A Experiência Cubista: Sobreposição de Planos, Múltiplas Perspectivas e a Reconstrução do Espaço

Abstract

O desenvolvimento do cubismo interage com uma desconstrução das noções espaciais herdadas das tradições realistas de entendimento das artes, das ciências e das sociedades. Mediante sobreposição de planos e de múltiplas perspectivas, o espaço é constantemente reconstruído pelas experiências artísticas cubistas, as quais enfatizam a diferenciação entre o espaço natural, associado às mensurações cotidianas e possivelmente objetivas, e o espaço expresso e apreendido nas pinturas. Esses artistas dialogam com círculos intelectuais diversos, dentre esses filósofos, matemáticos e cientistas que discutem a possibilidade da contingência dos sistemas geométricos e, portanto, alimentam a imaginação artística a investigar a subjetividade dos modos de compreensão das ideias de espaço.  Desse modo, suspensões dos juízos e conscientizações individuais das experiências humanas fomentam um collage cultural em que as ideias científicas, e.g. Henri Poincaré, e as concepções filosóficas, e.g., Henri Bergson, sustentam intelectualmente manifestos e movimentos de vanguardas cubistas. Desse modo, investiga-se como o espaço é apresentado em seletas pinturas cubistas pari passu às sustentações discursivas desse movimento artístico. Constatam-se as interfaces existentes entre a experiência, a subjetividade, a memória e a imaginação na composição da compreensão humana a respeito do espaço a partir do gosto estético mediante a fragmentação de objetos, personagens e ações em uma multiplicidade de perspectivas em tela

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