business needs with innovative information
technologies. In fact, business and IT alignment (BIA) has been continually considered as one of most
important concerns that top IT executives face. This concern is probably supported on the conviction,
sustained on a significant number of studies, that achieving a better alignment can positively influence
business performance. Actually, this alignment is considered one of most important areas of IT
governance and its importance is recognized and addressed by some of most important IT frameworks,
as COBIT, ITIL or TOGAF. Although alignment has been focused by numerous researches in the past,
the ongoing concern with it in the last decade suggests that there was not been sufficient progress in
addressing this issue. Still, the allignment is made by people. And, the more people are motivated in
organizations, the more and better they work. The influence that incentives have on managers
behaviour and, thus, on their professional activity and productivity has been widely addressed in the
literature. Indeed, it is a common practice among companies giving packages of incentives to their
executives, desirably designed in order to be aligned with organization objectives. This work
investigated the influence of incentive policies to promote a better alignment. Besides reviewing most
important literature about these two areas, this study proposes a new model that relates the incentive
with the alignment of business and IT. It proposed and applied a new instrument to measure the
incentive maturity of an organization and it also adapted and applied an existing instrument to measure
the alignment maturity. After some preceding phases, as pretesting and pilot testing, the instruments
were administered on a full scale sample, through an online survey platform. The sample, provided by
Informa Dun & Bradstreet, was expanded with the help of the social network LinkedIn, supported in the
snowball method, which helps on the study of hard-to-reach populations. Responses were collected
from more than four hundred business and IT managers, from more than two hundred medium-size
and large Portuguese companies, representing, as far as is known, the wider survey ever done in
Portugal about the alignment between business and IT. The model, a hierarchical component model,
was estimated using a structural equation model (SEM) with partial least squares technique (PLS). The
reliability and validity of the measurement model (reflective) were guaranteed, after some indicators
have been discarded. The model assessment concerning the higher-order components (formative) was
assured through robust content validity procedures of incentive and alignment constructs. The major
findings are presented, discussed and interpreted by different angles, respectively, by the functional
area of respondents, by respondents' gender, by respondents’ generation, by companies’ economic
activity, by each one of the manifest variables of incentive and alignment and by companies’ size.
Finally, the results of the proposed model are discussed and interpreted. By proposing an explanation
of alignment with just one latent variable, the incentive, this is probably one of the most parsimonious
models of alignment presented until now. The study also allows supporting the one that is perhaps its
greatest contribution, which is the fact that the majority of the explanation of alignment is made by
incentive. Some recommendations for practice and future research are also proposed