Obesidade, atividade física e envolvimento físico em adolescentes portugueses

Abstract

Embora estejam bem descritos os benefícios da atividade física para a qualidade de vida e bem-estar, 70% da população portuguesa é sedentária, com reduzida aptidão física e com excesso de peso. São dados particularmente preocupantes porque o peso corporal e o excesso de gordura são fatores de risco para a saúde significativos e se não forem corrigidos continuarão a desenvolver-se até à idade adulta, sem podermos esquecer que os jovens com excesso de peso sofrem muitas vezes de exclusão de grupos sociais e de baixa autoestima. A escola ocupa um lugar central relativamente à saúde, uma vez que é aqui que se adquirem equipamentos para se desenvolver estilos de vida mais saudáveis. Na escola convivem pessoas com diferentes níveis de desenvolvimento, sendo ela o local ideal para a educação para a saúde, pelo ambiente pedagógico que contempla e pelo prestígio dos professores. É muito importante que os jovens escolham atividades de que gostem e que se enquadrem nas suas rotinas diárias. Quanto mais agradável for uma experiência, quanto mais positiva ou divertida for, mais probabilidades existem de esta se manter para o resto da sua vida. O presente estudo teve como objetivos, (I) Caraterizar a população em estudo ao nível da Composição Corporal, (II)Estudar as diferenças entre ao nível da prevalência de obesidade, score de AF, participação desportiva e perceção de envolvimento; (III) analisar a associação entre os indicadores de obesidade, AF e percepção de envolvimento físico. Foram avaliados 215 sujeitos de ambos os sexos (F=113 e M=102), de dois anos de escolaridade do 5º ano (n=127) e 7º ano (n= 87), com idades compreendidas entre os 10 e os 14 anos de idade (x̄= 11,32), de uma escola do concelho de Vila Verde. Todos os participantes foram avaliados ao nível da altura e peso, sendo posteriormente calculado o IMC, e classificados de acordo com as categorias nutricionais propostas por Cole et al. (2000) para o ExcP e Obs, e por Cole et al. (2007) para a subnutrição. Preencheram também os questionários de Kowalski et al. (1997) e de Evenson and McGinn (2005) para avaliação da atividade física e perceção de envolvimento físico. Em suma, foram encontradas diferenças estatisticamente significativas quanto ao score da AF relativamente ao sexo, em média os rapazes apresentam valores superiores comparativamente às raparigas (3,04 vs 2,38). Relativamente à obesidade abdominal, verificamos que mais de metade da amostra apresenta fator de risco (56,1%) e aproximadamente metade só efetua aulas de Educação Física (53,2%). Ao nível do grupo de participação desportiva, relativamente ao sexo verificamos diferenças entre rapazes e raparigas (X2=25,796, p<0,05), sendo que os rapazes apresentam maiores taxas de participação no desporto federado (rapazes =53,9%vs raparigas=26,5%). Por fim, Os participantes do sexo masculino têm mais autonomia (andar de bicicleta, a pé) em detrimento das raparigas que tem menos autonomia.Apoio financeiro do CIEC (Centro de Investigação em Estudos da Criança, IE, UMinho; UI 317 da FCT, Portugal) através do Projeto Estratégico UID/CED/00317/2013, financiado através dos Fundos Nacionais da FCT (Fundação para a Ciência e a Tecnologia), cofinanciado pelo Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER) através do COMPETE 2020 – Programa Operacional Competitividade e Internacionalização (POCI) com a referência POCI-01-0145-FEDER-007562info:eu-repo/semantics/publishedVersio

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